Entretanto ninguém disse que devíamos ser fortes sozinhos e mandar os outros (UE, NATO ou EUA) passear. Devemos sim ser fortes o suficiente, para sermos "importantes", e não apenas mais um Estado falhado por quem ninguém (seja UE, EUA ou NATO) vai pôr as mãos no fogo para nos defender.
Também ninguém disse que não devíamos apoiar a iniciativa de umas FA europeias. Agora se é para o fazer, que seja como deve ser, não é para fazer tipo I Guerra Mundial, em que os militares portugueses pouco mais eram que carne para canhão. É para serem vistos em pé de igualdade com os outros, e que não sirva de desculpa para que por cá se invista ainda menos na Defesa (que é o mais provável de acontecer, já que fica mais barato enviar 10000 homens apeados do que criar forças armadas completas). Com a NATO já vemos um pouco esse argumento: "como não temos ameaças, e se tivéssemos éramos defendidos pela aliança, não precisamos de FA".
Os EUA é uma não-questão, já que não são neste momento inimigos, nem nada faz crer que venham a ser. Se se viessem a tornar, expulsá-los das Lajes e espetar uma base das FA europeias por lá, não vai fazer grande diferença, por ser um território demasiado isolado para ser defendido com eficácia. Nós dependemos de ter boas relações com os dois lados do Atlântico.