Todas as missões para os C130 estão a ser cumpridas», entrevista ao general José Pinheiro
O Chefe de Estado Maior da Força Aérea, José Pinheiro, esteve na manhã desta terça-feira no Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea, na Ota, para receber o novo comandante do Centro, Jorge Santos, que irá ocupar a vaga deixada por Henrique Ferreira Lopes.
Depois da cerimónia militar esteve à conversa com A BOLA onde deu conta das dificuldades que se esperam num sector que irá sofrer muitos cortes no orçamento para o próximo ano. Ainda assim, deixou uma mensagem de confiança a todos os alunos que escolheram a via militar.
- Aproximam-se tempos complicados para o próximo ano com um orçamento que sofrerá reduções em todas as áreas. Até que ponto essa política poderá afectar a força aérea portuguesa?
- Essa discussão, para já, seria um pouco prematura em avançar. Temos a certeza que o futuro nos vai obrigar a uma gestão rigorosa, mas temos valores que não podemos abdicar. O que tivermos será o que temos obrigatoriamente de gerir.
- Mas já estão a ser tomadas algumas medidas nesse sentido?
- Sim... sobretudo na optimização de recursos. Todos os consumos foram reavaliados, desde quilómetros, electricidade, gás, água. Somos obrigados a encontrar sinergias para uma melhor optimização de recursos.
- Em números, que redução poderá sofrer a Força Aérea Portuguesa?
- Não vale a pena falar de números quando ainda não se conhecem todos os planos. O que tivermos direito será o que iremos gerir de forma consciente e responsável. Sabemos que a situação em Portugal dificulta alguns dos nossos processos.
- Recentemente foi avançado que os aviões C130 estão a ser obrigados a estarem parados por falta de manutenção. Confirma esta situação?
- Não confirmo nem entendo as razões para essas notícias virem agora a público. Existe, como é público, um programa para modernizar estes aviões. Todas as missões que foram emitidas para os C130 estão a ser cumpridas. Eventualmente poderão ter que ser ajustados alguns dos seus planos de voo, mas isso é uma situação normal.
- Que tipo de reajustamentos de planos de voo?
- Situações normais dos próprios aviões. Mas não existe nenhuma restrição e nenhum avião está em terra por falta de manutenção.
- Até que ponto é importante apostar nesta base aérea da Ota?
- Como base aérea está desactivada, porém, saem daqui cerca de 80 por cento dos nossos militares da força aérea. É uma grande escola. Trata-se de um centro que tem de apostar na qualidade das pessoas. Esse é o ponto forte em que temos de apostar.
A Bola