25 de Novembro 1975

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papatango

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Re: 25 de Novembro 1975
« Responder #30 em: Novembro 26, 2023, 10:27:33 am »
Fui desenterrar este tópico, já que não vi nenhuma referência à tentativa de golpe por parte das esquerdas portuguesas ocorrida desde a madrugada do dia 25 de Novembro de 1975 e que na prática só acabou faz hoje 48 anos, a 26 de Novembro de 1975.


O que neste momento se me oferece dizer em primeiro lugar, é que estou espantado com a posição do Partido Socialista, onde muita gente se arriscou para enfrentar os golpistas.

Por muitas críticas que se possam dirigir a Mário Soares - e há tantas - há uma coisa que não pode de se deixar de lembrar, que foi a sua coragem fisica, de enfrentar gente que o poderia eliminar fisicamente se isso se tornasse necessário.

Hoje vemos um PS amochado, envergonhado, a olhar para o lado e a fingir que o 25 de Novembro não existiu.

Noto também que os setores radicais, não gostam do 25 de Novembro, porque afinal foi uma movimentação militar destinada a evitar uma deriva extremista.



Os setores da esquerda que foram responsáveis pela tentativa de golpe, continuam a olhar desesperadamente para o lado para esconder que tentaram matar o 25 de Abril com um golpe radical, destinado a destruir a liberdade ganha no ano anterior, e a impor um regime, que quando vemos os exemplos internacionais, seria seguramente muito mais vil e corrupto que o regime terminado em 1974 com o fim do governo de Marcelo Caetano.


O golpe foi começado pela esquerda mais radical, e começou a partir da tomada da base de Tancos.
Foi uma sorte dizem alguns, porque a esquerda radical é completamente desorganizada e isso facilitava a vida a quem quer que fosse que quisesse contrariar o movimento.



Precisar de ter coragem, para defender a moderação, mesmo que com armas

https://www.msn.com/pt-pt/noticias/other/25-de-novembro-em-lisboa-que-estranho-que-%C3%A9-precisarmos-de-ter-coragem-para-celebrarmos-a-modera%C3%A7%C3%A3o/vi-AA1kwPr3?rc=1&ocid=winp1taskbar&cvid=d9bb6c3a639049dcee65d3519abaea79&ei=25#details
« Última modificação: Novembro 26, 2023, 10:30:46 am por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 
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papatango

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Re: 25 de Novembro 1975
« Responder #31 em: Novembro 26, 2023, 10:32:53 am »
O PCP e o golpe de 25 de Novembro

Talvez no entanto, a mais fascinante das questões sobre o golpe das esquerdas comunistas, seja a tese de que existiam dois grupos dentro do PCP. Um que estava pronto para entrar em combate, e outro, mais politico, que tinha ideias muito diferentes.

Creio que já aqui falei desses dois grupos não orgânicos dentro do PCP, um é o de Lisboa, o mais importante de todos e o outro, é o que se formou em torno da DORS, ou seja o PCP de Setubal, que aglomera o de Beja e o de Evora (por razões culturais e demográficas o eleitorado comunista de Setubal era em grande medida alentejano).
É claro que como em todas as divisões aleatórias esta teoria mete  água por muitos lados, mas permite estabelecer as diferenças básicas entre os grupos.

Um deles, é de elite e muito mais intelectual (apoiando-se nos intelectuais comunistas do norte, especialmente Porto, mas também da região da Lezíria)

O outro era basista, alimentava-se dos assalariados rurais alentejanos e das massas operárias das zonas industriais da margem sul do Tejo e de Setubal. Era daqui que vinham, por exemplo, as principais tropas de choque do PCP. Eram os operários da Lisnave e da Setenave, que mais facilmente eram armados com matracas e barras de ferro, para começarem a fazer barricadas antes de o partido receber armas para as brigadas populares.

Eram os constituintes dos chamados Grupos de Agitação e Propaganda, cuja propaganda constituia em bater na cabeça das pessoas dos outros partidos, até elas mudarem de ideias ou perderem os sentidos.

A norte, a área intelectual não era inativa. Em grande medida, ela dependia das organizações estudantis, que eram a norte do Tejo a principal formação militarizada preparada para se transformar em pequenas unidades de milicias populares.
A Zita Seabra, uma das principais dirigentes comunistas confirmou que estava a preparar os estudantes para receberem armas e iniciar a luta armada.

