In Diário Insular de 2012/11/10
Visita do Primeiro-Ministro chinês à Terceira no Verão não terá sido inocente
Considera Gordon G. CHANG
Primeiro-Ministro Chinês Esteve Em Junho Na Terceira
China pode estar interessada nas Lajes
O discurso dos Estados Unidos daAmérica face à Base das Lajes apontano sentido da sua desvalorização,mas estão a acordar outros interesses.
De acordo com um artigo publicadona “National Review Online”,assinado por Gordon G. Chang, advogado, escritor e autor da obra“The Coming Collapse of China” (O Próximo Colapso da China), asautoridades chinesas podem querer a base militar terceirense.
Segundo Chang escreve no site da revista com sede em Nova Iorque, a visita, a 27 de junho, do primeiroministro chinês, Wen Jiabao, à Terceira, pode não ter sido desprendida de intenções: “O passeio de Wen pela Terceira, que se seguiu a uma visita a quatro países da América do Sul, escapou aos noticiários na altura, mas Washington e as capitais europeias deviam ter ouvido sinais de alarme…
Em primeiro lugar, a última paragem oficial da viagem de Wen era Santiago, a capital do Chile. Os voos da China normalmente atravessam o Pacífico, não o Atlântico, por isso não há razão para o seu avião ter aterrado nos Açores. Além disso, quem visita os Açores, normalmente, favorece outras
ilhas”.
O especialista acredita que a Terceira representa agora uma “grande atração” para Pequim. “Se a China controlasse a base, o Atlântico deixaria de ser seguro (…) Aviões chineses poderiam patrulhar as áreas do norte e do centro do Atlântico e, assim, cortar o tráfego aéreo e marítimo entre os Estados Unidos da América e a Europa. Pequim também seria capaz de negar acesso ao mar Mediterrâneo”, argumenta.
Além disso, a China poderia atingir solo norte-americano. “As Lajes ficam a menos de 2300 milhas de Nova Iorque, menos que a distância entre Pearl Harbor e Los Angeles”, assinala.
Chang considera que as Lajes são, certamente, a razão que levou Wen a querer “amigos” na ilha.
Considera Gordon G. Chang
Primeiro-ministro chinês esteve em junho na Terceira
China pode estar interessada nas Lajes. Desvalorização da Base pode abrir portas a Pequim
Especialista defende que é preciso olhar novas soluções para as Lajes.
O especialista em questões internacionais relacionadas com a China Gordon G. Chang considera que Pequim tem tentado, há vários anos, estabelecer uma ligação aos Açores e que o atual contexto de desvalorização das Lajes pode abrir possibilidades.
“Não há nada que os chineses possam fazer se os Estados Unidos da América ficarem, mas os ‘cortadores’ do orçamento do Pentágono, de acordo com alguns observadores, estão a planear transformar as Lajes numa base fantasma”, avisa.
Gordon Chang admite que, de um ponto de vista militar, a decisão de cessar operações nas Lajes faz sentido, mas que o fecho efetivo da Base iria lançar a ilha num precipício.
“Para a Terceira assegurar um futuro, o governo português tem de encontrar um novo grande inquilino para a Base Aérea nº4”, frisa.
No artigo “Bandeira Vermelha sobre o Atlântico”, publicado na “National Review Online”, Chang considera que “nos últimos anos, Pequim identificou Portugal como o seu ponto de entrada na Europa e as autoridades chinesas já sabem o caminho até Lisboa” e que é “neste contexto que os portugueses estão já a pensar nos planos de fecho” das Lajes: “Não querem convidar os chineses a entrar, mas têm indicado que não terão escolha se a Força Aérea dos Estados Unidos da América decidir deixar a base”, assinala.
O autor do livro “O Próximo Colapso da China” considera que há um caminho negocial ainda a percorrer entre os Estados Unidos da América e Portugal, mas questiona opções como a localização do comando africano, que via melhor instalado
na Base das Lajes.