Permitem-me ir na direcção contrária. Isto não tem nada de inteligente ou racional. Isto foi apenas mais um desenrascanço à tuga e mais um empurrar com a barriga para a frente. Como já é caracteristico das "inteligências" que vegetam lá dentro daquilo que é um simulacro de forças armadas.
Nada disto faz sentido. Há dinheiro para investir neste vector (e noutros) do P-8A. Há! Não há é vontade política e as chefias militares não fazem força para isso, porque eles não estão lá para lutar pela prontidão, operacionalidade e dignidade da instituição. Estão lá é para cuidar das carreiras e irem para a reforma com o máximo que puderem. E por isso não estão para levantar ondas com os políticos e arriscar a qualidade de vida após a reforma. O sistema é perverso, está podre e montado para que isto vá se deteriorando gradualmente.
Cinco P-8 + sistemas + armamento + contratos de manutenção + infraestruturas para os acolher etc. Custam uma fracção daquilo que muitas medidas inúteis e decisões que os governos tomam para agradar a determinadas clientelas políticas. Se não se investe num meio capaz de assegurar a nossa soberania marítima de forma efectiva por 40 anos é só por falta de vontade política e não por falta de dinheiro. O dinheiro que vai ser esbanjado por exemplo no PRR em "coisas" que claramente não irão trazer nenhum retorno para a economia e para a população. Daria para adquirir 24 F-35's, 5 P-8's, 4 fragatas, 1 LPD, 1 AOR, mais 2 Sub's sem afectar muito as contas públicas e ainda sobraria muito dinheiro.
Eu acredito "piamente" que foi esta a base de pensamento para esta aquisição.
Mas é verdade que fazem falta com alguma urgência. Como outras coisas. Resta saber se isto é mais um caso "patrulhas Tejo" ou se foi uma boa aquisição no momento.
De qualquer forma, acumulam situações de necessidade de meios novos, nomeadamente na Marinha onde as verbas necessárias são maiores, indo tudo sendo atirado para a década de 30.
Depois no fim dessa década o que haverá de novo?
- Mais navios em 2ª mão para compromissos NATO e, outros navios patéticos para "soberania" num País que perdeu esse valor, até em alguns casos dentro das próprias FA.
- MLU atrasadíssimo dos F16, ou centrados numa frota com metade dos meios aéreos actuais nova por causa da NATO e, outra metade desatualizada até para a tal "soberania" porque não fazem o MLU.
- Aviões de patrulha marítima novos se forem dos comparsas da Embraer, pela obvia ligação politica, apesar de ser com um País do BRIC e anti ocidente, senão para virem mamar na Europa. Porque este frota de P3 se durar até meio dessa década é milagre
- Os submarinos terão 30 anos
Entretendo teremos os actuais gosmas retirados destes problemas todos que ai virão, com as suas boas vidas dos bons negócios que fizeram para si e um País cada vez menos capacitado, menos soberano, mais vassalo a interesses políticos pessoais, pois é esse caminho que está a construir.
A única maneira de não pressionar tanto essa década era a aquisição de pelo menos 2 Fragatas até ao fim desta década, em vez do dinheiro gasto em fragatas sem cura e, navio logístico, que podia ser 2 em 1 no caso dos Crossover e, o fazer o MLU dos F16 em vez de comparar tucanitos para coisas vagas e ficar agarrado a eles. Já nem falo das pequenas despesas de equipar devidamente as Pandur e Vantac.
Depois na década de 30 ainda assim faltará substituir as outras fragatas e tudo o mais que andará a cair por essa altura.
Tirar da cabeça a mania de 5 grandes fragatas idênticas, isso é um pretexto para não fazer nada. Pois nunca irá acontecer, olhando para tudo que falta.
Mas estes gajos não pensam no futuro, pensam nos seus interesses. E outros que por cá andam devem estar a gozar o panorama de alguns revoltados com o interesse pessoal politico e empresarial estrar acima do interesse de soberania nacional, como se gozassem numa violação. São os piratas que permitimos em casa