Fogos Florestais

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Re: Fogos Florestais
« Responder #690 em: Julho 08, 2018, 10:20:38 am »
No interregno do Fórum, para resolver problemas de configuração e cumprimento do RGPD, tive oportunidade de falar com um instrutor de voo do aeródromo de Viseu e com um responsável pelo comando de uma corporação de bombeiros do distrito de Viseu, e explicaram-me as alterações ao combate aos incêndios:

- Os voos da Força Aérea no interior do país, principalmente junto às albufeiras que servem para abastecer os hidroaviões, com os C-295, serviram para a FA tirar as devidas notas de coordenadas, acessos, locais de abastecimento de água, etc, porque agora o combate aéreo deixa de ser comandado do terreno e passa a ser feito pela FA com os C-295;

- Em relação ao combate aéreo, as opiniões são as seguintes, o instrutor de voo:
     - Destaca de longe o Air Tractor no combate aos incêndios, destacando muitas vantagens em relação ao Canadair: Pode operar sozinho com 1 só piloto, o avião tem muita potência para a dimensão (3.000 cavalos para um avião de 7 toneladas), leva 3 toneladas de água e outro tanto de combustível. Custa 1/10 do preço do Canadair, pode abastecer combustível em qualquer aeródromo nacional, tem autonomia para 3 horas e meia e pode fazer o que mais nenhum faz numa emergência, largar água com o tractor inclinado (impossível de fazer com o Canadair. Já houve situações de emergência em que a descarga de água para salvar casas teve de ser feito desta forma, devido à orografia do terreno).
     - O instrutor destaca aspectos negativos do Canadair, como abastecer combustível apenas na Lousã (para toda a zona norte e centro), operar sempre aos pares (2 canadair de cada vez) e cada um com pelo menos 2 pilotos. Cada Canadair custa o mesmo que 10 tractor e só leva o dobro da água. Têem um consumo de óleo muito elevado.

O responsável pela corporação dos bombeiros, apesar de reconhecer a polivalência do Tractor, refere que numa emergência, um Canadair dá mais segurança e ficou impressionado quando teve a ajuda do Beriev 200. Diz que tiveram uma aldeia completamente cercada pelo fogo e o Beriev alinhou com a linha de fogo e descarregou um autêntico dilúvio sobre o fogo, como se tivesse chovido nesse dia! Referiu ainda um aspecto negativo por exemplo do Kamov (estão encostados), levam 5.000 litros de água o que é excelente, mas ou apagam o fogo ou caso contrário, o poder das hélices é tal que leva a espalhar o fogo ao longo do seu percurso como se estivesse a despejar gasolina no incêndio (referiu-me que tiveram de mandar o kamov embora porque prejudicava mais do que ajudava, ao contrário dos restantes helicópteros ligeiros que são sempre muito úteis)!!!!!!

Boas Viajante,

Excelente post tú aqui colocaste que revela bem algumas vertentes dos problemas/limitações/capacidades dos diversos meios Aéreos utilizados para os combates aos FF.
Para mim o mais importante do teu post são os pontos de vista dos nossos Bombeiros e, se me permites, vou começar a comentar a partir daí e depois aos pontos de vista do Pilav;

São preferidos os meios Aéreos pesados de asa fixa, aos médios pois oferecem maior poder de ataque, leia-se capacidade de transporte logo as hipóteses de sucesso nas primeiras intervenções são maiores e, acima de tudo oferecem maior segurança ao pessoal que efectua o combate no solo, como é de prever.
 
Já o mesmo não acontece como os meios pesados de asa rotavél, os famosos KA32, AKA batedeiras, tal é a potência dos seus motores que em largadas quase estacionárias e muito perto do solo podem provocar mais estragos que ajudar, revelando que o grau de confiança quanto á utilidade destes equipamentos é muito inferior aos dos helis lig que apesar de transportarem muito menor quantidade de agua, são bem mais versáteis e rápidos!!


pontos aflorados pelo PilAv quanto aos acft´s per si, do custo dos 802 ser de 1/10 dos CL215, da tripulação dos 215 ser o dobro dos 802, do payload dos 802 ser de 1/2 dos 215, e do consumo elevado de óleo, aqui vão os meus comentários;   

Qual é o custo a que ele se refere o da aeronave ou o da operação/hora de voo ???

