Rangers, Comandos, Paras, etc

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tenente

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3165 em: Setembro 08, 2016, 05:53:09 pm »
O que levou a ultima extincao dos Comandos nos anos 90 foi o excesso de acidentes e morte em treino.
Agora estes ultimo incidente é gravissimo porque alem de haver 1 morto parece que estao 4/5 hospitalizados em varios estados clinicos.

A sumar aquele problema de desaparecimento de armas ums anos atraz que nao foi resolvido.

Nao vemos acontecimentos desses nas outras tropas de elite como os Paras os OEs, Fuzos DAEs....

Desativando os Com.andos podia-se reforçar os efetivos do CTOE e reativar o 3 Batalhao Para...em Beja.

Antes de mais envio as minhas mais sentidas condolências para a família do Militar Falecido e votos de rápidas melhoras e Completas recuperações aos feridos envolvidos, nesta situação da formação do 127º Curso de CMDs !!!

Vamos lá a ter calma e primeiro saber e bem as causas para o que aconteceu, e, depois sim então actuar de acordo com os motivos originadores desta tragédia.

Se for um método de instrucção erradamente ministrado,  ou alguma fase da mesma que não foi executada de acordo com estipulado nas fichas de instrucção,  a culpa de certeza que não está na instrucção em si, mas porventura, e digo novamente mas, porventura no(s) instrutores/monitores da dita formação ao cometerem algum erro ou má avaliação das situações físicas dos instruendos, e, se assim for, não acho correcto estarmos aqui já a comentar a possível extinção das Tropas CMD, a dureza brutal e escusada da mesma, quando e se, por erro(s) cometidos por alguns elementos desta Força, esta morte e estes feridos aconteceram.

A formação deste tipo de forças tem e deve ser dura para preparar devidamente os instruendos para uma aproximação tão real quanto possível ás situações de combate que poderão vir a defrontar !
Os excessos que por vezes se cometem durante a mesma, e no meu tempo de instruendo posso adiantar que assisti a alguns, que nada adicionam á formação pretendida, os excessos dizia eu é que por vezes tem resultados negativos, neste caso mesmo fatais, nada abonadores para os formadores e instituição Militar no seu todo.

Aguardemos pelo resultado dos inquéritos

Instrução dura, Combate fácil,
Antes suor que Sangue

Abraços
« Última modificação: Setembro 08, 2016, 05:58:47 pm por tenente »
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3166 em: Setembro 08, 2016, 09:09:24 pm »
Os instrutores deste tipo de curso tem alguma qualificação em fisiologia , fisiatria humana?
 

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FoxTroop

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3167 em: Setembro 08, 2016, 09:10:11 pm »
Meus amigos, eu na RECRUTA só tinha direito a encher o cantil duas vezes por dia durante a semana de campo e não morri, nem fiquei com sequelas e olhem que estava bem quente.

Já querem mudar o Curso de Comandos, outros querem fornicar os Instrutores... tenham lá paciencia, mas não é assim. Há uma investigação em curso e há que aguardar a sua conclusão.

Enchias duas vezes por dia, pois nós, em pleno Verão no meio da região de Grândola e Pinheiro da Cruz, havia dias que nem uma única vez, o que levou a camaradas a desfalecer, outros a quase delirar, etc. Nos últimos dias, devido a uma vaga de calor e a um quadro geral de desidratação, lá as alminhas se lembraram de dar um reforço de água à malta. Um reforço que consistiu em meio copo de plástico para café para cada um e que tinha de ser bebido à frente dos instructores. O que é que isso adiantou ou fez de nós melhores Fuzileiros? Nada, zero, nickles.

Tendo depois, durante a minha vida militar trabalhado com forças de um rol de países diferentes, tirando um caso ou outro, foi sempre bem patente e visível a preocupação das respectiva chefias pelo bem estar logístico das suas forças (confesso que nalguns casos roçava mesmo um paternalismo exagerado, mas....)

A bem da Armada e da Instrução dada aos instruendos FZ, a preparação física é ministrada por pessoal bem qualificado e com excelentes conhecimentos do comportamento físico e emocional humano e que é sempre preservada a individualidade e respeito pelo instruendo como pessoa que ele é. Isso é bem patente no excelente nível físico e técnico com que um FZ termina a sua formação e na taxa quase 0% de lesões e/ou acidentes durante a instrução.

