Saudações guerreiras, Emarques.
Alhos/bugalhos.
Claro que o transporte fluvial e marítimo é muito mais económico. (Como exemplo há o estudo que dizia que transportar o vinho de Peso da Régua por barco até Liverpool era mais barato que transportá-lo de camião até ao Porto.) Só que em muitos casos a utilização dos portos não é viável, seja porque o transporte é urgente (um cargueiro não é exactamente rápido) ou por qualquer outra razão.
Atenção que as mercadorias também têm que ser transportadas até ao seu destino e isso pode não ficar mesmo ao lado dos portos marítimos. Por isso a minha sugestão vai para o transporte de camiões com respetivas cargas, para atenuar o impacto negativo de uma redução de postos de trabalho nas empresas terrestres de mercadorias.
E para que no destino não haja a necessidade de contratar terceiros para fazer aquilo que os próprios portugueses podem fazer.
Outra questão que, a meu ver, faz todo o sentido e que também poderá mais que comprovar a viabilidade destas medidas, é o próprio processo de produção de aviões Airbus. Quantas fábricas não existem espalhadas pela Europa? Onde é que se situa a montagem final? Não é em Toulouse? Toulouse que fica bem no interior da França, será que por causa disso os preços dos aviões ficaram mais caros? Claro que não. Segundo os peritos estes métodos de produção são mais baratos e eficientes por comparação com a Boing.
Claro que é importante construir acessos aos portos de mar, e muito provavelmente a opção naval (tal como a opção ferroviária) é pouco aproveitada pelos exportadores portugueses. Só que nem todo o tráfego numa via de comunicação é carga para se colocar em porta-contentores.
Neste momento a opção naval é a mais indicada para os nossos interesses. A opção ferroviária, tal como as coisas estão programadas, não só na Europa, mas também entre Portugal e Espanha, não nos é favorável. Temos sempre que negociar e mesmo assim estamos sempre dependentes deles, mesmo que assinemos acordos. E para quê? Para que mais tarde não venham a ser cumpridos??? Onde é que já vimos isso?? Negociar, quando há outras possibilidades mais que aceitáveis sem serem exploradas, é uma autêntica burrice. Negociar implica sempre que tenhamos que fazer cedências, e para quê, se temos outras alternativas sem ceder um milímetro naquilo que nos pertence???
Existem outras questões que tornam as coisas não fáceis como horários específicos, pessoal qualificado, tráfego, etc, que não abonam nada a nosso favor, também.
Cada vez mais desconfio que há uma crescente pressão por parte de Espanha nesta questão, pura e simplesmente por causa dos sues interesses, seguramente, e nada mais. O resto é conversa.
Se os espanhóis querem que tenhamos o CAV ou outra coisa qualquer, então que o paguem na totalidade. Assim penso que é mais justo, sem bem que não concorde na mesma, porque de resto é estarmos a investir num elefante branco num curto espaço de tempo. Se calhar isto tudo tem a ver com o medo de não queremos perder o comboio da Europa, por isso temos que andar á mesma velocidade. Mesmo que nunca venham a atingir velocidades na ordem dos 300 Km/h, ou mais, teremos sempre o orgulho de ter um TGV, ou seja, andamos tão depressa como os outros da Europa, tão desenvolvida como a “nossa”, mesmo que virtualmente. Isto lembra-me uma anedota.
“Nós” cada vez mais gostamos de ser “enganados” e parece que não há solução á vista. Tanta sabedoria produzida neste país, mas que muito pouca é aplicada inteligentemente, mesmo pelo estado.
Só cerca de 12% das mercadorias na Eurapo são transportades via comboio por causa das mais diversas imcompatibilidades. Nos EUA pela mesma via circulam só 4 vezes mais mercadorias. Mais uma razão para apostarmos numa frota naval para investirmos também na nossa indústria de construção naval.
Dito isto, eu continuo a achar que a nossa infraestrutura ferroviária é tão "merdosa" que o CAV (Comboio de Alta Velocidade, já agora, usemos uma sigla portuguesa ) não vai resolver nada. O comboio está agonizante neste país (muito por culpa da "política do betão") e seria preciso um esforço muito grande para o reavivar. O CAV é uma medida avulsa e que de certeza não vai ter grande seguimento na política de transportes, e para isso mais vale não fazer nada.
Culpas para o Dom “Acabado” Silva. Foi ele quem começou por causa da política do asfalto. Entretanto não se ficou só por aí. Mandou encerrar uma não sei quantas linhas ditas de não rentáveis. Só para lembrar(-me) que algumas estações nas linhas secundárias com bitola diferente estavam em muito mau estado de conservação no norte, relativamente perto do Porto, não me lembro dos nomes - sei que foram umas poucas e isto já lá vai uns bons anos. Estruturas essas que são antiquíssimas e algumas delas aposto que tem um elevado valor patrimonial devido à sua traça arquitectónica única culpa para os outros que continuaram a mesma ou nenhuma política, em relação a estes assuntos. Culpas para que lhe seguio, porque também não fez a ponta de um corno par tornar as coisas mais úteis (aproveitamento turistico). AS Scuts são bem melhores.
A linha que liga Guarda à Covilhã. Fiz esse itenerário diversas vezes só para conhecer. Paisagens maravilhosas e espetaculares relevos, durante o precursso. A linha era ou ainda é um autêntico nojo, para não falar do próprio comboio que conseguia ser mais velho que o meu avô.
Como somos todos ricos e não sabemos o que fazer ao dinheiro, porque gostamos de gastá-lo na gasolina, nem que seja para andar 500 metros, mesmo que ela esteja a 2 euros o litro, nunca fará diferença este tipo de prioridades/opções.
O que interessa é encher o olho e continuarmos com ilusões quanto ao nosso modelo de desenvolvimento supostamente (e dito) sustentando. Acho que só estamos a ser coerentes connosco próprios, afinal nascemos ou não na cepa torta? Se não nascemos, temos muito essa predisposição, muita inclinação para ela. Deve ser para treinar a vénia a um par de jarras que eu cá sei.
Reparemos que nem sequer temos uma ligação ferroviária de e para Sines, á rede nacional, sabendo nós o que isso que representa no final e os prejuízos de não ter tal via estruturante.
Cumprimentos