Estados Unidos da União Chinesa

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papatango

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Re: Estados Unidos da União Chinesa
« Responder #15 em: Novembro 10, 2010, 10:45:04 pm »
Luso -> Será, mas a questão nesse caso continua a ser a mesma:
Em teoria o governo federal americano terá a capacidade para fazer o que quiser.

É no entanto verdade, que a sociedade americana é complexa por causa do gigantesco edificio burocrático que foi criado para garantir o que eles chamam «checks and ballances».

Continuam a existir na américa movimentos anti-governo e anti-estado, que não sendo anarquistas, olham com grande desconfiança o governo central em Washington, que acusam de por em causa a liberdade deles.
Muitas vezes esquecemos que os estados americanos mantêm a sua guarda nacional e guarda nacional aérea e mantêm um nível de independência que dentro de pouco tempo será maior que a nossa relativamente a Bruxelas.

Eu apenas acredito que numa situação de necessidade, a América pode começar a emitir dinheiro.
Isso até é bom, porque desvaloriza o Dolar.
É claro que isso também só poderia ser feito se chegasse ao poder um grupo de isolacionistas da linha dura, ainda mais fanáticos que os do Tea Party.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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chaimites

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Re: Estados Unidos da União Chinesa
« Responder #16 em: Novembro 10, 2010, 10:47:53 pm »
Citar
HMSW (um dia destes hás-de me conceder a honra de satisfazer a minha curiosidade quanto às iniciais),
joão vaz


HMSW desculpa mas eu vou arriscar

HMSW (Her Magesty Ship Warrior)

HMSW  o orgulho da frota da Rainha Vitória (1860)

O HMSW foi o primeiro navio de guerra construido com  casco blindado em aço era
imune a todos os projecteis de artelharia naval em uso do seu tempo
Tormou-se no navio mais poderoso do mundo

 

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HSMW

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Re: Estados Unidos da União Chinesa
« Responder #17 em: Novembro 10, 2010, 11:15:59 pm »
É HSMW!!!  :evil:  :amazing:  :moca:

HOTEL SIERRA MIKE WHISKY
 :mrgreen:
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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Luso

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Re: Estados Unidos da União Chinesa
« Responder #18 em: Novembro 10, 2010, 11:27:22 pm »
Citação de: "papatango"
Luso -> Será, mas a questão nesse caso continua a ser a mesma:
Em teoria o governo federal americano terá a capacidade para fazer o que quiser.

É no entanto verdade, que a sociedade americana é complexa por causa do gigantesco edificio burocrático que foi criado para garantir o que eles chamam «checks and ballances».

Continuam a existir na américa movimentos anti-governo e anti-estado, que não sendo anarquistas, olham com grande desconfiança o governo central em Washington, que acusam de por em causa a liberdade deles.
Muitas vezes esquecemos que os estados americanos mantêm a sua guarda nacional e guarda nacional aérea e mantêm um nível de independência que dentro de pouco tempo será maior que a nossa relativamente a Bruxelas.

Eu apenas acredito que numa situação de necessidade, a América pode começar a emitir dinheiro.
Isso até é bom, porque desvaloriza o Dolar.
É claro que isso também só poderia ser feito se chegasse ao poder um grupo de isolacionistas da linha dura, ainda mais fanáticos que os do Tea Party.


Ai essa miopia, PT...
Muita frase feita aí, meu amigo, muita reportagem do enviado da RTP ou do Costa Ribas, aqueles que estão sempre a falar dos "fanáticos da direita" e a bendizer sempre o melhor presidente de todos os tempos, o prémio Nobel da Paz guerreiro, o segundo Cristo, apesar de todas as evidências em contrário.

"Em teoria o governo americano faz o que quiser". Pois bem, tal como o nosso.
O tal das Motas Engil. Do Banco Espírito Santo ou BPN, Soares da Costa, da Prisa, da Autoeuropa, da Liscont, dos Cagalhães, etc.