Quanto ao resto, é por demais óbvio que algo vai mal na instrução dada aos formandos Comando. Não passa pela cabeça de ninguém dizer que são claramente mais duros ou superiores em relação às outras forças especiais (OE, Páras e FZ) e têm tido, por norma, uma taxa de acidentes, lesões permanentes e mesmo morte em instrução, muito acima das outras 3 forças juntas.

Citar
E aqui houve uma evidente falha grave: ou a nível das inspecções médicas, ou a nível da intensidade do exercício ou a nível da avaliação ´médica pós-acidente. Ou uma combinação de tudo.

Concordo com isto em absoluto. Espero é que isto agora não seja varrido para baixo do tapete nem que, no outro extremo, sirva de pretexto para voltar a extinguir os Comandos embora reconheça que foi um grande erro, um desperdício de recursos e um claro sinal das "quintas" que imperam dentro das FA a sua reactivação.
 

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FoxTroop

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3168 em: Setembro 08, 2016, 09:16:37 pm »
Os instrutores deste tipo de curso tem alguma qualificação em fisiologia , fisiatria humana?

Pelo que conheci do Exercito nas preparações para Missões que fiz, integrado nos seus batalhões, não.
Na Armada a instrução física é ministrada por Monitores de Educação Física e não vi nada parecido com isso no Exército.
 

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Camuflage

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3169 em: Setembro 08, 2016, 09:42:26 pm »
Já se sabe que a culpa vai morrer solteira.
É sempre normal que hajam acidentes neste tipo de instrução, mas cada vez me convenço mais que a falta de accountability que os responsáveis têm é o cumulo. É verdade que é preciso eliminar os mais fracos, mas também é preciso que quem está à frente do exercício seja capaz de identificar pessoas que estão já em esforço total e saca-los fora da prova. Com tanto professor de educação física bem formado no desemprego, já era altura de começar apostar forte nessa área da preparação, quer a nível físico, quer a nível nutricional.
Se faltam profissionais qualificados, recusem avançar com cursos, o motivo pelo qual avançam é precisamente a impunidade que reina no ceio das forças armadas, nunca ninguém tem culpa de nada. No final é sempre o povo a pagar.

Agora claro veio a politização do caso, já teve expressão nos media, durante uns dias não se falará noutra coisa e depois volta-se ao mesmo.
 

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Miguel

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3170 em: Setembro 08, 2016, 09:58:09 pm »
Instrucao dura
Combate facil, mas neste caso e instrucao dura e morte e feridos portanto combate impossivel.

A prova de agua e passagem pelo esgotos nos comandos sao provas estupidas e de outros tempos.
Verdade que existe sadicos que por eles terem pasados por essas provas ficam exitados ao ver os novos fazer pior.
 
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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3171 em: Setembro 08, 2016, 10:08:20 pm »
Os instrutores deste tipo de curso tem alguma qualificação em fisiologia , fisiatria humana?

Pelo que conheci do Exercito nas preparações para Missões que fiz, integrado nos seus batalhões, não.
Na Armada a instrução física é ministrada por Monitores de Educação Física e não vi nada parecido com isso no Exército.

No Exército é igual. Para a educação física, tiro, tiro de combate, esgrima, equitação também existem instrutores e monitores específicos.
Mas para dar fo** no pêlo basta ser Comando.
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"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 
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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3172 em: Setembro 08, 2016, 10:16:19 pm »


No Exército é igual. Para a educação física, tiro, tiro de combate, esgrima, equitação também existem instrutores e monitores específicos.
Mas para dar fo** no pêlo basta ser Comando.

Pois..... A porra é quando corre mal.....
 

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mafets

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3173 em: Setembro 08, 2016, 10:39:07 pm »
http://www.dn.pt/sociedade/interior/morte-de-comando-nao-foi-causada-por-instrucao-dura-diz-major--general-5373881.html
Citar
Comandos. Furriel morreu durante exercício. Ex-diretor do curso, major-general Carlos Branco, rejeita "instrução dura" ou "incompetência"

Só a autópsia ao furriel Hugo Abreu, 20 anos, poderá desvendar a causa da sua morte, no domingo, durante um exercício do curso de Comandos do Exército. O militar, segundo um comunicado, sentiu-se "indisposto durante uma prova de tiro (tiro reativo)" tendo sido de imediato assistido pelo médico que acompanhava a instrução, que lhe diagnosticou "um golpe de calor". O major-general Carlos Branco, antigo diretor do curso de Comandos, "tendo em conta a informação disponível", afasta a hipótese de a morte ter sido provocada por uma "instrução dura".

