Política em Portugal

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Cabeça de Martelo

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Re: Política em Portugal
« Responder #120 em: Agosto 07, 2020, 12:24:23 pm »
Líder de corrente conservadora no CDS deixa partido e adere ao Chega

O militante do CDS-PP Pedro Borges de Lemos, da corrente não formalizada “CDS XXI”, anunciou hoje que se desfiliou do partido, com críticas à direção, e manifestou-se disponível para aderir ao Chega.



“Em virtude das declarações dadas pelo presidente do CDS-PP à Visão em que afirmou que a minha presença na manifestação ‘Portugal não é racista’ , "constituía uma infração passível de ser apreciada pelos órgãos de jurisdição do partido", sou a declarar que lhe enviei hoje a minha desfiliação do CDS-PP, onde era militante desde 2013”, revelou, em comunicado enviado à agência Lusa.

Pedro Borges de Lemos, advogado, era militante de base do CDS-PP desde 2013, não integrando qualquer órgão dirigente, mas liderava desde 2017 uma corrente interna designada CDSXXI, que defendia um “partido conservador e assumidamente de direita”.

Crítico do que classificou como "deriva liberal" das anteriores direções de Paulo Portas e Assunção Cristas, Borges de Lemos apoiou Francisco Rodrigues dos Santos no Congresso de janeiro para a liderança do CDS-PP, no qual apresentou uma moção.

Contudo, criticou, o percurso de Rodrigues dos Santos desde aí “tem sido o percurso de alguém a quem falta a força, a coragem e a personalidade de um líder, com um discurso imberbe e refém de uma máquina partidária inane de ideias e de ações”.

Afirmando que já não se identifica com “este CDS”, Pedro Borges de Lemos elogiou a “recetividade e solidariedade do Chega e do seu líder”, André Ventura, declarando-se “aberto desde já a servir Portugal na única força política de direita que tem demonstrado a coragem de combater o sistema em todas as suas fraquezas”.

Pedro Borges de Lemos participou na concentração promovida pelo Chega no domingo passado, em Lisboa, sob o mote "Portugal não é racista".

Numa entrevista publicada na edição de quinta-feira da revista Visão, o presidente do CDS-PP considerou que "a ação de Borges de Lemos constitui uma infração que pode ser apreciada pelos órgãos de jurisdição do partido", acrescentando que o processo já chegou aos órgãos disciplinares.

Para Francisco Rodrigues dos Santos, juntar "centenas de pessoas nas ruas em plena crise pandémica, depois de tantas mortes e sacrifícios, é uma imoralidade e um insulto a quem está a sofrer".

"Aos políticos, a todos eles, seja aos Venturas ou aos Borges de Lemos desta vida, pede-se que coloquem de parte o oportunismo e que deem o exemplo", declarou.

Sobre o Chega, Francisco Rodrigues dos Santos considerou ainda que o partido que elegeu o deputado André Ventura está "cada vez mais distante dos valores do centro-direita democrático e popular" e que a possibilidade de entendimentos com aquele partido é, "neste momento, nula"

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/lider-de-corrente-conservadora-no-cds-deixa-partido-e-adere-ao-chega
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 
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Re: Política em Portugal
« Responder #121 em: Agosto 11, 2020, 01:46:33 am »
A trituradora
Helena Matos

Chegou a vez dos veterinários. A geringonça atira-se aos técnicos com a firmeza de uma trituradora. O activismo faz xeque-mate à competência. E, por agora, ganha.

O primeiro-ministro com uma indignação e uma assertividade que não se lhe viram aquando dos incêndios de Pedrogão, declarou no parlamento a propósito do incêndio de um canil em Santo Tirso, perante o menear assertivo de cabeça de André Silva do PAN: “Vi aquilo que foi de facto o que disse e bem, o massacre chocante dos animais em Santo Tirso. É absolutamente intolerável o que aconteceu. Quanto à orgânica do Estado, não tenho dúvidas que a temos que repensar porque obviamente a Direção-Geral da Alimentação e Veterinária não está feita para cuidar de animais de estimação e manifestamente não tem revelado capacidade ou competência de se ajustar à nova realidade legislativa que temos”. Aquilo que António Costa designa como nova realidade legislativa é a submissão da competência técnica às tácticas dos políticos: a nova realidade legislativa nesta matéria é um absurdo. E para mais um absurdo que não se consegue cumprir.

