“PITVANT”: PRIMEIRO PASSO PARA UM UAV PORTUGUÊS?

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Re: “PITVANT”: PRIMEIRO PASSO PARA UM UAV PORTUGUÊS?
« Responder #30 em: Novembro 26, 2013, 03:46:18 pm »
Efectivamente estive à uns anos atrás numa conferência onde um dos integrantes do PAIC e realmente a ideia com que fiquei é que aquilo era um projecto subsidio dependente que tinha como objectivo fazer umas coisitas com o dinheiro que ia lá sendo metido mas aparentemente sem grande objecto final.

Não houve, a meu ver, uma efectivamente preocupação em que no final aquilo desse resultados concretos sob o ponto de vista de um contracto com forças armadas ou efectivamente um produto final. Ganhou-se know-how, é verdade, mas depois se esse know-how não é aproveitado imediatamente em algo concreto dilui-se, ou porque os engenheiros vão para os estrangeiro, ou porque se separam por diferentes e diversas empresas onde não vão fazer nada do que andaram a aprender e no final não há retorno nenhum. A Lockheed-Martin só andou interessada em pagar as contrapartidas do upgrade dos P3 e nos gestores do projecto só houve interesse em ir aproveitando os subsídios, quando acabasse acabou. Foi a ideia com que fiquei.

Para algum destes projectos ir para a frente só depende efectivamente do estado português. Tem que a determinada altura se escolher um produto, avançar para produção e ele ser adoptado pelos diversos ramos, Força Aérea, Protecção civil e eventualmente Exercito e Marinha. Sem isso muito dificilmente se conseguirá vender algo para fora pois como disseram e bem, competidores há muitos, e grande parte destes têm já provas dadas em teatros de guerra.  E mesmo que ele seja adoptado em bom numero por instituições portuguesas as hipóteses de serem escolhidos por mais alguém serão aproximadamente nulas.

Umas ideia interessante seria o estado Português juntar esforços dos dois projectos PIAC e PIVIANT juntar os melhores de cada projecto numa só equipa, investir uns bons milhões mas já com o objectivo sério de produzir umas 50 unidades diria eu que entrassem efectivamente em operação, essas unidades podiam ser divididas por varias entidades.
 
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Re: “PITVANT”: PRIMEIRO PASSO PARA UM UAV PORTUGUÊS?
« Responder #31 em: Janeiro 28, 2014, 10:39:07 am »
O PAIC voou na Ota na passada 6ª feira.

Citar

O Programa PAIC (Portuguese Aerospace Industry Consortium) apresentou na passada sexta-feira, dia 24 de janeiro, os resultados do projeto relacionado com o programa de contrapartidas relativos à modernização das aeronaves Lockheed P-3C ³Orion².
A apresentação dos resultados decorreu no Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea, na OTA, com o apoio da Força Aérea Portuguesa, através da sua Academia, e da Direcção Geral de Armamento, Infraestruturas e Equipamento de Defesa e contou com a presença do Vice-presidente da Câmara Municipal de Mirandela bem como outros representantes de entidades que de alguma forma estiveram ligadas a este projeto.

In:
http://www.cm-mirandela.pt/index.php?oid=13454


Vídeo da aeronave a voar por cima da base:
http://www.youtube.com/watch?v=f6KwS7Ps6vQ
EX MERO MOTU
 
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Re: “PITVANT”: PRIMEIRO PASSO PARA UM UAV PORTUGUÊS? Novo
« Responder #32 em: Março 03, 2014, 04:52:04 pm »
Obrigado ao Lusitano89 por colocar cá no fórum este vídeo e artigo que eu não tinha visto.

Citação de: Lusitano89

Citação de: Lusitano89
Drones proliferam em Portugal sem controlo


Estão na moda - até as polícias estão a render-se ao seu uso para vigiar locais, suspeitos e multidões -, mas ninguém os controla. Os especialistas defendem que é preciso impor limites aos drones e regular um mercado que prolifera em Portugal e além-fronteiras.

Os drones recém-comprados pela PSP, que estiveram envoltos em polémica, já entraram em acção. Ao que o SOL apurou, uma das duas aeronaves não tripuladas foi usada na semana passada para fazer o reconhecimento e captar imagens pormenorizadas de uma área, em Setúbal, onde a Polícia se prepara para fazer uma operação.