Eu tinha várias pessoas da minha família ligadas ao PCP, a vários níveis, mas só muitos anos mais tarde, já eu era adulto, é que fiquei a saber que um tio meu fazia parte desses grupos de arruaceiros, que tinham como objetivo aterrorizar as pessoas de outros partidos, especialmente durante as campanhas eleitorais.

Ficou famosa a ação dos arruaceiros do PCP no comício do Clube Naval Setubalense, de que resultaram mortos e feridos, tendo a milícia do PCP (constituída por mais de 400 arruaceiros),  feito a policia recuar para se barricar na esquadra.
Um dos militantes comunistas acabou morto (na altura transformado em mártir).

Em 25 de Novembro, a primeira ação das tropas de choque do partido era controlar as esquadras de policia. Em principio, não havia pelo que me disseram - já lá vai tanto tempo - nenhuma intenção de fazer nada com os quartéis do exército.
Não é claro como era a relação entre a estrutura paramilitar do PCP na margem sul do Tejo e a direção do partido em Lisboa, quem era «controleiro» de quem...

A questão aqui, é que a força de milícia mais preparada do PCP, que estava aparentemente na margem sul do Tejo, entre Setubal e o Barreiro, estava também na área, onde se encontrava a mais poderosa unidade militar, claramente controlada pelo PCP, os Fuzileiros.

O controlo da peninsula de Setúbal era por isso dado como certo, razão pela qual, seguramente as acções seriam menos significativas e era mais provavel que as milicias fossem posteriormente enviadas para norte, para as barricadas que seguramente se iriam construir a norte de Vila Franca, para barricar a EN-1 e impedir ataques das forças fascistas.



Hoje sabemos, que a ala tecnocrata do PCP, onde naturalmente estava parte da direção do partido, não sabia o que fazer. E esta indecisão durava havia já dias.
Álvaro Cunhal, e uma parte da direção sabiam - TINHAM SIDO AVISADOS - por diplomatas soviéticos, de que a URSS não iria intervir, nem mexer uma palha para influenciar militarmente a situação em Portugal.
Os russos terão dito a um enviado do PCP " ...não pensem que vamos começar a terceira guerra mundial por causa de Portugal ... "

Cunhal temia o velho adágio popular «preso por ter cão e preso por não ter»
Se agisse, o PCP iniciaria uma guerra civil, que não tinha como vencer. Sem apoio externo, com os americanos e os espanhóis à porta, a única coisa que podia fazer era criar um problema diplomático com os espanhóis, porque nada como um inimigo externo para unir o país.
Mas os espanhóis já tinham percebido o truque, e por isso nem reagiram aquando da invasão da embaixada em Lisboa.
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goldfinger

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Re: 25 de Novembro 1975
« Responder #33 em: Novembro 26, 2023, 11:45:50 am »
Fui desenterrar este tópico, já que não vi nenhuma referência à tentativa de golpe por parte das esquerdas portuguesas ocorrida desde a madrugada do dia 25 de Novembro de 1975 e que na prática só acabou faz hoje 48 anos, a 26 de Novembro de 1975.


 :arrow:  https://www.forumdefesa.com/forum/index.php?topic=7697.0
 

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papatango

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Re: 25 de Novembro 1975
« Responder #34 em: Novembro 26, 2023, 02:52:24 pm »
Fui desenterrar este tópico, já que não vi nenhuma referência à tentativa de golpe por parte das esquerdas portuguesas ocorrida desde a madrugada do dia 25 de Novembro de 1975 e que na prática só acabou faz hoje 48 anos, a 26 de Novembro de 1975.


 :arrow:  https://www.forumdefesa.com/forum/index.php?topic=7697.0

Provavelmente por se tratar apenas de um post de um video sem comentários, e de ter um número muitíssimo inferior de visionamentos, quando fiz pesquisa no fórum,  este tópico (que em vez de videos, tinha texto)  apareceu primeiro...
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papatango

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Re: 25 de Novembro 1975
« Responder #35 em: Novembro 26, 2023, 02:53:35 pm »
Sobre a esquerda radical

Ninguém foi apanhado de surpresa com o 25 de Novembro, a situação estava explosiva, na semana anterior (esperava-se e eclosão uma semana antes) todos os aviões da Força Aérea tinham ido para o Porto e todos os deputados do PS, PSD e CDS também tinham recebido instruções para irem para o Porto (aqui faço referência às memórias do prof. Freitas do Amaral) para poderem reunir a Assembleia Constituinte no Porto...

