Mali reclama ajuda de toda a comunidade internacional contra "forças obscurantistas"
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Mali apelou hoje em Bruxelas à mobilização de "toda a comunidade internacional" contra os rebeldes islamitas, que classificou como “forças obscurantistas” que ameaçam toda a região, a democracia e a civilização. “Hoje trata-se de mobilizar toda a comunidade internacional para vir em nossa ajuda. Não se trata de ajudar o nosso país, mas sim toda a região”, sublinhou Tieman Hubert Coulibaly, defendendo que a ofensiva islamita é uma ameaça “para todo o mundo”, já que as suas forças são “obscurantistas”, sem qualquer projecto político, “mas somente criminoso”.
O ministro maliano falava depois de participar numa reunião extraordinária dos chefes de diplomacia da União Europeia (UE), que aprovaram hoje a criação de uma missão militar para treinar o exército do Mali e acordaram acelerar o seu envio, o que poderá acontecer a partir de meados de Fevereiro.
Coulibaly saudou a decisão, sustentando que “os recursos militares do Mali são manifestamente insuficientes”, para fazer face a forças financiadas “com o dinheiro do narcotráfico”, pelo que todo o apoio é bem-vindo, mesmo a nível de ajuda humanitária.
A decisão hoje tomada pelos ministros dos Negócios Estrangeiros europeus, durante uma reunião de urgência destinada a discutir o envolvimento da UE na situação do Mali, prevê o envio de 450 efectivos, incluindo 200 instrutores.
Os 200 instrutores irão treinar, no quadro da EUTM (European Union Training Mission), quatro batalhões do exército maliano para que possam fazer frente à aliança de grupos terroristas que controlam o norte do país.
Os ministros acordaram ainda nomear o general francês François Lecointre como comandante da missão. A missão tem uma duração prevista de 15 meses e um custo estimado de 12,3 milhões de euros, a que se se somam os custos que terão os países que participem na missão. Espanha, França, Alemanha, Itália, Suécia, Estónia, Eslovénia, Bélgica e Portugal manifestaram já vontade de participar na missão.
Na mesma reunião, foi decidido acelerar os preparativos para o envio da missão, que deverá ocorrer possivelmente "em meados de Fevereiro", segundo o documento de conclusões aprovado pelos ministros.
Os militares europeus "não participarão em operações de combate", precisou a UE.
Portugal esteve representado na reunião de hoje pelo ministro Paulo Portas.
Lusa