Os aparelhos - comprados por 200 mil euros num ajuste directo - já foram testados na área envolvente ao Parque das Nações, na zona da Ota, em Alenquer, e nas imediações da Unidade Especial de Polícia, em Belas (Sintra). A falta de legislação sobre drones “não inibe a possibilidade” de os usar, disse ao SOL fonte oficial da PSP, garantindo que todos os testes e operações - alguns dos quais feitos sobre espaço privado - foram comunicados com antecedência ao Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC).

Com capacidade para programar rotas e filmar em tempo real o que se passa no terreno graças a uma multiplicidade de câmaras (incluindo infravermelhos), os aparelhos serão usados sobretudo para monitorizar “operações complexas” e “grandes eventos”, como manifestações e jogos de futebol de risco elevado.

PJ foi pioneira

De resto, a PSP não é a única força de segurança que utiliza a tecnologia drone. A GNR também comprou no ano passado uma destas aeronaves, que irá substituir os tradicionais helicópteros na detecção de incêndios, apoio à investigação de acidentes de viação, buscas e salvamentos e gestão de incidentes táctico-policiais. O aparelho - adquirido por 40 mil euros, através de concurso público - é diferente dos drones da PSP, já que não precisa de uma plataforma para descolar e permite operar a partir de espaços confinados. Dois militares já foram certificados pelo fabricante para poderem operar o drone, que ainda não foi utilizado.

Mas foi a Polícia Judiciária (PJ) a primeira a aderir a esta tecnologia. A Direcção Nacional da PJ não quer revelar pormenores sobre o equipamento, invocando o “dever de reserva”. Mas o SOL sabe que os inspectores recorrem à aeronave sobretudo para vigiar e localizar suspeitos, fazer o reconhecimento de locais que serão alvo de buscas e acompanhar operações em curso (para evitar, por exemplo, a fuga de suspeitos).

O Serviço de Informações de Segurança também não é excepção. A PSP e a GNR recebem com frequência informações dos serviços secretos com base em imagens captadas por drones.

E, por sinal, as forças e serviços de segurança têm liberdade total para usar este dispositivo. Segundo explicou ao SOL fonte oficial do INAC, as operações policiais são consideradas “missões de Estado” e, por inerência, os drones que utilizam são classificados como “aeronaves de Estado”, de acordo com a Convenção de Chicago sobre Aviação Civil Internacional, assinada por Portugal em 1944. Por essa razão alega o INAC que estas operações não precisam do seu aval, mas a verdade é que aquela Convenção determina que cada Estado deve criar regulamentos mesmo para as aeronaves usadas por polícias e militares.

Também o uso de drones por empresas e particulares, desde que seja a “uma altitude que não prejudique a aviação civil” (inferior a 300 metros), também cai fora da jurisdição do INAC, alega fonte do organismo - que nunca foi contactado por nenhum particular ou empresa que se dedique a esta actividade. Mas quem fiscaliza estes limites? “Quem tem essa função é a empresa prestadora de serviços de navegação aérea, a NAV Portugal. Caso ocorra alguma situação, esta empresa comunica ao INAC”. Significa isto que, na prática, qualquer um pode lançar drones sem ser controlado.

"Devia ser um juiz a avaliar"

Especialistas contactados pelo SOL defendem, porém, que é preciso impor limites, mesmo às autoridades.

Lembrando que um drone pode ter acesso a locais muito superiores aos alcançados por uma vigilância clássica, no terreno, o advogado Melo Alves sublinha que o uso deste equipamento deve seguir as mesmas regras aplicadas à captação de imagens e escutas telefónicas. “É indiscutível que para as polícias vigiarem e fotografarem um cidadão suspeito têm de ter autorização judicial. Ora, o drone é um meio oculto de investigação e o seu uso não deve ficar ao critério da Polícia. É o juiz quem deve, em cada caso, ponderar se é ou não proporcional. Passa-se o mesmo com as escutas ou as acções encobertas. Um crime de tráfico de pessoas até permite usar estes meios, mas o juiz pode entender que é desproporcional”.

Fernando Negrão, que preside à Comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, partilha a mesma visão. “Para vigiar suspeitos de um crime de furto simples, por exemplo, justifica-se o uso de drones? Até por questões de custo-benefício, mas sobretudo por razões de proporcionalidade, estes limites devem ser definidos” - defende o ex-director da PJ, lembrando que esta matéria deve servir para questionar e regulamentar questões mais abrangentes, relacionadas com o uso de meios técnicos e electrónicos na investigação criminal. “Não se sabe, regra geral, como são feitas as vigilâncias policiais, a não ser que alguém levante o problema. Num relatório da PJ, não se revela se são feitas dentro de uma viatura, se essa viatura tinha meios electrónicos e quais”.