"Não me parece que tenha havido incompetência profissional", disse ao DN o major-general. Salientando não ter toda a informação sobre o caso, Carlos Branco limitou-se a colocar outras duas hipóteses: "Ou o formando teria algum problema físico que não foi detetado durante os exames médicos ou a avaliação médica ao incidente não foi a melhor", acrescentou o major-general, admitindo que um curso de Comandos é algo que exige uma preparação física e psicológica acima da média. Porém, o "curso é feito para seres humanos e não super-homens".

De acordo com o Exército, depois de ter sido detetada a indisposição de Hugo Abreu, o militar foi retirado da instrução, tendo sido transferido para a enfermaria de campanha, na zona de Alcohete, onde terá ficado em observação, segundo a mesma nota. Como após o jantar a situação clínica do militar piorou, o médico optou pela sua retirada para um hospital, mas acabou por morrer após uma paragem cardiorrespiratória antes de chegar a ser transferido.

Houve ainda um outro militar que se sentiu indisposto na instrução técnica de combate (progressão no terreno), ao qual também foi diagnosticado com "golpe de calor" e retirado, numa primeira fase para a enfermaria de campanha, e mais tarde, cerca das 23.40 para o hospital do Barreiro.

Ontem, após a morte do furriel, o Exército fez saber que os treinos "não foram suspensos, foram adaptados", o mesmo sucedendo para os próximos dias de calor, com a previsão de realização de mais treinos, igualmente adaptados às condições atmosféricas.

Inquérito aberto

O General Chefe do Estado-Maior do Exército ordenou já um inquérito para apurar as causas em que o "trágico acontecimento ocorreu", pode ler-se ainda na nota, que adianta também que a Polícia Judiciária Militar já se encontra a tomar conta da ocorrência. Nas próximas semanas, os instrutores e o médico de campanha deverão ser ouvidos.

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, manifestou "profundo pesar" pela morte do militar de um curso de Comandos, tendo já transmitido à família do falecido a sua "solidariedade pessoal e do Governo". "Foi com profunda consternação "que o ministro da Defesa recebeu a notícia do sucedido pelo chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte.

Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apresentou as "mais profundas condolências" aos familiares do militar que morreu, desejando um "célere restabelecimento" ao outro militar que está hospitalizado. O Comandante Supremo das Forças Armadas manifestou "pesar e solidariedade a todos aqueles que sentem com maior dor a perda súbita deste seu camarada e amigo".

Cumprimentos
« Última modificação: Setembro 08, 2016, 10:42:03 pm por mafets »
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3174 em: Setembro 09, 2016, 12:10:43 am »
Meus amigos, eu na RECRUTA só tinha direito a encher o cantil duas vezes por dia durante a semana de campo e não morri, nem fiquei com sequelas e olhem que estava bem quente.

Já querem mudar o Curso de Comandos, outros querem fornicar os Instrutores... tenham lá paciencia, mas não é assim. Há uma investigação em curso e há que aguardar a sua conclusão.

Enchias duas vezes por dia, pois nós, em pleno Verão no meio da região de Grândola e Pinheiro da Cruz, havia dias que nem uma única vez, o que levou a camaradas a desfalecer, outros a quase delirar, etc. Nos últimos dias, devido a uma vaga de calor e a um quadro geral de desidratação, lá as alminhas se lembraram de dar um reforço de água à malta. Um reforço que consistiu em meio copo de plástico para café para cada um e que tinha de ser bebido à frente dos instructores. O que é que isso adiantou ou fez de nós melhores Fuzileiros? Nada, zero, nickles.

Tendo depois, durante a minha vida militar trabalhado com forças de um rol de países diferentes, tirando um caso ou outro, foi sempre bem patente e visível a preocupação das respectiva chefias pelo bem estar logístico das suas forças (confesso que nalguns casos roçava mesmo um paternalismo exagerado, mas....)

A bem da Armada e da Instrução dada aos instruendos FZ, a preparação física é ministrada por pessoal bem qualificado e com excelentes conhecimentos do comportamento físico e emocional humano e que é sempre preservada a individualidade e respeito pelo instruendo como pessoa que ele é. Isso é bem patente no excelente nível físico e técnico com que um FZ termina a sua formação e na taxa quase 0% de lesões e/ou acidentes durante a instrução.