Quanto á tripulação do 215/415 se é de dois pilotos ainda bem que assim é, e, a sua grande vantagem além do primeiro oficial O/B, é também possuir dois motores, a tal redundância, que a aviação tão bem introduziu nos seus sistemas de voo e que permite em caso de paragem de um motor o acft continuar a voar com bem maior segurança que o 802, se tal lhe acontecer;

Quanto ao payload do 802 ser de metade do 215/415, e como tal uma vantagem pelo preço crew, etc, etc,  então vejamos um pequeno exemplo :
se a zona do incêndio estiver a dez minutos da zona de abastecimento/carregamento de agua cada largada é efectuada em vinte minutos correcto ??
Ou seja um 802 largará numa hora 9000 lts e um CL215 quase 18000 lts, necessitando de ter dois 802 para efectuarem o trabalho de um 215/415 lá se vai a vantagem do número de tripulantes, dos consumos de fuel pois são o mesmo numero de motores e os 802 vão gastar o dobro das horas de voo de um Canadair para descarregar o mesmo volume de agua/retardante;


Já agora refiro que o raio de acção dos CL215/415 é bem maior que o dos 802 o que lhe permite permanecer mais tempo nos TO's sem ter de reabastecer .

https://airtractor.com/pt-br/aircraft/at-802f-fire-boss/

https://en.wikipedia.org/wiki/Canadair_CL-215

Termino com o comentário do consumo elevado de óleo que só acontece com os CL215, primeiras séries que temos maioritariamente utilizado pois possuem os Pratt & Whitney R-2800 Double Wasp, a piston, que equiparam os DC4 e DC6 se utilizarmos os CL215T ou CL415 esse problema, que não é verdadeiramente um problema não acontece pois possuem motores turboprop.
Vi serem despejados em cada um dos motores de um DC6 quase quinze litros de óleo depois de um voo de sete horas.


 
Quanto a nossa FAP fazer o Controlo Aereo Airborne é a maior vantagem que assistiremos podes crer, o facto do controlador aéreo estar no TO faz toda a diferença na alocação dos meios aéreos e na eficácia do combate dos FF.

Uma vez mais agradeço o teu post que deveria ser visto pelos responsáveis e as conclusões devidas retiradas e aplicá-las nos combates aos FF, só se ganhava com essas implementações/melhorias.

Abraços
« Última modificação: Julho 08, 2018, 10:56:19 am por tenente »
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Re: Fogos Florestais
« Responder #691 em: Julho 08, 2018, 01:42:15 pm »
O Responsável no Comando de uma Corporação de bombeiros é ainda formador da Escola Nacional de Bombeiros e é meu vizinho. Qualquer dúvida que seja aqui colocada eu pergunto-lhe. Apesar de não ser a profissão principal, ele vibra com os bombeiros e está sempre a par dos avanços tecnológicos introduzidos, para além de Já ter décadas de combate aos incêndios!

Esqueci-me de referir um aspecto que contou o instrutor (não conheço todos os nomes técnicos :)
A importância dos Merlin na evacuação da população quando ocorreram os incêndios de Outubro e instalou-se o caos na zona centro (quando as telecomunicações colapsaram). Chegaram a estar quase até à meia-noite a controlar o tráfego aéreo para a evacuação das populações recorrendo aos Merlin. Foram muito preciosos nessa altura!!!!

Em relação aos bombeiros, sim dão muito valor aos meios aéreos pesados de asa fixa, porque fazem claramente a diferença em locais onde por exemplo não há muita água disponível. Apesar de que a enorme flexibilidade dos meios ligeiros, permite-lhes operar em qualquer lado e encher o balde até numa piscina (heli ligeiro).
 

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NVF

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Re: Fogos Florestais
« Responder #692 em: Julho 08, 2018, 08:06:56 pm »
Aproveito para, igualmente, agradecer o teu post, Viajante. Dá-nos uma perspectiva a que não temos normalmente acesso.

