Er…
Mas o que é que eu tenho a ver com esta história?
?
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A BMI é por definição uma brigada mista, onde deverá haver unidades com várias valências destinadas a várias funções.
Portanto, embora tenha características de unidade pesada, a BMI, não é uma brigada blindada (entendendo-se como unidade que gira à volta de dois ou três batalhões de carros de combate), com todos os serviços de apoio adicionais.
A lógica a que obedece a organização (ou tentativa de) do exército, indica como objectivo a existência de uma brigada mais pesada, outra brigada ligeira, e ainda uma brigada aerotransportada.
Portanto, como é evidente, as opções são claras.
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A BMI, embora seja uma unidade mista, será futuramente uma unidade muito mais pesada que mista. Os CC’s (tanques) devem fazer parte da sua orgânica (sem os quais a unidade nem teria razão de ser). Independentemente de eu achar que neste momento, o mais lógico seria adquirir 20 LEOPARD-IIA6 mais 80 A4. O treino seria feito nos A4, que seriam igualmente distribuídos a um dos batalhões da BMI. Outro batalhão, ficaria com ao A6, e estes, seriam a nossa participação em termos internacionais. (esta é uma das possibilidades, há naturalmente outras). Em todos os casos, os tanques deverão ser transportados por via marítima, e aí, entra o eventual futuro NAVPOL, sem o qual tal unidade de “ponta” não faria sentido, por falta de capacidade para a transportar.
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A BLI, será uma unidade ligeira, no que diz respeito à blindagem, e por isso, com meios que lhe permitam uma movimentação mais rápida no terreno. Esta unidade, embora ligeira, também não é aero-transportada. O apoio a este tipo de unidade pode ser feito por via aérea, mas a nossa força aérea não tem capacidade para sozinha, transportar e suportar qualquer operação à distância. (pelo menos uma distância muito grande).
Aqui há que realçar a superioridade do C-27J sobre o C-295 como transporte táctico no campo de batalha. A BLI, é por definição o tipo de unidade/grupo de unidades ás quais deverão ser distribuídos os veículos PANDUR, na sua maíoria.
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A BAI, por definição será igualmente a mais leve de todas estas unidades, e deverá, pelo menos em teoria, estar organizada no sentido de transportar grande parte das suas unidades e dos seus meios por via aérea e, ao mesmo tempo, ter o seu reabastecimento garantido (se necessário) por via aérea. A BAI, deverá contar com meios muito ligeiros, e deverá deslocar-se em VBL’s Land Rovers e pouco mais. De outra maneira perde a sua lógica de unidade aerotransportada.
Uma unidade aerotransportada, não só tem que ser transportada por ar, para o teatro de operações, como deve se necessário ser apoiada e suportada por meios aéreos, e deve também, em caso de necessidade poder ser EVACUADA pelos mesmos meios.
Começar a confundir a lógica que reside à aquisição de meios para estes três tipos de unidades, era seguramente uma receita para o desastre.
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A pouca experiência que eu tenho com estas coisas diz-me que até ao momento ainda não inventaram nada tão bom como o tanque pesado, para se deslocar no terreno.
A questão das lagartas é igualmente uma questão psicológica.
Ver uma unidade de tanques a dirigir-se para nós a 40 ou 50Km/h, junto com veículos M-113 é algo que ninguém gostará de ver.
OS PANDUR-II são veículos bons, sem dúvida, mas nem sequer se inserem no já tradicional debate entre rodas e lagartas.
A razão é que se fosse o caso, Portugal NUNCA tería optado pelo PANDUR, e o concurso sería entre AMV-PATRIA e PIRANHA-IV. Ou seja, veículos 8x8 mais pesados. Eventualmente teríamos coisas como o APC/VCI Centauro.
Estes carros, pelo seu peso, implicariam a decisão de futuramente optar por veículos sobre rodas para substituir os tanques. A opção pelo PANDUR é claramente (do meu ponto de vista) uma indicação de que as lagartas vão continuar.
Aliás, haverá algumas notas sobre o assunto na próxima ficha técnica do PANDUR-II, que estou a fazer. Uma das curiosidades, é a razão pela qual não há uma versão PANDUR-II antiaérea.
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O facto de o PANDUR-II ser de facto tão maior que o Chaimite, e, pelo número, ao contrario do que se diz, venha não só substituir o Chaimite, como outros meios, isso não implica que seja possível substituir tanques pelos PANDUR-II.
Bastaria olhar para a peça de 105mm do PANDUR-II (que não é uma peça anti-tanque) para concluir que o PANDUR não pode de maneira nenhuma substituir um tanque. É muito maior que um Chaimite, é bastante maior (e mais pesado) que muitas versões do M-113, mas não é suficientemente pesado e estável para poder transportar e disparar uma peça de 105mm como a do STRYKER.
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O facto de neste momento, e provavelmente futuramente, ser complicado fazer andar as unidades pesadas da BMI, não implica que futuramente tal venha a ser possível.
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Só para clarificar o que eu penso sobre o assunto.
Cumprimentos