O Exército tem Curso de Educação Fisica Militar dada na Escola de Armas e o que não faltam são QP com o dito curso. Dito isto, o maior FDP que havia na CFP no meu tempo era um Oficial RC com o curso de Educação Fisica tirado numa universidade civil, os restantes tinham apenas o 12º ano. O Pelotão que teve mais eliminados devido a lesões e desistências foi do dito Oficial.

Militares com formação é uma coisa, pessoas com formação civica e moral é outra.

Citar
Quanto ao resto, é por demais óbvio que algo vai mal na instrução dada aos formandos Comando. Não passa pela cabeça de ninguém dizer que são claramente mais duros ou superiores em relação às outras forças especiais (OE, Páras e FZ) e têm tido, por norma, uma taxa de acidentes, lesões permanentes e mesmo morte em instrução, muito acima das outras 3 forças juntas.

Certo. Mas olha que na minha lesionados são mais que muitos, desde os saltos, passando pelos pulos de galo, tudo ajuda...

Abusos deste género aconteciam na minha, mas actualmente... dúvido dado a falta de militares.

Dito isto dúvido que acabem com os Comandos.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3176 em: Setembro 09, 2016, 10:05:02 am »
Citar
O Exército tem Curso de Educação Fisica Militar dada na Escola de Armas e o que não faltam são QP com o dito curso. Dito isto, o maior FDP que havia na CFP no meu tempo era um Oficial RC com o curso de Educação Fisica tirado numa universidade civil, os restantes tinham apenas o 12º ano. O Pelotão que teve mais eliminados devido a lesões e desistências foi do dito Oficial.

Militares com formação é uma coisa, pessoas com formação civica e moral é outra.

Concordo. Daí a importância de cursos de liderança e formações de cariz psicológico para quem é dado à instrução. Do mesmo modo deve haver uma politica bem definida para com quem abusa.

Citar
Mas olha que na minha lesionados são mais que muitos, desde os saltos, passando pelos pulos de galo, tudo ajuda...

Abusos deste género aconteciam na minha, mas actualmente... dúvido dado a falta de militares.

Quando refiro a lesionados, ou acidentes, estou a referir lesões ou acidentes que causam mazelas permanentes e/ou baixas ao hospital. Lesões "normais", daquelas que requerem um dia ou outro de descanso e uma pomada ou comprimido para as dores acontecem amiúde e é natural devido ao tipo de exercícios e esforços. Um ou outro caso de músculos rasgados e a ter que parar por mais tempo e perder o curso também são situações pontuais, agora mandar com um grupo de homens para o hospital um dos quais morre e outro está em falência hepática? Cabeça, aquilo não é "golpe de calor".

Nos Comandos a taxa de acidentes e lesões com sequelas permanentes é, como disse anteriormente, injustificadamente alta. Pergunto-te, quantos casos destes no Páras? Acaso a instrução vossa é inferior à dos Comandos? E nos Fuzos, também é inferior? Ou nos Rangers? E no DAE, cuja instrução cheguei a acompanhar de perto em mais de que um estágio? Algo vai bastante mal na cabecinha de alguns na instrução Comando e, a bem do próprio corpo de tropas Comando, é bom que seja corrigido.
 

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Miguel

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3177 em: Setembro 09, 2016, 07:41:11 pm »
Concordo completamenta com o Foxtroop: Algo nao fuciona bem na cabeça dos instrutores dos Comandos.

Esse tipo de Baixas sao INACEITAVEIS,

E nao sabemos aquilo que se passa dentro, precisamos de soldados vivos para servir a Naçao, e nao de soldados mortos em instruçao por motivos estupidos.

Por exemplo a perca dos pilotos do C130 é um acidente, agora morrer um militar e outro num estado gravissimo e mais 4 no hospital NAO é normal.

Os paraquedistas/fuzos/OEs nunca tiveram Baixas estupidas apesar de fazerem exercicios com outros elementos perigosos como paraquedismo, operaçoes amfibias, montanhismo etc...

Imaginam se os Comandos diviam ter o curso de paraquedismo ? quantos mortos por ano ?

Eu apoio a EXTINCAO imediata do Regimento de Comandos e passagem a reserva dos oficiais dessa unidade para acabar de vez com essa mania das boinas bermelhas de sangue nosso
E passagem pelos tribunais dos instrutores e responsaveis desse desastre... Estamos a falar de 6 Baixas num dia.
 
