O mais gritante é haver malta que passa o pano por cima de certos membros do BRICS, como se todos os países em questão fossem bonzinhos.

Mas essa malta provavelmente diria que a Alemanha Nazi era tudo malta porreira.
O BRICS posicionou-se precisamente para uma guerra económica com a UE e EUA. E muitos destes países não vão respeitar qualquer regra ou direito internacional para obter alguma vantagem perante o Ocidente. E isto inclui a forte possibilidade de guerras de expansão territorial, para obter acesso ao máximo de recursos possível.
🇸🇪 El gobierno de Suecia ha seleccionado el Embraer C-390 como su nuevo avión de transporte táctico militar, mejorando la interoperabilidad de países miembros de la 🌍 OTAN que confían en las capacidades de países aliados como Brasil.
https://x.com/SaabColombia/status/1856444927418454089
Avisa lá aos suecos que estão a comprar uma "aeronave BRICS".
Cada asneira que temos que ler...

Mas tu não percebes que, uma coisa é fazer uma aquisição pontual, como a Suécia comprar uns quantos KC-390, outra é o que alguns génios querem: tornar Portugal um fantoche da Embraer, que tem que comprar tudo o que é produto da Embraer "porque sim", não importando se é o produto mais adequado às nossas necessidades, nem se corresponde aos nossos interesses, e ficando o país completamente dependente desta empresa de um bloco económico rival.
Querem falar da Embraer em Portugal, limitem-se ao KC-390. O resto dos programas e futuras aquisições, que sejam tratados com neutralidade, e que as decisões se tomem com base em critérios técnicos, em questões estratégicas e com o interesse nacional em mente.
Os próximos séculos não sei, mas estou muito curioso com o que vai acontecer nos próximos 6 meses.
Trump, Ucrânia, NATO, Israel, BRICS, China, Europa, África... está tudo demasiado confuso.
Depois de janeiro, e mais do que nunca, a Europa talvez tenha de perceber que terá de seguir o seu próprio caminho, seja lá qual ele for.
Não podemos estar totalmente reféns das políticas dos outros.
Ou então teremos de resumir-nos ao nosso papel secundário.
Não tendo aparentemente nada a ver com o tópico, não deixa de ser pertinente relacionar os assuntos.
Cada vez mais países têm em consideração as políticas e restrições daí decorrentes de algumas potencias militares, donde se destacam os EUA, tentando "fugir" desses hipotéticos problemas procurando soluções fora.
Se calhar não é à toa que têm acontecido algumas surpresas ultimamente.
E no caso do KC, com a nossa participação e ganhos no projecto, poderemos lucrar com isso.
O que vai acontecer nos próximos meses não se sabe. Sabe-se que é imprevisível. Num mundo imprevisível tens de reforçar laços com os teus aliados, e não dar o cu a quem der mais, e correr para os braços de potenciais inimigos dos próximos anos.
A Europa e EUA vão ter que descobrir que é necessário fortalecer o bloco Ocidental, e não divisões desnecessárias dentro deste.
Entretanto, acho piada a afirmações do tipo: não podemos ser reféns das políticas dos outros... excepto se for o Brasil/Embraer, Rússia, etc. Faz sentido de facto.
Nós para termos um papel importante, precisamos de ser gente no mundo, tanto economicamente, como diplomaticamente, como militarmente. Precisamos de ser o elo de ligação entre o Ocidente e a CPLP/PALOP, e tentar puxar os países membros para a órbita ocidental, ao invés de os deixar ir para o lado chinês/russo. Só assim teremos um papel predominante. Uma forma de fazer isso, é deslocar empresas ocidentais que hoje operam na China, para alguns destes países.
Que surpresas têm acontecido ultimamente? O que se tem visto, é um aumento dos investimentos militares um pouco por todo o lado, excepto Portugal. Surpresas não há muitas.