Novos veículos blindados de rodas (parte 2)

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psychocandy

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« Responder #45 em: Dezembro 16, 2004, 12:31:34 am »
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 ;)
pff
"The nation which forgets its defenders will be itself forgotten."
 

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Pedro Monteiro

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« Responder #46 em: Dezembro 16, 2004, 10:44:50 am »
Miguel,
Chamar à BMI com Pandur II uma força pesada...  :wink: ,
 era sem duvida mais eficaz os VBR que as largatas!

Nota os EH101 podem levar 45 homens cada um, seja os 12 podem transportar numa rotação 1BI

Por esse motivos digo que prefiro ter a BAI,BLI sem blindados e A BMI com os PANDUR como força pesada motorizada[/quote]
 

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papatango

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« Responder #47 em: Dezembro 16, 2004, 03:40:52 pm »
Er…
Mas o que é que eu tenho a ver com esta história? :mrgreen: ?

= = =

A BMI é por definição uma brigada mista, onde deverá haver unidades com várias valências destinadas a várias funções.
Portanto, embora tenha características de unidade pesada, a BMI, não é uma brigada blindada (entendendo-se como unidade que gira à volta de dois ou três batalhões de carros de combate), com todos os serviços de apoio adicionais.

A lógica a que obedece a organização (ou tentativa de) do exército, indica como objectivo a existência de uma brigada mais pesada, outra brigada ligeira, e ainda uma brigada aerotransportada.

Portanto, como é evidente, as opções são claras.

-1-
A BMI, embora seja uma unidade mista, será futuramente uma unidade muito mais pesada que mista. Os CC’s (tanques) devem fazer parte da sua orgânica (sem os quais a unidade nem teria razão de ser). Independentemente de eu achar que neste momento, o mais lógico seria adquirir 20 LEOPARD-IIA6 mais 80 A4. O treino seria feito nos A4, que seriam igualmente distribuídos a um dos batalhões da BMI. Outro batalhão, ficaria com ao A6, e estes, seriam a nossa participação em termos internacionais. (esta é uma das possibilidades, há naturalmente outras). Em todos os casos, os tanques deverão ser transportados por via marítima, e aí, entra o eventual futuro NAVPOL, sem o qual tal unidade de “ponta” não faria sentido, por falta de capacidade para a transportar.

-2-
A BLI, será uma unidade ligeira, no que diz respeito à blindagem, e por isso, com meios que lhe permitam uma movimentação mais rápida no terreno. Esta unidade, embora ligeira, também não é aero-transportada. O apoio a este tipo de unidade pode ser feito por via aérea, mas a nossa força aérea não tem capacidade para sozinha, transportar e suportar qualquer operação à distância. (pelo menos uma distância muito grande).
Aqui há que realçar a superioridade do C-27J sobre o C-295 como transporte táctico no campo de batalha. A BLI, é por definição o tipo de unidade/grupo de unidades ás quais deverão ser distribuídos os veículos PANDUR, na sua maíoria.

-3-
A BAI, por definição será igualmente a mais leve de todas estas unidades, e deverá, pelo menos em teoria, estar organizada no sentido de transportar grande parte das suas unidades e dos seus meios por via aérea e, ao mesmo tempo, ter o seu reabastecimento garantido (se necessário) por via aérea. A BAI, deverá contar com meios muito ligeiros, e deverá deslocar-se em VBL’s Land Rovers e pouco mais. De outra maneira perde a sua lógica de unidade aerotransportada.
Uma unidade aerotransportada, não só tem que ser transportada por ar, para o teatro de operações, como deve se necessário ser apoiada e suportada por meios aéreos, e deve também, em caso de necessidade poder ser EVACUADA pelos mesmos meios.

Começar a confundir a lógica que reside à aquisição de meios para estes três tipos de unidades, era seguramente uma receita para o desastre.

= = =
A pouca experiência que eu tenho com estas coisas diz-me que até ao momento ainda não inventaram nada tão bom como o tanque pesado, para se deslocar no terreno.
A questão das lagartas é igualmente uma questão psicológica.
Ver uma unidade de tanques a dirigir-se para nós a 40 ou 50Km/h, junto com veículos M-113 é algo que ninguém gostará de ver.

OS PANDUR-II são veículos bons, sem dúvida, mas nem sequer se inserem no já tradicional debate entre rodas e lagartas.

A razão é que se fosse o caso, Portugal NUNCA tería optado pelo PANDUR, e o concurso sería entre AMV-PATRIA e PIRANHA-IV. Ou seja, veículos 8x8 mais pesados. Eventualmente teríamos coisas como o APC/VCI Centauro.

Estes carros, pelo seu peso, implicariam a decisão de futuramente optar por veículos sobre rodas para substituir os tanques. A opção pelo PANDUR é claramente  (do meu ponto de vista) uma indicação de que as lagartas vão continuar.