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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3178 em: Setembro 09, 2016, 08:47:55 pm »
Calor, falta de sensibilidade/experiência do instrutor, demora na evacuação do militar, agua a menos e tomar porcarias a mais dá nisto.
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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3179 em: Setembro 09, 2016, 10:15:03 pm »
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Hugo Abreu morreu após o exercício do "carrossel". "Para testares uma pessoa tens de quebrá-la", diz um instrutor. Conheça a dureza da instrução e as mortes que levaram ao fim do regimento em 1993.

No dia em que Hugo Abreu sofreu um “golpe de calor” que o levaria à morte e em que outros cinco militares precisaram de receber assistência médica, o grupo de comandos tinha estado a realizar um “carrossel” – um aquecimento para a “prova de tiro” a que o Exército chegou a fazer referência em comunicado. O exercício tem tradição na formação desta tropa de elite. Os homens são levados ao limite das suas forças físicas, até entrarem em exaustão, antes de serem conduzidos para uma simulação de combate.

A primeira semana de formação nos Comandos é de absoluto “choque” para os voluntários. Os militares são levados ao extremo e muitos não passam do primeiro teste, num curso com uma das mais altas taxas de desistência das Forças Armadas.

O “carrossel” funciona assim: de mochila às costas e armas na mão, os militares são posicionados no terreno de forma a desenhar um círculo largo, separados entre si por vários metros. Depois, pousam as mochilas, deitam-se no chão escondidos atrás da “máscara” (o nome dado ao saco), como se estivessem protegidos atrás de um arbusto. Ao sinal do instrutor, correm o mais rápido possível até à posição seguinte, como se estivessem em pleno combate e precisassem de escapar ao fogo inimigo.

No domingo, o exercício foi feito sob um calor abrasador: a temperatura em Alcochete rondava os 36 graus. Segundo o Observador pode apurar, terá sido durante o “carrossel” que Hugo Abreu deu sinais de mal-estar. Faltavam 20 minutos para as quatro da tarde. Assim que a debilidade do furriel foi notada, o instrutor que acompanhava o grupo terá ordenado que o militar se ausentasse do circuito e recuperasse debaixo de uma árvore. Mas, nessa altura, o estado de saúde já seria demasiado grave e o militar, natural da Madeira, acabaria por não resistir ao “golpe de calor” que sofreu

“É a dureza do treino que evita as baixas em combate”, diz um ex-chefe do Exército

O objetivo da primeira semana de treino é levar os homens ao extremo, física e psicologicamente, para separar logo de início quem consegue e quem não consegue aguentar a formação até ao fim”, conta um militar que completou o curso. O nome diz tudo: esses primeiros dias são dedicados à “Prova de Aptidão de Comandos”.

Os elementos do curso fazem “progressões” (caminhadas em que simulam estar em busca das forças inimigas), “carrosséis”, incursões noturnas e outros exercícios. Sempre com muita componente física à mistura. Por norma, os militares tinham uma semana para fazer um “estágio” de preparação. Este ano, esse período foi alargado. “Tiveram três semanas para fazer treino físico porque, agora, sentimos que as pessoas estão menos preparadas”, reconhece um instrutor de comandos ao Observador.

Mas a rigidez do curso – que esteve suspenso nove anos, entre 1993 e 2002, em circunstâncias que explicamos adiante – não se esgota nesse primeiro embate de frente com a nova realidade. “É o curso mais duro em Portugal, com muito treino físico”, reconhece um instrutor. O mesmo militar sublinha que “as tropas especiais não se preparam sem calor e sem frio”.

Além da exigência física, existe a componente psicológica. Os militares são sujeitos a vários momentos de privação de sono durante as 12 semanas de duração do curso. Um instrutor explica por que razão levam os militares a níveis de sofrimento fora do comum: “Para testares uma pessoa tens de quebrá-la. Queres a natureza e a essência da pessoa para que, mesmo na exaustão, consiga pensar para sobreviver e para salvar os colegas”, diz um instrutor. Para isso, é preciso “testar os seus valores até ao limite”.

Quando têm direito a uma noite de descanso na camarata, não são raras as vezes em que dormem ao som de música estridente que sai das colunas por cima das suas cabeças. “Mama Sumae – Aqui estamos, prontos para o sacrifício”. Todos os dias são obrigados a provar ser capazes de fazer jus ao grito de guerra dos Comandos.

