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Conflitos => Conflitos do Presente => Tópico iniciado por: ricardo_m em Abril 18, 2007, 05:37:44 pm

Título: Sudão - Darfur
Enviado por: ricardo_m em Abril 18, 2007, 05:37:44 pm
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Aviões sudaneses com cores da ONU bombardeiam Darfur
O governo sudanês utiliza aviões que ostentam fraudulentamente as cores da ONU para bombardeamentos no Darfur, relata hoje o New York Times, citando um relatório confidencial das Nações Unidas.

O Sudão é igualmente acusado de violações das resoluções da ONU por transportar armas por via aérea nesta região do ocidente do país, segundo a mesma fonte.

Fotografias mostram um avião militar sudanês cujas cores nacionais foram substituídas pelas da ONU (UN em inglês) nas asas, segundo o New York Times.

De acordo com o jornal, este e outros aviões foram utilizados para bombardear algumas localidades e para transportar carga para o Darfur, onde a violência provocou uma crise humanitária.

O relatório da ONU acrescenta que os rebeldes do Darfur também são culpados de violação das resoluções da ONU e das regras humanitárias. O texto recomenda um reforço do embargo de armas com destino ao Sudão.

A ONU e a União africana (UA) terminaram terça-feira em Nova York dois dias de debates sobre o Darfur com pressões sobre o Sudão para permitir a instalação imediata de 3 mil elementos da ONU na sua província.

Uma guerra civil opõe desde há quatros anos no Darfuur rebeldes saídos das populações negras locais a milícias árabes (Janjawids) apoiadas pelo exército sudanês.

A guerra e as suas consequências provocaram 200 mil mortos e dois milhões de deslocados, segundo números das Nações Unidas, contestados pelo Sudão, que fala apenas de 9 mil mortos.

Diário Digital / Lusa


Fonte (http://http)

Noticia original do NY Times com fotos das mencionadas aeronaves:

http://www.nytimes.com/2007/04/18/world/africa/18sudan.html?_r=2&oref=slogin&oref=slogin

No minimo chocante...
Título:
Enviado por: ricardo_m em Abril 18, 2007, 05:44:49 pm
Entretanto encontrei o seguinte:

http://www.ab-ix.co.uk/Updates.pdf - Soviet Transports 2004 updated till 01jan05 (procurar pelo An-26 nº. 26563!!!)

relatorio da ONU (http://http) - o dito An-26 nº. 26563 aparece na pagina 52...
Título:
Enviado por: ricardo_m em Abril 22, 2007, 10:35:11 am
Para reflectir:

É curioso que o tópico de Olivença continue a motivar discussão... e que um genocídio em curso seja alvo de desinteresse...
Título:
Enviado por: Luso em Abril 22, 2007, 11:22:23 am
Citação de: "ricardo_m"
Para reflectir:

É curioso que o tópico de Olivença continue a motivar discussão... e que um genocídio em curso seja alvo de desinteresse...


É natural que num forum português sobre defesa se fale sobre Olivença, nem faria sentido ser de outra maneira.

Mas tem razão num especto. O silêncio em relação em Darfur resulta da conivência entre imprensa (marxista) e os seus aliados, os islamo-fascistas. Não há aqui dúvidas sobre essa ponto.
Por esses lados, Portugal já fez muito, no século XVI, ao salvar a Etiópia cristã dos muçulmanos.  
Mas pode começar a fazer ao limpara a casa da escória que a destrói, cada vez mais depressa e descaramente.
Lamento Darfur mas as coisas aqui...bem as coisas aqui... pode ser que um dia descambem.
Título:
Enviado por: Von Einsamkeit em Abril 23, 2007, 10:15:52 pm
Porque os Islamicos sao Fascistas?

Eles pregam o corporativismo? O Militarismo?

Ha que se usar bem a palavra, sem ofenças

 :)
Título:
Enviado por: Luso em Abril 23, 2007, 11:15:26 pm
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Porque os Islamicos sao Fascistas?

Eles pregam o corporativismo? O Militarismo?

Ha que se usar bem a palavra, sem ofenças


O militarismo, sem dúvidas. Quanto ao resto... provavelmente!

do Abrupto (uma das referência da blogosfera lusitana)

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21.4.07 09:02 (JPP)

DAQUI A UNS ANOS, NA EUROPA, SERA' QUE SERA' ASSIM?

Nao se pode comer carne de porco. Nao se pode comer invertebrados. Logo nao se pode comer marisco. Nao se pode comer carne com sangue. Nao se pode comer carne que saiba a alguma coisa. Nao se pode comer animais sem cascos. Pode-se comer girafa. Nao se pode comer passaros a nao ser algumas excepc.oes veementemente discutidas. Nao se pode comer na mesma refeic.ao leite ou manteiga e carne. Se se comer carne so se pode beber leite a nao ser seis horas depois pelo menos. Existe tambem um grande debate sobre se sao seis horas ou mais. Etc., etc. Podem-se comer gafanhotos, mas nem todos os tipos.


- Pelo rojão, contra o Islão!
Título:
Enviado por: Von Einsamkeit em Abril 24, 2007, 06:59:27 am
Só reafirmo, se Europa chegar a este ponto, a culpa é toda dos vossos governos
Título:
Enviado por: André em Agosto 04, 2007, 08:08:41 pm
Rebeldes do Darfur reunidos na Tanzânia

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Facções rebeldes envolvidas no conflito na região sudanesa do Darfur contra Cartum estão reunidas a partir de hoje na cidade de Arusha, na Tanzânia, para tentar unificar posições.
O encontro decorre sobre os auspícios das Nações Unidas e da União Africana e foi combinado em Julho ultimo em Tripoli.

O objectivo do encontro, que se prolonga até domingo, é limar as diferenças entre os distintos grupos, todos em luta contra o governo sudanês, para se poderem apresentar com uma posição unificada nas futuras negociações com o governo de Cartum.

O encontro é a última etapa das pré-negociações de paz com Cartum apesar das ausências de alguns grupos, nomeadamente do Movimento pela Libertação do Sudão (SLM).

O líder do SLM, Addelwahid Mohammed Nur, decidiu boicotar a reunião de Arusha, alegando que um cessar-fogo deveria ser uma condição prévia para qualquer eventual diálogo com Cartum.

Quando o conflito começou em Fevereiro de 2003, as forças rebeldes que se levantaram para protestar contra a pobreza e a marginalização da zona foram o SLM e o Movimento de Justiça e Igualdade, uma facção do SLM.

Desde então as forças rebeldes entraram num processo de fraccionamento, até chegar a uma dúzia, para o qual contribuiu o frustrado acordo de paz de Abuya, na Nigéria, assinado por uma única facção em Julho do ano passado.

Na última terça-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou o destacamento de uma força de paz mista da ONU e da UA com 26 mil soldados.

A decisão do conselho de Segurança foi aceite pelo governo sudanês um dia depois.

O conflito do Darfur, que envolve grupos rebeldes de etnia africana e milícias árabes apoiadas pelo governo de Cartum, já provocou mais de 200 mil mortos desde 2003.

Diário Digital / Lusa
Título:
Enviado por: André em Agosto 04, 2007, 10:43:38 pm
Portugal «regozija-se» com envio capacetes azuis para o Darfur

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Portugal, que preside à União europeia este semestre, saudou a resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a instalação de uma força híbrida da ONU/União africana no Darfour.

«Regozijamo-nos por esta decisão ter sido tomada pelas Nações Unidas. Ela era esperada há muito tempo», declarou a porta-voz da presidência portuguesa da UE, Clara Borja.

O Conselho de Segurança da ONU adoptou hoje a instalação de uma força da ONU/UA na província sudanesa do Darfour, teatro de um sangrento conflito entre o poder central e os movimentos rebeldes. Esta força híbrida da ONU/UA, baptizada Unamid, será constituída por cerca de 26 mil soldados e policias.

Interrogada sobre uma eventual participação da UE nesta força, a responsável portuguesa respondeu que de momento não estava decidida nenhuma participação ao nível europeu.

«Isso poderá ser eventualmente feito ao nível dos Estados membros», explicou.

Vários países europeus já manifestaram a sua disponibilidade para contribuir para esta futura força militar. A única excepção foi a Alemanha, cujo porta-voz governamental anunciou que para Berlim a prioridade é o Afeganistão e o Kosovo.

No entanto, o Alto Representante da UE para a política Externa, Javier Solana, disse hoje em Manila que a UE encarava a hipótese de contribuir para esta força internacional.

Diário Digital / Lusa
Título:
Enviado por: Get_It em Agosto 04, 2007, 10:56:10 pm
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regozijar, v. tr. causar regozijo a; alegrar muito.
regozijo, s. m. grande alegria; contentamento.

Até tive de ir ao dicionário ver essa palavra. :?

Citação de: "Diário Digital / Lusa"
Vários países europeus já manifestaram a sua disponibilidade para contribuir para esta futura força militar. A única excepção foi a Alemanha, cujo porta-voz governamental anunciou que para Berlim a prioridade é o Afeganistão e o Kosovo.

Portugal estará incluido nesses vários países? É que pessoalmente acho que deviamos fazer que nem a Alemanha - as nossas prioridades deveriam ficar-se pelo Kosovo, Afeganistão, e Líbano. E já chega por esta temporada.

Cumprimentos,
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 05, 2007, 12:18:17 am
Não sabias o significado da palavra "regozija-se"? O ensino em Portugal está pior do que eu pensava.

Não estou a ver Portugal a mandar um contigente para lá, no máximo dos máximos uns médicos e umas enfermeiras como fizemos no Afeganistão.
Título:
Enviado por: Jorge Pereira em Agosto 05, 2007, 12:37:12 am
Citação de: "Get_It"
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regozijar, v. tr. causar regozijo a; alegrar muito.
regozijo, s. m. grande alegria; contentamento.

Até tive de ir ao dicionário ver essa palavra. :?

Citação de: "Diário Digital / Lusa"
Vários países europeus já manifestaram a sua disponibilidade para contribuir para esta futura força militar. A única excepção foi a Alemanha, cujo porta-voz governamental anunciou que para Berlim a prioridade é o Afeganistão e o Kosovo.
Portugal estará incluido nesses vários países? É que pessoalmente acho que deviamos fazer que nem a Alemanha - as nossas prioridades deveriam ficar-se pelo Kosovo, Afeganistão, e Líbano. E já chega por esta temporada.

Cumprimentos,


Eu sou da opinião de que Portugal deveria estar presente no Darfur e “em força”.

Retirem-se as tropas do Kosovo e do Líbano.

África para Portugal deve ser uma espécie de “Destino Manifesto”, para além do que aquilo que se passa no Darfur é uma tragédia dantesca e uma vergonha para toda a humanidade em geral, e para o mundo ocidental em Particular.

Ontem era tarde!
Título:
Enviado por: Cabecinhas em Agosto 05, 2007, 12:41:13 am
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África para Portugal deve ser uma espécie de “Destino Manifesto”, para além do que aquilo que se passa em Darfur é uma tragédia dantesca e uma vergonha para toda a humanidade em geral, e para o mundo ocidental em Particular.