Quantos às manifestações, Negrão também aconselha cautela. “Não tenho dúvidas de que pode ser muito útil, mas que não sirva para identificar pessoas, grupos ou cartazes, mais uma vez devem ser impostas regras”.

Bruxelas quer impor regras

“Os drones podem ter outro tipo de equipamento, além de câmaras, que pode igualmente pôr em causa a privacidade das pessoas”, avisa Clara Guerra, porta-voz da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD), lembrando que, sempre que estiver em causa o tratamento de dados pessoais, como a captação de imagens de pessoas, quem usa drones deve notificar a Comissão - o que nunca aconteceu. Mesmo para detectar incêndios, se forem captadas imagens de civis, a CNPD tem de ser notificada.

Mas não há, em Portugal ou na União Europeia (UE), legislação específica que regule a utilização deste tipo de aparelhos - confirma Clara Guerra, adiantando que este assunto está na ordem do dia nas instâncias europeias e “será analisado, em particular pelo Grupo de Protecção de Dados da UE, no qual a CNPD está representada, e pela própria Comissão Europeia, através da realização de estudos”.

Hoje mesmo, a CNPD e as suas congéneres têm uma reunião, a pedido da Comissão Europeia, para discutir estas matérias.

SOL

Vejamos aqui a falta de visão e estratégia no nosso país para a operação de aeronaves não tripuladas. E atenção que estamos em 2014, vários anos depois da FAP e o Exército terem começado a fazer estudos e projectos para a operação de UAVs tanto para fins militares como para missões de interesse público.

Na reportagem (vídeo) da SIC o jornalista menciona que a FAP quer começar a operar os UAVs daqui a dois anos. Dado que é basicamente o fim do projecto do PITVANT traduzo isso como sendo «depois vê-se no que isto dá». A FAP também mencionou que quer depois executar serviços como a inspecção de postes e linhas de alta tensão mas será que eles vão conseguir competir com todas estas empresas que nos últimos anos têm aparecido? Claro que isto também é só mesmo para ganhar mais uns tostões, mas mesmo assim...

Uma questão que eu tenho é quanto a ser actualmente a AFA a desenvolver e operar os ANTEX-M. Dado que muito do pessoal envolvido são estudantes, quer das universidades civis e da AFA, quer professores e técnicos será que no final do projecto este pessoal ainda vai estar disponível para continuar com os UAVs? Muitos deles ou vão continuar mesmo na AFA a dar formação ou vão acabar por ir parar a outras unidades e áreas.

Agora acabamos também por ter mais uma guerra entre entidades, com quase todos a terem UAVs. Eu compreendo que até faça sentido algumas entidades terem UAVs que são equipados especificamente para as suas missões. Especialmente quando são meios que são baratos de adquirir e operar. Um bom exemplo é o Exército ter a nível de Companhia ou Pelotão UAVs pequenos ou os chamado "mini-UAVs" para missões de reconhecimento e vigilância do campo de batalha em contraste a ter de requisitar UAVs da FAP para esta missão.

No entanto agora temos a PSP, PJ e GNR com os seus próprios UAVs. Não faria mais sentido, mesmo a nível legal, apenas uma destas entidades ter meios UAV para vigilância e depois colaborar com as outras?

E temos aqui a GNR a querer UAVs também para a vigilância contra incêndios quando faria mais sentido a FAP ficar com esta missão visto que os UAVs deles terão esta capacidade logo de início dado os sensores necessários também para as missões de reconhecimento aéreo, combate à poluição, patrulha marítima e fotometria.

Olha que giro, querem gastar mais dinheiro em UAVs, sensores e formação só para fazerem mais uma tarefa que pode ser feita por outra entidade já com a mesma capacidade...

Acho que nisto tudo voltamos ao ponto de partido que já mencionei e repeti aqui diversas vezes: o facto da FAP ter demorado tanto tempo a adquirir UAVs. Isto deve-se principalmente à falta de visão e falta de interesse político (cacau) para o assunto.

