Podem também cancelar certas obras públicas megalomaníacas. Vendam a TAP. Que se crie uma indústria de Defesa a sério, que sirva não só para fornecer as FA, mas que também consiga exportar. Acabem com a mama e mordomias, com os carros de luxo para o Estado, com a corrupção.
Ainda associado à indústria de Defesa, podem também acabar com as ofertas para as ex-colónias de material velho, e vender a custo "simbólico", ou vender a preço inteiro e pago em X anos, material novo fabricado em Portugal. A venda de material made in Portugal, mesmo que não dê lucro directo, pelo menos serve para criar/manter postos de trabalho qualificados, e permite eventualmente um crescimento das ditas empresas, tanto a nível de produtividade, como do seu peso no mercado internacional.
O que não pode acontecer, é falta de vontade em investir na indústria de Defesa. Quando o Alfeite está na lama porque o Governo não quer pagar a tempo e horas, ou não quer dar o devido orçamento à Marinha para a manutenção dos seus navios, dinheiro este que vai directamente para o AA, torna-se difícil. Quando existem atrasos na produção dos novos fardamentos, e acaba por se encomendar o serviço a empresas de outro país, em vez de se aumentar a produção da empresa portuguesa, torna-se difícil.
A estupidez política em matéria de Defesa é uma coisa absurda. Não investir em empresas nacionais, optando por contratar serviços básicos no estrangeiro, não tem cabimento.
E já agora, coloco aqui o seguinte artigo, do qual a segunda metade é o que interessa para este tema:
https://observador.pt/opiniao/industria-de-defesa-nem-industria-nem-defesa/...quanto é que a indústria da defesa “pesa” na economia portuguesa... O valor mais ajustado que se conhece refere-se a 2019 e aponta para que as atividades económicas na área da defesa se cifravam em 1,1% do valor acrescentado bruto nacional e deste, 0,8% resultava de consumo e investimento realizados pelas FA´s/Ministério da Defesa, ou seja, contas feitas, representavam 0,3% da economia portuguesa.
Ora bem, se calhar começávamos por tentar subir dos 0,3% para 1%.
E já agora:
o Ministério da Defesa, funciona como um banal facilitador dos pequenos interesses pessoais e obstáculo para os grandes investimentos. A possibilidade de grandes grupos como a FN montarem uma fábrica de munições em Portugal não parece ser acompanhada de interesse nacional e tudo se fica pelo rumor.
Não me recordo de ver isto falado em algum lado. Talvez me tenha escapado. Mas tratou-se apenas de um rumor, ou...?