É sempre interessante ver este empurrar de culpas de A para B. Sim, porque se os drones têm problemas de disponibilidade, seja pela plataforma em si, seja pela falta de pessoal para os operar, é a mudar de comando que estas situações se vão resolver, como que por milagre.
Em futebolês, para o pessoal perceber, se tens uma equipa com metade dos jogadores lesionados/indisponíveis, trocar de treinador não resolve nada. Aqui é igual, trocas no comando não vão mudar nada a nível operacional, especialmente quando parte das dificuldades têm sido causadas pelas aeronaves em si.
Não vejo é ninguém a atribuir culpas ao governo, ou a quem quer que tenha decidido as datas para a realização deste programa, por só se terem lembrado em Maio do ano passado em comprar os ditos sistemas, quando era algo que já vinha na LPM em Março de 2019. Falam em "carácter de urgência", mas não é urgência se 1 ano antes já se sabia que era necessário realizar esta aquisição, e se era urgente, só tinham de começar o programa no Inverno, e não às portas do Verão, como se sucedeu. Para não falar que, a urgência era tal, que escolheram modelos ainda "verdes", muito longe de atingir total capacidade operacional (FOC).
Entretanto, vai ser mais um caso em que, a FAP, com o seu parco orçamento, tem de manter os aparelhos, garantir a sua operacionalidade e ainda formar pessoal para a sua operação, e depois quem usa as aeronaves, são os outros.