Na realidade, os governos não fazem o que querem mas o que lhes mandam. E essa dos checks and ballances é um mito que cai por terra assim que se acompanhar dia-dia as notícias e os casos de corrupção que envergonhariam um português, de tipos que estão a fazer os ballances agora e que a seguir vão passar checks... e até voltam a fazer ballances.
Dizes também que os estados são independentes. São-no por agora porque a tendencia em "federalizar" tudo e retirar competências não só aos estados mas também a nível local, ou seja, tornar as coisas centralizadas e mais parecidas com o que aqui temos neste canteiro, por exemplo. Mas vamos ver no que vai dar a recente reviravolta. Eu temo que os senadores vão ser mais do mesmo sistema, mas também há mais pessoas conscientes desse risco, do tão falado "falso paradígma esquerda-direita" em que os fantoches são diferentes mas controlados pela mesma mão oculta. Mas isso é outra história, que a mais simples lei de Murphy não responde. Ou talvez sim: quem tem guito risca e o resto é conversa.

A América a emitir dinheiro?  :mrgreen:
Mas não é isso que tem feito em grande recentemente com estes baylouts de bancos e mais a "injecção na economia" que agora se anuncia?
E quando se fala de dívida galopante está a contar-se com o dinheiro que fica logo em dívida assim que o FED manda emitir.

Mas somarmos todos os pontos indirectamente relacionados, o que poderemos suspeitar é o risco de um inflação zimbabueana ou de Weimar.

"Ai e tal, os americanos baixam o dólar, para aumentarem as exportações." Mas exportações de quê?
De sistemas de armas? De algodão? Filmes? De quê, afinal?
Quantas industrias se deslocalizaram e foram para a China, México ou Índia?
Quantos desempregados existem mesmo nos EUA?
O que é que os EUA realmente exportam?
O que é que os americanos importam?
Qual é o balanço comercial dos EUA?

Quem permitiu que isso acontecesse?
O governo que teoricamente faz o que quer?

Fanáticos do Tea Party?
Quais?
Os que querem menos governo por saberem que um governo grande é proporcionalmente corrupto? Eu sei que assim é e mal de nós se também não o sabemos!
O Tea Party é um movimento transversal que reune descontentes de todos os quadrantes mas que foi em parte "raptado" pelos Republicanos. Mas surgiu na sequência da percepção popular de abusos e intromissões cada vez mais evidentes do governo federal, a quer meter-se onde não deve.
Que é o que aqui também se passa.
Para aumentar controlo, clientelas, alimentar estruturas partidárias, mas sobretudo para aumentar o controlo sobre todas as facetas da vida das pessoas.

A ideia que eu tinha dos EUA há muito morreu para mim, e apenas o Tea Party é que ainda representam a ideia de liberdade que eu associava a esse país.
Mas eu também devo ser fanático.
Os "outros", por outro lado, são os atinadinhos.
Se os rótulos forem esses, eu escolho o lado dos "fanáticos".
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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chaimites

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Re: Estados Unidos da União Chinesa
« Responder #19 em: Novembro 11, 2010, 12:40:41 am »
Citação de: "HSMW"
É HSMW!!!  :evil:  :amazing:  :moca:

HOTEL SIERRA MIKE WHISKY
 :oops:  :oops:

As minhas sinceras desculpas HSMW :wink:
 

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João Vaz

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Re: Estados Unidos da União Chinesa
« Responder #20 em: Novembro 11, 2010, 11:35:28 am »
Citação de: "HSMW"
É HSMW!!!  :evil:  :amazing:  :moca:

HOTEL SIERRA MIKE WHISKY
 :mrgreen:

Mil perdões pela minha indução ao erro do Chaimites  :wink:

P.S. De facto, os Estados Falidos da América estão na dependência de Pequim, como todo o mundo civilizado sabe. Aliás, comprar prejuízo tem sido o maior negócio... da China.
Diversificar investimento em ovos podres como as economias ocidentais é o novo "paradigma" económico Vermelho. É a nova Economia das Grandes Falências. Um Mundo de oportunidades, literalmente.
"E se os antigos portugueses, e ainda os modernos, não foram tão pouco afeiçoados à escritura como são, não se perderiam tantas antiguidades entre nós (...), nem houvera tão profundo esquecimento de muitas coisas".
Pero de Magalhães de Gândavo, História da Província Santa Cruz, 1576
 

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FoxTroop

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Re: Estados Unidos da União Chinesa
« Responder #21 em: Novembro 11, 2010, 03:30:46 pm »
Citação de: "Luso"
Citação de: "papatango"
Luso -> Será, mas a questão nesse caso continua a ser a mesma:
Em teoria o governo federal americano terá a capacidade para fazer o que quiser.

É no entanto verdade, que a sociedade americana é complexa por causa do gigantesco edificio burocrático que foi criado para garantir o que eles chamam «checks and ballances».

Continuam a existir na américa movimentos anti-governo e anti-estado, que não sendo anarquistas, olham com grande desconfiança o governo central em Washington, que acusam de por em causa a liberdade deles.
Muitas vezes esquecemos que os estados americanos mantêm a sua guarda nacional e guarda nacional aérea e mantêm um nível de independência que dentro de pouco tempo será maior que a nossa relativamente a Bruxelas.

Eu apenas acredito que numa situação de necessidade, a América pode começar a emitir dinheiro.
Isso até é bom, porque desvaloriza o Dolar.
É claro que isso também só poderia ser feito se chegasse ao poder um grupo de isolacionistas da linha dura, ainda mais fanáticos que os do Tea Party.


Ai essa miopia, PT...
Muita frase feita aí, meu amigo, muita reportagem do enviado da RTP ou do Costa Ribas, aqueles que estão sempre a falar dos "fanáticos da direita" e a bendizer sempre o melhor presidente de todos os tempos, o prémio Nobel da Paz guerreiro, o segundo Cristo, apesar de todas as evidências em contrário.

"Em teoria o governo americano faz o que quiser". Pois bem, tal como o nosso.
O tal das Motas Engil. Do Banco Espírito Santo ou BPN, Soares da Costa, da Prisa, da Autoeuropa, da Liscont, dos Cagalhães, etc.

Na realidade, os governos não fazem o que querem mas o que lhes mandam. E essa dos checks and ballances é um mito que cai por terra assim que se acompanhar dia-dia as notícias e os casos de corrupção que envergonhariam um português, de tipos que estão a fazer os ballances agora e que a seguir vão passar checks... e até voltam a fazer ballances.
Dizes também que os estados são independentes. São-no por agora porque a tendencia em "federalizar" tudo e retirar competências não só aos estados mas também a nível local, ou seja, tornar as coisas centralizadas e mais parecidas com o que aqui temos neste canteiro, por exemplo. Mas vamos ver no que vai dar a recente reviravolta. Eu temo que os senadores vão ser mais do mesmo sistema, mas também há mais pessoas conscientes desse risco, do tão falado "falso paradígma esquerda-direita" em que os fantoches são diferentes mas controlados pela mesma mão oculta. Mas isso é outra história, que a mais simples lei de Murphy não responde. Ou talvez sim: quem tem guito risca e o resto é conversa.

A América a emitir dinheiro?  :mrgreen:
Mas não é isso que tem feito em grande recentemente com estes baylouts de bancos e mais a "injecção na economia" que agora se anuncia?
E quando se fala de dívida galopante está a contar-se com o dinheiro que fica logo em dívida assim que o FED manda emitir.

Mas somarmos todos os pontos indirectamente relacionados, o que poderemos suspeitar é o risco de um inflação zimbabueana ou de Weimar.

"Ai e tal, os americanos baixam o dólar, para aumentarem as exportações." Mas exportações de quê?
De sistemas de armas? De algodão? Filmes? De quê, afinal?
Quantas industrias se deslocalizaram e foram para a China, México ou Índia?
Quantos desempregados existem mesmo nos EUA?
O que é que os EUA realmente exportam?
O que é que os americanos importam?
Qual é o balanço comercial dos EUA?