Recordo que em 2016 o parlamento aprovou por unanimidade legislação proibindo o abate de animais nos canis municipais. Em 2020, o resultado dessa legislação está aí na proliferação de “abrigos” infectos, canis municipais superlotados e matilhas de “cães errantes”. Mas o país, incapaz de pedir contas aos políticos pela aprovação de legislação por razões absolutamente populistas (o PAN chegara ao parlamento em 2015 e era grande o medo entre os demais partidos de perderem votos para os auto-proclamados defensores dos animais) assiste agora desinteressado a este ataque de António Costa a um serviço estatal que manifestamente não podia cumprir uma legislação desadequada à realidade. Afinal nunca como agora se falou tanto em Natureza, ambiente, campo… mas nunca o desconhecimento e o desinteresse sobre tudo isso foi tão grande: os ataques de “cães errantes” (versão politicamente correcta dos outrora vadios ou assilvestrados) a rebanhos mal são notícia fora das colunas dos jornais locais. A versão Disney da vida rural não concebe que uma matilha desses cães mate cabras e ovelhas ou que ataque as populações rurais.

A criação de uma direcção-geral à medida dos interesses do PAN será provavelmente o próximo passo pois o incêndio no canil de Santo Tirso tornou-se o pretexto para satisfazer uma exigência do PAN: a amputação da Direcção-Geral de Veterinária (DGAV) através da criação de uma muito fofinha direcção-geral dita de “defesa da protecção e bem-estar animal” versus a DGAV que segundo o PAN é “produtivista e de defesa dos interesses dos agentes económicos”. Esta concepção do PAN do bem-estar animal versus os interesses económicos é uma falácia: os interesses económicos associados ao mundo “não produtivista” dos animais de companhia são enormes. Não por acaso encontramos fabricantes de rações e prestadores de serviços para animais de companhia a patrocinarem as associações que dizem defender cães e gatos: este é um mercado que vale mais de 750 milhões de euros por ano. O PAN não vê interesses económicos nas teses de que temos de recolher, alimentar e tratar todos os animais susceptíveis de serem definidos como de companhia?

Quanto à transferência entretanto anunciada  dos animais ditos de companhia para a tutela do ministério do Ambiente é um absurdo: por exemplo, o ministério do Ambiente vai aceitar a existência de matilhas de cães errantes em zonas protegidas, como acontece na Arrábida? Ou na praia de São Jacinto? E a destruição que estes provocam das espécies protegidas? E a degradação dos ecossistemas?

Os parceiros do PS no Governo têm mostrado um interesse voraz pelo controlo dos serviços que nos habituámos a considerar técnicos: em 2017, a directora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Luísa Maia Gonçalves, foi afastada porque deu parecer negativo à nova Lei de Estrangeiros nascida de um projecto do BE (quem se mete com o BE leva!). Já a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CRESAP) foi colocada por António Costa numa espécie de estado vegetativo quando não é desautorizada e enxovalhada pelo Governo como aconteceu aquando da escolha do Director-Geral da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público em que o Governo recusou todos os nomes indicados pela CRESAP com o argumento expresso em despacho da secretária de Estado da Administração Pública de que entre os não indicados pela CRESAP fora identificado “um candidato com um perfil mais compatível com as orientações estratégicas definidas”.

E aqui chegamos a um ponto incontornável do nosso presente e a uma condicionante terrível do nosso futuro: a administração pública tem vindo a perder qualidade. Traduzindo, as tristes figuras da Directora-Geral de Saúde não são uma excepção nem uma anomalia, pelo contrário correspondem a um padrão crescente pois a competência técnica tem vindo a ser desvalorizada face à subserviência mostrada perante o poder político. Em sectores como a investigação criminal são já evidentes os sinais de que dificilmente se aceitará que as investigações não confirmem as teses dos activistas que funcionam como milícias mediáticas da esquerda radical, veja-se como o homicídio de Bruno Candé foi logo definido como racismo e, se por acaso a investigação não confirmar essa certeza antecipada, já se sabe que alguém vai ter o seu nome escrito nos jornais. A geringonça, imagem com o seu quê infantil de estrutura desajeitada, é na verdade uma trituradora cada vez mais pesada das vontades e competências.