Este domingo, seis militares quebraram durante os exercícios. Hugo Abreu, o caso mais grave, acabou por perder a vida. Outro elemento do grupo, o soldado Dylan Araújo da Silva, foi transferido para o Hospital Curry Cabral com um “comprometimento da função hepática”. Não terá “compromisso neurológico”, mas as consequências do incidente de domingo são graves: o militar está em lista de espera para um “eventual” transplante de fígado, na sequência da indisposição súbita na sequência dos exercícios.

Há ainda outros quatro militares a precisar de cuidados médicos. O Exército deu esta quinta-feira conta de que dois recuperavam no serviço de Medicina do Hospital das Forças Armadas enquanto outro continuava nos Cuidados Intensivos, “estável” e “sem agravamento clínico e analítico”. O último militar, que tinha sido levado para o Hospital da Cruz Vermelha, está também em situação estável e espera por uma transferência para o Hospital das Forças Armadas.

Casos como os que levaram, na década de 90, à extinção dos Comandos, ou como os mais recentes, não deixam grandes dúvidas: o treino daquela tropa especial é duro. O general Pinto Ramalho, que foi comando (fez o 11º curso) e chegou a ser chefe do Estado-Maior do Exército, concorda: “É um treino com enormíssimas exigências”. E, assumindo que “uma morte é sempre lamentável”, faz questão de lembrar que “o treino é conduzido por pessoas responsáveis” e que “não é feito com a finalidade de que as pessoas tenham falências orgânicas”. E usa outro argumento: “Ninguém pensa em mudar os treinos do futebol por um jogador ter morrido durante um jogo”.

O general não vê necessidade de “medidas adicionais”, disse à SIC Notícias esta sexta-feira. Mas admitiu que poderia ser preciso rever os exercícios da recruta daquela unidade: “É natural que uma situação anormal leve a que mais uma vez se reveja tudo o que são os padrões ao nível da instrução, e ao nível do contingente recrutável.”

Para o general Eduardo Martins Barrento, que foi Chefe do Estado-Maior do Exército entre 1998 e 2001, numa fase em que não havia Regimento de Comandos em Portugal, “o facto de levar o treino a uma certa intensidade é o aproximar de uma necessidade operacional”. Mas há um limite humano, “e não se deve chegar a esse limite”, defende o general na reforma ao Observador. Acidentes “há em todo o lado”. Muitas vezes, são os próprios candidatos a forçar os limites, recorda Pinto Ramalho. “Nesses momentos, os instrutores devem intervir”, esclarece. Ainda, assim, insiste o general, os Comandos treinam “em situações em que estas forças podem atuar”, e criticar isso “é não ter perspetiva do que é o treino militar. Não estamos a treinar moderadamente, estamos a treinar muito”.

Das quatro forças especiais — os Comandos, os Paraquedistas, as Operações Especiais e os Fuzileiros –, os Comandos são os que têm tido mais atenção mediática no que toca aos acidentes durante os treinos. Para Pinto Ramalho, os Comandos têm uma “vocação diferente” das outras forças especiais. “Quando se pensa nos SEALs [força de elite da Marinha norte-americana], quantas mortes houve nos treinos?”, questiona. Os Comandos “seguem habitualmente duas atividades: treino e operações. No inverno, também há situações próximas da hipotermia”, acrescenta o general, para quem o treino deve corresponder aos cenários de atuação daqueles militares.

São situações raras? Longe disso. Os militares que estão no Regimento de Comandos ou passaram por aquela força de elite conhecem “centenas” de casos em que os militares acusam fisicamente o stress a que são sujeitos durante a preparação. “O problema, hoje em dia, é que os jovens, quando vêm para uma tropa especial, pensam que somos super heróis”, lamenta um instrutor do Curso de Comandos. E há casos de “jovens que andam a tomar suplementos às escondidas”, para reforçar a sua preparação física.

Não há registo de que tenha acontecido neste curso, mas, em formações anteriores, houve militares expulsos do curso depois de terem sido detetadas embalagens de suplementos energéticos (proteínas) entre os seus bens. “É proibido o consumo destes produtos, até porque obriga a beber muito mais água”, refere o mesmo instrutor. A hidratação está sempre assegurada durante os exercícios: “Lembro-me de estar em curso e não querer beber mais água e obrigavam-me a beber cantis”. Mas a que há é igual para todos, não há privilégios.

Podem ler mais em http://observador.pt/especiais/comandos-a-recruta-e-o-carrossel-da-morte/