GNR no Iraque substituida por Força Militar?

  • 4 Respostas
  • 2726 Visualizações
*

Fábio G.

  • Investigador
  • *****
  • 1393
  • +3/-0
GNR no Iraque substituida por Força Militar?
« em: Maio 19, 2004, 01:09:41 pm »
RTP

Citar
GNR no Iraque substituida por tropa

Generais portugueses na reserva defendem a substituição do agrupamento da GNR no Iraque por uma força militar, por considerarem que falta á GNR preparação ou treino para a crescente violência na região. É crescente o número de altas patentes do Exército que entende que a escalada de violência no Iraque, e nomeadamente em Nassiria justifica a substituição desta força por elementos das Forças Armadas.


Eu acho que não falta á GNR treino ou preparação mas penso que a sua missão de policiamento é que neste momento não se ajusta á situação, pois o policiamento ou o apoio ás forças italianas faz-se com a cidade controlada e neste momento isso não acontece, para não falar que a GNR não tem meios para fazer frente á situação actual que exige mais veiculos blindados.
  Só que por outro lado que meios tem o Exército para utilizar no Iraque, ainda não tem os blindados de rodas que fariam agora falta, teria de pedilos emprestados.  :roll:
 

*

Fábio G.

  • Investigador
  • *****
  • 1393
  • +3/-0
(sem assunto)
« Responder #1 em: Maio 19, 2004, 01:12:16 pm »
DN

Citar
Italianos discutem objectivos da missão

A morte de um militar italiano em Nassiriah, no domingo, desencadeou em Itália uma polémica sobre as regras que legitimam a permanência da missão italiana no Iraque. E o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, foi mesmo pressionado por aliados e Igreja para questionar George W. Bush sobre possíveis alterações na gestão da crise iraquiana, quando hoje se reunir com ele, em Washington.

«Se entrarmos num verdadeiro cenário de guerra, sendo obrigados a defender-nos de uma guerrilha armada e bem organizada, a missão torna-se diferente, necessitaremos de uma missão e de equipamentos militares apropriados a essa situação», afirmou Luciano Violante, líder do grupo de deputados dos democratas de esquerda. A oposição reclama a retirada das tropas argumentando que uma possível mudança na natureza da missão italiana é «inconstitucional». Violante disse que a situação actual no Iraque «deixou de possibilitar uma missão meramente humanitária».

O ministro da Defesa italiano, por seu lado, assegurou que a missão e equipamento das forças italianas no Iraque são adequados à situação no terreno. Antonio Marino pensa que a missão dos carabinieri «garante a segurança dos soldados» e que «as regras de qualquer tipo de missão prevêem a possibilidade de autodefesa».

Silvio Berlusconi, que amanhã faz, no Parlamento, o balanço da sua reunião com o Presidente dos EUA, diz que seria um acto «irresponsável e imoral» abandonar o Iraque ao caos e à guerra civil. Mas a oposição já anunciou que vai submeter a voto uma moção para exigir a retirada imediata das forças italianas do Iraque.
 
 
 

*

[PT]HKFlash

  • Membro
  • *
  • 175
  • +0/-0
Chamem a cavalaria!
« Responder #2 em: Maio 19, 2004, 01:20:56 pm »
Acho que as forças armadas deveriam ser enviadas e substituir a GNR! Não há blindados a rodas? Faz se como você disse: pedem-se emprestados! Mas quantos homens deveriam ser enviados? Qual o equipamento para levar? Será que a FAP deveria prestar apoio logistico ás nossas forças armadas no terreno?Dá que pensar...
 

*

Fábio G.

  • Investigador
  • *****
  • 1393
  • +3/-0
(sem assunto)
« Responder #3 em: Maio 19, 2004, 09:11:54 pm »
Público

Citar
Generais Aconselham Substituição da GNR por Força Militar

Por NUNO SÁ LOURENÇO
Quarta-feira, 19 de Maio de 2004

A escalada da violência na região em que o agrupamento da Guarda Nacional Republicana (GNR) opera no Iraque, está a levar altas patentes do Exército a defender a substituição dos agentes de segurança por uma força militar.

O entendimento de generais na reserva que o PÚBLICO ouviu é que a alteração das condições no teatro de operações, verificada nos últimos dias, coloca os elementos da GNR perante uma situação para a qual não estão preparados ou treinados.

O general Silva Viegas, Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) até Julho de 2003, explicou o porquê da sua posição sobre esta matéria. "A GNR é uma força que deve actuar num momento que nem é nem de paz, nem de guerra. É a mais adequada para operações de paz. Ora o ambiente no Iraque, que não era nem de guerra nem de paz, alterou-se", sustenta o general. Para este alto oficial do Exército, o momento que se vive actualmente no Iraque e na região de Nassíria (onde está a GNR), pode ser caracterizado como "guerra de grande intensidade".