Quem permitiu que isso acontecesse?
O governo que teoricamente faz o que quer?

Fanáticos do Tea Party?
Quais?
Os que querem menos governo por saberem que um governo grande é proporcionalmente corrupto? Eu sei que assim é e mal de nós se também não o sabemos!
O Tea Party é um movimento transversal que reune descontentes de todos os quadrantes mas que foi em parte "raptado" pelos Republicanos. Mas surgiu na sequência da percepção popular de abusos e intromissões cada vez mais evidentes do governo federal, a quer meter-se onde não deve.
Que é o que aqui também se passa.
Para aumentar controlo, clientelas, alimentar estruturas partidárias, mas sobretudo para aumentar o controlo sobre todas as facetas da vida das pessoas.

A ideia que eu tinha dos EUA há muito morreu para mim, e apenas o Tea Party é que ainda representam a ideia de liberdade que eu associava a esse país.
Mas eu também devo ser fanático.
Os "outros", por outro lado, são os atinadinhos.
Se os rótulos forem esses, eu escolho o lado dos "fanáticos".


Não existe muito mais que possa acrescentar a isto sem entrar em "outras matérias". Contudo antipatizo bastante com o "Tea Party" e considero que devido a composição heterogenea do mesmo (aquilo mais parece um BE de direita) qualquer cargo de responsabilidade não lhe pode ser imputado.
 

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Luso

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Re: Estados Unidos da União Chinesa
« Responder #22 em: Novembro 11, 2010, 05:19:04 pm »
Citar
(aquilo mais parece um BE de direita)

Realmente é um pouco isso, é... :mrgreen:
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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papatango

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Re: Estados Unidos da União Chinesa
« Responder #23 em: Novembro 11, 2010, 11:29:17 pm »
Conforme já disse anteriormente, eu não partilho das visões catastrofistas sobre a América e os americanos.
A História diz-nos que todos os que apostaram nessas visões catastrofistas estavam errados.

É inegável, o que aconteceu na ultima década, em que um governo supostamente liberal de direita, abriu mão de muitos dispositivos de controlo e regulamentação da economia.
O inicio de um processo de desregulamentação na área financeira - que não foi uma invenção dos republicanos e já se encontrava nos governos do Clinton – coincidiu com o fim da guerra fria e com a ideia de que o capitalismo tinha triunfado.

Isto levou também a que se aceitassem com facilidade todos os truques, produtos financeiros, desde títulos, opções de ações, até ao famigerado «short selling».
O que aconteceu foi que o sistema financeiro, norte-americano e europeu, conseguiu convencer os governos e as pessoas a endividar-se para lá da sua capacidade e vendeu essas dívidas, apostando cegamente na sua valorização, sabendo-se que na maioria dos casos tratava-se de valores não podiam ser pagos.
As coisas foram feitas de tal maneira, que a eventual falência de um banco, colocaria em causa o sistema financeiro, levando os governos a ficar reféns dos bancos falidos, obrigando-os a entrar com o dinheiro que não existia para evitar o colapso da economia.
Deste ponto de vista (que está demasiado simplificado, admito) os banqueiros e especuladores deram o golpe perfeito.

Esta situação foi provocada por grupos de pressão / Lobbies, mas este tipo de situações são uma constante da economia americana.
Sabemos hoje que a crise de 1929, foi provocada por esquemas criminosos que criavam boatos, para aumentar e inflacionar o valor das ações.
Quando as pessoas começaram finalmente a fazer contas toda a economia entrou em colapso e as economias de milhões de pessoas desapareceram em apenas alguns dias. A crise económica e a deflação que se lhe seguiram, foram ainda piores.