No vídeo até pode-se ouvir o jornalista a dizer que Portugal está na «linha da frente» e até podemos estar a nível da investigação e know-how. Mas ficamos apenas por aí. Portugal é um dos poucos países europeus que não têm aeronaves não-tripuladas em serviço nas forças armadas. Até países da antiga União Soviética já usam operacionalmente UAVs domésticos. Grande parte dos nossos aliados da NATO já vão na sua quinta ou sexta geração de UAVs militares e muitos deles já os usam para fins civis. Até Marrocos já opera Herons de origem francesa, Predators e outros tantos UAVs.

Entretanto cá vamos estamos nós, 12 anos depois do início dos primeiros passos do ANTEX-M, e ainda mais uns anos depois de termos começado a fazer estudos nesta área e a indústria ter começado a ter capacidade para desenvolver e produzir UAVs. Voltando-me mesmo a repetir: se isto fosse para levar a sério já tínhamos à muito tempo comprado UAVs e ganho a experiência necessária para os operar ao incluir no contrato a formação e também ao enviar pessoal ao estrangeiro (Espanha, França, Canadá, etc.) para observar e receber treino.


Cumprimentos,
« Última modificação: Agosto 04, 2018, 11:12:19 pm por Jorge Pereira »
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Re: “PITVANT”: PRIMEIRO PASSO PARA UM UAV PORTUGUÊS?
« Responder #33 em: Julho 15, 2014, 10:57:46 am »
http://tek.sapo.pt/multimedia/tekever_a ... 97137.html

Mais um UAV ao serviço em Portugal

Faço uma questão aos entendidos na matéria, vantagens/comparações entre este novo UAV e o desenvolvido pela FAP com o projeto PITVANT -  (ANTEX - X03)
"Aqui na Lusitanea existe um povo que não se governa nem se deixa governar" voz corrente entre os Romanos do Séc. I a.C
 

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Re: “PITVANT”: PRIMEIRO PASSO PARA UM UAV PORTUGUÊS?
« Responder #34 em: Março 15, 2015, 08:24:15 pm »
Perdoem-me. Nada relacionado com o PITVANT mas sim com aquela notícia colocada anteriormente e aquela rant minha acima e dado à falta de um tópico dedicado ao uso de UAVs em geral em Portugal:

Cá está, a GNR agora também com drones da Tekever.

Falcões e águias da GNR em teste final para caçar incêndios nos céus do Gerês
Citação de: "Pedro Sales Dias"
Até 2016, três milhões de euros serão investidos em 14 drones. Centro de Meios Aéreos de Arcos de Valdevez, onde estão sediadas equipas do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro e do Serviço da GNR, vai controlar pequenas aeronaves. Com elas vai descobrir pequenos fogos e prevenir incêndios maiores. São torres de vigia no ar que revolucionam a prevenção e o combate aos incêndios.

O falcão peregrino descola do Centro de Meios Aéreos de Arcos de Valdevez para caçar pequenos fogos antes que estes se tornem grandes incêndios como os que todos os anos devoram boa parte do único parque nacional. Sobe das mãos do primeiro-sargento da GNR António Rodrigues para os céus do Gerês e em poucos minutos avista fumo no lugar da Feiteira, freguesia de Souto. Mais de 30 militares do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro e do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente aguardam instruções para entrar em acção.

É um militar da GNR, de férias, quem é apanhado a fazer fogueiras. Mas legais, percebem depois os quatros guardas que velozes se lançam ao caminho em dois jipes apetrechados. João Araújo, de 31 anos, sabe como fazer queimadas. Está a limpar os terrenos da família com o sogro e dois trabalhadores. "Estamos fora da época de risco máximo e fizemos pequenos montinhos. Fiz tudo como manda a lei. Vou ter problemas?", pergunta o guarda de 31 anos com o rosto marcado pela fumaça que sobe da madeira que estala a arder. Ao lado, o primeiro-sargento Jorge Cruz sorri surpreendido com o achado. "Ai és tu! Está tudo muito bem feito."

Falcão e águia são os dois modelos de drones que vão patrulhar aquela zona já em Junho, na altura de maior risco na época de incêndios. Serão os olhos da GNR nos céus do Gerês graças às câmaras que carregam. Funcionarão como um Big Brother para proteger a floresta das chamas. As imagens que captam são transmitidas em tempo real através de ondas rádio para os computadores do centro de comando em Arcos de Valdez. Através da Internet podem também chegar a qualquer tablet ou telemóvel. Na comunicação chegam ainda as coordenadas do local exacto para onde os guardas se deslocam com mangueiras e material de sapador.

