1) Desses exemplos, só a Jugoslávia é comparável à situação Ibérica.
1.a) A Checoslováquia foi uma casamento a dois, como por exemplo a Republica Árabe Unida. Estes casos são sempre complicados, porque invariavelmente um lado é muito mais forte que o outro (como seria por exemplo a federação Portugal-Espanha com que alguns patrioteiros gostam de desconversar), porque não há nenhum mecanismo fácil de desempate em caso de diferendo (mesma razão pela qual é mau ter órgãos de chefia com 2 membros) e porque, no caso Checoslovaco, nem sequer há uma verdadeira e óbvia unidade territorial, sendo politicas todas as fronteiras da federação. Nenhum destes problemas se aplica à Península.
Pequeno off topic, pelo menos parcialmente
Para que conste, tanto a Jugoslávia quanto a Checoslováquia são resultado do desmembramento do Império Austro-Hungaro.
Nasceram na mesma altura, como resultado do mesmo problema.
Todos eles são estados com características federais que foram criados por causa do principio segundo o qual se estivessem unidos seriam mais fortes.
A Checoslováquia, representou a continuação da união entre Eslováquia a Boémia e a Morávia. Como sabemos a Boémia (capital em Praga) e a Morávia (capital em Brno) continuam unidas no que conhecemos hoje como República Checa.
Em todos estes países tentou-se transformar a tradição imperial de autonomia de cada uma das regiões, num estado com características federais ou com autonomias alargadas (o processo é o mesmo da Espanha, que também teve que considerar a necessidade das autonomias).
Mas o que é importante, é que embora sejam COMO A ESPANHA criações que saíram do império dos Habsburgos, são federações falhadas.
Também não é absurdo considerar a URSS como uma federação falhada, pois a URSS foi apenas uma forma de manter a união entre as várias parcelas do império dos czares. O Império russo, foi mantido artificialmente com o comunismo e quando o comunismo entrou em colapso, aconteceu o que deveria ter acontecido em 1917: O fim do império.
O Czar em Moscovo, era Senhor de Todas as Russias, como o Rei em Madrid era Senhor de todas as Espanhas .
É também verdade que a actual federação russa se manteve, porque muitos esforços foram feitos para evitar que se esfacelasse.
O mundo ocidental deixou o Putin utilizar a força e a brutalidade que ele pôs em prática nomeadamente na Chechénia, para garantir que a Russia ficava por ali em termos de desintegração.
A existência de uma unidade geográfica, não é necessariamente razão para justificar qualquer tipo de unificação. Nesse caso, grande parte da Escandinávia seria apenas um país e a península balcânica, que até tem uma maioria cristã ortodoxa clara, também poderia juntar-se num só país.
A Geografia ajuda a criar uma identidade comum, desde que o povo não se lhe oponha.
Na peninsula ibérica, por muito que custe aos nossos camaradas iberistas, o povo não aceitou essa unidade, lutou contra ela, e impôs as fronteiras que conhecemos.
Com todo o respeito, isso só parece antagónico para quem limita o seu Mundo a um espaço muito pequeno. Para um Sueco somos quase indistintos, para um Chinês somos indistintos do próprio Sueco. No Grand Scheme of Things somos primeiríssimos - até com os Italianos.
A seguir você vai utilizar o argumento de que de um outro ponto de vista, todos os homens são iguais e quase indistintos dos chimpanzés.
Aliás do ponto de vista de um observador exterior, provavelmente você vai concluir que como mais de 70% do DNA humano é igual ao da Alface ...
Enfim, acho que nem vale a pena prosseguir.
Entenda uma coisa: O que distingue um homem de um macaco, é a pequena diferença entre os dois e não os 99% que os tornam quase iguais.
Da mesma forma, o que distingue as nações, não é o facto de os cidadãos terem todos duas pernas dois olhos e uma boca.
O que os distingue é por natureza pouco, mas suficiente para que essa distinção seja notada e suficientemente importante para determinar diferentes tipos de comportamento.
Não "sem Castela" mas com uma Castela Castrada, creio que sim.
Crê ou tem a certeza ?
Meu caro, essa sua afirmação é um pouco curiosa, porque você teria que explicar o que quer dizer com Castela castrada.
Castrar Castela foi o que fizeram os homens que escreveram a constituição espanhola e determinaram a criação de regiões autónomas dentro da própria Castela.
A Espanha de hoje, já é uma Espanha com Castela castrada.
Está tão castrada, que quando falamos de Castela, muitos espanhóis (normalmente a criançada que nunca viveu sob outro regime e não conheceu outra realidade) perguntam de que Castela é que falamos.
Castela, é constituida pelas Castelas Nova e Velha, por Madrid, por Murcia, por La Rioja pela Estremadura, pelas Asturias, pela Cantábria e pela Andaluzia.
O objectivo nos anos 70 era óbvio: Evitar que Castela aparecesse aos olhos das outras autonomias como uma região dominante.
Até os homens que escreveram a constituição nos anos 70 após a morte do ditador, sabiam que a arrogância castelhana era um problema. Para isso, tentaram impedir a criação de uma autonomia regional demasiado poderosa, que inevitavelmente levaria à separação das regiões mais pequenas e a uma guerra civil.
Portanto, Castela já foi castrada.
Para compensar deram-lhe o direito de controlar as forças armadas, especialmente o exército, onde não entra ninguém que não seja castelhano ou de origem castelhana e «Hispanidad» comprovada.
A sua tese não procede.