Quanto aos meios, continuo a defender um mix hi-lo (tipo F-15/F-16, ou F-22/F-35). Neste caso, CL-415 (6 unidades) e AT-802 (10 a 12 unidades), que nos permitiria enfrentar todos os tipos de cenários. Entregaria estas aeronaves à FAP, que os poderia utilizar noutras missões fora da época de fogos. Quanto aos helis, a mesma filosofia hi-lo: o AS350 serve-nos perfeitamente e devíamos ter uma frota própria de, pelo menos, 30 unidades; para heli pesado, escolheria o Sikorsky Firehawk (10 unidades). Vendia os Kamov e os helis ficavam no MAI para SAR ligeiro e emprego geral pelas forças policiais fora da época de fogos (um número extra de helis ligeiros para uso exclusivo das polícias justificar-se-ia, a meu ver).
« Última modificação: Julho 08, 2018, 08:18:52 pm por NVF »
Talent de ne rien faire
 

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asalves

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Re: Fogos Florestais
« Responder #693 em: Julho 12, 2018, 10:29:58 am »
Portugal devia ter 33 meios aéreos permanentes de combate a incêndios

Relatório interministerial Defesa-Adminstração Interna prevê a compra de quatro Canadair e o fim do recurso ao mercado para assegurar o dispositivo anual de combate aos fogos.

Um relatório que contou com contributos do Ministério da Administração Interna e do Ministério da Defesa, e que foi encomendado depois dos incêndios do ano passado, prevê que o dispositivo ideal para o combate a incêndios em Portugal deve passar pela existência de 33 meios aéreos próprios e permanentes, refere o Diário de Notícias. Desse dispositivo constam quatro aviões Canadair e seis drones.

No cenário traçado por elementos técnicos dos dois ministérios, entregue à tutela política a 9 de março, o dispositivo final de 33 meios aéreos ficaria concluído em 2022 e prevê ainda a existência de quatro helicópteros ultraligeiros e nove helicópteros ligeiros, além da compra de aviões anfíbios de pequena dimensão (vulgarmente conhecidos como Fire Boss).

No próximo ano, 11 dessas aeronaves já estariam disponíveis — entre sete helicópteros ligeiros e quatro Fire Boss –, de acordo com o “cronograma de implementação” do relatório a que o Diário de Notícias teve acesso. Em 2020, haveria já 24 meios aéreos disponíveis, até ao total de 33 aviões, helicópteros e drones, em 2022.

A avaliação repartida entre Defesa e Administração Interna resulta da decisão do Governo de passar para a esfera da Força Aérea a gestão dos meios aéreos usados no combate aos fogos, no ano passado. E transparece uma mudança de paradigma face à situação atual, em que a resposta aos incêndios decorre, de forma substancial, do recurso a contratação externa de meios aéreos.

A solução encontrada pelo MAI para responder à contratação de meios aéreos para este ano, recorrendo a ajustes diretos que permitissem chegar aos 55 meios previstos no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, tem custos elevados. Custos que já levaram o PS a acusar as empresas do setor de “cartelização”, apresentando preços acertados entre si e acima do custo real das operações.

Um dispositivo próprio e permanente permitia, de acordo com os defensores deste modelo, reduzir custos para o Estado, que ficava assim livre de recorrer ao mercado para assegurar a maior parte dos meios aéreos de combate a incêndios.

https://observador.pt/2018/07/12/portugal-devia-ter-33-meios-aereos-permanentes-de-combate-a-incendios/
 
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rbp

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Get_It

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Re: Fogos Florestais
« Responder #695 em: Julho 12, 2018, 08:55:50 pm »
Desse dispositivo constam quatro aviões Canadair e seis drones.
Sim, senhor. Pegaram num dos relatórios com mais de duas décadas e actualizaram-no ao colocar lá seis drones. Excelente trabalho.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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tenente

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Re: Fogos Florestais
« Responder #696 em: Julho 12, 2018, 09:03:11 pm »
Desse dispositivo constam quatro aviões Canadair e seis drones.
Sim, senhor. Pegaram num dos relatórios com mais de duas décadas e actualizaram-no ao colocar lá seis drones. Excelente trabalho.

Cumprimentos,

Mais do mesmo, mais do mesmo, a trampa do costume, empurram a resolução do problema c/ a barriga que é um espectáculo, seguem as pisadas dos Irresponsáveis anteriores !!

Abraços
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mafets

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Re: Fogos Florestais
« Responder #697 em: Julho 17, 2018, 09:04:51 pm »
http://tecnodefesa.com.br/fia-2018-lockheed-martin-apresenta-o-lm-100j-fireherc/
Citar
No dia da inauguração do Farnborough International Airshow 2018, a Lockheed Martin apresentou o LM-100J “FireHerc”, uma variante airtanker de combate a incêndio do C-130J Super Hercules.