A América depara-se presentemente com um problema que não tinha desde o final da II guerra mundial. Desde 1945 que o mundo ocidental depende do dolar e a América tem a máquina de fazer dolares, podendo a seu bel-prazer condicionar a evolução das economias.
O aparecimento do Euro, e a ascensão da China, alteraram a situação e esse é neste momento o problema dos americanos, mas um crash do dolar, provocaria sem dúvida problemas, mas se isso acontece, quem vai comprar os produtos chineses ?
Os americanos podem não ter a faca e todo o queijo na mão, mas continuam com a faca e uma grande porção do queijo.

A desvalorização do Dolar, não serve necessáriamente para aumentar as exportações americanas. Ela serve para reduzir drasticamente as importações. A América tem potêncial para produzir quase todos os productos manufacturados e bens transaccionáveis que  consome, o problema é que os custos são elevados.
Mas a América, ao contrário de quase todas as economias com que compete, tem uma vantagem competitiva muito grande: A sua grande capacidade de adaptação.
Sempre tem mostrado ter essa capacidade.

Já o «Tea Party» é apenas uma expressão de um movimento que existe na América desde que o país foi criado em 1776. Por causa dessa corrente de pensamento é que quando chegou a II guerra mundial, a América tinha um exército mais pequeno que o da Romenia, exactamente porque não se via nenhuma necessidade em ter uma grande força militar controlada pelo governo.

A visão paroquial da América, que me parece ser a visão do tal do Tea Party, é uma visão que do meu ponto de vista é anacrónica e fanática. Em grande medida trata-se de pessoas dos sectores evangélicos, que olham para o governo acreditando que virá de Washington o Anti-Cristo.
E muitos são contra o governo, não por qualquer razão de racionalidade politica ou ideológica, mas apenas porque a sua interpretação religiosa ou biblica da situação mundial, determina que Washington é realmente um perigo diabólico, conforme descrito no Livro do Apocalipse.

Portanto: A dinâmica da sociedade norte-americana, a sua capacidade de adaptação – que sempre demonstrou ter – não permitem tirar conclusões antecipadas sobre a actual situação.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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FoxTroop

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Re: Estados Unidos da União Chinesa
« Responder #24 em: Novembro 12, 2010, 01:12:06 am »
Citar
Os americanos podem não ter a faca e todo o queijo na mão, mas continuam com a faca e uma grande porção do queijo.

A desvalorização do Dolar, não serve necessáriamente para aumentar as exportações americanas. Ela serve para reduzir drasticamente as importações. A América tem potêncial para produzir quase todos os productos manufacturados e bens transaccionáveis que consome, o problema é que os custos são elevados.

Caro PT, não considero de todo que os USA tenham a faca e parte do queijo. Aliás não existe nenhum país que esteja nessa situação. Se assim fosse agiria unilateralmente, sem dar cavaco a ninguém, e o que vemos no G20 é uma clara tentativa americana de levar os outros jogadores a irem á mesa. Até porque o sector manufactureiro americano está de tal forma estilhaçado que serão precisos anos para o repor ao nivel das necessidade internas americanas.

Quanto à injecção maciça de papel, na realidade e devido ao esquema de reciclagem de USD montado a nivel mundial, esse papel não vai criar rigorasamente nada na economia america, nem causará aumento de exportações, nem sequer diminuição de importações. Muito provavelmente sairá do país, para ser reciclado em ainda mais divida (na prática foi o que aconteceu ao papel emitido durante o QE1)

Citar
Mas a América, ao contrário de quase todas as economias com que compete, tem uma vantagem competitiva muito grande: A sua grande capacidade de adaptação.
Sempre tem mostrado ter essa capacidade

O quadro socio-economico dos USA na entrada da grande depressão, nada tem a ver com o actual quadro. Em 1929, os USA eram um país industrial, trabalhador e a sua grande massa humana era bastante espartana no modo de vida. Hoje tem um quadro extremamente virado para um sector economico parasitário, onde a economia real deu lugar à especulativa e com uma massa humana pouco simpatizante com sacrificios.

Na realidade, penso que sem uma restruturação massiva da sua maquina militar e uma forte intrevenção no sector financeiro de modo a colocar o capital ao serviço do sector produtivo e de ID, poucas opções restam que não levem as colapso.