Por acaso estou de acordo, além que sempre Portugal vincava mais o seu interesse em África como sempre fez. No passado recente o que representa, o médio Oriente para Portugal, estou a falar do Iraque, a não ser ajudar os EUA. O que representa o Afeganistão para Portugal? O Kosovo ainda vá que não vá porque se refere à Europa.
Deixava-se as tropas, GNR em Timor Leste e o resto seria transferido para o Darfur.
Título:
Enviado por: Jorge Pereira em Agosto 05, 2007, 01:06:33 am
Citação de: "Cabecinhas"
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África para Portugal deve ser uma espécie de “Destino Manifesto”, para além do que aquilo que se passa em Darfur é uma tragédia dantesca e uma vergonha para toda a humanidade em geral, e para o mundo ocidental em Particular.

Por acaso estou de acordo, além que sempre Portugal vincava mais o seu interesse em África como sempre fez. No passado recente o que representa, o médio Oriente para Portugal, estou a falar do Iraque, a não ser ajudar os EUA. O que representa o Afeganistão para Portugal? O Kosovo ainda vá que não vá porque se refere à Europa.
Deixava-se as tropas, GNR em Timor Leste e o resto seria transferido para o Darfur.


O Kosovo está estabilizado, e mesmo que alguma incerteza advenha com a questão da futura independência, outras potências estão mais perto para controlar essa zona.

O Afeganistão é também uma responsabilidade portuguesa. Lá joga-se em parte o futuro da guerra contra o terrorismo. Uma derrota lá, e acabamos por ter de combater o terrorismo nas nossas cidades.
Título:
Enviado por: Cabecinhas em Agosto 05, 2007, 01:12:30 am
Mas politica estrangeira portuguesa passa por África e uma forte presença nesse continente traria mais frutos de certeza para Portugal que o Afeganistão, antes do terrorismo Islamico chegar a Portugal ainda tem que passar por muito lado primeiro.
Título:
Enviado por: Jorge Pereira em Agosto 05, 2007, 01:24:29 am
Citação de: "Cabecinhas"
antes do terrorismo Islamico chegar a Portugal ainda tem que passar por muito lado primeiro.


A progressão do terrorismo não é linear. Atentados terroristas podem acontecer em qualquer parte do mundo e nos sítios menos esperados. Convém nunca esquecermos isso :wink: .
Título: ????
Enviado por: zocuni em Agosto 05, 2007, 03:08:16 pm
Tudo bem,

Bem pelo que sei,ainda não sabe quem vai participar,apenas se menciona o número de 26.000 militares,sem dúvida um contingente gigantesco!
Desconhecemos os países disponiveis para essa missão,quem comandará,que tipo de tropas envolvidas,enfim ainda sei muito pouco a respeito do assunto,a não ser que ele é urgentíssimo,pela catástrofe humanitária em questão.
No entanto,penso que Portugal deve ter uma presença marcante,nesse cenário,não sei se terá meios,mas sem dúvida o continente africano sempre foi estratégico e primordial.

Abraços,
Título:
Enviado por: André em Agosto 05, 2007, 05:16:44 pm
Eu acho que Portugal deveria apostar em força no Darfur, e sair do barril de polvora que é o Libano, enquanto isso não acontece vamos deixar os engenheiros acabar as reconstruções. :wink:
Título: Reflexão
Enviado por: zocuni em Agosto 05, 2007, 09:08:38 pm
Tudo bem,

Para ler,ver e ouvir e refletir.A situação é horrivel.As imagens do video são muito violentas e chocantes.

30/05/2007 15.41.22

Violações dos direitos humanos no Darfur. António Guterres, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, denuncia a difícil situação na região sudanesa, apesar dos acordos de paz de Abuja

(30/5/2007) António Guterres iniciou funções de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados em 15 de Junho de 2005. Dirige uma das principais agências humanitárias a nível mundial, que conta mais de 6 mil funcionários presentes em 115 países.
O ex-primeiro ministro de Portugal (1996-2002) aborda, nesta entrevista colectiva às publicações da Missão Press em Portugal, o drama dos refugiados, especialmente os do conflito do Darfur, no Sudão.
Missão Press (MP) - Neste momento quais os pontos negros no que diz respeito á mobilidade forçada no mundo?
António Guterres (AG) - Em primeiro lugar é importante reconhecer que o século XXI vai em grande medida ser marcado pelos movimentos de população. Grande parte desses movimentos de população é motivada por factores de natureza económica. Infelizmente, um número reduzido de oportunidades de imigração legal faz com que prolifere a imigração ilegal, e no quadro da imigração ilegal, se tenham criado condições que favorecem a acção de contrabandistas, traficantes, com crimes hediondos em que identificamos imensa gente sofrendo situações horrorosas.
É também cada vez mais verdade, que face a estes enormes movimentos de população, há um número muito significativo de pessoas que se integram em movimentos mistos mas que têm necessidade de protecção, porque são refugiados, mulheres vítimas de tráfico, crianças não acompanhadas. Por outro lado, há movimentos estritamente determinados por razões estranhas à vontade das pessoas, por razões ambientais em certos casos, e infelizmente por razões ligadas à perseguição e ao conflito.
Nós estamos a assistir neste momento ao agravar de um conjunto de situações de guerra, ou pelo menos de violência, muito significativa, e quando olhamos para um arco que vem do Afeganistão, que passa pelo Iraque e pela Palestina, desce para o Sudão e para a Somália, encontraremos porventura a área do mundo mais preocupante em matéria de deslocamento forçado.
A situação em Darfur
MP- Qual é o ponto da situação no Darfur?
AG - A situação continua extremamente difícil. Como é sabido, continua a haver conflito entre o governo e vários movimentos rebeldes, apesar dos acordos de paz de Abuja [assinados a 5 de Maio de 2006], mas que apenas foram subscritos por um número limitado de actores. Continua a existir uma situação de insegurança generalizada, com violações dramáticas dos direitos humanos para a população em geral, e finalmente um grande esforço de apoio humanitário a essa mesma população(..). No ponto de vista da ajuda humanitária, de manter as pessoas vivas, garantir a alimentação e garantir até, em muitas circunstâncias, o acesso a alguns cuidados de saúde, ou até algum nível de educação. Há um esforço admirável da comunidade internacional, apoiando cerca de 4 milhões de pessoas que beneficiam desta assistência e cuja situação, e neste domínio, tem registado algumas melhorias nestes últimos meses. Mas infelizmente e em contrapartida, do ponto da protecção das pessoas e da insegurança, aí estamos perante um fracasso generalizado e por isso o risco para a segurança destas comunidades, a violação dos direitos das pessoas, casos dramáticos de morte, violação, continuam a proliferar e neste domínio todos temos que reconhecer que não foi ainda possível à comunidade internacional alterar este estado de coisas.
MP - Na conferência que deu há dias na Sé de Lisboa dizia que “a soberania da pessoa, no caso de Darfur, foi sacrificada no altar da soberania do Estado”. O que é que queria dizer com isto?
AG - Nós assistimos nos anos 90 e, lembro-me bem disso, porque nessa altura desempenhava funções oficiais, a uma tendência para nas relações internacionais se estabelecer um equilíbrio entre a soberania do Estado que naturalmente deve ser respeitada e a soberania da pessoa humana. Nós assistimos em Timor Leste, na Bósnia, no Kosovo, a uma intervenção da comunidade internacional feita em nome dos Direitos Humanos, da protecção das pessoas, e foi-se consagrando um princípio de direito de ingerência humanitária. Mais tarde há uma comissão que trabalhou sobre os auspícios do governo Canadiano que produziu um relatório muito interessante que define um novo conceito da responsabilidade de proteger, considerando que é atributo do Estado e da soberania do Estado a responsabilidade de proteger os seus próprios cidadãos. Mas quando o Estado não é capaz ou não o quer fazer, sobra um domínio de responsabilidade para a comunidade internacional. Este principio foi acolhido pela Assembleia Geral das Nações Unidas, mas a sua concretização não tem tradução prática. E de alguma forma nós assistimos, porventura de maneira mais agravada após a invasão do Iraque, a uma resistência de muitos países do mundo em desenvolvimento à afirmação deste princípio da responsabilidade de proteger com o argumento que ele pode esconder, por parte das grandes potências, agendas escondidas, desejos de hegemonia, desejo de intervenção com outras finalidades. E isso levou a uma reafirmação da soberania dos Estados. A verdade é que no caso de Darfur essa afirmação se faz em detrimento dos direitos da soberania da pessoa humana, e a comunidade internacional, na prática, tem sido incapaz nos últimos anos de criar as condições para que possam ser efectivamente protegidos os direitos das populações.
A ajuda humanitária
MP - As associações humanitárias têm podido desenvolver a sua missão no Darfur?
AG - Têm e é de facto um êxito extraordinário. Há milhares de trabalhadores humanitários das mais diversas associações, nomeadamente muitas organizações ligadas à Igreja, há milhares de trabalhadores humanitários, os nossos próprios estão aí envolvidos, com enormes riscos. Nós tivemos, há duas semanas, seis dos nossos colaboradores raptados no sul, felizmente sem consequências, apesar das suas viaturas terem sido roubadas, mas tem havido gente que morre, que sofre outras formas de ataque, mas que têm conseguido manter um apoio humanitário notável às populações. Como disse há pouco, 4 milhões de pessoas são alimentadas por dinheiro internacional, serviços de prestações de saúde estão espalhados por todo o território, em condições de extrema dificuldade mas com grande abnegação, há muitas escolas abertas no Darfur, em muitos destes campos de pessoas deslocadas as crianças têm, apesar de tudo, por vezes mais oportunidades do que tinham nas suas aldeias originárias, e isso revela de facto, um extraordinário êxito da acção humanitária da comunidade internacional. Infelizmente, esse êxito deve ser posto em paralelo com o fracasso da capacidade de dar às populações segurança e protecção.
MP - Se não se encontrar uma solução política e social é sustentável a presença das organizações humanitárias?
AG - O nosso dever é continuar, é continuar até ao limite das nossas possibilidades. Infelizmente não é esta a única crise que perdura, nós temos refugiados palestinianos desde 1948, temos na Tanzânia refugiados do Burundi desde 1972, temos em Tindouf [na Argélia] os Sarauis que estão há décadas e décadas. Há inclusive muitas situações destas que se arrastam e é nosso dever mobilizar os esforços da comunidade internacional para apoiar estas populações que já sofrem tanto. Agora, espero que seja possível ultrapassar o impasse presente e nomeadamente que os esforços de mediação que estão no terreno, da Líbia, Eritreia, e agora de uma forma sistemática das Nações Unidas e da União Africana, em conjunto, possam conduzir a que um acordo de paz efectivo seja estabelecido abrangendo todos os actores no terreno, como condição essencial para que a segurança seja estabelecida e para se restabelecer um equilíbrio entre os diversos grupos e das diversas tribos no Darfur que foi rompido. No Darfur nós temos o que alguns chamam árabes e africanos, ou nómadas e sedentários, ou agricultores e pastores. O que é verdade é que estas comunidades viveram durante séculos em harmonia, mas é também verdade quando os recursos diminuem, nomeadamente quando a água diminui, e porventura aqui as alterações climáticas virão a ser um factor agravante deste problema, há uma tendência para o conflito. É evidente que quando essa tendência é manipulada politicamente pode conduzir aquilo a que nós podemos assistir, a Janjauid armados, e que simultaneamente conduziam, em vez do exército, o confronto com movimentos rebeldes, e atacavam aldeias de populações agrícolas para poderem aproveitar os recursos nomeadamente o acesso aos pontos de água relevantes. Uma vez estabelecida a paz será possível reencontrar condições e um grande esforço terá que ser feito, quer do ponto de vista do diálogo social, quer eventualmente do ponto de vista económico. Para se solucionar materialmente algumas das dificuldades existentes e uma vez estabelecida a paz, um grande esforço terá que ser promovido para restabelecer o equilíbrio entre as diversas comunidades. A complexidade da situação exige várias respostas, agora nenhuma dessas respostas é possível num clima de confronto.
MP - O que sentiu quando visitou o Darfur?
AG - Penso que o que marca mais são os testemunhos que nós recebemos daquela população, do medo, da insegurança. Falar com mulheres que têm que ir apanhar lenha porque têm que cozinhar para as suas famílias, que ao fazê-lo estão sujeitas a serem raptadas, violadas; falar com jovens que têm visto amigos seus serem mortos, ou serem mobilizados à força para diversas milícias. Esses testemunhos são profundamente marcantes e comoventes e de alguma forma conduzem a uma certa frustração e incapacidade de dar respostas a esses problemas.
O papel das religiões
MP - Como vê a intervenção da Igreja Católica, das outras Igrejas e doutras religiões neste tipo de situações onde se joga o limite da condição humana?
AG - Acho que é essencial. Nós temos várias organizações ligadas à Igreja que são nossas parceiras no terreno de forma extremamente generosa, dedicada e depois vivemos num mundo em que a intolerância se tem afirmado, em que o confronto entre culturas, civilizações se arrisca a desenvolver-se e creio que a postura do diálogo, e tolerância da Igreja é absolutamente essencial neste domínio. Recordo-me nomeadamente das inúmeras intervenções do Papa João Paulo II em relação à questão Palestiniana, à questão do diálogo com o mundo muçulmano, em relação ao próprio Iraque que foram um factor muito importante de atenuação de tensões internacionais. E isso é essencial para que não se produzam situações como aquelas do deslocamento forçado, movimento forçado de populações e que afectam directamente aqueles que estão sob o mandato que me foi conferido.
MP - Vê o futuro com um olhar positivo?
AG - Eu acho que temos que ver sempre o futuro com um olhar positivo, no sentido que temos que nos empenhar. Há uma frase que um costumo citar que é de Jean Monnet em que ele diz que não é optimista nem pessimista: é determinado! E essa é que é a questão. O optimismo pode ser uma atitude pouco inteligente se nos levar a estar parados em vez de contribuir para a solução dos problemas. Se o pessimismo também nos levar ao desânimo, também não creio que seja uma forma inteligente de estar na vida. Temos que reconhecer a enorme complexidade dos problemas mas achar que as coisas são para nós um desafio. E são um apelo, de alguma forma um sinal que recebemos de Deus para que nos empenhemos. Se os problemas não existissem, porventura o empenhamento não seria necessário. Os talentos não fariam falta. Como os problemas são muitos nós não temos o direito de ficar com os talentos enterrados. Temos mesmo que os pôr a render.
A cimeira Europa-África
MP - Na agenda duma cimeira Europa-África, o Darfur poderá ter um lugar? E o que é que eventualmente se pode fazer para levar o governo português a “impor” esse ponto da agenda?
AG - Eu penso que porventura não será no quadro de uma cimeira destas que o problema encontrará solução. Uma cimeira dessas pode ajudar, mas não será aí seguramente que o essencial do esforço para resolver as contradições existentes, terá que ser realizado. A cimeira pode ser um factor que contribua para atenuar tensões e para facilitar contactos, mas é bom não esquecer que entre os próprios países africanos há grandes tensões, por exemplo, entre Chade e o Sudão têm existido tradicionalmente situações de grande tensão. E há rebeldes Chadianos que estão no Darfur e há rebeldes do Darfur que estão no território do Chade. E isto naturalmente cria um relacionamento complexo entre os países. Agora, o que me parece indiscutível é que o grande esforço da comunidade internacional, no presente momento tem que ser de pressão sobre todas as partes, sobre o governo, sobres os vários movimentos rebeldes, para que rapidamente cheguem a um acordo de paz. E é esse clima que eu espero que uma cimeira como esta possa ajudar a criar.
Não deixa de ser curioso que tenha havido até agora uma única cimeira Euro Africana, e que essa cimeira tenha ocorrido durante a presidência portuguesa da União Europeia. E eu recordo-me quão difícil foi, lembro-me de debates parlamentares em que diziam, ridicularizando o governo, que a cimeira não podia ser realizada, foi muito difícil, finalmente conseguiu-se. E agora é de novo uma presidência portuguesa que está a fazer todos os esforços para uma nova cimeira Europa –África. E entretanto nada aconteceu. O que é também revelador de que a Europa como tal não tem querido assumir as suas responsabilidades em relação ao continente africano. O continente africano é um continente vítima das mais diversas circunstâncias, desde logo dos efeitos do próprio colonialismo, depois de ter sido um continente palco da guerra fria, enquanto as grandes potências se degladiavam, nós próprios somos testemunhas de quanto isto foi evidente. E depois todo um conjunto de factores, de tensão interna, de dificuldades de estabelecer o chamado “bom governo”. É um continente que em grande medida tem passado à margem da globalização, do progresso social, económico, tecnológico. E é um continente que exige um apoio maciço, um investimento maciço e uma compreensão maciça dos seus problemas. A Europa tem aí uma responsabilidade evidente, pela história e pela solidariedade que deve existir em qualquer caso. E a verdade é que a Europa enquanto tal, independentemente dos esforços individuais, foi até agora incapaz de ter uma verdadeira estratégia para África e um verdadeiro empenhamento para ajudar os africanos a ultrapassar as gravíssimas dificuldades que eles têm.
Missão Press - Associação de Imprensa Missionária

