"Um que me parece revelador que que na generalide dos indicadores Portugal até nem está mau - é até mediano. Mas apresenta um dos índices mais baixos relativos a aprendizagem ao longo da vida..."
É a falta de interesse em saber!
É empinar na escola e depois mais nada. Nem um livro. Vejam os concursos e o desempenho dos Senhores Doutores, sobretudo das doutoras.
Deduzo que se o povo não tem interesse em aprender, se o Mundo não o intriga, então não deve haver dinheiro suficiente para compensar essa falta de interesse. Estou confiante (mas não tenho dados) que é uma escolaridade primária E pais interessados pelo mundo que são decisivos para o progresso do País.E não tanto o orçamento da educação...
Recomendo vivamente a leitura do livro "Portugal Hoje: o medo de existir" de José Gil, já o leu alguém neste forum?. Está lá tudo. Ele fala na falta em Portugal do "espaço público", um espaço de discussão onde circula a informação e conhecimento entre os geradores e criadores de conhecimento e o povo base. Ora bem, essa camada intermédia, ou espaço público como ele lhe chama, não existe em Portugal. Há no seu lugar um silêncio, uma ignorância e até um medo do saber que é espantoso e asfixiante.
(http://www.unl.pt/webpage/noticias/noticia_030.htm)
Já li sim senhor... É interessante. Gosto do conceito de espuma, de nevoeiro da sociedade, para onde muitos voltam depois de roubarem, mentirem, etc... É uma grande verdade. Não há responsabilização. Ou pelo menos prefiro pensar que ainda não há...
Para mim, o problema é que estamos numa bola de neve a descer a colina...
Grandes massas da população são pouco informadas, cultas, participativas... porque o sistema de educação é mau e leva ao abandono escolar (dos mais altos da UE), a cultura é inexistente, o mercado mediático é podre e pouco informativo (programas como o Nós Europa vão para o ar as tantas...), mais virado para o entretenimento... embalamento consumista... etc... e tal... o povo como é pouco preocupado não se preocupa em quem vota, depois não contesta, não participa e os políticos, ao fim ao cabo «filhos» desta sociedade, acabam por não fugir aos seus traços paternos... sendo desinterassados, de vistas curtas... e mais propensos a concursos televisivos...
Quanto aos artigos...
Nem a Noruega é só petróleo e mais nada, nem a Finlândia e a Irlanda seguiram modelos de desenvolvimento iguais...
A Finlânida, ou melhor o Estado, optou por abraçar o livre mercado mas também reforçou a sua presença noutros lados. Foi ele o garante da educação grátis incluindo a universidade e criou polos industriais perto das universidades e ligações/protocolos/incentivos entre as empresas e as escolas/universidades... noutros aspectos... reforçou a cobertura do sistema de saúde inteiramente grátis... na segurança social estipulou um máximo de rendimento a pagar e o resto os finlandeses podem aplicar em seguros de vida... etc...
Seja como for, a Finlandia apostou num mercado aberto, mas com políticas de esquerda, educação e saúde grátis... na segurança social não o foi, mas quanto a mim o sistema encontrado é o melhor.
As leis de trabalho foram alteradas, não foram riscadas do mapa e a Finlandia continua a ser o país do mundo com mais sindicalizações: 90% dos trabalhadores finlandeses são sindicalizados... desde os colarinhos brancos, aos colarinhos azuis...
Na Irlanda, já foi tudo muito mais liberalizado. Desde as escolas à saúde, à segurança social, etc... ao mercado de tranalho. E o aumento do custo de vida foi arcado pelo aumento dos salários. Também não nos podemos esquecer que a Inglaterra é um mercado de 60 milhões de consumidores, que a mão de obra continua a ser mais barata na Irlanda e que muitas empresas americanas «mudaram-se para lá»... por causa da Grã Bretanha...
Seja como for, é também um caso de sucesso... São os dois, mas um pouco distintos.