Aliás, com a EMBRAER já estamos num comboio certo.
É só replicar o modelo para outros investimentos e projectos necessários... prioritariamente na Europa.
Se o "comboio" fosse de uma empresa americana, reclamavam por não ser europeia. Mas como é a Embraer já é bom. Se uma Lockheed Martin fizesse tanta pressão como a Embraer faz sobre o país, na perspectiva de forçar a compra dos seus produtos "custe o que custar", não se calavam com isso, mas como é a Embraer "é o caminho certo".
Mas não seria positiva essa abertura?
Achas que para já, nesse setor, temos algum poder negocial para contrapor?
A Embraer é "apenas" um dos maiores fabricantes de aviões do mundo, com tendência a militarizar e diversificar o seu portfólio.
Se centrar as vendas da Europa em Portugal, onde também já tem a manutenção, parece-me excelente.
Mais tarde, a seu tempo, poderá e deverá ser um parceiro do projecto LUS 222.
Não sei porque deveríamos hostilizar a ideia, pôr-nos em bicos de pés...
Positiva em que sentido? Abrir um escritório em Portugal praticamente não dá retorno nenhum, e o número de empregos criados é diminuto. A única entidade que ganha é a Embraer, que vai facilitar a sua entrada no mercado europeu, do qual Portugal não lucra nada, nem a UE.
A última coisa que a UE precisa, é da presença de mais uma empresa aeronáutica, ainda por cima de um BRICS, a concorrer com as suas empresas.
E tu não és contra a presença dos EUA nas Lajes "porque sim", apesar de gerar retorno para a região, mas és a favor de um negócio destes com a Embraer, cujo retorno não será nem de perto o que a presença dos EUA nas Lajes dá?

Agora até surgem ideias absurdas, de tornar a Embraer uma "falsa empresa portuguesa". Mas está tudo doido? Então mas agora Portugal é um país independente que deve zelar pelos seus interesses, ou Portugal serve apenas de intermediário para a Embraer, subjugando-se a esta com o objectivo da dita empresa ter acesso facilitado à NATO/UE (e respectivo mercado e subsídios) e assim obter grandes lucros, enquanto Portugal não ganha virtualmente nada com isso?
Eu espero que tenham a noção que, a Embraer
fingir ser uma empresa portuguesa, não faz dela uma empresa portuguesa. Se Portugal não detiver uma percentagem relevante da dita empresa, o retorno para o país é praticamente inexistente.
Quanto ao LUS 222, o maior erro seria ter uma fábrica desta aeronave no Brasil. Uma fábrica no Brasil teria acesso quase total ao mercado sul-americano, que é um dos principais mercados para este tipo de aeronave. Ao ter lá uma fábrica, corremos o risco da fábrica em Portugal ficar sem trabalho, por falta de clientes na Europa e África, enquanto a fábrica no Brasil continuava a dar vazão a possíveis aquisições dos países daquele continente. Isto não tem nexo para uma empresa que está a começar praticamente do zero.
Primeiro que se desenvolva a aeronave, e se desenvolvam algumas variantes, depois que se veja quanto mercado esta aeronave tem realisticamente, e quantos clientes conseguimos obter, e só depois, se virmos que as encomendas excedem a capacidade de produção, devemos olhar para a abertura de outra fábrica, em Portugal ou noutro país.
Já parcerias com outras empresas, faz sentido tê-las com empresas que consigam desenvolver sistemas específicos (sensores e outro equipamento) para a aeronave, principalmente se a ideia fosse desenvolver versões mais avançadas/especializadas do LUS 222.