O Video.
http://br.youtube.com/watch?v=iLZ4ci1c59c&mode=related&search=


Abraços,
Título: Video
Enviado por: zocuni em Agosto 07, 2007, 09:07:31 pm
Tudo bem,

Aqui vai um video,para mostrar o poderio militar das tropas rebeldes cristãs no sul do Sudão,SPLA(Exército Popular de Libertação do Sudão),estes rebeldes combatem as tropas governamentais muçulmanas.

http://br.youtube.com/watch?v=2OHmwZtIEhY&mode=related&search=

Juba
http://br.youtube.com/watch?v=1VNlSEkK2Ss&mode=related&search=


Estou parecendo um agente infiltrado. :conf:


Abraços,
Título:
Enviado por: comanche em Agosto 07, 2007, 11:12:46 pm
Plataforma portuguesa de ONG confiante de que Portugal pode fazer a diferença no Darfur

Citar
Confiante de que Portugal pode fazer a diferença em relação ao drama de Darfur (Sudão), como aconteceu com Timor-Leste, uma plataforma de organizações não governamentais portuguesas apresentou hoje em Lisboa a Campanha por Darfur.
 


"Estamos na charneira para poder fazer algo, mas para isso é preciso que a sociedade portuguesa esteja sensibilizada", declarou Filipe Pedrosa, secretário da Plataforma por Darfur e colaborador dos Missionários Combonianos, uma das ONG que integra a organização.

O responsável lembrou que, além da presidência portuguesa da União Europeia, são portugueses o presidente da Comissão Europeia (José Manuel Durão Barroso), o Alto Comissário para os Refugiados da ONU (António Guterres) e o Alto Representante das Nações Unidas para a Aliança de Civilizações (Jorge Sampaio).

Neste sentido, a Plataforma pretende entregar a 30 de Setembro à presidência portuguesa da UE uma petição de urgência pelo Darfur, com conhecimento aos referidos três responsáveis.

Pede-se "que o drama humanitário no Darfur seja assumido como prioridade na agenda da Cimeira Europa-África a realizar em Portugal a 08 e 09 de Dezembro" e que a UE assuma como prioridades "conseguir um acordo global para a paz no Sudão" e "o fim da impunidade dos responsáveis pelos crimes de guerra e pelos crimes contra a humanidade no Darfur".

A petição lembra que o conflito na província sudanesa do Darfur causou desde 2003 mais de 200 mil mortos e dois milhões de refugiados, que "muitos refugiados, sendo mais de um milhão crianças, não têm acesso à ajuda internacional e estão expostos à morte por má nutrição e doenças" e que "a acção das organizações humanitárias, que no terreno prestam ajuda de emergência, tem sido intencionalmente dificultada ou mesmo impedida".

Salienta ainda que "o Tribunal Penal Internacional qualificou as acções cometidas contra as populações do Darfur como crimes de guerra e crimes contra a humanidade".

Além dos Missionários Combonianos, integram a Plataforma por Darfur a Amnistia Internacional em Portugal, Africa-Europe Faith and Justice Network, Fundação Gonçalo da Silveira, Comissão Nacional Justiça e Paz, Caritas Portuguesa, MissãoPress - Associação de Imprensa Missionária e TESE - Associação para o Desenvolvimento.

Algumas destas ONG tinham já campanhas pelo Darfur a decorrer, permitindo agora a organização em plataforma juntar esforços.

Outra das iniciativas da Plataforma por Darfur é uma petição a entregar dia 10 de Setembro ao embaixador da China em Portugal, pedindo a intervenção do país junto do Sudão, solicitando que o governo acabe "imediatamente com os ataques sobre os civis" e permita "que as operações de socorro possam prosseguir".

"A não ser que a China leve a cabo acções sérias e eficazes para pôr fim à chacina em Darfur, é provável que os Jogos Olímpicos de 2008 (em Pequim) sejam lembrados em associação com a violência no Sudão", refere a petição.

José da Silva Vieira, padre, jornalista e director de informação de uma cadeia de rádios no Sudão, disse aos jornalistas que o governo sudanês quer arabizar a província do Darfur, recorrendo às mílicias árabes janjawid para fazer "o trabalho sujo" em relação à população da zona.

Segundo José Vieira, trata-se de uma luta por recursos naturais numa região com uma área equivalente à da França.

"A China é um parceiro estratégico do Sudão, explora e consome parte do petróleo e treina e arma o exército sudanês", assinalou.

"Não podemos ficar quietos, temos de fazer barulho pelo Darfur", salientou.

"O grito das crianças (do Darfur) tem que encontrar eco dentro de nós", disse ainda o padre Vieira, num apelo aos portugueses para que contribuam para a campanha.

Segundo José Vieira, "a comunidade internacional tem que ser forte e manter forte pressão" sobre o governo do Sudão, para que este cumpra os acordos que faz e permita resolver o grave problema humanitário do Darfur.

Na conferência de imprensa participou ainda Natália Gomes, missionária comboniana que trabalhou no Sudão entre 1982 e 1994 no campo da saúde e que em 1990 se refugiou com sudaneses na República Centro Africana.

Assinalando que foi "refugiada com refugiados", Natália Gomes disse que o drama destes é deixar tudo, caminhar, a fome e a falta de medicamentos, bem como a solidão, no sentido de falta de ajuda internacional.