“Com a ocorrência de incêndios florestais aumentando em escala global, há uma necessidade em tempo real de fornecer ativos mais avançados para proteger nossas pessoas, comunidades e meio ambiente”, disse George Shultz, vice-presidente e gerente geral da Air Mobility & Maritime Missions. Lockheed Martin. “Como uma variante do C-130J Super Hercules, o FireHerc oferece uma poderosa combinação de vantagens de desempenho estabelecidas e tecnologia inovadora que realmente mudará a forma como combatemos e derrotamos incêndios florestais.”

O FireHerc tem um projeto de asa reta e um powertrain turboélice quadrimotor, dando uma vantagem sobre os concorrentes.

Algumas das outras vantagens incluem aviônicos avançados e a capacidade de suportar duas soluções diferentes de dispersão (sistema reconfigurável/adaptável multimissão).



Saudações
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/
 

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Lusitano89

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Re: Fogos Florestais
« Responder #698 em: Julho 23, 2018, 04:02:18 pm »
Bruxelas agradece a Portugal meios enviados à Suécia para combater incêndios


A Comissão Europeia agradeceu, segunda-feira, a Portugal, e a outros países comunitários, a disponibilização de meios para ajudar a Suécia a combater os incêndios florestais naquele país.

"Queremos agradecer a ajuda de Itália, França, Alemanha, Lituânia, Dinamarca, Portugal, Polónia e Áustria. Esta é uma oportunidade e uma ocasião para relembrar-vos da nossa proposta de fortalecer a resposta da proteção civil da União Europeia", sublinhou o porta-voz do executivo comunitário, Margaritis Schinas, na conferência de imprensa diária da instituição em Bruxelas.

Na sexta-feira, o Governo português disponibilizou-se para ajudar a Suécia a combater os incêndios florestais, tendo informado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil dos meios prontos a enviar - dois aviões médios anfíbios e um módulo de combate a incêndios com capacidade de análise de comportamento de fogo e reconhecimento e avaliação, num total de 31 elementos e quatro veículos.

"Conseguimos canalizar um valor recorde de apoio através do nosso Mecanismo Europeu de Proteção Civil. Este é um exemplo concreto da Europa que protege e que está perto dos cidadãos. Até ao momento, mobilizámos sete aviões de combate a incêndios, sete helicópteros, 60 veículos e mais de 340 agentes para ajudar a Suécia", enumerou Margaritis Schinas.

Na sequência dos incêndios florestais de 2017 no sul da Europa, e em particular em Portugal, onde morreram mais de 100 pessoas, a Comissão Europeia apresentou propostas -- atualmente a serem negociadas com o Conselho (Estados-membros) - para reforçar o mecanismo de proteção civil, de modo a melhorar a sua capacidade de resposta a catástrofes naturais como os fogos, e, já em pleno verão de 2018, os pedidos de ajuda vieram da improvável Suécia.

Já por duas vezes este verão a Suécia pediu assistência a Bruxelas para fazer face às dezenas de incêndios florestais que continuam ativos no país, onde só nos últimos dias arderam mais de 20.000 hectares, tendo os primeiros aviões de combate às chamas (oriundos de Itália) começado a operar na passada quarta-feira.


:arrow: https://www.jn.pt/mundo/interior/bruxelas-agradece-a-portugal-meios-enviados-a-suecia-para-combater-incendios-9626175.html
 

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Lusitano89

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Re: Fogos Florestais
« Responder #699 em: Julho 24, 2018, 12:00:32 pm »
Governo garante que país não fica desprotegido com ida de aviões para a Suécia


O secretário de Estado da Proteção Civil afirmou hoje, após a partida de dois aviões para a Suécia, que Portugal não fica desprotegido e que o dispositivo nacional de combate a incêndios é flexível e ajustável às necessidades.

José Artur Neves esteve esta manhã, no centro de meios aéreos de Vila Real, de onde partiram os dois aviões médios anfíbios disponibilizados à Suécia pelo Governo português para ajudar a combater os incêndios naquele país.

Estes meios aéreos, estacionados em Vila Real, prestam apoio a toda a região Norte do país.

O secretário de Estado garantiu que “não haverá nenhum local do país que fique desprotegido por esta ou aquela decisão”.

