Antes de dizer coisas seria melhor contar em quantas cidades portuguesas existem os «cemitérios dos ingleses», que não eram autorizados a enterrar os seus mortos junto aos restantes, porque eram protestantes.
Serviam para morrer em Portugal, mas não eram dignos de serem enterrados nos nossos cemitérios.
O ódio aos ingleses é resultado dos afrancesamento «amaricado» da sociedade portuguesa especialmente a partir do século XIX que foi influenciado pelos franceses. Também é resultado do Mapa cor-de-rosa.
A aliança continua a existir e ela foi muito mais vezes utilizada pelos ingleses que por nós, mas foi-nos muitas vezes vantajosa. É essa aliança que garantiu a nossa independência, por muito que custe aos desinformados, que para poupar dinheiro em livros de história compram o livrinho mais barato (que é normalmente a História de Portugal de Oliveira Martins) e depois passam a ser anti-ingleses porque acham que leram a História de Portugal de fio a pavio.
O próprio Churchill deu a aliança por morta e enterrada, mas não a deixou de utilizar em 1943. Também a utilizou em 1982 durante a guerra das Malvinas.
Mas na realidade hoje ela é simbólica e é assim desde que a grande potência naval do Atlântico passou a ser a America.
Do meu ponto de vista, existe em Portugal um exemplo claro dessa mudança, que significa o câmbio de uma aliança secular em que dependíamos da Inglaterra, para um novo sistema de poderes em que dependemos da América.
Esse símbolo é a ponte 25 de Abril.
Quando foi construída era a maior ponta suspensa da Europa. A sua principal e mais distintiva característica era o facto de ser quase uma cópia da Golden Gate em San Francisco na Califórnia.
Quando o Estado Novo ergueu um dos seus mais importantes símbolos, foi buscar inspiração ao outro lado do Atlântico.
Ao lado, há outro exemplo dessa ligação transatlântica. O Cristo Rei, é uma cópia do que está no morro do Corcovado no Rio de Janeiro.
A Aliança com uma potência do Atlântico continuou a existir, mas já não é a «Aliança Inglesa» como lhe chamavam.
Exemplo claro disso é o tipo de armamento que após a II guerra mundial tem vindo a ser utilizado por Portugal.
Além de uns quantos veículos que vieram nos anos 80 e de uns helicópteros parcialmente britânicos, não há praticamente mais nada britânico nas forças armadas portuguesas.