Quanto ao Tea Party, já dei a minha opinião acima.
 

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papatango

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Re: Estados Unidos da União Chinesa
« Responder #25 em: Novembro 12, 2010, 01:47:49 am »
Mas em cada período, a economia americana, bem como as outras, estão enquadradas dentro de uma realidade económica que afecta mais ou menos da mesma forma todas as economias.

A economia americana em 1929 era a que era, como era a que era na crise de 1837/1842, ou durante a crise bancária de 1893, provocada pela falência dos magnatas dos caminhos de ferro (o que na altura também foi apontado como sinal do fim, porque os caminhos de ferro faziam mover a economia americana) que levou a uma crise muito séria a partir de 1896 e que chegou a 1901, com a falência da bolsa de Nova York .

Lembro sempre as palavras de Herman Goering, quando a Alemanha se preparava para entrar na guerra. Afirmava Goering, com toda a propriedade em 1939, que a América só estaria militarmente pronta para entrar num conflito em 1970.

A América é tradicionalmente um país que consegue superar crises com alguma facilidade, quando comparamos com o que acontece noutros locais do globo.
Haverá nesta crise, características que lhe são próprias, mas o país é o mesmo.
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Re: Estados Unidos da União Chinesa
« Responder #26 em: Novembro 12, 2010, 10:10:42 am »
Citação de: "papatango"
Mas em cada período, a economia americana, bem como as outras, estão enquadradas dentro de uma realidade económica que afecta mais ou menos da mesma forma todas as economias.

A economia americana em 1929 era a que era, como era a que era na crise de 1837/1842, ou durante a crise bancária de 1893, provocada pela falência dos magnatas dos caminhos de ferro (o que na altura também foi apontado como sinal do fim, porque os caminhos de ferro faziam mover a economia americana) que levou a uma crise muito séria a partir de 1896 e que chegou a 1901, com a falência da bolsa de Nova York .

Lembro sempre as palavras de Herman Goering, quando a Alemanha se preparava para entrar na guerra. Afirmava Goering, com toda a propriedade em 1939, que a América só estaria militarmente pronta para entrar num conflito em 1970.

A América é tradicionalmente um país que consegue superar crises com alguma facilidade, quando comparamos com o que acontece noutros locais do globo.
Haverá nesta crise, características que lhe são próprias, mas o país é o mesmo.


Não nego nada do que escreveu, caro PT, só que neste periodo de economias altamente integradas, os USA não dependem só deles. Qualquer medida de correcção economica interna, vai ter reprecussões a nivel mundial e que pode desencadear uma retaliação economica potencialmente fatal para o USD e que nenhum isolacionismo proteccionista americano pode conter. Não nos podemos esquecer que entre 75% a 80% dos USD em circulação no mundo estão na mão de terceiros, terceiros esses que não morrem de amor pelos USA e que em caso de medidas americanas que ponham em causa a sua integridade economica, irão retaliar.

Vamos acompanhar com calma o G20, os USA entraram lá debaixo de fogo por todos os quadrantes (excepto dos UK, por razões obvias) e sou sincero quando lhe digo que um dos investimentos que estou a pensar fazer vai depender de como as coisas vão acabar lá.
 

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Jorge Pereira

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Re: Estados Unidos da União Chinesa
« Responder #27 em: Novembro 12, 2010, 05:00:18 pm »
Fico surpreendido pelo facto de na recente visita do Presidente da China à Portugal, ninguém, pelo menos que eu tivesse conhecimento, juntasse este pequeno puzzle:


Citar
Portugal deve preparar-se para o alargado Canal do Panamá, em 2014


O País tem que escolher: ou investe nas forças produtivas da sua economia, em especial as ligadas ao transporte marítimo, navios, portos, estaleiros e os equipamentos e vias que lhes acedem (e assim arranja dinheiro para pagar as enormes dividas que criou) de modo a libertar-se de se tornar em breve um arrabalde de Berlim com a “Unter der Linden” a “despejar” para a Av. da Liberdade, as suas ordens (será que não vêem que a Europa já vai a uma só velocidade, a alemã?), o que era de prever desde que os “iluminados de Bruxelas” avançaram com o “Euro” deixando de fora a “Libra”; ou abandona o “Euro” e volta ao “Escudo” (e assim reduz drasticamente as importações e aumenta as exportações) e fica agarrado aos cacos desse terramoto a dizer que são muito seus e que ninguém de fora vai mandar remover esse entulho.

