Coreia do Sul vai gastar mais este ano para melhorar laços com o Norte
A Coreia do Sul vai aumentar, este ano, o orçamento destinado ao fundo de cooperação inter-coreana, na expectativa de que o novo Governo melhore as deterioradas relações com o Norte, confirmou hoje fonte oficial à agência noticiosa Efe. O Conselho de Ministros sul-coreano deu hoje 'luz verde' aos orçamentos de 2013, aprovados, na terça-feira pelo Parlamento, os quais reservam ao fundo de cooperação 1,09 biliões de won (727,2 milhões de euros), mais 9,1 % do que a verba canalizada para o efeito em 2012.
O Ministério da Unificação, cujo orçamento geral também aumentou 4,4 % em termos anuais, informou ainda que o apoio estatal aos encontros de famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-53) e a ajuda humanitária crescem, por seu turno, 13 % para 735.700 milhões de won (524,5 milhões de euros).
Este montante inclui ainda a ajuda directa e indirecta para os reencontros familiares, o apoio a organizações privadas para o alargamento dos laços com a Coreia do Norte e o futuro envio de 400 mil toneladas de arroz e de 300 mil toneladas de fertilizantes para o país vizinho.
Além disso, o orçamento dedicado a prestar ajuda aos desertores do Norte - em 2012 foram cerca de 1.500 - vai subir de 123.900 milhões de won (88,3 milhões de euros) do ano passado para 134.100 milhões de won (95,6 milhões de euros) no corrente ano.
O aumento do fundo de cooperação intercoreana surge depois de a Presidente eleita da Coreia do Sul, Park Geun-hye, ter realçado a promessa de melhorar as relações com o regime de Kim Jong-un, gravemente deterioradas nos últimos anos o Governo do conservador Lee Myung-bak.
Uma das grandes promessas da campanha eleitoral de Park Geun-hye, que venceu o escrutínio de 19 de Dezembro e assumirá o cargo em Fevereiro, foi a de abrir novas vias de entendimento com a Coreia do Norte, tendo inclusivamente se mostrado disponível para se reunir com o "supremo líder" norte-coreano, se necessário.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, proferiu um inesperado discurso pelo Ano Novo, no qual expressou o seu desejo de melhorar os laços com o Sul.
As Coreias permanecem tecnicamente em guerra na sequência do conflito que terminou com um armistício que nunca foi substituído por um tratado de paz definitivo.
Lusa