As provincias estavam entregues a meia duzia de corporações. O governo nada fazia nem tinha interesse nisso. Nunca houve uma politica ultramarina coesa com um plano definido.
E agora, estão controladas por quem? Não há corporações a controlar aquilo? Houve, e haverá sempre corporações e empresas a controlar aquilo. A diferencça agora é que não são Portuguesas. Foram primeiro os Russos, os Cubanos, alemãs da RDA, Americanos, Sul-Africanos a meter o nariz em Angola. E Agora são as petroleiras, e quem está podre de rico? O povo Angolano?
Moçambique apenas com uma imaginação fertil é que se poderia dizer que estava controlada. Toda a região dos Macondes era um inferno onde por exemplo uma coluna de Mueda a Nangololo que dista pouco mais de 30kms demorava mais de 10 dias a percorrer e sempre com baixas significativas. O distrito de Cabo Delgado estava paralizado e a Frelimo tinha já conseguido abrir nova frente em Tete. Várias infiltrações para ul por parte da guerrilha chegaram tão longe com o parque nacional de Gorongosa. Operação Nó Gordio foi um fiasco e a partir daí as NT levaram cada vez mais porrada.
Guiné nem vale a pena dizer nada.
A Guiné tinha pouco valor económico, e basicamente é um país inviável. Será "colonizada" pelos vizinhos, duma forma ou doutra. Ou possívelmente será outra Somália, pelo andar da carruagem.
Teria sido a primeira das províncias a ter a escolha se queria continuar como parte de Portugal, ou a independência. Estaria bem melhor hoje se tivesse optado por permanecer como parte de Portugal.
Moçambique, é também outra colecção de etnias que pouco ou nada têm a ver umas com as outras, para além da cor da pele. O investimento económico e social que se estava a desenvolver teria feito de Moçambique um sucesso na África austral. A situação não era tão má como quer pintar..
Se o que aconteceu na descolonização foi errado (eu reconheço que foi) não foi por culpa só dos capitães e afins. Foi em primeira mão por culpa de um governo que não soube aproveitar 14 anos de esforço sem igual dos seus militares para resolver um problema que só tinha uma saida.
Está a torcer a verdade.
A mesmíssima crítica pode ser feita, e com muito maior culpabilidade, aos traidores de Abril. Não era Salazar quem estava no poder em 1974.
Estes 14 anos de esforços foram deitados fora. Por quem?