Os drones fazem o combate e a detecção de incêndios dar um salto tecnológico face às tradicionais torres de vigia. Está em curso uma "revolução", vaticina o major-general Rui Moura, responsável pelo Centro de Doutrina e Formação da GNR e mentor deste projecto. "Somos pioneiros. Aquilo a que aqui assistimos ainda não aconteceu em parte alguma do mundo", assegura. Os 1908 incêndios que entre 2000 e 2012 consumiram mais de 31.900 hectares de mato e floresta no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) são a maior motivação para o projecto VIANA, acrónimo de Sistema de Vigilância do Ambiente e da Natureza no Alto Minho.

Até 2016, a GNR espera ter 14 naves não tripuladas a sobrevoar o PNPG. Dez falcões, que são mais pequenos e têm uma autonomia de apenas duas horas e um alcance de 10 quilómetros, e quatro águias que têm cerca de quatro metros de largura e uma autonomia de dez horas que lhes permite um alcance de 60 quilómetros. Os falcões podem ser lançados manualmente e são operados a partir de qualquer lugar. Já as águias, com motor a gasolina, são lançadas de uma espécie de fisga gigante e podem atingir os 120 km/h.

"A missão está com alguns problemas. As rajadas estão fortes. O vento está com uma velocidade de quase 50 km/h. É muito", diz o cabo Duarte Barreira que olha preocupado para um pequeno computador portátil através do qual comanda o falcão.

O drone está de regresso à base e ao longe parece uma ave frágil de asas estendidas. Para manter a direcção, bate-se com o vento que o faz zigue-zaguear. “Está a levar muita porrada. Não foi um bom dia para fazer testes”, lamenta um militar. A poucos segundos da aterragem, uma equipa da GNR corre para o local onde o drone toca o solo. O falcão abre o paraquedas e precipita-se na vertical. “Que grande tombo!”, diz um guarda.

O vento forte não abafa o som da queda, mas estes drones, que aterram sempre desta forma, estão preparados para estas aterragens. A águia tem até um airbag que lhe amacia a queda. Lançada de seguida, aterrou, contudo, sem que o airbag funcionasse. “Talvez tenha sido mal enrolado. É normal e os drones estão preparados para isso”, explica Ricardo Mendes, o administrador da Tekever, empresa parceira da GNR neste projecto que implica um investimento total de três milhões de euros.

A Tekver tem já parcerias, neste ramo, com o Exército, a Marinha, a PSP, o Ministério da Defesa britânico, a Marinha brasileira e com as Forças Armadas colombianas. Os seus drones são usados para vigiar as zonas de narcotráfico na Colômbia e em breve a empresa, que colabora com a produção de satélites no Centro de Engenharia de Micro-satélites de Xangai, lançará tecnologia para o espaço

“Esperamos um financiamento através de fundos europeus”, refere Ricardo Mendes. Porém, nem o administrador nem o Major-General adiantam o valor concreto que a GNR terá de investir. "A GNR essencialmente coloca aqui a sua vertente humana e a sua capacidade de operar estes meios nas suas áreas de responsabilidade", diz Rui Moura. Já Ricardo Mendes assegura que a “maioria do investimento” será sustentado por fundos europeus cuja atribuição ainda aguarda. Também as autarquias da zona deverão investir no projecto.
Fonte: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/falcoes-e-aguias-da-gnr-em-testes-finais-para-cacar-incendios-nos-ceus-dos-geres-1689184

Pelo menos os UAVs são portugueses de fabrico e desenvolvimento. :roll:



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lexivia

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Re: “PITVANT”: PRIMEIRO PASSO PARA UM UAV PORTUGUÊS?
« Responder #35 em: Março 19, 2015, 08:13:38 pm »
Caso também vos interesse o uso e regulamentação de "drones"
The European Aviation Safety Agency (EASA) presented its new regulatory approach for safely operating remotely piloted aircraft systems (RPAS).
http://easa.europa.eu/newsroom-and-events/news/easa-presents-new-regulatory-approach-remotely-piloted-aircraft-rpas
 

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Alvalade

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Re: “PITVANT”: PRIMEIRO PASSO PARA UM UAV PORTUGUÊS?
« Responder #36 em: Maio 09, 2017, 10:59:12 am »
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Força Aérea quer fornecer aviões não tripulados em 2016

Aviação também pretende dispor, em 2017, da primeira esquadra de drones para vigilância da costa marítima.