"O Darfur é uma fotografia muito clara de todo o país, é uma situação muito difícil", declarou, adiantando esperar que "haja muitas iniciativas" pelo povo sudanês.

Uma das iniciativas da Plataforma é ainda o Dia Global por Darfur, marcado para 16 de Setembro, participando numa acção a nível internacional para chamar a atenção para a questão.

Aliando-se à iniciativa, o Clube de Jornalistas, local onde decorreu a conferência de imprensa, prometeu apresentar naquele dia um menu alusivo ao Darfur e dar metade da receita à Plataforma.

 
Título: Missão
Enviado por: zocuni em Agosto 07, 2007, 11:30:08 pm
Tudo bem,

Comanche,já até existe um video de campanha.é uma missão dos Combonianos,muito meritória.O video está interessante.

http://br.youtube.com/watch?v=gJZYUn54UKM


Abraços,
Título:
Enviado por: SSK em Agosto 12, 2007, 09:27:42 pm
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Hybrid Force: The UN's Peacekeeping Gamble in Darfur

By Andrew Mcgregor

A close examination of the terms of the Darfur peacekeeping mission approved by UN Security Council Resolution 1769 offers little confidence that the mission will be any more successful than the current African Union deployment. The resolution approves a force of 26,000 men, including the 7,000 AU peacekeepers already in Darfur (Middle East Online, August 6). On Khartoum's insistence, the bulk of the force must be African in origin. The proposed "hybrid" UN/AU force appears to be little more than a much larger, more complicated version of the ineffective AU operation already in Darfur. Three of the most effective Western militaries (the U.S., the U.K. and Canada) have already stated they will have no role in the force.

The United Nations-African Union Mission in Darfur (UNAMID) is a "Chapter 7" peacekeeping force. Chapter 7 of the UN Charter allows for "necessary action," including force, to protect the mission as well as humanitarian organizations and civilians. In the watered-down version of Chapter 7 negotiated with Khartoum, the Sudanese government must first approve such use of force. UNAMID will be led by Nigerian Gen. Martin Agwai, an experienced peacekeeper and chief of the Defense Staff of the Nigerian Armed Services since June 2006. Agwai has warned that it is unlikely that enough African troops can be raised to fill out the new peacekeeping force. UNAMID is not expected to fully deploy until December 31, probably an optimistic deadline given the composition of the force and the nature of the territory. Financing will be a problem with a mission expected to cost $2 billion in its first year. Despite international pledges of support, existing AU peacekeeping forces in Darfur and Somalia are notoriously under-financed, with very few funds actually reaching the troops in the field. In a road-less environment with no infrastructure, the mission will require an effective system of transport and air support. If trouble erupts, surface routes will become highly dangerous and outposts difficult to relieve or evacuate.

Instead of mandating disarmament, Resolution 1769 only calls for UNAMID to "monitor" illegal arms movements in Darfur. All parties are urged to commit to a cease-fire and the creation of "initiatives" to return the displaced, provide compensation and put new security measures in place. There are no provisions for the arrests of war crimes suspects. During Security Council negotiations on the resolution, China and the three African members of the UNSC (South Africa, Ghana and the Republic of the Congo) succeeded in dropping a key provision calling for "further measures" (i.e., sanctions) to be taken against Sudan if it failed to cooperate with the UN mission.

There is no question of the 2.5 million displaced persons returning home in the near future. The well-armed Arab tribes that have settled on seized lands must first be removed. This is not as simple as returning them to their traditional lands, however, for in many cases their old pastures have become lifeless deserts. Land redistribution or compensation cannot be achieved without the participation of Khartoum and certainly does not fall within UNAMID's mandate. The traditional land rights system of Darfur was designed to accommodate both nomads and farmers. Some form of renegotiation of this system with the involvement of local scholars and tribal elders would seem to form the best basis for a lasting peace in Darfur. None of this will be possible, however, without a process of disarmament and the demobilization of militias and rebel groups.

Sudan's President Omar al-Bashir and Vice President 'Ali 'Uthman Muhammad Taha are consummate political survivors in a country where politics is frequently played for keeps. They will not be looking for an open clash with the UN force, but will do everything else possible to make their stay uncomfortable. The Sudanese leadership will not be easily cowed or forced to relinquish sovereignty in any degree. Its consent to a Chapter 7 UN force comes only after a considerable diplomatic effort by China, perhaps the only world power with an honest claim to influence in Khartoum today. It would be unwise to expect China's present level of support for the Darfur mission to continue very long after the close of the 2008 Beijing Olympics.

The conflict is growing increasingly complicated. Arabs are fighting Arabs over depopulated regions, and former rebels who signed the 2006 Abuja agreement are now fighting their former allies on behalf of the government (al-Sudani, August 2). Just identifying the combatants will be a test for the UN/AU mission; few of the larger tribes share any single political viewpoint and it is often impossible to visually distinguish a Darfuri "Arab" from an "African." All units will depend heavily on a small pool of translators. The local dialect of Arabic spoken as a lingua franca is poorly understood outside of Darfur. Banditry (including attacks on humanitarian convoys) will continue even through a cease-fire. Any such attack could easily provide an excuse by one party or the other to resume hostilities. With at least 16 rebel factions in the field, the development of a unified leadership is essential to the success of negotiations (Sudan Tribune, August 3).

The experience of the AU force in Somalia, where only 1,500 Ugandan troops showed up while four other countries failed to deploy the balance of the 8,000-man force, does not inspire hope that anything like 20,000 African soldiers can be in Darfur by the end of the year. It is almost inevitable that the projected "hybrid" force will have to be reshaped to include Western contingents just to maintain a presence in Darfur. Real success in restoring peace to Darfur under UNAMID's current mandate is highly unlikely.
Título:
Enviado por: André em Agosto 13, 2007, 08:58:41 pm
Seis países africanos vão enviar 12 mil soldados para o Darfur

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Uma força de manutenção de paz de mais de 12.000 militares pode ser enviada para o Dafur, depois de seis países africanos terem-se comprometido a enviar o efectivo militar necessário para esta missão conjunta ONU –União Africana (ONU-UA).
Egipto, Etiópia, Nigéria, Ruanda, Malaui e Senegal comprometeram-se a enviar um total de 16 batalhões, cerca 12.000 soldados, para integrar a força ONU-UA no Dafur.

Mais três países - Tanzânia, Camarões e Uganda - também prometeram o envio de militares, embora não tenham especificado o seu número.

Os números previstos pela Comissão da União Africana apontam para uma força de 20 mil militares e seis mil polícias civis, de acordo com o que foi definido na decisão do Conselho de Segurança de 31 de Julho passado.

Actualmente está estacionada no Dafur uma força de 7000 militares da Zâmbia, Nigéria, Ruanda, Senegal e África do Sul e o governo sudanês opõe-se energicamente a que a força multinacional integre em lugares importantes militares não-africanos.

Diário Digital / Lusa
Título: ???
Enviado por: zocuni em Agosto 16, 2007, 04:36:42 pm
Citação de: "André"
Seis países africanos vão enviar 12 mil soldados para o Darfur

Citar
Uma força de manutenção de paz de mais de 12.000 militares pode ser enviada para o Dafur, depois de seis países africanos terem-se comprometido a enviar o efectivo militar necessário para esta missão conjunta ONU –União Africana (ONU-UA).
Egipto, Etiópia, Nigéria, Ruanda, Malaui e Senegal comprometeram-se a enviar um total de 16 batalhões, cerca 12.000 soldados, para integrar a força ONU-UA no Dafur.

Mais três países - Tanzânia, Camarões e Uganda - também prometeram o envio de militares, embora não tenham especificado o seu número.

Os números previstos pela Comissão da União Africana apontam para uma força de 20 mil militares e seis mil polícias civis, de acordo com o que foi definido na decisão do Conselho de Segurança de 31 de Julho passado.

Actualmente está estacionada no Dafur uma força de 7000 militares da Zâmbia, Nigéria, Ruanda, Senegal e África do Sul e o governo sudanês opõe-se energicamente a que a força multinacional integre em lugares importantes militares não-africanos.

Diário Digital / Lusa



Tudo bem,

Sem querer questionanar a fonte da notícia,quem a postou e muito menos os países envolvidos.
Mas será isso verdade?Será que esses países têm capacidade para um tão grande número de tropas no exterior?Tomara que seja,ficarei contente com isso,mas estou meio incrédulo,só vendo para crer!

Abraços,
Título:
Enviado por: André em Setembro 01, 2007, 12:37:19 pm
Ban ki-Moon visita África para incentivar esforços de paz em Darfur

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O secretário-geral da ONU inicia na segunda-feira, em Cartum, uma semana de deslocações ao Sudão, Chade e Líbia, determinado a incentivar a resolução do conflito em Darfur.

Ban Ki-Moon, que desde a tomada de posse do cargo na ONU, em Janeiro, definiu este assunto como prioridade, pretende assegurar que a Minuad, a futura força ONU-União Africana, poderá ser rápida e eficazmente instalada na província sudanesa.

Esta unidade, com 26 mil homens para actuar até meados de 2008, será a mais importante missão de manutenção da paz no mundo e a sua criação foi decidida a 31 de Julho pelo Conselho de Segurança.

O responsável da ONU considera que «não há tempo a perder» para acabar com a tragédia que envergonha a comunidade mundial há mais de quatro anos.

Darfur, uma região do tamanho da França, vive um cenário de conflito armado desde o início de 2003, quando rebeldes africanos se revoltaram contra o Governo de Cartum, numa disputa de recursos naturais, já provocou cerca de 200 mil mortos e mais de dois milhões de deslocados.

O secretário-geral da ONU apresentou um plano de acção que inclui manutenção da paz, acção política, ajuda humanitária e apoio ao desenvolvimento.

No entanto, o responsável reconhece que a Minuad não terá sucesso sem a cooperação do governo do Sudão, a qual espera obter com o contacto com o presidente Bashir, previsto para quinta-feira, durante a visita a África.

Diário Digital / Lusa
Título:
Enviado por: Lightning em Setembro 02, 2007, 11:11:12 am
http://en.wikipedia.org/wiki/UNAMID (http://en.wikipedia.org/wiki/UNAMID)
Título:
Enviado por: André em Setembro 04, 2007, 03:44:51 pm
Ban Ki-moon optimista que paz no sul estenderá a Darfur

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O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou-se hoje optimista quanto a uma resolução pacífica dos conflitos no Sudão, durante uma visita ao sul do país para avaliar progressos na aplicação do acordo de paz de 2005. «O acordo está a ser mantido na generalidade mas tem de haver mais esforços para acelerar a sua aplicação», disse Ban Ki-moon à imprensa na viagem para Juba, capital da região semi-autónoma do sul do Sudão.

A visita tem por objectivo avaliar a aplicação do acordo de paz que em Janeiro de 2005 pôs termo a 21 anos de conflito armado entre o governo islâmico do norte e os rebeldes cristãos animistas do sul, acompanhada desde Março de 2005 por uma força de paz da ONU de 10.000 militares.

O acordo de paz «lança as bases de uma paz duradoura em todo o Sudão», disse Ki-moon, referindo-se ao conflito na região de Darfur, no oeste do Sudão, onde desde 2003 os confrontos entre milícias favoráveis ao governo e grupos rebeldes fizeram mais de 200.000 mortos e 2,5 milhões de deslocados.