Aliás, haverá algumas notas sobre o assunto na próxima ficha técnica do PANDUR-II, que estou a fazer. Uma das curiosidades, é a razão pela qual não há uma versão PANDUR-II antiaérea.

= = =

O facto de o PANDUR-II ser de facto tão maior que o Chaimite, e, pelo número, ao contrario do que se diz, venha não só substituir o Chaimite, como outros meios, isso não implica que seja possível substituir tanques pelos PANDUR-II.

Bastaria olhar para a peça de 105mm do PANDUR-II (que não é uma peça anti-tanque) para concluir que o PANDUR não pode de maneira nenhuma substituir um tanque. É muito maior que um Chaimite, é bastante maior (e mais pesado) que muitas versões do  M-113, mas não é suficientemente pesado e estável para poder transportar e disparar uma peça de 105mm como a do STRYKER.

= = =

O facto de neste momento, e provavelmente futuramente, ser complicado fazer andar as unidades pesadas da BMI, não implica que futuramente tal venha a ser possível.

= = =

Só para clarificar o que eu penso sobre o assunto.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Miguel

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« Responder #48 em: Dezembro 16, 2004, 05:06:40 pm »
bem o que eu sempre defendi, era que preferia ter 2 Brigadas Ligeiras bem equipadas, com vehiculos ligeiros e armas ligeiras, com 1 Brigada MistaMecanizada....
de que ter 1 pesada,1media,1ligeira mal equipadas porque sejam realistas!!!
não temos a carteira dos paises ricos!
 

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Spectral

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« Responder #49 em: Dezembro 16, 2004, 05:19:43 pm »
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mas não é suficientemente pesado e estável para poder transportar e disparar uma peça de 105mm como a do STRYKER.


Porque não ? Têm grosso modo as mesmas dimensões... Aliás, o Stryker é um Piranha III com uns "gadgets" electrónicos muito engraçados ( e caros  ;)) de acordo...
I hope that you accept Nature as It is - absurd.

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Luso

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« Responder #50 em: Dezembro 16, 2004, 05:35:04 pm »
Pergunto-me se é mesmo necessário um canhão de 105mm.
Há um canhão sul africano de 76(?) que consegue penetrar a blindagem menos espessa de um T72 com apfsds.
E se não se pode mandar Pandurs armados com canhão contra MBT´s então dever-se-ia pensar numa outra peça de calibre mais reduzido e com mais munições (o Pandur 105 tem capacidade para 18 tiros!).
E um canhão de 76 servirá bem para apoio de fogo, não?
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papatango

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« Responder #51 em: Dezembro 16, 2004, 06:07:39 pm »
Spectral ->
Eu acho que o Striker com a peça de 105mm (retirada dos M-60) não é sufucientemente grande para aquela peça e estou de acordo com os criticos do Stryker, no que diz respeito a esta peça especificamente.

Luso ->
Tanto quanto sei, por exemplo os L-119 (canhões rebocados de 105mm têm como vantagem, a utilização de munição NATO, sendo que algumas delas podem ser disparadas por qualquer dos canhões. Além disso há a questão da normalização. O 105mm é um standard NATO. Para missões internacionais da União Europeia, algo diferente do 105mm implicaría mais complicação logística.
As 18 munições, tanto quanto sei, são o complemento do STRYKER com aquela versão de canhão sem torre, que leva a que, não havendo local na torre (nem há torre), toda a munição tenha que estar ou no carregador ou no casco.
A torre que (e ainda não me confirmaram nada) foi proposta com o PANDUR-II é uma torre, com dois tripulantes. Creio que o numero de munições será maior.

Nota: estou a falar de cabeça, não consultei os meus papeis.

cumprimentos
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Luso

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« Responder #52 em: Dezembro 16, 2004, 06:13:43 pm »
Claro que o diz tem todo o sentido, PT. Mas para quê armar com um canhão para destruir MBTs um carro que estará sempre em inferioridade técnica?
Mais vale um sistema tipo Bradley.
E também a questão que levanta no seu site sobre o nível de protecção dos fuzileiros é bem pertinente...
« Última modificação: Dezembro 16, 2004, 06:42:41 pm por Luso »
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Spectral

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« Responder #53 em: Dezembro 16, 2004, 06:21:50 pm »
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Eu acho que o Striker com a peça de 105mm (retirada dos M-60) não é sufucientemente grande para aquela peça e estou de acordo com os criticos do Stryker, no que diz respeito a esta peça especificamente.


Ah, está-se a referir a um sistema como o Stryker MGS. Concordo. As 18 munições são efectivamente para este sistema ( número ridiculamente baixo)

Sobre as peças 76 vs 105

É verdade que as peças de 76 podem ser suficientes, mas como o Papatango disse, a questão logística é importante. Além de que é um calibre com muitos mais utilizadores, logo o desenvolvimento de novas munições está muito mais garantido.
Por outro lado, em missões de apoio de fogo de tiro cntra bunkers, edificios etc, a diferença entre 76mm e 105mm deve ser bastante apreciável.