A Força Aérea Portuguesa (FAP) espera disponibilizar a partir do próximo ano aviões não tripulados para uso militar e civil, e dispor, dentro de dois anos, da primeira esquadra destes equipamentos para vigilância da costa marítima.

O projeto de investigação e desenvolvimento dos sistemas aéreos autónomos não tripulados teve início em 2009, na Academia da Força Aérea, em Sintra e, seis anos depois, a FAP diz estar “em condições” de iniciar a transferência desta tecnologia com vista à criação de dois tipos de veículo aéreo não tripulado (UAV na sigla em inglês).

O diretor do Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação da Força Aérea (CIDIFA) disse à agência Lusa que um dos UAV (Classe II - peso máximo de 500 quilogramas à descolagem) será construído a “nível nacional” por consórcios e para uso exclusivo da FAP na vigilância marítima, enquanto o outro (Classe I – peso máximo de 25/30 quilogramas à descolagem) estará disponível para utilização por forças de segurança, outros ramos das Forças Armadas e entidades civis.

“O nosso objetivo relativamente ao Classe II é operacionalizar este tipo de sistema dentro de dois anos no contexto da Força Aérea. Relativamente ao Classe I, diria que (…) num ano estaremos em condições de disponibilizar (…) este tipo de tecnologia a outras entidades, nomeadamente a outros ramos das Forças Armadas, forças de segurança e outras entidades de carater governamental e não-governamental”, afirmou o coronel José Morgado, durante uma sessão de voos no centro de testes na Base Aérea da Ota, Alenquer.

A FAP quer, “dentro de um horizonte temporal de dois anos”, ter a primeira esquadra de UAV para complementar a missão das aeronaves tripuladas, utilizadas na vigilância da costa portuguesa.

“Estes corredores são das zonas marítimas mais movimentadas do mundo. Passam aqui diariamente entre 350 a 400 navios e é fundamental que tenhamos meios consentâneos com as nossas capacidades económicas e financeiras de monitorizar intensamente, de uma forma muito persistente, esses corredores. A utilização destes sistemas não tripulados, em complemento das aeronaves tripuladas, será uma mais-valia fundamental nesse objetivo”, salientou o diretor do CIDIFA.

Além da criação deste modelo, de Classe II, a FAP está a preparar a transferência de tecnologia de um UAV (Classe I) para disponibilizar, já a partir do próximo ano.

O coronel José Morgado contou que esta ideia surgiu de um desafio lançado pela EDP ao CIDIFA para o desenvolvimento de um UAV para monitorização de linhas elétricas, trabalho que é atualmente feito com recurso a helicópteros, sendo estes voos “caros e perigosos”.

Para 2016 já estão acertados com a EDP a realização de testes operacionais no terreno.

O diretor do CIDIFA admitiu que este sistema poderá ser aplicado “a todo um manancial” de situações de “natureza militar e na área da segurança”, nomeadamente pela Marinha, Exército e GNR, ou por entidades civis para, por exemplo, monitorização agrícola ou de espécies animais protegidas.

Questionado sobre o facto de outros ramos das Forças Armadas e de segurança recorrerem a empresas privadas quando a FAP está preparada para fornecer estes equipamentos, o diretor do CIDIFA escusou-se a comentar, mas garantiu que estes UAV, desenvolvidos pela FAP, serão “mais baratos do que comprados ao estrangeiro”. Segundo este responsável, uma hora de voo deste aparelho custa 50 cêntimos em termos de combustível.

Os UAV do CIDIFA têm cerca de 700 horas de voo e vão participar, ainda este mês, no exercício militar Zarco, que decorrerá na Madeira, estando previsto um voo entre o Porto Santo e as Ilhas Selvagens.

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/fap/forca-aerea-quer-fornecer-avioes-nao-tripulados-em-2016


Como é? Já estamos em 2017 e praticamente toda a Europa já tem esquadras com drones.
 

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Charlie Jaguar

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Re: “PITVANT”: PRIMEIRO PASSO PARA UM UAV PORTUGUÊS?
« Responder #37 em: Maio 09, 2017, 12:44:43 pm »
E vão ser drones anfíbios como o da Marinha ou exclusivamente aéreos?  ;D
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)