Em 1869 foi inaugurado o Canal de Suez. Foi a 1ª grande revolução no transporte marítimo mundial na época moderna. Pelo facto Portugal teve, nos finais do século XIX, um dos mais fulgurantes desenvolvimentos das suas frotas navais.

Em 1914 foi inaugurado o Canal de Panamá. Foi a 2ª grande revolução nos transportes do mar e o País voltou a ter um forte poder marítimo nas décadas que se lhe seguiram.

Em 2014 vai ser inaugurado o novo (alargado) Canal de Panamá. Entendemos que se irá processar a 3ª grande revolução no transporte marítimo dos nossos tempos, face ao que já se passa nesta actividade, entre o Oriente e o Ocidente,

Nos parece ter chegado a hora de se colocar o ano 2014, como meta dos empreendimentos, aos nossos dirigentes e decisores na matéria, para que se considere tal meta como um objectivo da concretização do que se queira fazer no sector dos transportes marítimos revolucionado pela vaga de grandes navios porta-contentores na caminhada Oriente-Ocidente, como o foram as nossas caravelas há 500 anos atrás, mas por via do Cabo da Boa Esperança
.


Fonte




+




Citar
Panamax and New Panamax are popular terms for the size limits for ships traveling through the Panama Canal. Formally, the limits and requirements are published by the Panama Canal Authority (ACP) titled "Vessel Requirements"[1]. These requirements also describe topics like exceptional dry seasonal limits, propulsion, communications and detailed ships design.

The allowable size is limited by the width and length of the available lock chambers, by the depth of the water in the canal and by the height of the Bridge of the Americas. Consequently, ships that do not fall within the Panamax-sizes are called Post Panamax. The limits have influenced those constructing cargo ships, giving clear parameters for ships destined to traverse the Panama Canal.

"Panamax" has been in effect since the opening of the canal in 1914. In 2009 the Canal management published the "New Panamax"[2], that will be in effect when the third lane of locks, larger than the current two, are operational from 2014.

The increasing prevalence of vessels of the maximum size is a problem for the canal as a Panamax ship is a tight fit that requires precise control of the vessel in the locks, possibly resulting in longer lock time, and requiring that these ships transit in daylight. Because the largest ships traveling in opposite directions cannot pass safely within the Gaillard Cut, the canal effectively operates an alternating one-way system for these ships.

Fonte










Mais fotografías aqui:  :?:

 c34x
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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João Vaz

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Re: Estados Unidos da União Chinesa
« Responder #28 em: Novembro 12, 2010, 05:11:54 pm »
O G 20 obteve alguns resultadozinhos práticos de âmbito técnico, mas não surtiu qualquer efeito no limite da expansão comercial da China, nem da Alemanha. Assim como a limitação às actuais manipulações da moeda não passam de promessas de valor simbólico. Não é de estanhar, pois trata-se de uma arma eficaz nas "guerras cambiais" entre Estados e mercados que têm permitido aos primeiros evitar os constrangimentos dos segundos.

Enquanto o Ocidente industrializado e desenvolvido vai oscilando entre modelos de estímulo e austeridade para ressuscitar as economias a China tem construído uma espécie de golden share global. E é ela que vai incutindo substância (=carcanhol) nos diversos Tesouros soberanos.

A intervenção de estímulo económico de Obama, face ao anterior desgoverno desastroso de Bush, agravado pela crise de 2008, tem obrigado a constantes reajustes da economia, cada vez mais frequentes.



