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Público on-line 8 de Abril de 2004
Eurolândia à Boleia dos EUA e Japão
A zona euro vai ficar este ano excluída da aceleração da economia mundial e crescer apenas 1,7 por cento contra 4,2 por cento nos Estados Unidos da América (EUA) e 3,4 por cento no Japão.
Este panorama foi ontem traçado pela Comissão Europeia nas suas previsões económicas semestrais, que apontam no entanto para uma aceleração do crescimento dos doze do euro para dois por cento em 2005.
Segundo a Comissão, apesar de lenta, a retoma este ano é proporcionada pelo "dinamismo" do crescimento e do comércio mundial e pelo regresso, desde o segundo semestre de 2003, da confiança dos empresários e consumidores europeus. Isto, num pano de fundo de políticas macro-económicas acomodatícias, taxas de juro reduzidas (dois por cento) e prossecução da redução da inflação para 1,8 por cento este ano, contra 2,1 por cento em 2003.
A confiança dos consumidores mantém-se no entanto ainda tímida devido à elevada taxa de desemprego da zona euro - que continuará a afectar este ano 8,8 por cento da população activa - e da ameaça de ataques terroristas na Europa. "Mesmo se as tensões geopolíticas se atenuaram durante o segundo semestre de 2003, a ameaça de atentados terroristas continua a pesar sobre a confiança dos consumidores, sobretudo depois dos acontecimentos de Madrid no início de Março", afirma a Comissão.
Bruxelas não exclui igualmente que outros factores de risco afectem negativamente as suas previsões, como uma nova apreciação considerável do euro penalizadora das exportações, ou um aumento dos preços do petróleo.
Além de Portugal, que terá a taxa de crescimento mais baixa dos Quinze da UE- 0,8 por cento - as maiores economias do euro permanecem na cauda da eurolândia, com previsões de 1,7 por cento em França, 1,5 por cento na Alemanha e 1,2 por cento em Itália.
Em contrapartida, os dez países que vão aderir à UE em Maio, terão uma taxa de crescimento média de 4 por cento, com a Letónia e a Lituânia a ultrapassar os 6 por cento.