Se era para ficarem bem classificados tinham enviado o DAE (ou o GOE, se fosse uma competição civil).
Os Snipers do DAE tiram o curso no CTOE e os Snipers do GOE fazem sobretudo tiro a curtas/médias distâncias.
Os sniper de unidades policiais tem uma exigência de um tiro diferente e não é só medir o assunto pelas distancias. As distancias e a exigência no acerto tem a ver com a grande diferença entre o uso de um sniper militar nas situações militares mais comuns, do uso de um sniper policial.
Não se trata aqui de discutir méritos.
Mas obviamente um sniper militar não tem de ter um acerto de incapacitação tão rigoroso.
Ou seja, dando um exemplo, abater um talibã a 1 quilometro, não é o mesmo que acertar a umas centenas ou mesmo dezenas de metros no centro de zona letal da cabeça de um terrorista com um refém junto de si.
O próprio "acerto na cabeça" é até algo que não é necessariamente definitivo.
Veja-se o brasileiro no Banco, que levou um tiro que seria imediatamente mortal se fosse noutro angulo(com a cabeça de frente à trajetória) e, afinal sobreviveu porque o angulo assim o permitiu(entrou mais obliquo porque moveu a cabeça): O tiro acabou por entrar sensivelmente a altura da boca e sair abaixo da orelha.
Sensivelmente entre à altura da boca e olhos, e lá atras, fica o cerebelo, "onde se apagam as luzes todas"
Por isso o tiro ser feito a curta ou média distancia pode e é muitas vezes tão exigente quanto o feito a longas distancias, exceptuando pelo calculo dos valores atmosféricos, por exemplo e, quando existam valores relevantes.
Cujas tabelas e equipamentos digitais de calculo ajudam muito. Usando até o calculador balístico aferido para certa arma, munição, outros. Tendo por exemplo zerado a 100 metros, posso saber quantos cm cai a 300 e corrigir, seja escolhendo outro ponto de mirada, ou com cliks, ou com valores incluídos na "estádia", se for do gênero. Valores do vento medidos e, inseridas a velocidade e direção deste. Declinação arma - alvo, se for relevante. Etc
Depende da necessidade no rigor do impacto e subsequente necessidade de incapacitar de imediato. Logo se coloca a necessidade imperativa de não falhar esse disparo.
Dando outro exemplo, o disparo mais longo feito com acerto confirmado foi conseguido á terceira tentativa contra um talibã numa crista de um monte. Esse talibã não se apercebeu dos tiros falhados e deu hipótese de correção. Já numa situação de reféns num ambiente urbano não haveria hipótese de correção, para além como escrevi antes, do rigor do acerto para a necessária incapacitação instantânea.
Outro aspecto é o tiro à voz(ordem de disparo) que é mais comum no sniper policial.
O Sniper militar escolhe geralmente o momento. O sniper policial informa estar na mira, mas aguarda a ordem do disparo, que tem de acontecer imediato ao "Já". E esse "já" pode levar tempo a chegar. Pode até seguir o famoso "espera, espera........................................espera, já", ou até vir a abortar.
Depois há a complexa sincronização entre vários snipers, ou entre snipers e equipa de assalto no momento deste. (podem observar isso na situação do Banco, em que um dos sniper dispara no momento que a equipa faz a entrada. E já agora, o outro sniper por lá, perde o ângulo e não faz o disparo.
Tudo controlado pela tal voz de comando. Que tem de estar sempre atenta à situação de mira do sniper ou snipers envolvidos.
Experimentem colocar duas pessoas agarradas, sendo apenas um deles o alvo e movendo-se aletoriamente em qualquer direção e rotação.
Só para dar uma ideia geral