O que é o patriotismo e nacionalismo balofo, e o que é uma análise objectiva dos acontecimentos?
O nacionalismo balofo, é aquele que por exagerar na apresentação e descrição dos factos históricos, contribui objectivamente á posteriorí para a degradação da auto-estima dos portugueses.
Esse nacionalismo balofo, ao criar uma quantidade de disparates sobre a nossa grande e heroica história, acaba, quando os portugueses colocam o pé no chão (o que acontece sempre, mais tarde ou mais cêdo) por dar-lhes uma noção da realidade que os leva a concluir que afinal somos uma mxxxa.
Aquando da Expo98, vi um pouco desse triunfalismo no governo do Sr. Guterres. Quando inaugurou a ponte Vasco da Gama, (feita pelo Cavaco), aquilo é que era exalar confiança.
Depois na Expo, a mesma coisa. Eu visitei a Expo, e tudo aquilo me cheirava a estrangeiro. Não era natural. As ruas impecávelmente limpas, uma organização métodica e eficaz (a lembrar que de facto quando queremos somos capazes de uma organização quase germânica, só que não conseguimos manter a pose por muito tempo). Criou-se nas pessoas uma sensação de euforia.
Depois deu-se entre-os-rios. E os portugueses cairam com a cara no chão, este país afinal continuava a existir. Um país desleixado onde um imbecil (cujo nome nunca ninguém saberá, porque o Sr. Juiz disse que não conseguia encontrar razões para sequer haver um julgamento) meteu um relatório na gaveta e OBJECTIVAMENTE com o seu LAXISMO CRIMINOSO, foi responsavel OBJECTIVO pela morte de sessenta pessoas.
Aí passámos a achar que eramos os piores do mundo. Depois vem o Sr. do MRPP, dizer que estamos de tanga.
Enfim... O de sempre.
No periodo final do século XVI, ouve uma onda de hiper patriotismo heroico e épico. Muitos poemas e escritos épicos na altura, realçavam a nossa coragem e valor.
D. Sebastião, em 1577/78 preparou um exército para reconquistar o norte de África, com o objectivo de reviver os tempos de conquistas havidos mais de 150 anos antes.
Porém Em 1415, em Ceuta, a cidade foi tomada pelos portugueses. Mas a cidade estava deserta de tropas. Tomámos Ceuta, porque só lá estavam mulheres, crianças e velhos, e não deixámos de os matar quase todos.
Se a verdade sobre Ceuta não tivesse sido tão cantada como uma grande conquista dos férreos conquistadores da fortíssima Nação Lusitana, a lutar sob a bandeira de Cristo e a tomar o mundo em nome de Deus, provavelmente Alcacer Quibir não tería acontecido.
O mesmo acontece com a selecção nacional de futebol, onde muito "tonto" cria enormes expectativas, muitas vezes exageradas e baseadas mais em desejos patrióticos que na realidade do futebol jogado, e depois nas fases finais, levamos com um balde de agua fria e a selecção que éra bestial, passou a ser constituida por um grupo de bestas.
É uma situação de oito ou oitenta.
A falta de objectividade tão típica do nacionalismo "bolorento" é do meu humilde ponto de vista, uma praga anti-nacional, porque faz muito mais mal que bem.
O nacionalismo bolorento engorda o nosso Ego, para depois, a realidade nos fazer acordar para a dura verdade objéctiva. Promove o oitenta, e provoca o desespero que depois leva as pessoas a pensar que afinal era oito.
Eu prefiro a história objectiva, mesmo que ás vezes ela seja desagradável, mesmo que muitas vezes tenhamos por esse mundo, feito muita coisa mal feita. Eu prefiro aceitar que somos um pequeno país colocado numa ponta do mundo, e que a nossa grandeza como nação advém não do facto de sermos grandes, mas sim, muito pelo contrario de sermos pequenos. E que somos um grande povo, não por sermos muitos, mas exactamente porque somos poucos.
Esperemos que tal série de TV seja o mais objectiva possível. Não nos faría mal nenhum um bocado de objectividade, para entendermos de uma vez por todas que não somos uma nação em decadência.
Não somos, pela simples razão de que na realidade nunca fomos o super-império que alguns nos quiseram fazer acreditar que fomos.
Cumprimentos