Sobre o jantar de trabalho que teve segunda-feira com o presidente sudanês, Omar El-Beshir, o secretário-geral da ONU disse que o chefe de Estado «reafirmou o seu compromisso para a completa aplicação do acordo» e «assegurou o fim dos ataques contra posições rebeldes».

Ban Ki-moon aproveitou também para anunciar hoje a escolha do diplomata paquistanês Ashraf Qazi, actualmente chefe da equipa da ONU no Iraque, para novo representante das Nações Unidas no Sudão.

A nomeação de Qazi ocorre quase um ano depois do governo do Sudão ter expulso o então representante da ONU no país, Jan Pronk, depois deste ter feito declarações sobre a violência em Darfur.

Ki-moon elogiou as «qualidades diplomáticas» de Ashraf Qazi e manifestou a expectativa de que ele obtenha «total apoio» das autoridades sudaneses para o destacamento de uma força mista para a região de Darfur.

O Sudão opôs-se durante meses à substituição da força da União Africana (UA) no terreno por forças das Nações Unidas mas, segundo o secretário-geral da ONU, as autoridades sudaneses já manifestaram o seu apoio à resolução aprovada a 31 de Julho pelo Conselho de Segurança que prevê o envio de uma força mista de 26.000 militares, da ONU e da UA, para Darfur.

«O tempo está a contar e é essencial a cooperação do governo para uma série de questões práticas», disse.

«O presidente Beshir afirmou o seu empenho e capacidade para facilitar todo o apoio administrativo e logístico necessário e eu agradeço a sua vontade para cooperar plenamente», acrescentou.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Setembro 05, 2007, 07:44:21 pm
Representantes não oficiais de deslocados invadem edifício da ONU em Darfur

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Um grupo de representantes não oficiais de deslocados da região sudanesa de Darfur entrou na sede da ONU na região, quando nela se encontrava o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

Num comunicado publicado em Cartum pelo porta-voz do secretário-geral, indica-se que o incidente ocorreu minutos antes de uma prevista reunião entre Ban e três representantes acreditados dos deslocados, na sede da ONU em Al-Facher, capital de Darfur.

Segundo a nota, o grupo de sudaneses permaneceu vários minutos no edifício da ONU, até que os guardas os expulsaram. Posteriormente, Ban foi transferido para um outro local, por razões de segurança, para encetar as conversações previstas.

Fontes oficiais explicaram horas antes que um grupo de várias dezenas de pessoas protestara porque os interlocutores escolhidos por Ban não incluíam qualquer representante dos grupos rebeldes de Darfur opostos aos acordos de paz e que continuam em armas.

A nota adianta que o incidente não alterará o programa previsto e que o secretário-geral da ONU manterá a sua agenda.

Ban chegou hoje de manhã a Darfur, para tentar acelerar o fim do conflito, que grassa nesta província do oeste do Sudão há mais de quatro anos.

«Durante demasiado tempo a comunidade internacional assistiu sem nada fazer (a este drama), como uma testemunha impotente. Isso está em vias de mudar», declarou terça-feira na universidade de Juba, sul do Sudão.

Em Al-Facher, Ban reuniu-se com o governador da região e deverá deslocar-se ainda ao local onde ficará instalado o futuro quartel-general UNAMID, a força híbrida ONU-União Africana que terá por missão pacificar esta região.

O conflito de Darfur fez 200.000 mortos e mais de dois milhões de deslocados, segundo a ONU.

Cartum contesta estes números, afirmando que o número de mortos não ultrapassa os 9.000.

«No que respeita ao processo de negociação política, aproximamo-nos de um acordo quanto a um local e uma data», afirmou Ban, no avião que o transportava de Juba para Al-Facher.

«Espero poder finalizar (este acordo) muito em breve. Vou intensificar verdadeiramente o processo de negociações», acrescentou Ban, acompanhado pelo seu enviado especial encarregado do âmbito político do processo de Darfur, Jan Eliasson.

Eliasson esforça-se por fazer regressar à mesa das negociações os numerosos grupos rebeldes que não assinaram o acordo de paz de Abuja, em Maio de 2006, que fixa nomeadamente as etapas para um regresso à normalidade com disposições muito precisas sobre o desarmamento.

Em Agosto, oito grupos rebeldes de Darfur reunidos em Arusha, na Tanzânia, chegaram a acordo quanto a uma plataforma de reivindicações comuns, na perspectiva de negociações com Cartum, mas um influente dirigente rebelde, Abdulwahid Nour, boicotou a reunião.

Ban exortou-o a sair do seu isolamento.

Segundo uma fonte da ONU, as conversações entre rebeldes e o governo poderão realizar-se em Outubro, na Tanzânia.

O estacionamento completo da UNAMID, que, com 26.000 homens será a mais importante missão de manutenção da paz no mundo, só é esperado para meados de 2008.

Ban indicou que, num encontro com o presidente sudanês Omar El-Béshir, segunda-feira, em Cartum, este lhe prometeu que «facilitará» o estacionamento da força nos planos «administrativo e logístico».

Sublinhando que «não há tempo a perder» e que «a cooperação do governo é essencial», disse que «apreciava o compromisso de Béshir em cooperar plenamente».

Béshir garantiu, por outro lado, a Ban que permitiria que um chefe rebelde de Darfur, tido como um possível mediador no quadro das conversações de paz, deixasse o Sudão para receber cuidados médicos.

Suleimane Jamus, confinado há mais de um ano num hospital, «continua no Sudão, mas esperamos fazê-lo sair ainda hoje», indicou um responsável da ONU que acompanha Ban.

Para além da manutenção da paz com a UNAMID e das negociações políticas, Ban quer agir no plano do desenvolvimento.

Deseja que a comunidade internacional contribua com uma ajuda financeira substancial para Darfur em domínios essenciais como as vias de comunicações, a saúde e, sobretudo, a água, bem raro nesta região desértica e uma das causas profundas do conflito.

Ban deverá regressar ao fim da tarde a Cartum, onde manterá quinta-feira encontros políticos, antes de prosseguir a sua digressão ao Chade e à Líbia.

Lusa/SOL
Título:
Enviado por: André em Setembro 06, 2007, 04:43:46 pm
Conversações de paz marcadas para Outubro na Líbia

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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o presidente sudanês Omar al-Bashir anunciaram hoje que se iniciarão, a 27 de Outubro, na Líbia, novas conversações de paz para pôr fim ao conflito de quatro anos no Darfur.
Um comunicado conjunto emitido pelos dois líderes, após uma segunda série de conversações, em Cartum, refere a importância de se alcançar uma solução política para o conflito, que fez já mais de 200.000 mortos e 2,5 milhões de deslocados.

Durante a sua primeira visita ao Sudão, Ban pressionou fortemente para que os grupos rebeldes regressem à mesa das negociações.

O anúncio conjunto implica que foram fixados o local e a data das negociações, mas o verdadeiro teste será conseguir que os movimentos rebeldes, que no passado se recusaram a aderir ao processo de paz, participem nas conversações na Líbia.

Diário Digital / Lusa
Título:
Enviado por: André em Setembro 25, 2007, 05:51:42 pm
Conselho de Segurança autoriza envio de força da UE e ONU

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O Conselho de Segurança da ONU autorizou hoje o envio de uma força da União Europeia e da ONU para o Chade e República Centro-Africana para proteger os civis afectados pelo conflito no Darfur.
A resolução autoriza o envio de uma força conjunta UE-ONU para o terreno por um ano, para ajudar a melhorar a situação de segurança e a distribuição de ajuda humanitária e «contribuir para proteger civis em perigo, particularmente refugiados e pessoas deslocadas».

Trata-se de uma missão de polícia da ONU apoiada militarmente pela União Europeia.

Proposta pela França, a resolução foi aprovada por unanimidade pelos 15 membros do Conselho de Segurança, ao abrigo do capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que autoriza a utilização de força militar.

A força conjunta UE-ONU terá como objectivo ajudar as populações das regiões limítrofes da província sudanesa do Darfur e «ajudar a criar condições favoráveis a um regresso voluntário» dos refugiados e pessoas deslocadas.

A missão da ONU vai seleccionar e treinar uma nova unidade das forças policiais do Chade para manter a lei e a ordem nos campos de refugiados, em cidades relevantes e em áreas do Leste do país onde se encontra um grande número de civis deslocados.

A ideia é que a ONU envie 300 polícias para formarem cerca de 850 polícias do Chade, que garantirão a segurança nos campos.

A protecção das zonas circundantes aos campos de refugiados será assegurada pela força da UE, que terá um máximo de 4.000 militares.

A missão da ONU incluirá polícia internacional, militares de ligação e peritos em direitos humanos, em assuntos civis e em assuntos legais.

Segundo a ONU, só no Chade existem 236 mil refugiados do Darfur e 173 mil deslocados chadianos.

A República Centro-Africana conta com 10 mil refugiados e mais de 200 mil deslocados no Norte e Nordeste.

A França já mantém uma força militar na região e a Suécia, Espanha, Polónia e Bélgica poderão participar na nova missão.

O objectivo é também apoiar os 26 mil homens da força mista ONU-União Africana, que deverão ser enviados progressivamente para a região do Darfur até meados de 2008.

«Esta força tem um vocação humanitária mas deve também permitir levar a estabilidade ao conjunto da região», explicou uma fonte ligada ao processo citada pela AFP.

«A ideia é iniciar o seu envio para o Darfur a partir de Outubro-Novembro, de forma concomitante com a força híbrida ONU-UA», acrescentou a mesma fonte.

Iniciado em 2003, o conflito na região do Darfur já provocou mais de 200.000 mortos e pelo menos 2,4 milhões de deslocados, segundo números da ONU.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Setembro 30, 2007, 05:37:49 pm
Ataque a militares da União Africana faz 10 mortos

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Pelo menos 10 militares morreram e sete ficaram feridos num ataque a uma base da União Africana (UA) em Haskanita, na região sudanesa do Darfur, avançam fontes da missão de manutenção da paz. No entanto, o número de vítimas ainda é incerto.

Trata-se da acção mais mortífera contra as forças da UA, que integram cerca de sete mil militares de 26 países, desde que foram enviadas para a região em 2004.

«É o número de vítimas mais numeroso desde que começámos esta missão, estamos emocionados», afirmou o porta-voz da UA, Nuredin Mezni.

Um porta-voz do exercito atribuiu o ataque aos rebeldes, mas o Movimento de Justiça e Igualdade (MJI) assegurou que os seus homens saíram de Haskanita há quatro dias e responsabilizou as forças do Governo pelo ataque.

Diário Digital
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Enviado por: André em Outubro 01, 2007, 07:40:46 pm
EUA reclamam destacamento rápido da força da ONU

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A Casa Branca apelou hoje para o destacamento «o mais rapidamente possível» de uma força de paz da ONU para o Darfur (oeste do Sudão), após o ataque de sábado contra a missão da União Africana (UA).

«O que o presidente quer é que a força de manutenção da paz da ONU chegue o mais rapidamente possível porque estamos determinados a manter o nosso compromisso de pôr fim à violência e de dar assistência aos que sofrem», disse Dana Perino, porta-voz da Casa Branca.

