Coronavirus

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Daniel

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Re: Coronavirus
« Responder #2100 em: Março 12, 2021, 07:16:20 pm »
Esta semana surgiram notícias de possíveis reacções adversas fatais relativamente às vacinas da AstraZeneca.

https://www.thetimes.co.uk/article/denmark-halts-oxford-astrazeneca-vaccine-after-death-rc0dh026p

https://www.livemint.com/news/world/italy-ban-on-astrazeneca-batch-follows-two-deaths-in-sicily-11615472376451.html

Adivinhem então quem é que recebeu uma notificação ontem ao final da tarde para levar a primeira dose da vacina da AstraZeneca hoje às 17:00?
Portanto se não me virem mais por aqui já sabem que fui mais um para a estatística.  ;D ;D ;D ;D

Passei apenas para te desejar boa viagem, então, já são às 19:16 ainda estas vivo?  ;D
« Última modificação: Março 12, 2021, 07:17:29 pm por Daniel »
 

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Daniel

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Re: Coronavirus
« Responder #2101 em: Março 12, 2021, 07:20:09 pm »
Alguns peritos já falam numa quarta vaga de Covid-19. Será que é inevitável?
https://visao.sapo.pt/visaosaude/2021-03-12-alguns-peritos-ja-falam-numa-quarta-vaga-de-covid-19-sera-que-e-inevitavel/
Citar
Depois de as medidas de confinamento chegarem ao fim, será inevitável”. Para Chris Whitty, o diretor geral da saúde inglês, a quarta vaga acabará por surgir, mal volte a ser permitido o ajuntamento de pessoas em espaços fechados – algo que, no Reino Unido, está previsto para meados de maio, segundo o plano de desconfinamento anunciado pelo primeiro-ministro britânico Boris Johnson.

Segundo disse Whitty aos deputados britânicos esta semana, será mesmo muito “perigoso” acelerar o roteiro anunciado, arriscando novo pico nas hospitalizações e mortes, apesar de o plano de vacinação estar a ser considerado “um sucesso”. Ou seja, mesmo com quase todos os britânicos mais vulneráveis já vacinados, alguns continuarão a ser suscetíveis de desenvolver doença grave – já que, como se sabe, a vacina não é cem por cento eficaz.

Daí que, quando questionado se as medidas poderiam ser revogadas mais depressa, à luz da rápida queda do número de casos oficiais, Whitty tenha insistido nas cinco semanas entre cada fase, para garantir que “a flexibilização das regras não conduza a novo pico”. E lembrou que os países mais bem-sucedidos estão a apostar numa estratégia diferente – como é o caso de Hong-Kong e da Nova Zelândia, que têm conseguido manter os seus números muito próximos do zero porque “têm decretado bloqueios locais sempre que uma nova infeção é descoberta”.

Following a decrease in #COVID19 incidence in the Region since early February, there are concerning early signs of a resurgence in central and eastern #Europe and the Balkans. The fire is not out. https://t.co/JZdyaRQQ1Q
— Hans Kluge (@hans_kluge) March 2, 2021
São declarações que vão ao encontro dos receios revelados pela Organização Mundial da Saúde, no final da semana passada, ao alertar para uma subida de 9 por cento de novos casos na Europa, depois de várias semanas em queda. Segundo referiu Hans Kluge, diretor regional europeu da OMS, no Twitter, os dados decretam “o fim de um promissor declínio” que durava já há seis semanas. “Estamos a assistir a um ressurgimento de casos na Europa Central e Oriental – tal como em outros países na Europa Ocidental, onde as taxas já eram elevadas”, acrescentou. A razão? A variante detetada no Reino Unido, agora responsável por mais de metade das infeções locais.

Tendência generalizada…

Em causa estão os aumentos bastante acentuados em países como a República Checa (o pior país da União Europeia), tal como as Estónia ou a Hungria – além dos aumentos, embora mais ligeiros, também detetados na Alemanha, Bélgica ou França. Também no Luxemburgo, notou aquele responsável, havia um aumento de 5 por cento de casos, confirmando a tendência generalizada no continente.