PS: Num sinal da regressão dos tempos somos compulsivamente levados a tratar os animais com termos humanos  e os humanos como uma alínea do expediente burocrático: adoptamos cães mas somos cuidadores informais dos nossos pais. Recusar usar este dialecto dos tempos que correm é um exercício que não sei se vale a pena mas garanto que é tão cansativo que deve queimar tantas calorias quanto uma ida ao ginásio.

https://observador.pt/opiniao/a-trituradora/

Como referem nos comentários, acabaram com os abates de animais nos canis e gatis, agora temos 16 000 animais abandonados por ano e adoptados 4 000!!!!! É fazer as contas!!!!! Qualquer dia o PAN pede para terem direito a voto e subvenções do estado..... (dava um sketch do Diácono Remédios!!!!!!)
 
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Re: Política em Portugal
« Responder #122 em: Agosto 11, 2020, 11:02:37 am »
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: Política em Portugal
« Responder #123 em: Agosto 12, 2020, 12:30:17 pm »
Quando um Povo/Governo não Respeita as Suas FFAA, Não Respeita a Sua História nem se Respeita a Si Próprio  !!
 

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Re: Política em Portugal
« Responder #124 em: Agosto 12, 2020, 03:27:56 pm »
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Daniel

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Re: Política em Portugal
« Responder #125 em: Agosto 14, 2020, 07:41:50 pm »
Diretor do Inimigo Público "perplexo" com queixa da PSP devido a cartoon
https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/diretor-do-inimigo-publico-perplexo-com-queixa-da-psp-devido-a-cartoon

Citar

A PSP anunciou hoje que vai apresentar queixa contra o jornal Público pela publicação, no suplemento satírico Inimigo Público, de um cartoon com uma figura vestida de uniforme, "aparentemente relacionado com uma ação com conotação política" junto à sede da SOS Racismo.

"Não deixo de ficar perplexo", começou por dizer Luís Pedro Nunes à Lusa.

"Estou espantado, numa semana que foi das mais complexas dos últimos tempos a nível a questões ligadas ao racismo, às ameaças a deputados, a declarações dos vários setores da sociedade portuguesa, a direção nacional da PSP arranjou tempo para, aparentemente, processar um cartoon do Inimigo Público à sexta-feira", apontou.

"Sou diretor do Inimigo Público desde 2004, fazemos isto semanalmente, milhares de cartoons, nunca fomos processados", salientou Luís Pedro Nunes.

"Acho um pouco estranho, tanto mais que isto começou de manhã com exigência do Movimento Zero para que a direção nacional fizesse alguma coisa", acrescentou.

"Quando uma sociedade que está com problemas mediatizados a nível de questões sociais vai atrás de cartoons ou se vira contra os cartoons, nós já sabemos que isso é um sintoma de algo está verdadeiramente mal", prosseguiu.

"Os cartoonistas, ultimamente, têm sido as primeiras vítimas de que qualquer coisa está errada na sociedade", considerou.

Além disso, no que respeita ao cartoon hoje publicado, "nem sequer se pode dizer que [aquele] é aquilo que está a ser acusado", sublinhou Luís Pedro Nunes.

"Estamos a falar de um jornal satírico", enfatizou o diretor do Inimigo Público.

Luís Pedro Nunes, que lamentou ter de explicar um cartoon em 2020, disse à Lusa que, perante a imagem da semana da manifestação frente à organização do SOS Raciscmo, decidiu extrapolá-la, em conjunto com o cartoonista Nuno Saraiva, para a sociedade portuguesa.
O cartoon extrapola as "manifestações de racismo que se escondem atrás da máscara do André Ventura, foi este o conceito", no qual se inclui desde o adepto de futebol até à polícia, porque "aqui e ali há sinais de que há polícias que têm este tipo de manifestações".

Contactado pela Lusa, também o ilustrador Nuno Saraiva considerou, em reação ao anúncio da queixa pela PSP, criminoso atentar contra a liberdade de expressão e mostrou-se “preocupado” com o rumo do país.

“Criminoso é acharem que isto é um crime, que um criativo, um jornalista, um ‘opinion maker’, um cartoonista não pode ter direito à sua liberdade de expressão”, afirmou Nuno Saraiva, em declarações à Lusa.

Realçando que nem sequer é adepto dos cartoons “mais escatológicos e altamente ofensivos”, do género dos do jornal satírico francês Charlie Hebdo, o ilustrador português considera que este é até “um cartoon bastante pacífico”.

Por isso mesmo, julga “absolutamente exagerado e sem sentido para uma queixa-crime”.

Quanto a esta possibilidade, Nuno Saraiva deixa claro que não está minimamente preocupado consigo, mas sim com “o caminho que o país está a trilhar”.