Um dos mais recentes relatórios do FMI (sim, os mesmos que nos vão ajudar a ser responsáveis) apontou o que já vai sendo óbvio: são necessárias medidas suplementares para estabilizar devidamente o rácio dívida / PIB, para além do ajuste fiscal em grande escala, equivalente a 14% do PIB.  

A mesma instituição constatou as graves deficiências na política fiscal. no Selected Issues Paper (Section VI) de Julho passado.

A procura interna é insuficiente, a taxa de desemprego ainda demasiado elevada, tendo recuperado apenas ligeiramente de níveis próximos do pós-Depressão de 1930.

Outras agravantes consistem 1) na dificuldade de regulação dos mercados, face à vulnerabilidade da economia sujeita à "volatilidade" extrema de 2008 e 2) na recente quebra/crise soberana das economias europeias, com efeitos nocivos para os EUA, levando os investidores a procurarem "refúgio" na economia norte-americana, por seu turno fazendo disparar o valor do dólar e, consequentemente, diminuir o valor das exportações.

Os riscos são, portanto, muito elevados e os estímulos ainda estão longe de estabilizar a economia. A questão é que a cura neste caso não se compadece com soluções fáceis e imediatas. Aliás, alguns importantes ganhos foram conseguidos nas reformas de Obama no Sistema de Saúde e na Segurança Social, desafios de longo prazo, assim como as medidas de reforma do sistema financeiro. Porém, e de acordo com as análises do FMI, as medidas só atingirão as metas a que destinam se a regularização e controle das mesmas for aplicado de modo rigoroso e continuado. Só assim se evitarão futuras ameaças sistémicas. Uma implosão financeira é sempre possível.



A economia norte-americana permanece um imenso campo minado. Washington continua a  contrair empréstimos a ritmo acelerado, enquanto a economia do país se mantém deteriorada. A retoma ainda é lenta e o seu custo é elevadíssimo. Por exemplo, não está a criar emprego suficiente, apenas impede que este diminua. A manutenção deste montante de endividamento é incomportável por muito mais tempo sem consequências negativas.



A difícil herança económica norte-americana radica na acumulação de desgovernos e políticas imprudentes consideradas indispensáveis à manutenção dos Estados Unidos enquanto super-potência a qualquer custo. A diferença com crises anteriores é que, hoje, os problemas são essencialmente estruturais, de solução demorada e de uma escala sem precedentes.

Este é o futuro próximo dos EUA




Enquanto isto, o investimento estrangeiro é particularmente bem-vindo. Daí esta digressão inédita de peditório de um Presidente norte-americano às potências asiáticas para estímulos adicionais da economia mais poderosa do Mundo.

É que, precisamente, a China, o Japão, e até o Brasil, têm alimentado o Tesouro dos Estados Unidos. Estes países detêm mais de metade dos juros da dívida e podem desfazer-se deles num nanosegundo.

Rédea curta, portanto.  

Sigam o gráfico...



Exactamente: os Estados Unidos estão ali no último lugar da lista de 190 países.

Dados da CIA

Ao ritmo actual do endividamento e dos resultados negativos acumulados ao longo desta década, sucedem-se os modelos teóricos de previsão económica que raramente acertam...

Os prejuízos acumulam-se e, literalmente, não há tecto que aguente.



E,  para onde quer que olhemos, lá está a China, pelas piores e pelas melhores razões. Assim à imagem dos Estados Unidos...
"E se os antigos portugueses, e ainda os modernos, não foram tão pouco afeiçoados à escritura como são, não se perderiam tantas antiguidades entre nós (...), nem houvera tão profundo esquecimento de muitas coisas".
Pero de Magalhães de Gândavo, História da Província Santa Cruz, 1576
 

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FoxTroop

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Re: Estados Unidos da União Chinesa
« Responder #29 em: Novembro 12, 2010, 08:34:27 pm »
E no meio disto tudo, a Alemanha é quem mais se vai rir, mas isto é apenas suspeita minha.