«O desastre humanitário a que assistimos naquela zona é muito preocupante» e a comunidade internacional deve pôr-lhe fim, disse ainda.

De acordo com o último balanço, 12 homens morreram, oito ficaram feridos e 40 estão dados como desaparecidos após o ataque de sábado, o pior sofrido pela missão da UA no Darfur (Amis na sigla em inglês) desde que chegou à região no Verão de 2004.

O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança, Javier Solana, e a Comissão Europeia condenaram hoje »firmemente« o ataque.

«Condeno firmemente o ataque contra as forças de manutenção da paz da Amis» no Darfur, que é «injustificável e constitui uma grave violação do acordo de cessar-fogo», declarou Solana num comunicado.

Recordando que o ataque ocorreu «num momento particularmente sensível, pouco antes do início de novas discussões de paz», Solana apelou a «todas as partes a agir de forma responsável, a renunciar à violência, a respeitar o cessar-fogo e a concentrar-se nas futuras negociações de paz».

Negociações de paz entre o governo e os grupos rebeldes que não aceitaram o cessar-fogo estão previstas para 27 de Outubro, na Líbia.

O comissário europeu para o Desenvolvimento, Louis Michel, exprimiu, por seu turno, os seus «pêsames às famílias e aos colegas dos soldados mortos durante aquele ataque escandaloso».

Segundo o porta-voz da missão da UA no Sudão, Nuredin al Mazni, o ataque foi perpetrado por um grupo armado desconhecido, que assaltou a base militar de Has Kanita, em Darfur.

Um porta-voz das forças armadas da Nigéria, Solomon Giwa Amu, disse que o mortífero ataque pode levar o seu país a reconsiderar o seu compromisso em relação à missão.

Segundo o porta-voz, dos 12 mortos, nove são nigerianos, um senegalês, um do Mali e outro do Botswana.

O presidente do Senegal também renovou ameaças de abandonar a força da UA no Sudão. O Senegal tinha advertido que poderia retirar tropas quando cinco dos seus soldados foram mortos no Darfur em Abril.

No entanto, nenhum dos dois países tomou medidas imediatas para retirar tropas da conturbada região.

Desde que chegou ao Darfur, a força de paz da União Africana já foi alvo de vários ataques, incluindo o de sábado, que provocaram 28 mortos e 28 feridos.

Um oficial da força de manutenção de paz está sequestrado desde Dezembro de 2006.

A União Africana dispõe cerca de 7.000 soldados em Darfur, que aguardam, para os próximos meses, o envio de uma força mista de 26.000 efectivos das Nações Unidas e da própria UA.

A crise no Darfur, que já provocou mais de 200.000 mortos e centenas de milhares de refugiados, remonta a Janeiro de 2003, quando dois grupos rebeldes, o Movimento de Libertação do Sudão e a Organização para a Igualdade e Justiça, se levantaram contra as milícias árabes Yanyauid, apoiadas pelo governo de Cartum.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Outubro 07, 2007, 04:05:49 pm
Cidade controlada por tropas sudanesas foi arrasada

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Uma cidade do Darfur (oeste do Sudão) sob controlo de tropas sudanesas foi arrasada numa aparente retaliação por um presumível ataque de rebeldes a uma base próxima das forças de paz da União Africana, informou hoje a ONU.

A cidade de Haskanita, «que actualmente está sob controlo do governo, foi completamente queimada, exceptuando uns poucos edifícios», disse a missão das Nações Unidas no Sudão num comunicado.

A ONU não indicou quem deitou fogo à cidade, mas disse que forças do governo sudanês tomaram o controlo da área na semana passada, após presumíveis rebeldes do Darfur terem atacado a base próxima da União Africana, matando dez soldados.

Responsáveis da ONU referiram que o fogo começou quarta-feira, mas os observadores só hoje conseguiram obter confirmação.

«A área do mercado foi saqueada», refere o comunicado da ONU. Adianta que a maioria dos civis tinha fugido após o ataque de 29 de Setembro, mas que alguns regressaram para procurar comida e água.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Outubro 09, 2007, 05:06:11 pm
Ofensiva do exército sudanês deixa 40 mortos, diz grupo rebelde

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Pelo menos 40 pessoas morreram na cidade sudanesa de Muhajiria, oeste de Darfur, depois de tropas do exército lançarem uma ofensiva aérea e terrestre contra aquela zona sob controlo rebelde, denunciou hoje o Exército de Libertação do Sudão (ELS).
Saifeldin Saleh, porta-voz deste grupo rebelde, acusou as tropas sudanesas e as milícias janjaweed, leais ao Governo de Cartum, de cometer «um massacre na cidade, onde os cadáveres estão espalhados pelas ruas».

O porta-voz apelou às Nações Unidas e à União Africana (UA) que intervenham imediatamente para conter «as práticas brutais do exército sudanês, apoiado pela milícia anjaweed».

«O ELS apela a comunidade internacional, especialmente a ONU e a UA, a intervir imediatamente e a assumir a sua responsabilidade com a paz na região, que está em grave perigo», disse Saleh.

O ELS é um dos dois principais grupos rebeldes que assinaram o acordo de paz no ano passado com o Governo central para pôr fim à violência em Darfur, onde mais de 200.000 pessoas morreram e mais de dois milhões tiveram que deixar as suas casas.

Saleh disse que o ataque teve a participação de um grande número de soldados, apoiados pelos milicianos janjaweed, mas não especificou quando ocorreu.

A ofensiva ocorre cerca de três semanas antes da realização de uma conferência na Líbia, considerada crucial entre os grupos rebeldes de Darfur e o Governo de Cartum.

Diário Digital / Lusa
Título:
Enviado por: André em Outubro 09, 2007, 05:54:42 pm
Exército sudanês nega massacre em aldeia de Darfur

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O exército sudanês qualificou hoje como «falsas» acusações de um grupo rebelde, segundo o qual as tropas do Sudão perpetraram uma massacre numa aldeia da região ocidental de Darfur.

«O que realmente aconteceu nessa área foi um confronto entre tribos rivais, pelo que as nossas tropas não intervieram no combate», sublinhou Khaled Said, porta-voz do exército, numa conferência de imprensa em Cartum.

O desmentido das Forças Armadas sudanesas surge pouco depois de uma das duas facções do Movimento de Libertação do Sudão (MLS) ter denunciado que pelo menos 40 pessoas morreram na localidade de Muhayiria, no oeste de Darfur, numa ofensiva aérea e terrestre do exército contra a zona, sob controlo rebelde.

A acusação foi feita por Seifeldin Saleh, porta-voz do grupo armado, que adiantou que o ataque governamental contou com o apoio das milícias árabes yanyauid.

O responsável rebelde pediu às Nações Unidas e à União Africana (UA) que intervenham de imediato para conter «as práticas brutais do exército sudanês apoiado pelas milícias yanyauid».

Por seu turno, o número dois da facção rebelde, Said al Reeh Mahmud, afirmou em Cartum que oito dos seus combatentes sepultaram hoje os cadáveres de 48 civis, mortos na ofensiva contra Muhayiria.

Mahmud adiantou que o conselho revolucionário do MLS vai realizar uma reunião de urgência para «decidir o próximo passo na resposta à agressão».

O porta-voz advertiu que «o incidente terá repercussões» nas negociações de paz que o governo sudanês e os grupos insurrectos de Darfur realizarão a 27 de Outubro próximo no porto líbio de Sirte.

A outra facção do MLS, dirigida por Arco Mina Minawi, é a única organização rebelde que subscreveu o acordo de paz para o Darfur, em Maio de 2006, na cidade de Abuja, Nigéria.

O conflito de Darfur iniciou-se em 2003 e provocou já cerca de 200.000 mortos e mais de dois milhões de deslocados.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Outubro 27, 2007, 08:01:21 pm
Governo decreta cessar-fogo unilateral em Darfur

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O governo do Sudão decretou hoje um cessar-fogo unilateral em Darfur, disse em Syrte, na Líbia, Nafie Alie Nafie, adjunto do presidente sudanês.

"Comprometemo-nos a respeitar este cessar-fogo unilateral", adiantou Nafie na abertura das conversações de paz que estão a decorrer em Syrte.

O adjunto do presidente sudanês, que lidera uma delegação do governo do seu país na reunião, apelou ainda à comunidade internacional para que aplique sanções aos que não respeitem o cessar-fogo e aos que não apoiem os esforços de paz em Darfur.

Na quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU pediu um cessar-fogo a todas as partes em conflito no Darfur e apelou à participação nas conversações de paz, a decorrer em Syrte, ameaçando com sanções.

Este apelo foi lançado numa declaração não vinculativa, aprovada por unanimidade pelos 15 membros do conselho.

Em quatro anos de guerra civil, a violência na região de Darfur provocou mais de 200 mil mortos e 2,4 milhões de deslocados e refugiados.

Lusa
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Enviado por: André em Outubro 30, 2007, 06:59:11 pm
Bush pressiona ONU a enviar força de paz para o Darfur

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O presidente norte-americano, George W. Bush, exortou hoje a ONU a enviar a força de paz prevista para o Darfur e sublinhou a necessidade de manter pressão sobre todas as partes envolvidas na guerra civil.

No final de um encontro com o seu homólogo do Uganda, Yoweri Museveni na Casa Branca, Bush disse que falou com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e pediu-lhe com insistência para «agir e enviar os soldados para a região do Darfur o mais rápido possível».

Bush disse ser «importante continuar a pressionar as diferentes partes para que elas cheguem a um acordo que ajude a pôr fim ao genocídio».

Em quatro anos de guerra civil, a violência na região de Darfur (Sudão) provocou mais de 200 mil mortos e 2,4 milhões de deslocados e refugiados, segundo estimativas.

No entanto, o governo de Cartum contesta estes números e fala em apenas nove mil mortos.

Uma força de manutenção de paz da União Africana (UA) encontra-se na região desde 2004, mas tem enfrentado problemas como a falta de efectivos, de equipamento e de dinheiro.

Essa força internacional deveria já ter sido substituída por uma força conjunta ONU/UA, de 26 mil homens, mas o envio da missão enfrenta a resistência do governo sudanês.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Novembro 20, 2007, 07:08:42 pm
Irlanda aprova envio de tropas para campos de refugiados de Darfur

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O governo irlandês concordou hoje em enviar 400 tropas para uma força da União Europeia, que guardará os campos de refugiados de Darfur ao longo das fronteiras sudanesas, e criticou a Alemanha e Itália por não contribuírem para a missão.

O ministro da Defesa, Willie O'Dea, disse que o gabinete aprovou o envolvimento da Irlanda na planeada força, de 4.300 membros, para os habitantes de Darfur e de outras áreas da África Central deslocados pela violência.

Contudo, notou que a força não poderia arrancar enquanto outros países não contribuíssem com poderio aéreo.

A UE espera começar a estacionar 3.700 soldados no próximo mês nas regiões fronteiriças do Chade e da República Centro-Africana, ficando uma reserva de 600 membros estacionada na Europa.

A França garantirá cerca de metade das tropas.

Uma planeada força da Nações Unidas e União Africana, de 26.000 membros, deverá entretanto assumir o controlo do Darfur até ao final do corrente ano.