“Parece que estamos a dar uma reviravolta para mais de 40 anos atrás, isso é que me preocupa. E o silêncio institucional preocupa-me também”, afirmou, considerando que nos últimos tempos sente que “está tudo muito pesado e esquisito”, uma situação que, confessa, o “assusta”.

No entanto, Nuno Saraiva deixa claro que não vai explicar o seu cartoon: “Um cartoon vale por si. Os desenhos ilustrados têm a faculdade de ter várias interpretações”.

WTF  :o
 

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Re: Política em Portugal
« Responder #126 em: Agosto 14, 2020, 07:58:53 pm »
Aí então estava à espera de quê ao desenhar lá um agente da PSP? Qual era a intenção?

Depois pode ir fazer companhia a este:

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Daniel

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Re: Política em Portugal
« Responder #127 em: Agosto 14, 2020, 08:18:41 pm »
Aí então estava à espera de quê ao desenhar lá um agente da PSP? Qual era a intenção?

Depois pode ir fazer companhia a este:



Mas esse idiota, proferiu palavras contra a polícia e não vi caixa contra o idiota nem contra o SOS racismo.
Vivemos em democracia ou não, parece que estamos na Russia, China wtf.
 

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Re: Política em Portugal
« Responder #128 em: Agosto 15, 2020, 02:57:33 pm »


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typhonman

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Re: Política em Portugal
« Responder #129 em: Agosto 15, 2020, 05:45:58 pm »
Cuidado com a policia do politicamente correto, ainda acham que este fórum é neonazi.

 
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Re: Política em Portugal
« Responder #130 em: Agosto 17, 2020, 04:01:37 pm »
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Viajante

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Re: Política em Portugal
« Responder #131 em: Agosto 17, 2020, 05:27:35 pm »
Portugal não é racista: brancos ou pretos, os velhos podem todos morrer de abandono por igual.

No lar de Reguengos morreu-se por falta de medicamentos e de água. Mas a ministra declara: "O meu objectivo não é apurar a responsabilidade de surtos nos lares". Qual será então o seu objectivo?

No lar de Reguengos o pessoal da cozinha e do refeitório mudava pensos, algálias e sondas de alimentação. Alguns utentes morreram por falta de medicamentos. Outros por falta de água ou de cuidados. Perante este quadro a ministra Ana Mendes Godinho que tem a tutela dos lares e cujo ministério publica centenas de páginas com decretos, normas e recomendações sobre o funcionamento dos lares declara: “O meu objectivo não é apurar a responsabilidade de surtos nos lares”. Ana Mendes Godinho também informa que não leu o relatório da Ordem dos Médicos sobre o que aconteceu em Reguengos. E, acrescente-se, que estas declarações a ministra assume e não considera terem sido descontextualizadas. Portanto passemos à questão do objectivo que a ministra diz não ter: apurar responsabilidades de surtos nos lares. Mas existem responsabilidades? Afinal os governos estão aí para nos mudar as mentalidades não para governar. O primeiro passo foi exactamente libertarem-se dessa coisa atávica que são as responsabilidades. Houve por acaso responsabilidade em Pedrogão? Na estrada que ruiu em Borba? Aliás, como a dra Graça Freitas afirmou a propósito do acontecido no lar de  Reguengos “Quem sabe gerir este surto é quem cá está, são as forças locais que se organizaram para dar uma resposta. Com os dados que havia foram bem utilizados os recursos.”

Portanto, “quem sabe gerir” organizou-se “para dar um resposta” e “foram bem utilizados os recursos”. Mais a mais localmente. Percebeu-se que algumas mortes podiam ter sido evitadas? Não. Que não se faziam registos clínicos dos idosos, nem das doenças de que padeciam, nem dos medicamentos que tomavam? Nada de nada. Em resumo para a DGS corre tudo bem. E a ministra do do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social não tem como objectivo apurar as responsabilidades do que correu e corre mal nos lares. O meu bem haja a ambas!

Mas pode a senhora ministra estar descansada porque a culpa verdadeiramente falando é dos velhos. Esses velhos que teimam em sobreviver numa sociedade cujos adultos dormem com cães e gatos e mexem mais facilmente em excrementos de cão do que mudam uma fralda a um ser humano. Esses velhos que insistem em ter vida para lá dos dias festivos em que são objecto de fotografias fofinhas. Esses velhos que têm o azar de se manter vivos num tempo em que não se concebe a necessidade de afectar tempo a tratar deles.