Um cenário que também não está propriamente afastado em Portugal, depois da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, também ter reconhecido que “o País poderá enfrentar uma nova vaga nos próximos meses”, mesmo com a atual campanha de vacinação em curso.

“Depende muito, claro, de como decorrer o nosso desconfinamento”, comenta Henrique Lopes, especialista em saúde pública e membro da task-force para a Covid-19 da Associação de Escolas de Saúde Pública da Região Europeia (ASPHER), assumindo que é o caso já tanto do longínquo Irão como da bem mais próxima República Checa – e que os casos sobem igualmente de forma preocupante na Eslováquia, na Polónia e até em Israel, onde boa parte da população já está vacinada. É que, como explica, “as vacinas são fundamentais para travar a epidemia, mas não são um manto de proteção total. Mal as pessoas baixaram a guarda, o número de casos voltou a subir. E o número de casos graves também não desceu tanto como se desejaria…”.

…na Europa e na América?

Também nos Estados Unidos, voltaram a soar os alarmes. Depois de Estados como o Texas e o Mississipi terem anunciado o levantamento de restrições e a abertura a 100 por cento, não demorou a que Anthony Faucci, o epidemiologista chefe dos EUA, tenha considerado tais políticas de “uma enorme imprudência”, antecipando assim um maior risco de uma nova vaga.


I know that stamina has worn thin & fatigue appears to be winning, but we must continue to fight against #COVID19. Wear a well-fitting mask, avoid travel & crowds, social distance, & practice good hand hygiene. Now more than ever, we must do all we can to #StopTheSpread. https://t.co/ETXcHukJdT
— Rochelle Walensky, MD, MPH (@CDCDirector) March 3, 2021
Como disse Faucci em entrevista à CNN, isso já acontecera antes, “sempre que se tentou abrir o país”, com “ressaltos muito problemáticos”. Rochelle Walenski, uma das responsáveis do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), também reconheceu que, ao fim de um ano de restrições, havia uma “preocupante” mudança de comportamento. “A resistência esgotou-se”, disse, em conferência de imprensa, “a fadiga está a vencer e as medidas que tomámos para travar a pandemia estão agora a ser ignoradas com demasiada frequência e de forma flagrante

Não se preocupem vai ficar tudo bem  :-P é que já vem um 4 vaga a caminho.
 

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Re: Coronavirus
« Responder #2102 em: Março 12, 2021, 09:30:03 pm »
Uma vacina anti-Covid-19 em forma de pó


 

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Re: Coronavirus
« Responder #2103 em: Março 13, 2021, 09:13:08 am »
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: Coronavirus
« Responder #2104 em: Março 13, 2021, 03:48:38 pm »
Esta semana surgiram notícias de possíveis reacções adversas fatais relativamente às vacinas da AstraZeneca.

https://www.thetimes.co.uk/article/denmark-halts-oxford-astrazeneca-vaccine-after-death-rc0dh026p

https://www.livemint.com/news/world/italy-ban-on-astrazeneca-batch-follows-two-deaths-in-sicily-11615472376451.html

Adivinhem então quem é que recebeu uma notificação ontem ao final da tarde para levar a primeira dose da vacina da AstraZeneca hoje às 17:00?
Portanto se não me virem mais por aqui já sabem que fui mais um para a estatística.  ;D ;D ;D ;D

Nada de efeitos secundários!?  :mrgreen:
 

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Re: Coronavirus
« Responder #2105 em: Março 14, 2021, 01:16:49 pm »
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Re: Coronavirus
« Responder #2107 em: Março 15, 2021, 12:55:18 am »
Esta semana surgiram notícias de possíveis reacções adversas fatais relativamente às vacinas da AstraZeneca.

https://www.thetimes.co.uk/article/denmark-halts-oxford-astrazeneca-vaccine-after-death-rc0dh026p

https://www.livemint.com/news/world/italy-ban-on-astrazeneca-batch-follows-two-deaths-in-sicily-11615472376451.html

Adivinhem então quem é que recebeu uma notificação ontem ao final da tarde para levar a primeira dose da vacina da AstraZeneca hoje às 17:00?
Portanto se não me virem mais por aqui já sabem que fui mais um para a estatística.  ;D ;D ;D ;D

Requiem ?
 