Contudo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirma que a missão está a ser prejudicada, quer pela recusa do Sudão de admitir soldados não africanos, quer pela recusa dos países em contribuírem com helicópteros e outro equipamento crítico.

O'Dea disse que a missão da UE necessitava de, aproximadamente, 15 helicópteros de transporte de tropas e seis aviões, declarando-se esperançoso em que outras nações da União se comprometam a garantir estes recursos numa reunião, quarta-feira, em Bruxelas.

Lusa
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Enviado por: André em Novembro 26, 2007, 09:29:49 am
Situação no Darfur deteriorou-se em 2007

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A situação no Darfur deteriorou-se em 2007, segundo um relatório divulgado hoje por um grupo de estudos internacional, que apela à ONU e à União Africana a mudarem de estratégia para alcançarem a paz naquela região do Sudão.
«A violência aumentou, o acesso das organizações humanitárias diminuiu, a missão internacional de manutenção de paz não é ainda efectiva e uma solução política está longe de ser alcançada», resume o International Crisis Group, sedeado em Bruxelas.

Apesar de se terem registado menos mortos em 2007, os confrontos multiplicaram-se entre as partes implicadas no conflito que dura há mais de quatro anos.

Segundo o relatório, a força híbrida da ONU e da União Africana (UA), Unamid, com 26.000 homens, não foi capaz de estabelecer a paz no Darfur devido à falta de meios, e só estará completamente operacional dentro de vários meses.

O documento sublinha que a Unamid «deve tirar lições» de experiências anteriores.

«O seu comando deve participar activamente nas conferências de paz« e a comunidade internacional deverá prestar-lhe »mais apoio do que tem vindo a fazer«, recomenda o relatório.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Dezembro 04, 2007, 07:07:48 pm
Bispo de Cartum quer o Darfur na agenda da cimeira da UE com África

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Darfur deve integrar a agenda da cimeira UE-África, a realizar este fim-de-semana em Lisboa, e os 27 devem questionar o governo sudanês sobre a situação na província, defendeu hoje o bispo auxiliar de Cartum, de visita a Portugal.

«Certamente, como não poderia estar? Eu ficaria surpreendido se não estivesse», afirmou D. Daniel Adwok em declarações à Agência Lusa a propósito da inclusão daquele tema na agenda da cimeira entre os líderes da União Europeia e africanos.

O bispo auxiliar de Cartum defendeu que «a UE devia perguntar ao governo do Sudão o que se está a passar, qual é o problema».

O conflito na região do Darfur (oeste do Sudão) provocou mais de 200.000 mortos e 2,5 milhões de refugiados desde que em 2003 rebeldes da maioria étnica africana pegaram em armas contra o governo, acusado de armar milícias árabes locais, conhecidas por «janjawid», que aterrorizam a população africana.

Para D. Daniel Adwok, será «doloroso» para o povo do Darfur ver que nada é mencionado sobre a sua situação na cimeira porque o governo de Sudão fala de «soberania».

«O Sudão tem falhado o respeito da sua soberania sobre o seu povo», sustentou, considerando que «soberania não é ditadura, é a capacidade de governar com o respeito pela dignidade humana e os direitos das pessoas e se há conflito no Sudão é porque a dignidade e os direitos das pessoas estão a ser maltratados».

Mesmo admitindo que «o encontro entre os líderes africanos e os líderes da UE é sobretudo sobre o desenvolvimento económico», D. Daniel Adwok questionou: «podemos desenvolver realmente um país sem o seu povo?».

Nesse sentido, defendeu que o desenvolvimento proposto ao Sudão seja «um desenvolvimento com uma face humana».

«Primeiro, paz e segurança devem ser garantidas, também para o sul agora que o acordo de paz enfrenta dificuldades de aplicação», afirmou.

Segundo o bispo auxiliar de Cartum, «o governo do Sudão é traiçoeiro e joga com os interesses económicos dos países, mas o que está em jogo é a dignidade humana e os direitos humanos».

«Acredito que seja difícil lidar com países que têm interesses económicos ou outros», mas «o desenvolvimento tem de ser para o bem do homem e não para o manipular», defendeu D. Daniel Adwok.

Ordenado bispo auxiliar de Cartum em Fevereiro de 1993, D. Daniel Adwok iniciou sexta-feira uma visita de 10 dias a Portugal a convite da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, instituição dependente do Vaticano e que integra a plataforma portuguesa por Darfur.

A visita do bispo auxiliar foi programada para coincidir com a II Cimeira UE-África e D. Daniel Adwok estará presente em algumas iniciativas da Plataforma para lembrar o drama de Darfur na semana que antecede o encontro.

Quarta-feira, participa numa conferência juntamente com o advogado sudanês Salih Osman, agraciado com o Prémio Sakharov 2007 do Parlamento Europeu pelo trabalho a favor das vítimas da guerra civil na região de Darfur.

A Plataforma tem previsto para o mesmo dia o lançamento da colectânea Artistas Portugueses por Darfur, um CD com 29 temas, quatro inéditos, cujas receitas se destinam a projectos no Sudão.

Entre os projectos que beneficiarão das vendas do CD está o de uma escola em Nyala (Darfur) a cargo de um missionário português e o da arquidiocese de Cartum «Manter as escolas abertas», que garante a mais de 33.000 crianças sudanesas, «a maioria refugiada», assistência escolar e alimentar, segundo Filipe Pedrosa, secretário da Plataforma e colaborador dos Missionários Combonianos.

Na quarta-feira, será ainda inaugurada a exposição itinerante Darfur/Darfur, que até dia 10 ficará instalada no exterior da Gare do Oriente, perto do Pavilhão Atlântico, onde sábado e domingo se reunirão os participantes da cimeira UE-África.

A exposição consiste em 150 fotografias que retratam o dia-a-dia do Darfur, que são projectadas num triângulo gigante ao som de música de inspiração sudanesa.

Antes da cimeira União Europeia-África, a Plataforma por Darfur pretende ainda entregar ao presidente em exercício do Conselho Europeu e primeiro-ministro português, José Sócrates, a Petição de Urgência pelo Darfur, que conta até ao momento com «cerca de 16 mil assinaturas», disse à Lusa Filipe Pedrosa.

Os signatários pedem que «o drama humanitário no Darfur seja assumido como prioridade na agenda da Cimeira Europa-África» e que a União Europeia assuma como prioridades «conseguir um acordo global para a paz no Sudão» e «o fim da impunidade dos responsáveis pelos crimes de guerra e pelos crimes contra a humanidade no Darfur».

Além de lembrar as vítimas do conflito, a petição assinala que «muitos refugiados, sendo mais de um milhão crianças, não têm acesso à ajuda internacional e estão expostos à morte por má nutrição e doenças» e que «a acção das organizações humanitárias, que no terreno prestam ajuda de emergência, tem sido intencionalmente dificultada ou mesmo impedida».

Salienta ainda que «o Tribunal Penal Internacional qualificou as acções cometidas contra as populações do Darfur como crimes de guerra e crimes contra a humanidade».

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Dezembro 05, 2007, 05:57:42 pm
Só força controlada pela ONU pode garantir segurança

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A segurança é a prioridade «número um» em Darfur e só uma força de paz controlada pela ONU a pode garantir, defendeu o bispo auxiliar de Cartum, D. Daniel Adwok, de visita a Portugal.
«A segurança das pessoas é a prioridade número um e a número dois é chegar a um acordo de paz», declarou à agência Lusa D. Daniel Adwok, que esteve o ano passado na província sudanesa (oeste) onde o conflito já causou mais de 200.000 mortos e 2,5 milhões de refugiados desde que começou em 2003.

Segundo o bispo auxiliar de Cartum, em Darfur «fora dos campos (de refugiados) não há segurança para ninguém» e mesmo a segurança dos campos é quebrada pelas «diferentes milícias, especialmente as famosas milícias janjawid».

O governo do Sudão contra quem os rebeldes da maioria étnica africana do Darfur, queixando-se de discriminação, se revoltaram em 2003 é acusado de em resposta armar as janjawid, milícias árabes locais que aterrorizam a população africana.

«A questão em Darfur é da terra das tribos africanas, que são muçulmanas mas africanas, é uma guerra para controlar a terra, a riqueza da terra», referiu D. Daniel Adwok, adiantando que foi quando o governo quis que «as tribos árabes do deserto» se instalassem em Darfur e as pessoas protestaram que a guerra civil começou.

O bispo defende que «o governo devia envolver-se construtivamente em negociações com todas as facções», mas alerta: «Não se pode negociar com os políticos aqui enquanto os militares estão activos no terreno».

«Isto devia ser parado e é por isso que ONU devia garantir a segurança de Darfur e assegurar-se de que é ela que controla, depois disso podem-se realizar as conversações de paz», afirmou.

O governo sudanês aceitou este ano que fosse destacada para Darfur uma força de paz conjunta da ONU e da União Africana, com cerca de 20.000 militares e 6.000 polícias, que deve iniciar a missão em Janeiro.

Mas o comandante da força, general Martin Agwai, alertou sábado que menos de metade das tropas prometidas estarão no terreno no início de 2008 e sem transportes e material essencial.

Segundo Agwai, apenas 6.500 soldados integrarão a nova missão, conhecida por UNAMID, em Janeiro. Os militares da União Africana que já estão na província (até agora eram os únicos permitidos pelo governo) constituirão a sua maioria.

«É preciso que seja mesmo da ONU, com controlo e financiamento da ONU, com equipamento da ONU», defende o bispo auxiliar de Cartum.

«Ouvi dizer que as tropas africanas que lá estão (em Darfur) recebem às vezes assistência do governo sudanês, por exemplo combustível, porque não têm. Podem receber apoio logístico do governo e uma hora depois combater o governo? Não pode ser».

Para o bispo auxiliar de Cartum, «a ONU deve ter a vontade política para agir no Darfur».

«Gostava que os media internacionais que tanto trabalharam no assunto de Dafur nos últimos três anos pudessem pressionar as Nações Unidas e os diferentes governos para que qualquer programa a ser aplicado no Darfur tenha controlo da ONU e que ele não dependa do governo do Sudão, porque senão será manipulado», disse ainda.

Em relação às negociações de paz, D. Daniel Adwok defende que «qualquer acordo deve envolver todas as partes interessadas», pelo que «os janjawid têm que fazer parte do acordo e não podem ser deixados de fora, os janjawid têm de ser controlados».

«O governo deve negociar de boa-fé com o povo do Darfur ouvir as suas aspirações e preocupações, se eles pedirem autodeterminação deve ser concedida», afirmou o bispo auxiliar de Cartum.

O governo sudanês assinou um acordo com um grupo rebelde em Maio de 2006, mas outros grupos recusaram e muitos fragmentaram-se desde então o que complica o processo.

As negociações iniciadas em Outubro, na Líbia, foram adiadas para este mês porque alguns chefes rebeldes não compareceram, mas ainda não está marcado nenhum outro encontro.

«O governo chega (às negociações), mas deixa os janjawid no terreno, fazendo o que lhes apetece, indo às aldeias e perseguindo as pessoas>, assinala D. Daniel Adwok.

Considera ainda que o facto de praticamente não ter sido aplicado o acordo conseguido no sul do país há três anos também preocupa a população do Darfur.