Mas não aconteceu nada de grave entre 17 e 20 de Novembro, e o que aconteceu foi no sentido contrário, ou seja, a saída de Otelo do comando do CopCon (Comando Operacional do Continente) e portanto a maior parte do pessoal voltou para Lisboa, e é em Lisboa que vai ser apanhada pelo golpe.

No meio do caldeirão, Costa Gomes o presidente, também tinha noção de que a coisa iria rebentar por algum lugar.

A única diferença relativamente ao período anterior à guerra civil de Espanha, é que em Portugal, não ocorreram assassinatos de figuras à esquerda ou à direita.
Mas o ambiente que se vivia em Portugal era parecido com o que se vivia nas cidades espanholas em Junho/Julho de 1936.

Havia um claro contar de armas, e como sempre, uma esquerda dita mais radical, mas também menos organizada, que queria o protagonismo e não queria ser controlada pelo Partido Comunista.

A situação era de um acumular de tensão que tinha que rebentar por algum lado.
Na esquerda radical, não havia organismos centralizados que tentavam gerir os problemas, era tudo muito mais orgânico, e muito mais instável.
Logo, a esquerda radical era mais instável, e era obviamente o elo mais fraco na fraca corrente que evitava o conflito.

E foi a esquerda radical que rebentou primeiro.
Ainda que as dificuldades de comunicação – não havia telemoveis – tornassem o entender da situação mais complicado, a verdade é que para a esquerda radical tudo começou mal, mal organizado e inevitavelmente condenado ao fracasso.

Os radicais que tentaram dar um golpe, ainda hoje acusam o PCP de não ter participado, de ter hesitado e de por isso ter levado ao fracasso do golpe, mas a verdade é que as criticas aos comunistas apenas serviram para encobrir a absoluta falta de planos, estratégia e objetivos claros que caracterizaram a fase inicial do golpe.

Na esquerda não alinhada com o PCP, ninguém tinha absolutamente nada na cabeça. O Otelo por exemplo, morreu a achar que o que eles queriam era instalar um estado utópico, sem que tenha entendido aparentemente o que utopia quer dizer.

À esquerda só os comunistas soviéticos tinham organização, mas tinham ao mesmo tempo uma clara e objetiva noção das suas fraquezas. Os comunistas pesaram os prós e os contras, e concluiram que não havia uma única possibilidade de triunfo.

A cereja no topo, veio quando Cunhal recebeu uma promessa clara, de que o PCP não seria ilegalizado e não teria que passar à clandestinidade.

Para Álvaro Cunhal, a melhor coisa a fazer, era não fazer nada, e foi isso que os comunistas fizeram: Nada !
Os descendentes da esquerda radical, atual Bloco de Esquerda, nunca lhes perdoaram, e provavelmente não vão perdoar, até que o inferno congele.

Mas de entre as personagens da esquerda radical, há uma que é impossível de não referir, pela sua absoluta importância no processo. O fato de nunca ter sido seduzido pelos soviéticos, explicará em parte o resultado do 25 de Novembro, trata-se naturalmente da figura de Otelo Saraiva de Carvalho.

Utópico, não muito lógico, sempre com o “pá” na boca, Otelo vai ser cortejado por Fidel Castro, que o tenta influenciar, mas sem sucesso.
Otelo já tinha entendido na altura que Cuba não passava de um estado fantoche nas mãos dos russos e que Fidel era um fornecedor de mão de obra para os russos.

Provavelmente nunca saberemos que tipo de relação se estabeleceu entre Otelo e Frank Carlucci, embaixador americano desde o final de 1974.
Apenas sabemos, porque é público, que o embaixador almoçou com Otelo, logo no dia seguinte a ter chegado a Portugal, num restaurante no Guincho (se não me equivoco) e que se trataram de forma muito amigável. Carlucci era um diplomata, e era de origem italiana. Sabia o que estava a fazer.

Sabemos até que ponto Mário Soares estabeleceu uma relação de amizade com Carlucci. E claro, sabemos que Otelo, afastado do CopCon apenas cinco dias antes, nada fez que levasse ao confronto.
Algo terá acontecido na relação entre estas três pessoas, que levou Mário Soares ao indulto que deu a Otelo Saraiva de Carvalho muitos anos mais tarde.



No final, a esquerda radical, como todos os movimentos radicais mostraram ser perigosos e violentos.
Hoje preocupamo-nos com ow wokes e lgbt's e quetais, e parece que nos esquecemos que no passado as coisas foram inimaginavelmente piores que hoje.

