Internacional
2013-01-18 09:00h
Primeiro-ministro britânico ameaça sair da União Europeiatvi24
O primeiro-ministro britânico devia avisar, no discurso previsto para esta quinta-feira e que cancelou devido aos acontecimentos na Argélia, que o Reino Unido pode decidir sair da União Europeia, se esta não responder a desafios-chave, noticia a AFP.
Segundo extratos do discurso que deveria ser pronunciado nos Países Baixos, divulgado antecipadamente à comunicação social, David Cameron ia dizer que os britânicos estão cansados da «falta de responsabilidade democrática» da União Europeia (UE).
«Se não resolvermos estes desafios, o perigo é o de a Europa cair e de o povo britânico se dirigir para a saída», deveria dizer Cameron, em Amesterdão.
«Eu não quero que isto aconteça. Quero que a UE seja um sucesso e uma relação entre o Reino Unido e a União Europeia que nos mantenha nela», diria também o chefe do Governo britânico.
Muitas organizações de comunicação social enviaram repórteres para Amesterdão para cobrir o discurso, que saíram do avião para serem informados quase imediatamente de que tinha sido cancelado.
Os extratos divulgados não contêm anúncios, há muito aguardados, dos planos britânicos para renegociar a pertença à UE e sujeitar a referendo os termos resultantes da renegociação.
Cameron iria defender a sua decisão, apresentando «questões difíceis» à UE, apesar da sua economia frágil, no seguimento de críticas dos seus parceiros europeus, dos Estados Unidos e dos líderes empresariais.
Ia, em particular, destacar três desafios para a UE: a crise na Zona Euro, a falta de competitividade, em comparação com as economias emergentes e a «falta de responsabilidade democrática», que é sentida «de forma particularmente aguda no Reino Unido».
Nos extratos do seu discurso, Cameron ia insistir que muitos cidadãos europeus veem cada vez mais a UE a impôr uma austeridade penosa sem o seu consentimento «para ajudar governos no outro lado do continente».
Para reforçar o argumento, acrescentava: «E, claro, com certeza, que estamos a ver esta frustração com a UE muito dramaticamente no Reino Unido. Os líderes europeus têm o dever de ouvir estas preocupações. E temos o dever de agir a este respeito».
Camenorn adiou o discurso na quinta-feira, depois de indicar que vários britânicos podiam ter sido mortos na ofensiva dos militares argelinos sobre os islamitas que se apoderaram de uma fábrica de gás no deserto da Argélia, em In Amenas, da qual a britânica BP é uma das operadoras.
O seu gabinete já divulgou que iria ser divulgada «nova data e novo local» para o discurso.
Este é o mais recente adiamento deste discurso, que ocorre quando Cameron está sobre pressão dos eurocéticos da ala direita do seu Partido Conservador para assumir uma posição sobre a Europa, questão que há muito que divide o partido.
A intenção de fazer este discurso foi divulgada pela primeira vez há seis meses, repetida para o Natal e tornada a anunciar para meados de janeiro.
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