«Este é também o receio das pessoas de Darfur, pensam que este governo não é sincero. Se fizermos um acordo com ele como é? Porque no sul até agora praticamente nada foi implementado», disse.

O bispo auxiliar de Cartum iniciou sexta-feira uma visita de 10 dias a Portugal promovida pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, instituição dependente do Vaticano e que integra a Plataforma portuguesa por Darfur.

A visita de D. Daniel Adwok foi programada para coincidir com a realização da cimeira União Europeia-África, no fim-de-semana em Lisboa, e o bispo auxiliar de Cartum participa em algumas iniciativas da Plataforma para lembrar Darfur na semana que antecede o encontro de líderes europeus e africanos.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Dezembro 06, 2007, 10:38:13 pm
Ban Ki-moon exorta Estados-membros a fornecerem helicópteros para a força da ONU-UA

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secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exortou hoje os Estados membros a fornecerem 24 helicópteros indispensáveis para o sucesso da futura força conjunta das Nações Unidas e da União Africana (UA) no Darfur.

"Temos de ter uma força robusta, eficaz. Sem ela, não poderá haver segurança" no Darfur, disse Ban aos jornalistas em Nova Iorque.

"Mas para isso precisamos de certas capacidades no terreno, nomeadamente de helicópteros. Não os temos. Por causa disso, toda a missão está em perigo", alertou.

A força "híbrida" ONU-UA (MINUAD) deve contar com 26.000 efectivos e o seu destacamento está previsto para o início de 2008.

A ONU anunciou que o tema será discutido durante a cimeira UE-África que decorre este fim-de-semana em Lisboa.

Marie Okabe, porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, disse aos jornalistas em Nova Iorque que Ban Ki-moon pediu a dois colaboradores para se deslocarem a Lisboa para exortar o presidente sudanês, Omar el-Béchir, a aceitar a composição da futura força ONU-UA no Darfur.

Segundo a porta-voz, os enviados são o adjunto do secretário-geral para as operações de manutenção de paz, Edmond Mulet, e o chefe de gabinete adjunto de Ban, Kim Won-soo.

Mulet e Kim vão tentar convencer Béchir a levantar as suas objecções aos planos da ONU, que prevêem a afectação de unidades especializadas do Nepal, Tailândia e países nórdicos à força "híbrida" ONU-UA para o Darfur.

Esta força deve ser maioritariamente africana, segundo um acordo assinado com o governo sudanês.

Segundo a ONU, os contingentes não africanos em questão são indispensáveis para a eficácia operacional da força.

Os preparativos para o destacamento desta força estão a enfrentar numerosos problemas logísticos, nomeadamente a impossibilidade de obter da parte dos Estados membros 24 helicópteros necessários para a mobilidade e para a capacidade de reacção da futura força.

Edmond Mulet e Kim Won-soo integram a delegação da ONU enviada a Lisboa, que será liderada pelo subsecretário-geral Asha-Rose Migiro.

Província ocidental do Sudão, o Darfur é palco, desde Fevereiro de 2003, de uma guerra civil que fez cerca de 200.000 mortos e mais de dois milhões de deslocados, segundo as organizações internacionais.

Cartum contesta este balanço e identifica apenas 9.000 mortos.

Lusa
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Enviado por: André em Dezembro 11, 2007, 03:35:34 pm
Muammar Kadhafi critica "internacionalização" do conflito

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O líder da Líbia, Muammar Kadhafi, criticou hoje em Paris a "internacionalização do conflito do Darfur", considerando que esta "crise terminará por si" se a comunidade internacional deixar os locais "desembaraçarem-se sozinhos".

"Este interesse que o mundo dá ao Darfur partiu de boas intenções mas é contrário ao que queria à partida", declarou o dirigente líbio durante uma recepção na Assembleia Nacional francesa.

"Se deixarmos os habitantes do Darfur desembaraçarem-se sozinhos, a crise do Darfur terminará por si", afirmou ainda perante cerca de trinta deputados franceses.

Uma força mista da ONU e da União Africana de 26 mil homens deverá substituir no início de Janeiro a força africana de sete mil elementos actualmente destacada no Darfur, mas o Sudão é acusado pelas Nações Unidas de dificultar o destacamento.

O conflito do Darfur e as consequências associadas provocaram em quase cinco anos cerca de 200 mil mortos e 2,2 milhões de deslocados, segundo organizações internacionais, mas Cartum afirma que o número de vítimas mortais não deverá ultrapassar os 9000.

Lusa
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Enviado por: André em Dezembro 31, 2007, 07:52:20 pm
Força conjunta da ONU e UA assume hoje controlo

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A força conjunta das Nações Unidas (ONU) e da União Africana para o Darfur (UNAMID) assume hoje o controlo das operações no oeste do Sudão, quase cinco anos após o início do conflito.
Numa cerimónia em Ai-Facher, capital do Darfur, a força mista da ONU e da União Africana, composta por 26.000 soldados, vai substituir os 7.000 militares da missão africana no Sudão (AMIS), destacada até agora no território.

As tropas africanas que desenvolviam as operações até agora foram incapazes de acabar com os confrontos e massacres que levaram à morte de dezenas de milhares de pessoas.

Apesar de a força conjunta assumir hoje o controlo oficialmente, mais de 9.000 soldados da UNAMID, entre os quais polícias e soldados, iniciaram já as suas operações no terreno.

No país estão presentes actualmente dez batalhões procedentes do Ruanda, África do Sul, Nigéria e Senegal, juntamente com outras forças policiais e com outras funções de mais de 25 países.

Outros efectivos procedentes do Egipto, Paquistão e do Nepal serão destacados nos próximos dois meses para a zona, segundo fontes da ONU.

A missão da UNAMID foi autorizada em 31 de Julho pelo Conselho de Segurança da ONU para proteger a população civil, fornecer ajuda humanitária e estabelecer um clima de segurança que favoreça a Paz no oeste do Sudão.

Darfur, uma região do tamanho da França, vive um cenário de conflito armado desde o início de 2003, quando rebeldes se revoltaram contra o Governo de Cartum, numa disputa de recursos naturais.

Estima-se que o conflito já tenha causado mais de 200 mil mortos, cerca de 200 mil refugiados e 2,5 milhões de deslocados internos.

A situação no Darfur foi considerada pela ONU como sendo a crise humanitária mais grave de toda a história da humanidade.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Janeiro 01, 2008, 04:58:49 pm
Morre o diplomata norte-americano ferido em ataque na capital do Sudão

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A Embaixada dos Estados Unidos no Sudão anunciou hoje que morreu o diplomata norte-americano ferido esta madrugada num ataque a tiro na capital do país norte-africano, Cartum.

Do ataque resultou ainda a morte de um cidadão sudanês, motorista da viatura do diplomata, que circulava na capital sudanesa em direcção ao bairro residencial de Rayd, na zona ocidental da cidade.

"Esta tarde, o funcionário norte-americano sucumbiu aos seus ferimentos e faleceu", afirmou o porta-voz da representação diplomática dos Estados em Cartum, Walter Braunohler, citado pela agência AP.

O mesmo responsável adianta que a Embaixada está a "trabalhar de perto com as autoridades locais para investigar este incidente".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros sudanês identifica o diplomata como John Michael Granfield, de 33 anos, e diz que este foi atingido por cinco tiros - na mão, ombro e abdómen.

A vítima mortal do ataque, refere a mesma fonte, é Abdel Rahman Abbas, de 40 anos de idade.

Nem a embaixada norte-americana, nem o governo sudanês, adiantam pormenores em relação às motivações - roubo ou atentado - e autoria do ataque.

Lusa
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Enviado por: comanche em Janeiro 25, 2008, 12:01:38 am
Defesa: Conselho Superior de Defesa Nacional aprova envio de destacamento para Chade e República Centro Africana


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Lisboa, 24 Jan (Lusa) - O Conselho Superior de Defesa Nacional deu hoje parecer favorável à proposta do Governo de enviar um destacamento da Força Aérea, durante dois meses, para integrar a missão da União Europeia no Chade e República Centro Africana.

Em comunicado emitido após a reunião extraordinária do Conselho Superior de Defesa Nacional salienta-se que o destacamento da Força Aérea será constituído por uma aeronave C 130 e por trinta militares.

Este destacamento irá integrar a missão humanitária da União Europeia de apoio aos refugiados do Darfur no Chade e República Centro Africana.

Além do ponto referente à aprovação "nas condições e prazos propostos" pelo Governo da participação portuguesa na missão humanitária no Chade e República Centro Africana, o comunicado salienta também que o Conselho Superior de Defesa Nacional procedeu a uma análise sobre "a evolução da situação dos contingentes [nacionais] que se encontram actualmente a cumprir missões em outros territórios".

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Enviado por: André em Fevereiro 19, 2008, 01:55:28 pm
Pressão desenfreada agrava crise humanitária Darfur

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A «pressão desenfreada» sobre o governo do Sudão pode prejudicar a resolução da crise humanitária no Darfur, no oeste do país, afirmou hoje aos jornalistas Liu Jianchao, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
 
«Não deveremos usar uma pressão desenfreada para prevenir o agravamento da situação», afirmou o representante do governo chinês depois de críticos, incluindo o realizador norte-americano Steven Spielberg, terem acusado Pequim de não fazer o suficiente para acabar com o conflito na região.

«Os países envolvidos devem manter a paciência e conduzir um diálogo equilibrado para resolver o assunto adequadamente», acrescentou Liu, em conferência de imprensa de rotina.

O realizador Steven Spielberg anunciou na terça-feira passada o abandono do cargo de assessor artístico das cerimónias de abertura e encerramento dos Jogos devido ao apoio que a China dá ao governo do Sudão, acusado de genocídio na região de Darfur, no oeste do país.

A China é considerada uma aliada do Sudão e acredita-se que tem influência junto dos líderes sudaneses.

Além de ser o maior fornecedor de armas e equipamento militar estratégico ao país africano, a China é o maior parceiro comercial do Sudão, a quem compra 60% da produção petrolífera.

Liu Jianchao não voltou a comentar a desistência de Steven Spielberg ou a polémica internacional que o caso gerou, limitando-se a fazer as afirmações à imprensa depois de informar que o enviado especial diplomático chinês para o Darfur vai realizar a sua quarta visita à região no final deste mês.

Liu adiantou que as negociações para a paz na região estão «obviamente atrasadas» devido ao envio das forças de paz.

O responsável chinês pediu um aceleramento do processo político e pediu esforços para persuadir os grupos rebeldes a juntarem-se ao diálogo e assim contribuírem para pôr fim a quatro anos de conflito.

Os conflitos étnicos em Darfur causaram já pelo menos 200 mil mortos e 2,5 milhões de desalojados, resultantes dos conflitos étnicos, doenças e morte que devastam a região desde 2003, segundo as Nações Unidas.

Os activistas pelos Direitos Humanos têm vindo a pressionar a China, afirmando que o que consideram ser a falta de intervenção chinesa no conflito do Darfur retira a legitimidade a Pequim para receber os Jogos Olímpicos de 2008.

A China mantém a sua posição e continua a afirmar que os Jogos Olímpicos, que decorrem entre 08 e 24 de Agosto, são um evento desportivo que não deve ser politizado.

Diário Digital / Lusa