E por falar em MBT, alguém sabe mais alguma coisa sobre as versões com os mísseis-AT ? Será um lançador simples como nos nossos M113, ou algo mais sofisticado ? E que míssil ( deve ser o TOW ) ?

Contra forças equipadas com tanques e afins, os fuzileiros (até pelo seu reduzido número) apenas poderão efectuar missões defensivas ou quase, logo os MILAN que possuem na infantaria devem ser suficientes ( e até têm vantagens, porque dois homens com um MILAN escondem-se mais facilmente do que um Pandur ;) )
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« Responder #54 em: Dezembro 16, 2004, 06:48:37 pm »
Há um sistema terrestre sobre lagartas que dispara o 76mm Oto Melara...
E para esse há munições de variedade apreciável, incluindo guiadas.
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Miguel

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« Responder #55 em: Dezembro 16, 2004, 07:48:26 pm »
:lol:  :lol:
 pode ser que este contrato seja anulado, pelo futuro MDN

e vamos ficar com os M113 pintadinhos de cor de rosa :wink:
 

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komet

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« Responder #56 em: Dezembro 16, 2004, 07:52:27 pm »
Citação de: "miguel"
:lol:  :lol:  :wink:


Eu cá nem brincava muito com isso... vai na volta acontece mesmo  :cry:
"History is always written by who wins the war..."
 

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JNSA

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« Responder #57 em: Dezembro 16, 2004, 10:15:17 pm »
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Desfecho imprevisível
Novos blindados: Comissão Técnica recomendou exclusão do modelo vencedor
     
A assinatura do contrato para compra dos 260 blindados ainda não está plenamente garantida. Uma fonte do Ministério da Defesa avançou à SIC que os acertos com o consórcio que venceu o concurso ainda prosseguem e o desfecho é imprevisível. Surge ainda uma dúvida sobre a qualidade das viaturas escolhidas.
Pedro Coelho
Jornalista
A assinatura do contrato entre o Ministério da Defesa e os austríacos da Styer está prevista para 30 de Janeiro, 20 dias antes das eleições.

Já em plena pré-campanha, o ministro de Estado e da Defesa, sem poder despir o fato de líder do PP, veio a Benavente assumir um facto consumado. Na análise que fez do concurso de aquisição dos 260 blindados para o Exército e para a Marinha, Portas deu conta de um processo limpo, transparente e sem contestação, por parte das empresas que ficaram de fora.

Mas, analisada à lupa, essa limpeza apresenta contornos ambíguos.

Em Fevereiro deste ano, uma comissão técnica criada pela comissão de avaliação das propostas colocadas a concurso, recomendou a exclusão de dois dos três concorrentes por, no entender dos técnicos, não exisitirem provas de que esses dois consórcios conseguissem cumprir os critérios considerados essenciais e que deveriam presidir ao desenho final da viatura.

Contactada pela SIC, uma fonte da Ministério da Defesa esclareceu que a comissão não levou em conta o relatório dos técnicos porque, se o tivesse feito, teria deixado sem concorrência a única empresa que, no entender dos subscritores do documento, respeitava os tais critérios essencias.

Esse afastamento reduziria a capacidade negocial do Estado.

A exlusão recomendada também não avançou porque, em caso de contestação, o Ministério da Defesa seria obrigado a fazer prova, numa fase ainda incial do concurso, de que os consórcios exlcuídos não iriam conseguir cumprir o desenho final da viatura assente nesses critérios essenciais.

O que sobra desta polémica é que a única empresa em que os técnicos da comissão confiavam veio a ser preterida, na recta final do concurso.

De facto, a 30 de Novembro, a comissão de avaliação apresenta aos concorrentes o relatório que daria início à fase das negociações. A viatura do consórcio que a comissão técnica quis excluir, a Steyer, aparece em primeiro lugar e a única que para os técnicos deveria ter resistido aparece em segundo lugar.

Desta lista já saíra um terceiro concorrente, por ter entregue a proposta final com 35 minutos de atraso.

Para esta ordenação o factor preponderante foram os custos. As duas empresas que resistiram estavam separadas por pouco mais de 12 milhões de euros . Estamos a falar de um gigantesco universo de 350 milhões - o custo final do pacote de 260 blindados.
A comissão de avaliação considerou, contudo, a segunda classificada como a melhor viatura, no ponto de vista técnico.

Os testes feitos a ambas revelam isso mesmo. Na inspecção técnica feita após mil quilómetros de testes foi aprovado, apenas, o blindado que Paulo Portas não escolheu.