E esquecemos que os extremistas, que acham que se pode pegar em armas para defender ideias continuam por aí.
E não estão apenas na extrema-esquerda, como alguns parecem fazer querer.. Muito pelo contrário !
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CruzSilva

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Re: 25 de Novembro 1975 Novo
« Responder #36 em: Novembro 26, 2023, 10:14:07 pm »
Mas papatango a verdade é que a esquerda radical recuperou parcialmente da derrota de 25NOV75 - conseguiu representação parlamentar e um acordo de governação com um governo do PS...

Eu considero que claramente o crescimento da direita radical se deve à incapacidade dos moderados de combater a esquerda radical.
« Última modificação: Novembro 27, 2023, 08:50:22 pm por CruzSilva »
 

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papatango

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Re: 25 de Novembro 1975
« Responder #37 em: Novembro 27, 2023, 03:41:06 pm »
Citação de: CruzSilva
Mas papatango a verdade é que a esquerda radical recuperou parcialmente da derrota de 25NOV75 e conseguiu representação parlamentar e um acordo de governação com um governo do PS...

Bem, depende do que consideramos esquerda radical. O Partido Comunista, saiu do golpe por entre os pingos da chuva e nas eleições seguintes, aumentou a votação com cerca de 14% dos votos. A extrema esquerda ficou completamente espartilhada e desencontrada.
Vai conseguir um sucesso contra o PCP nas eleições presidenciais do ano seguinte, quando Otelo Saraiva de Carvalho consegue 16.5% dos votos contra Otávio Pato do PCP que pouco passa dos 7%.
Muitas pessoas esqueceram já, que a primeira grande derrota eleitoral do PCP ocorre em 1976 e na altura a extrema esquerda viu aquilo como um sinal de que o povo não tinha gostado da ação do PCP.
Mas a extrema esquerda apanhou um balde de água fria nas autarquicas de 1976, com os Grupos Dinamizadores de Unidade Popular, uma espécie de frente popular da extrema esquerda, que teve resultados reduzidos.

O PCP continuou a comer bocados do PS durante o final da década de 1970, até 1979, altura em que com Sá Carneiro, os partidos de direita voltam ao poder (ainda que sem uma maioria sociológica de direta).

A extrema esquerda vai continuando no Limbo representada pela UDP União Democrática Popular, com um deputado no parlamento Acácio Barreiros e depois o Major Mário Tomé. A UDP era um partido comunista sem uma linha ideologica clara, nem era estalinista nem trotskista, umas vezes era a favor do modelo jugoslavo de auto-gestão, outra queria inventar uma via própria.

O PSR aproximava-se da UDP, em 1995 ultrapassa a UDP mas nenhum dos partido elege ninguém.
É a partir daí que se juntam para formar o Bloco de Esquerda, que logo em 1999 consegue eleger dois deputados.
Portanto, levou quase um quarto de século para que a extrema esquerda radical elegesse um grupo parlamentar. E nesta altura a Russia estava esfacelada e acabada e o PCP ainda tinha uma força eleitoral relevante.

É importante também aqui referir, que mesmo dentro do Bloco, existem fações moderadas e fações radicais.
Aliás isso é mais visivel que no PCP, onde as divisões em bloco parecem ser entre classes sociais, de um lado o operariado assalariado da margem sul do Tejo e do outro as elites intelectuais do partido, em Lisboa.


A questão é que, estes radicalismos malucos que a comunicação social projeta e aumenta até à exaustão, são na minha humilde opinião, minoritários mesmo dentro do próprio Bloco de Esquerda.
São deixados a monte porque dá jeito que façam barulho, e quanto mais barulho, "baderna" e arruaças eles produzirem, maior será o eleitorado que se passa para a extrema direita.

E o eleitorado moderado cai com facilidade neste tipo de armadilhas. Tanto os radicais do Bloco, como os velhos do MIRN (no Chega) estudaram na mesma escola ...


E si,,, Estou de acordo. A falta de atividade das pessoas normais em responder aos extremismos, é o que dá mais força aos extremistas dos dois lados.

E digo dois lados com aspas, porque o pessoal do Chega que veio do PCP e do Bloco, não deixa realmente falar em dois lados, Extremistas são extremistas, Querem ver Portugal a arder

Não importa se o fazem em nome da direita ou da esquerda, o que conta é a adrenalina.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...