Era mais deste tipo de documentários, feitos de forma sóbria e sem histerismos de esquerda ou direita, que deveriam e devem ser feitos. Por não se ter falado de forma clara e aberta sobre esses tempos, com as virtudes (que as houveram) e com os defeitos e falhas (mais que muitos) é que agora toda uma geração de grunhos, nascidos dos 70 para a frente, julga que isto é tudo mal, que estamos mal e que dantes é que era bom, porque agora acham que a vida é injusta ou que a culpa da corrupção e desvairos são dos outros, nunca deles, cidadão merdosos que afinal falam falam e nada fazem, julgando que os deveres de cidadania deles fica feito com uns posts inflamados no FB ou num qualquer forum como este.
Tal como boas ovelhas, não querem nada mais que um pastor porque afinal liberdade significa responsabilidade e isso, de responsabilidade, dá dores de cabeça, obriga a pensar e, pior ainda, obriga a agir, coisa horrorosa, ter de sair de casa e largar um qualquer programa manhoso sobre a bola para ir lutar pelos privilégios conquistados com luta de quem veio atrás e arriscou muitas vezes a própria vida para que esta geração de grunhos amorfos e ingratos os pudesse usufruir.... Como se esses privilégios a que chamamos direitos tivesses vindo de forma abnegada por que detêm poder......
Para um povo que se julga descendente dos descobridores e guerreiros que formaram um império, aqui vai um "reallity check": Não são!! São descendentes é dos coxos, dos marrecos e dos inválidos que nem para pegar uma espada ou lança serviam, e que nem na equipagem de uma caravela ou nau prestavam a esfregar o convés. São os descendentes dos velhos do Restelo, a falar mal contra os que arriscavam e partiam para construir um mundo pelas próprias mãos, resignando-se a uma vida de miséria no retângulo e invejando quem arriscava e lutava. Em Alcácer-Quibir ficaram uns e nas colonias e possessões do império, espalhadas pelo mundo, ficaram os outros, aqui ficou o que sobrou, resultado à vista.