“O dispositivo é flexível, ele ajusta-se às necessidades e ao risco que, a cada momento, é elencado, desenvolvido e programado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil”, afirmou o governante.

Por isso mesmo, garantiu, os meios serão pré posicionados “sempre que o risco estiver mais localizado num determinado local”.

Na frota nacional, segundo o secretário de Estado, ficam seis aviões médios. O dispositivo é ainda composto por mais dois aviões pesados e 40 helicópteros de primeira intervenção posicionados em todo o país.

Portanto, frisou, feita a avaliação verificou-se que não havia, neste momento, problema em o país emprestar esta ajuda.

“As projeções que temos até ao dia 31 permitem-nos tomar a decisão de darmos esta ajuda à Suécia, avaliaremos em cada momento e rapidamente também faremos voltar estes meios que em 48 horas estarão cá”, salientou.

No entanto, ressalvou que, em Portugal, a situação é vulnerável.

“Temos mais de dois milhões de hectares de floresta que têm risco, mais de seis mil aldeias também em risco, desenvolvemos os trabalhos de prevenção e também de autoproteção das aldeias, estamos a fazer uma previsão permanente das condições atmosféricas e, naturalmente, que as condições em Portugal são sempre delicadas”, referiu.

Desde o início do ano, adiantou, foram registados seis mil incêndios.

“Todos os dias temos incêndios, mas o dispositivo que temos no terreno, neste momento, com 56 meios aéreos, menos dois dá 54. Mesmo assim é mais do que aquilo que tivemos nos últimos cinco anos que eram 48”, referiu.

Os dois aviões médios anfíbios, com capacidade para três mil litros de água cada um, partiram de Vila Real por volta das 10:00 e deverão chegar à Suécia na quarta-feira ao final da tarde.

Além dos dois aviões, mobilizados para a Suécia ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, a Força Aérea Portuguesa disponibiliza também um voo de apoio (C295), que transportará cerca de 700 quilos de equipamentos para apoio à operação dos meios aéreos.


:arrow: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/governo-garante-que-pais-nao-fica-desprotegido-com-ida-de-avioes-para-a-suecia
 

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Re: Fogos Florestais
« Responder #700 em: Julho 24, 2018, 02:22:54 pm »
Agora foram os Gregos.....,

RIP

Aprendam alguma coisa com estas tragédias!

Meios aéreos não travam fogos desta magnitude.

Já foi gasto algum cêntimo a formar e informar  as populações das zonas de risco a saberem reagir  e como se  protejer em caso de perigo?

alugar helicópteros é mais
Restável!
« Última modificação: Julho 24, 2018, 02:26:45 pm por ICE 1A+ »
 

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asalves

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Re: Fogos Florestais
« Responder #701 em: Julho 24, 2018, 02:47:56 pm »
O problema vem do artigo em cima, quando se diz que não é por menos 2 meios que se fica desprotegido.

Claro que não se fica totalmente desprotegido, mas esses 2 meios iam fazer diferença no 1º ataque ao fogo.

Os nossos políticos tem medo de dizer a verdade, e como tal não preparam as população para o pior. Qualquer pessoa informada sabe que em caso de calamidade não há protecção civil para todos. Nos outros países prepara-se as pessoal para isso, cá só agora é que se vai fazendo isso e é muito local/regional sem coordenação central.

Não existe qualquer estratégia para a população, em caso de incêndios, sismos,... a população não sabe o que fazer, nem está treinada para isso. penso que não seria muito difícil cada protecção civil desenhar um plano e fazer 1 ou 2 simulações por ano.

PS: Não sou contra o envio de ajuda à Suécia e a outras Países, muitos anos nos ajudaram e agora cabe a nós ajudarmos como podemos, mesmo implicando os riscos que noutros anos os outros tiveram por nos ajudarem.
 
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Re: Fogos Florestais
« Responder #702 em: Julho 24, 2018, 06:33:33 pm »
Estive nos EUA dois anos em zona de furacões , durante esse tempo participei 3 vezes em exercícios de simulação de evacuação geral  da polpulação. Cada habitante de cada quarteirão  sabia o que  levar ,  as rotas de fuga,   para onde se dirigir e o que fazer se não podesse fugir quando soasse o alarme!