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Re: Coronavirus
« Responder #2109 em: Março 15, 2021, 12:57:28 pm »
Nas primeiras 24h após tomar a vacina, para além duma ligeira dor no local da injecção, não senti nada. Não tive febre nem nada de grave. Passadas exactamente 24h foi como se tivesse sido atropelado por um comboio. Doía-me o corpo todo, especialmente o braço esquerdo. Ben-u-ron e cama. No dia seguinte continuava a doer o corpo mas mais suavemente. Apesar disso qualquer esforçozinho que fizesse deixava-me de rastos. Passei o domingo quase todo a dormir.
Hoje ainda tenho dores no braço, mas no corpo só tenho uma sensação de cansaço.

De resto, nada de grandes problemas.
Tanta notícia sobre a AstraZeneca, mas ninguém fala que as vacinas da Pfizer e Moderna têm uma probabilidade de efeitos adversos muito graves maior do que a maioria das vacinas. Normalmente o risco de choque anafilático em vacinas é na ordem de 1 em 1milhão. As da Pfizer e Moderna têm um risco de 1 em 100mil. É óbvio que é preciso tirar a limpo a questão das reacções adversas, mas até agora ainda ninguém parou a vacinação destas marcas por um número superior de casos de anafilaxia.
Presume-se que nestes casos todos, o problema sejam os excipientes que têm quase todos polietilenoglicol ou derivados com estruturas semelhantes. Foram emitidos alertas pela CDC e EMA para alertar para o maior risco de choque anafilático, mas não se parou a vacinação. No Reino Unido, onde a AstraZeneca teve aprovação no final do ano passado e tem sido usado extensivamente, não existem registos fora do normal e os número de efeitos secundários é praticamente igual ao das outras vacinas em circulação.
Por isso parece-me que, no máximo, poderá ser caso de ter sido um problema na fabricação de alguns lotes, mas que a investigação vai colocar novamente a vacina em circulação nesses países.
 
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Re: Coronavirus
« Responder #2110 em: Março 15, 2021, 01:41:38 pm »
Nas primeiras 24h após tomar a vacina, para além duma ligeira dor no local da injecção, não senti nada. Não tive febre nem nada de grave. Passadas exactamente 24h foi como se tivesse sido atropelado por um comboio. Doía-me o corpo todo, especialmente o braço esquerdo. Ben-u-ron e cama. No dia seguinte continuava a doer o corpo mas mais suavemente. Apesar disso qualquer esforçozinho que fizesse deixava-me de rastos. Passei o domingo quase todo a dormir.
Hoje ainda tenho dores no braço, mas no corpo só tenho uma sensação de cansaço.

De resto, nada de grandes problemas.
Tanta notícia sobre a AstraZeneca, mas ninguém fala que as vacinas da Pfizer e Moderna têm uma probabilidade de efeitos adversos muito graves maior do que a maioria das vacinas. Normalmente o risco de choque anafilático em vacinas é na ordem de 1 em 1milhão. As da Pfizer e Moderna têm um risco de 1 em 100mil. É óbvio que é preciso tirar a limpo a questão das reacções adversas, mas até agora ainda ninguém parou a vacinação destas marcas por um número superior de casos de anafilaxia.
Presume-se que nestes casos todos, o problema sejam os excipientes que têm quase todos polietilenoglicol ou derivados com estruturas semelhantes. Foram emitidos alertas pela CDC e EMA para alertar para o maior risco de choque anafilático, mas não se parou a vacinação. No Reino Unido, onde a AstraZeneca teve aprovação no final do ano passado e tem sido usado extensivamente, não existem registos fora do normal e os número de efeitos secundários é praticamente igual ao das outras vacinas em circulação.
Por isso parece-me que, no máximo, poderá ser caso de ter sido um problema na fabricação de alguns lotes, mas que a investigação vai colocar novamente a vacina em circulação nesses países.