A meio do processo, os representantes em Portugal da MOWAG, já nessa fase colocada em segundo lugar, assinam um protesto duro que entregam aos avaliadores, propondo a reordenação das propostas. Mas esse protesto não foi tido em conta.

Na fase final os representantes portugueses reincidem no protesto e o avaliador reeincide na desvalorização desses argumentos.

Em Benavente, Paulo Portas assegurou que o concurso não foi contestado por nenhuma das partes. Os documentos da SIC provam o contrário. Em Benavente, Portas assegurou que o concurso estava fechado e que a aquisição das 260 viaturas seria uma realidade. Afinal, pode ser, quem sabe...

O ministro disse mais. Garantiu que agarrado a esta compra haveria, como contrapartida, a recuperação, directa, da Bombardier.

Sabe-se igualmente que essa recuperação corre o risco de ser apenas indirecta, no sentido em que promete trabalho para 190 ex-funcionários da empresa da Amadora, mas não garante a viabilização imediata da versão portuguesa da multinacional canadiana, até porque o último blindado que será construído por esses trabalhadores fica pronto em 2009.


fonte: http://sic.sapo.pt/index.php?article=12908&visual=3&area_id=3
 

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fgomes

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« Responder #58 em: Dezembro 16, 2004, 10:44:19 pm »
Vindo de onde vem, esta notícia merece tanto crédito como aquela da aquisição dos Hercules C-130J.
 

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Lynx

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« Responder #59 em: Janeiro 08, 2005, 11:26:53 am »
Fonte: JN


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Concurso para blindados chega a tribunal.

O grupo finlandês Patria recorreu ao Tribunal Administrativo de Lisboa, no sentido de conseguir que o processo de aquisição de blindados para o Exército e para a Marinha seja cancelado, na sequência do seu afastamento do concurso.

O Patria considera que foi violado o "princípio da legalidade e o princípio da confiança" e entende que deve ser anulada a decisão do ministro da Defesa, que recusou o recurso apresentado pela empresa, segundo a petição enviada na segunda-feira, dia 4, ao tribunal administrativo, a que o JN teve acesso.

A aquisição era uma das principais bandeiras de Paulo Portas, mas o grupo Patria deverá entregar também no mesmo órgão judicial, no princípio da próxima semana, um pedido de providência cautelar, que a ser considerado pelo Tribunal conduzirá à suspensão do processo.

Os finlandeses foram afastados do concurso pelo Ministério da Defesa, por a sua proposta ter sido entregue meia hora depois do determinado. Argumentam que o atraso se deveu a um acidente, algo que a lei classifica como "justo impedimento", segundo a petição entregue no tribunal.

Em causa está o fornecimento de 260 viaturas blindadas de rodas ao Exército e à Marinha, um contrato que foi adjudicado, a 8 de Dezembro passado, à Steyr - uma empresa austríaca - por 344 milhões de euros, valor substancialmente reduzido, uma vez que o número de viaturas desceu de 320 para as 260.

No entanto, logo depois, o resultado foi contestado pelo representante da Mowag em Portugal, Luís Pinhol, que em declarações ao JN e à SIC denunciou o facto de ter sido proibido de contestar o resultado do concurso pela própria Mowag suíça, uma vez que quer esta empresa quer a Steyr fazem parte do grupo norte-americano General Dynamics.

Luís Pinhol, mesmo assim, considerou que a viatura a Steyr não respeitava parte dos chamados "requisitos essenciais", que constavam do caderono de encargos e que teria havido favorecimento da empresa austríaca. Embora os finlandeses se mantivessem silenciosos, o JN sabe que o jurista da "holding", Olli Happonen, foi mandado a Portugal para estabelecer contactos com escritórios de advogados, para avaliar da possibilidade de lançar uma acção contra o Ministério da Defesa.

Já então a direcção do grupo Patria na Finlândia tinha também analisado os artigos publicados na comunicação social portuguesa, em particular as declarações de Luís Pinhol, no sentido de medir o pulso às possíveis tendências.

O próprio director da Patria Vehicles Oy, Seppo Juhani Marin, esteve no nosso país. O conjunto dos contactos estabelecidos conduziu a um primeiro passo processual, com o envio de uma carta a Paulo Portas, no dia 30 de Dezembro de 2004, a que seguiu agora a petição no Tribunal Administrativo.

Portas garante "rigor"

O Ministério da Defesa rejeita as acusações do grupo Patria e garante que o concurso dos blindados obedeceu a todas as regras previstas. Fonte oficial do gabinete de Paulo Portas garantiu ao JN que, neste caso, como em todos os concursos e programas desenvolvidos "ao longo de três anos de mandato", as decisões foram tomadas obedecendo apenas a critérios de "rigor jurídico". A mesma fonte confirmou que a proposta do Patria foi excluída do concurso por ter sido "entregue "fora de prazo".