Uma realidade paralela!
« Última modificação: Julho 24, 2018, 06:35:55 pm por ICE 1A+ »
 

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Lusitano89

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Re: Fogos Florestais
« Responder #703 em: Julho 24, 2018, 06:57:50 pm »
Incêndios na Grécia. Especialista aponta semelhanças com fogos de Portugal em 2017


O investigador na área da proteção Civil Duarte Caldeira disse hoje que “há muitas semelhanças” entre os incêndios na Grécia e os de Portugal em 2017, uma vez que “as vulnerabilidades” são parecidas nos países do sul da Europa.

“Há efetivamente muita semelhança porque as vulnerabilidades da Grécia são parecidas com as dos países do sul da Europa”, disse à agência Lusa o ex-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses e da Escola Nacional de Bombeiros, a propósito dos fogos que lavraram na Grécia e já provocaram 74 mortos e 187 feridos.

Entre as vulnerabilidades, avançou Duarte Caldeira, estão as alterações climáticas, ausência de políticas de ordenamento do território, dificuldade das populações em lidar com situações desta gravidade devido à ausência de estratégias de autoproteção e debilidade dos dispositivos de aviso e alerta.

O também presidente do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil (CEIPC) e coordenador do curso em Emergência e Proteção Civil da Universidade Nova de Lisboa afirmou que, tal como aconteceu em Pedrógão Grande no ano passado, a população entrou em pânico e morreu ao fugir do fogo sem ter instrumentos de orientação.

Nesse sentido, o especialista defendeu a necessidade de se investir nos avisos e alertas às populações atempadamente, tendo em conta que, em muitas das situações, “não há força humana que consiga controlar” o incêndio, sendo, por isso, fundamental que as pessoas saibam o que devem fazer e como agir perante um cenário de risco.

No caso português, Duarte Caldeira destaca os projetos “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras”, mas considerou que “há todo um resto da população que não sabe como lidar com o risco de incêndio florestal”.

O investigador na área da proteção Civil defendeu também que os incêndios florestais têm de começar a ser tratados não como “um problema de um outro país”, mas “sim de uma região”.

Nesse sentido, sublinhou que o Mecanismo Europeu de Proteção Civil deve ser reforçado como “instrumento indispensável de resposta aos países da União Europeia”.

Duarte Caldeira considerou ainda que uma das debilidades do dispositivo de combate a incêndios identificadas há muito tempo na Grécia é a ausência de meios terrestres, tendo, em contrapartida, um grande número de meios aéreos.

Esta terá sido a razão para que a Grécia tenha pedido ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil meios terrestres especializados.

Em resposta, Portugal já anunciou que vai enviar, entre hoje e quarta-feira, 50 elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB).

Os incêndios que devastaram os arredores de Atenas provocaram pelo menos 74 mortos, número que ainda não é definitivo, já que cerca de uma centena de bombeiros continuam à procura de eventuais vítimas do fogo, que aconteceu numa zona balnear da costa este da Ática invadida pelas chamas na segunda-feira à tarde.

O Governo de Alexis Tsipras pediu ajuda internacional na noite de segunda-feira, tendo já alguns países respondido com meios de apoio, nomeadamente Portugal.


:arrow:  https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/incendios-na-grecia-especialista-aponta-semelhancas-com-fogos-de-portugal-em-2017
« Última modificação: Julho 24, 2018, 07:48:31 pm por Lusitano89 »
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Fogos Florestais
« Responder #704 em: Julho 25, 2018, 10:27:28 am »








Citação de: Autoridade Nacional de Proteção Civil
Em resposta ao pedido de apoio da Suécia ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil, Portugal enviou hoje, 24 de julho, uma equipa de 8 elementos e dois aviões médios anfíbios. Os 8 elementos (de coordenação, pilotos e mecânicos), bem como 700 kg de carga, partiram num C- 295 da Força Aérea Portuguesa do Aeroporto Militar de Figo Maduro e os aviões médios anfíbios partiram diretamente do Centro de Meios Aéreos, de Vila Real. O destino é o aeroporto sueco de Orebro. À partida daqueles meios do Aeroporto Militar de Figo Maduro estiveram o Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, o Ministro da Defesa, Azeredo Lopes, a Embaixadora da Suécia em Portugal, Helena Ahlin, o Presidente da ANPC, Carlos Mourato Nunes, e o Comandante Operacional Nacional, Duarte da Costa. À partida dos outros meios do Centro de Meios Aéreos, de Vila Real, esteve o Secretário de Estado da Proteção Civil.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.