Maravilha correu tudo bem ótimo, do vírus já não morres,  ;D  mas andas que meio fracote, o meu pai com 86 anos tomou a vacina e nada, não teve qualquer sintoma, nem dor no braço nada o velhote é rijo. :mrgreen:
 
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Re: Coronavirus
« Responder #2111 em: Março 15, 2021, 03:01:27 pm »
"O SARS-CoV-2 não vai desaparecer. Vamos ser infetados em média uma vez a cada dois ou cinco anos", afirma imunologista
https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/o-sars-cov-2-nao-vai-desaparecer-vamos-ser-infetados-em-media-uma-vez-a-cada-dois-ou-cinco-anos-adverte-imunologista
Quem o diz é o imunologista Marc Veldhoen, do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM). Em entrevista ao SAPO Lifestyle, o investigador holandês diz que após a vacinação contra a COVID-19 estaremos mais preparados para conviver com o SARS-CoV-2, embora continuaremos em risco de contrair novas infeções - ainda que menos graves. O cientista descarta a necessidade da toma de uma vacina anual contra a doença e recomenda pensar duas vezes antes de marcar férias este ano.

Citar
Quando é que podemos começar a viver sem qualquer restrição por causa da pandemia?

Esta é “a pergunta importante”, não é?

A pergunta de um milhão de euros...

Sim, sem dúvida. Vai depender muito do decurso do processo de vacinação, mas sobretudo na entrega de vacinas. Esperemos que em julho a maioria das restrições tenham sido reduzidas em toda a Europa e possamos ir às compras de novo ou ver a família, por exemplo. Mas provavelmente será necessário manter várias precauções, como o distanciamento físico e o uso de máscaras em situações em que não é possível manter o distanciamento. Este tipo de medidas não deve desaparecer tão cedo. Eventualmente vão deixar de ser necessárias, mas a verdade é que quando todos estivermos vacinados vamos ter de continuar a ter cuidado.

Porquê?

O vírus continuará em circulação e não teremos vacinas suficientes para vacinar 100% da população mundial. Por isso, algumas precauções continuarão a ser necessárias, embora possamos voltar às nossas vidas com bastante mais liberdade do que a que temos agora.
"O vírus vai continuar a infetar-nos. O SARS-CoV-2 não vai desaparecer. Vamos ser infetados em média uma vez a cada dois ou cinco anos"

Quando é que podemos esperar que toda a população esteja imunizada?

É difícil fazermos previsões desse género, especialmente porque sabemos que há problemas na produção de vacinas e na sua entrega na Europa. O Reino Unido está a sair-se muito bem nesse processo, por isso no final de julho todos os cidadãos deste país deverão ter pelo menos uma dose da vacina. Na Holanda essa meta deverá ser atingida em setembro segundo as previsões do Governo. Em Portugal fala-se em 70% da população no final do verão. Em todo o caso, se as pessoas dos grupos vulneráveis já estiverem vacinadas nessa altura estaremos numa situação muito melhor. Portanto, se estas metas forem atingidas é provável que toda a população nestes países esteja vacinada até ao final do ano.

Mas, entretanto, surgiram as novas mutações do vírus. Precisaremos de uma vacinação anual?

Um coronavírus não é a mesma coisa que um vírus da gripe que pode mutar muito facilmente. O mesmo não acontece com os coronavírus que têm a famosa proteína Spike. Sabemos que este agente patogénico não é um vírus humano e não começou no ser humano. Saltou entre espécies e foi bem-sucedido nisso. No último ano, temos assistido ao aparecimento de mutações e isso acontece para que este se adapte ao ser humano e se multiplique melhor. Mas o denominador comum é a proteína Spike que se mantém à superfície do vírus. Sem ela, este coronavírus não se liga ao ser humano. Ainda que haja mais mutações, elas não serão completamente diferentes, nem demasiado rápidas, ao ponto de os anticorpos que existem no ser humano – decorrentes da vacinação ou de uma infeção prévia – não as consigam identificar. É por isso que eu acho que não precisaremos de vacinações anuais.