No passado domingo o contingente português ficou debaixo de fogo quando socorreu uma coluna de Carabinieri italianos emboscados. Do ataque resultaram quatro feridos e um morto entre os italianos

Lemos Pires, major-general que foi o último governador de Timor, adiantou também porque é que desde o início entendeu que o Exército era a opção mais acertada para uma missão no Iraque. Começa por assinalar que a escolha de uma determinada força "depende da natureza da missão". "Entre outros factores tem que se atender também a possibilidade de evolução da situação", explica. "E uma força militar é preferível para uma missão com grande previsibilidade de evolução", remata. Ou seja, numa missão de paz em que se admita a possibilidade de um "aumento de intensidade do conflito", as Forças Armadas têm "muito mais flexibilidade" para lidar com essa alteração no teatro de operações.

A lista de generais do Exército com uma posição similar não se esgota aqui. O também ex-Chefe de Estado-Maior do Exército general Loureiro dos Santos defendeu o mesmo perante os microfones da Rádio Renascença. Para este alto oficial do Exército, a GNR não tem condições para lidar com o tipo de ataques que é alvo. "Os últimos desenvolvimentos levam a pensar que está a haver uma modificação no terreno, até pelas situações em que a GNR se viu obrigada a actuar", defende antes de concluir que o "Governo deve acompanhar a situação com muito cuidado, de modo a concluir pela opção que deverá tomar".

Outro ex-CEME que comentou a situação foi o general Espírito Santo, que considerou que a GNR estava "nitidamente a sair dos seus limites", vendo-se ultrapassada pelos acontecimentos. Segundo este general, a GNR poderá ver-se forçada a passar "de uma situação de autoprotecção para uma situação de operações militares convencionais, que só podem ser desencadeadas por Forças Armadas".

A posição dos generais do Exército na reserva não surpreende. Desde o início, quando o Governo português acertou com o Presidente da República o envio da Guarda Nacional Republicana, que o Exército deu a entender que não considerava a opção a mais correcta. Não agradou ao Exército ver-se substituído numa área que considerava sua: a das missões de paz no estrangeiro. Uma das razões, para lá da perda de monopólio desse tipo de serviços, foi o receio que a afectação de meios financeiros para o reequipamento e modernização das Forças Armadas fosse negativamente afectado pela entrada em campo da GNR.
 

*

Fábio G.

  • Investigador
  • *****
  • 1393
  • +3/-0
(sem assunto)
« Responder #4 em: Maio 20, 2004, 11:05:24 pm »
TSF

Citar
LISBOA
MNE iraquiano quer que GNR fique no país
O ministro iraquiano dos Negócios Estrangeiros afirmou, hoje, em Lisboa, que o Conselho de Governo iraquiano espera que «o contingente português fique no Iraque por mais algum tempo», já que «a missão da coligação não está cumprida».  

20:01
20 de Maio 04    
   
 
  Hoshyar Zebari está de visita a Lisboa e fez saber que pretende que a presença de militares portugueses no Iraque se prolongue para lá de 30 de Junho, data da transferência de poderes no país.

O ministro iraquiano dos Negócios Estrangeiros chegou a referir que vê com bons olhos a influência dos Estados Unidos no governo provisório do Iraque.

Depois de uma reunião com a homóloga portuguesa, Teresa Gouveia, Hoshyar Zebari referiu que «é uma honra que os Estados Unidos mantenham a sua influência no novo governo iraquiano, até porque já deram um forte contributo ao Iraque».

No entanto, o ministro iraquiano sublinhou a necessidade das Nações Unidas voltarem ao terreno.



«Esperamos que a ONU volte a estar novamente envolvida no Iraque. É claro que há uma ameaça, depois do drástico atentado terrorista às suas instalações, mas há planos para oferecer melhor segurança aos funcionários da ONU e respectivas instalações, com uma força internacional. Precisamos que a ONU tenha um papel central no processo político e no eleitoral», disse Hoshyar Zebari.

O chefe da diplomacia iraquiana destacou ainda a «importante mensagem política» transmitida por Portugal, ao enviar a GNR para o Iraque e afirma que quer a GNR no terreno até ao país estar estabilizado.

«A nossa expectativa é a de que o contingente fique no Iraque mais algum tempo, até que os iraquianos tenham capacidade militar e policial para controlar a situação. Esse é o principal desafio», declarou.

«O contingente português é muito útil e está a transmitir uma mensagem política muito positiva e isso não é medido pelo número de militares ou equipamento. A presença portuguesa é muito importante, para mostrar que a comunidade internacional apoia o nosso esforço e que os iraquianos não foram deixados sozinhos», acrescentou.

Hoshyar Zebari disse ainda a Teresa Gouveia que o Conselho de Governo iraquiano tem planos de abrir uma embaixada do Iraque em Portugal.