A questão (no meu entender) está em que todos os adversários que criam problemas ao Ocidente têm um perfil estruturado (professores, académicos e similares) onde existe o hábito de estudar e apresentar resultados para subir degraus. Isso implica sacrifícios. Nos EUA e no Ocidente por arrasto a recompensa tem que ser imediata (daí os professores serem desprezados por exemplo). Nesse tipo de estruturas hieraŕquicas, a maturidade intelectual (e o respeito dos pares) é atingida numa fase mais avançada da vida (daí as maleitas inerentes).
A malta que é apoiada pelo Ocidente são sempre o oposto: jovens e que seguem a moda e que se conseguem facilmente integrar nos valores morais de Holywood: O Xá da Pérsia e as suas festas nos palácios, as recepções sumptuosas do presidente do Vietname do Sul, o estilo moderno com as sedas do presidente do Afeganistão e o Zelenski. A reacção do Ocidente é sempre a mesma: os nossos são da moda e os outros são os atrasados que se pode gozar (mas sem nunca os perceber e criar contra-medidas eficazes contra eles).
Quantos académicos é que conheces desses países que podem publicar algo que seja negativo do regime? Aliás, quantos académicos conheces desses países? Se não podes publicar dados que o regime não aprova para poder subir na carreira, então não és um académico no verdadeiro sentido da palavra. Essa tua ideia de ciência é contrária à própria definição de ciência.
Há uma razão porque o Ocidente continua a ser o maior chamariz de cientistas no mundo. Porque a capacidade para produzir e avaliar dados é livre. Por exemplo, na URSS a quantidade de pseudocientistas que eram promovidos levou a consequências gravíssimas para a sua população, com cientistas que se opunham à linha proposta pelo regime a serem eliminados:
https://en.wikipedia.org/wiki/LysenkoismMesmo nas chamadas ciências sociais e políticas tens académicos a publicar teorias conflictuosas e que levam ao debate das sociedades. Fukuyama, Mearsheimer, Huntington, Dawkins, etc. são constantemente debatidos e refutados por outros académicos. Isso é o que produz os avanços na sociedade e científicos.
Relativamente à idade dos cientistas, para a maioria dos cientistas galardoados o reconhecimento só acontece décadas após a publicação dos seus trabalhos. A maioria nem sequer chega a ser reconhecida. Para cada cientista galardoado e reconhecido pelos media existem milhões a produzir ciência e dados sobre os quais assenta o trabalho dos cientistas galardoados. Essa maioria só é reconhecida através de citações de colegas nos seus trabalhos científicos.