Em segundo lugar, o vírus vai continuar a infetar-nos. O SARS-CoV-2 não vai desaparecer. Vamos ser infetados em média uma vez a cada dois ou cinco anos. As outras proteínas que estão neste coronavírus, para as quais os seres humanos desenvolveram resposta imunitária, também vão manter-se no vírus. Por isso, mesmo que sejamos infetados no futuro pelo vírus SARS-CoV-2, os anticorpos que já temos no organismo vão conseguir atacar a invasão desse agente infecioso e provavelmente não vamos ficar doentes. Ou se ficarmos doentes, vamos desenvolver poucos sintomas, semelhantes a uma constipação.

Por isso não será necessário uma nova vacinação?

Claro que haverá exceções. Se houver novamente uma grande incidência da doença, talvez seja recomendado que pessoas em condições extremas, como os transplantados ou portadores de determinadas doenças crónicas, sejam de novo vacinados. No entanto, não acredito que venha a ser necessária uma vacinação anual contra o SARS-CoV-2. Eventualmente acredito que, em determinados casos, possa ser útil uma terceira dose de vacinação, sobretudo para os mais vulneráveis, mas ainda não sabemos.

Quando a população estiver toda vacinada, poderemos abandonar o distanciamento social e o uso de máscara?

Acredito que sim, mas nalguns alguns países, como no Reino Unido e Estados Unidos, as autoridades de saúde já vieram alertar para a possibilidade de no próximo inverno ser necessário de novo o uso generalizado de máscaras e o distanciamento físico. No entanto, se conseguirmos avançar com o processo de vacinação e estendê-lo a toda a população, talvez essas medidas não sejam necessárias.

Teremos um ano normal em 2022?

O próximo ano não vai ser normal, porque as pessoas não vão estar vacinadas no resto do mundo. Muitos países continuarão a ter infeções e continuaremos a ter novas mutações a surgir. Mas, sim, poderemos ir de férias no próximo ano, para Espanha ou Grécia, por exemplo.

"As pessoas acham que anticorpos é o mesmo que imunidade e julgam que se não tivermos anticorpos é porque não estamos imunes. Isso não é bem verdade"

Mas não é seguro marcar férias já este ano?

Eu teria cuidado em marcar férias este ano. A situação ainda é sensível e, na minha opinião, as pessoas devem aguardar até lá.

Quais serão as consequências deste vírus no futuro?

Temos agora mais um vírus a ameaçar a população humana. Isso nunca é bom. Já tínhamos outros quatro coronavírus. Este é o quinto e é mais perigoso. Por isso, no futuro, no caso das pessoas imunodeprimidas ou de idade mais avançada, mesmo tendo feito a vacina há quatro ou cinco anos, a infeção por este vírus juntamente com estas questões poderá contribuir para o aumento da gravidade dos sintomas e da mortalidade. Por isso teremos que estar atentos à sua evolução.

Ter alguns anticorpos é o mesmo que ter imunidade?

As pessoas acham que anticorpos é o mesmo que imunidade e julgam que se não tivermos anticorpos é porque não estamos imunes. Isso não é bem verdade. Ainda que tenhamos anticorpos, que são importantes, nós também temos as células B, ou linfócitos B, que são as células que criam anticorpos. Depois também temos as células T, que atacam as células que estão infetadas. Estes dois tipos de células não se medem através dos anticorpos e mantêm-se no organismo durante muito tempo. Ou seja, o nível de anticorpos contra o SARS-CoV-2 após uma infeção ou vacinação até pode baixar ou desaparecer, mas estes tipos de células vão manter-se e por isso vão poder gerar uma resposta imunitária mais rápida e eficaz no caso de uma nova infeção.

Então não fará sentido esperar para ser vacinado com um fármaco que abranja novas estirpes?

Exatamente. Não vale a pena esperar para ser vacinado por uma nova vacina. Não mesmo. Não recomendo, porque estas vacinas atuais que estão a ser utilizadas já vão ajudar a desencadear uma resposta imunitária segura. As pessoas até poderão contrair a infeção, mas não terão sintomas ou, se tiverem, serão muito leves.

Mas alguns laboratórios anunciaram que vão testar novas vacinas que abranjam as novas variantes...