Os velhos exigem tempo e responsabilização a sociedades cujos adultos adolescentizaram e que por isso ao mesmo tempo que se mobilizam emotivamente em torno do sofrimento causado a desconhecidos — George Floyd, por exemplo — são incapazes de assumir um encargo real e continuado com um pai ou com uma avó.

Temos de ser capazes de enfrentar o óbvio: é preciso que as famílias se tenham demitido muitíssimo para os lares conseguirem funcionar tão mal por tanto tempo, em países tão diferentes e sem que isso cause um estado de indignação geral. Ou sequer uma reflexão. Por exemplo, na mesma Bélgica que anda agora entretida a derrubar estátuas do colonialista rei Leopoldo, registam-se os valores mais altos do mundo de mortos por Covid por cada milhão de habitantes, sem que na Bélgica ou fora dela se ouça uma pergunta sobre a estranheza desse facto. Na Bélgica morreram até agora 9924 pessoas por Covid. Cinco mil destas pessoas  viviam em lares. Por outras palavras metade dos mortos por Covid na Bélgica eram velhos institucionalizados. Em França esta percentagem será de um terço. Que discussão temos tido sobre estes números? Por exemplo, sobre a dimensão dos lares ou a falta de uma hierarquia capaz de tomar decisões? Recordo que a Bélgica à conta das regiões e das estruturas federais tem o equivalente a seis ministros da Saúde! Mas haverá sempre um rei Leopoldo para desviar as atenções!

Em Espanha terão sido 16 mil os residentes em lares que não resistiram ao Covid ou mais exactamente ao mau funcionamento dos lares que o Covid veio acentuar. Alguém sabe o nome sequer do lar de Madrid onde se estima terem morrido 100 pacientes em circunstâncias agónicas? Como é que isto foi possível em países em que se regula tudo? Porque o lugar dos velhos é um não lugar. O Covid veio mostrar o que nos  temos esforçado para não ver: o abandono dos velhos. Tudo o que para os demais é crime no caso dos velhos é destino. E por isso a ministra Ana Mendes Godinho pode dizer “O meu objectivo não é apurar a responsabilidade de surtos nos lares”.

PS1. A campanha presidencial está num ritmo frenético. Marcelo está omnipresente nos noticiários, salva banhistas que já tinham o nadador salvador por perto e partiu à conquista do eleitorado de direita.

PS2. “Mais um episódio dramático nos EUA: Jovem de 25 anos preso por ter morto uma criança com um tiro na cabeça” — escreve a revista Visão. Nesta notícia existem vários episódios dramáticos. O primeiro deles é obviamente a morte da criança. O segundo é a loucura que varre as redacções: até há algum tempo este titulo seria “Criança de cinco anos morta com um tiro na cabeça por jovem de 25 anos.” Mas estamos em 2020. O atirador é negro, a criança branca e quem escreve quer ficar bem na fotografia do jornalismo-activista. Portanto o episódio dramático em destaque é a prisão do homicida. Escusamos de pensar que no dia em que esta loucura passar vamos reflectir sobre o assunto. Não teremos tempo porque outra causa, igualmente maniqueísta, igualmente urgente andará alucinada pelos títulos.

https://observador.pt/opiniao/portugal-nao-e-racista-brancos-ou-pretos-os-velhos-podem-todos-morrer-de-abandono-por-igual/

Um excelente artigo da Helena Matos sobre a silly season que se vive!!!!!!
 
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Daniel

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Re: Política em Portugal
« Responder #132 em: Agosto 18, 2020, 11:30:13 am »


Força CHEGA a esperança da mudança.   :G-Ok::palmas:
 

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Re: Política em Portugal
« Responder #133 em: Agosto 18, 2020, 12:30:28 pm »
E o PSD só ainda está em 2º por clubismo.
Porque muitos elementos de peso do PSD e CDS estão a passar para o Chega.
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Re: Política em Portugal
« Responder #134 em: Agosto 18, 2020, 02:39:03 pm »
Sondagem da Intercampus presidenciais

Marcelo 67,7%

André Ventura 10 %

Ana Gomes 8,7 %

Marisa Matias 4,2%

Jerónimo de Sousa 2,5%

https://observador.pt/2020/08/18/sondagem-andre-ventura-duplica-intencoes-de-voto-nas-presidenciais-para-10/
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