Claro, isso é o mais correto, porque embora estejamos convencidos que as vacinas que já existem nos conferem proteção, ao sabermos que elas podem ter um pouco menos de proteção para estas variantes, devemos adaptá-las para otimizar esse nível de resposta imunitária. No entanto, uma nova versão da vacina não significa que a vacina antiga já não funciona. É melhor ter já uma resposta imunitária basal, do que não ter qualquer resposta imunitária. Dou um exemplo: imagine que é infetado mesmo estando vacinado. Nesse caso, a sua infeção será praticamente assintomática e produzirá poucas partículas virais, logo a probabilidade de infetar outras pessoas será muito baixa. Não vale a pena esperar por uma vacina mais evoluída. Não, de todo.

Podemos confiar na ciência no que toca ao combate a esta pandemia?

Devemos confiar no sistema científico. Muitas vezes os cientistas usam uma linguagem que pode parecer hesitante. Em ciência, nós temos a hipótese e depois testamos a hipótese. Enquanto vamos ganhando mais e mais confiança na hipótese testada, pode surgir uma nova descoberta que pode levar ao ajuste da hipótese. Por isso, em ciência, somos cautelosos e usamos muito expressões como “pode”, “talvez”, “não podemos ter a certeza”, mas essa é a forma como os cientistas produzem conhecimento. No entanto, podemos estar confiantes quando dizemos que temos boas vacinas que nos dão bons anticorpos e uma boa resposta imune. Disso não há dúvidas.

A entrevista foi conduzida em inglês e traduzida pelo jornalista para português.
 
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Re: Coronavirus
« Responder #2112 em: Março 15, 2021, 03:26:04 pm »
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Re: Coronavirus
« Responder #2113 em: Março 15, 2021, 04:51:53 pm »


Hahahahahahaha  :mrgreen: será que ele se está a referir ao COSTA...
 

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Re: Coronavirus
« Responder #2114 em: Março 15, 2021, 05:38:16 pm »
Nas primeiras 24h após tomar a vacina, para além duma ligeira dor no local da injecção, não senti nada. Não tive febre nem nada de grave. Passadas exactamente 24h foi como se tivesse sido atropelado por um comboio. Doía-me o corpo todo, especialmente o braço esquerdo. Ben-u-ron e cama. No dia seguinte continuava a doer o corpo mas mais suavemente. Apesar disso qualquer esforçozinho que fizesse deixava-me de rastos. Passei o domingo quase todo a dormir.
Hoje ainda tenho dores no braço, mas no corpo só tenho uma sensação de cansaço.

De resto, nada de grandes problemas.
Tanta notícia sobre a AstraZeneca, mas ninguém fala que as vacinas da Pfizer e Moderna têm uma probabilidade de efeitos adversos muito graves maior do que a maioria das vacinas. Normalmente o risco de choque anafilático em vacinas é na ordem de 1 em 1milhão. As da Pfizer e Moderna têm um risco de 1 em 100mil. É óbvio que é preciso tirar a limpo a questão das reacções adversas, mas até agora ainda ninguém parou a vacinação destas marcas por um número superior de casos de anafilaxia.
Presume-se que nestes casos todos, o problema sejam os excipientes que têm quase todos polietilenoglicol ou derivados com estruturas semelhantes. Foram emitidos alertas pela CDC e EMA para alertar para o maior risco de choque anafilático, mas não se parou a vacinação. No Reino Unido, onde a AstraZeneca teve aprovação no final do ano passado e tem sido usado extensivamente, não existem registos fora do normal e os número de efeitos secundários é praticamente igual ao das outras vacinas em circulação.
Por isso parece-me que, no máximo, poderá ser caso de ter sido um problema na fabricação de alguns lotes, mas que a investigação vai colocar novamente a vacina em circulação nesses países.

Ainda bem que já está a recuperar bem.
Julgo que este foco está relacionado com a "guerra" aberta entre a UE e a AstraZeneca pela quebra acentuada no fornecimento de vacinas e não por causa de nenhum aspecto científico. Se está recordado havia a recomendação de não vacinar maiores de 65 anos..... agora já podem....... agora são os coágulos no sangue!!!!!!!!