Instituto de Nanotecnologia investe 24 M€
O Instituto Ibérico de Nanotecnologia de Braga está a investir 24 milhões de euros em dois concursos de aquisição de equipamentos de laboratório, que deverão estar funcionais no segundo semestre de 2010, disse o vice-presidente do IIN.
Paulo Freitas adiantou que o primeiro concurso público internacional para fazer compras no valor de 12 milhões de euros, a concluir em Janeiro, destina-se aos equipamentos da chamada sala limpa, uma zona que tem uma atmosfera controlada, na qual se vão fazer os processos de micro e nanofabricação.
«Nestes laboratórios pega-se numa bolacha ou noutros materiais macroscópicos e fabrica-se a mesma bolacha em micro ou nanomateriais», exemplificou.
O segundo concurso público para aquisição de equipamentos, a lançar dentro de dias, cobre os laboratórios centrais de microscopia electrónica, espectroscopia, análise de superfícies e análise estrutural, um laboratório central de bioquímica, e laboratórios de empacotamento de dispositivos.
O investimento é financiado em 70 por cento por fundos europeus do PeoNorte - Programa Operacional da Região Norte, cabendo o restante aos governos de Espanha e de Portugal.
O ano de 2009 viu nascer em Braga um centro de investigação em nanotecnologia ao abrigo de uma parceria ibérica pioneira. O laboratório entra em 2010 em fase de instalação e contratação.
Paulo Freitas sublinhou que aos 24 milhões de euros para equipamento há que somar uma verba para os investigadores, à medida que são contratados, para a criação dos seus próprios laboratórios.
«Na primeira fase, o Governo espanhol investiu mais nos edifícios e o português investe, agora, mais nos equipamentos», afirmou.
O Instituto, que tem 25 funcionários, portugueses e espanhóis, entre cientistas, equipa de gestão e pessoal técnico, pensa contratar mais 40 investigadores em 2010.
«Estamos à espera que os dois governos aprovem as regras de funcionamento para a contratação internacional», disse Paulo Freitas.
O processo, que deve estar pronto dentro de um mês, atrasou-se: «Dado ser uma estrutura internacional, têm de se adaptar os regimes de trabalho e de segurança social às regras dos dois países» e os investigadores principais só podem ser contratados quando o processo estiver concluído.
Paulo Freitas sublinhou que foram já analisadas mais de 200 possibilidades de contratação de cientistas, em especial espanhóis e portugueses, mas também dos Estados Unidos, da Europa e do Japão: «Nas áreas da electrónica e da medicina não há falta de cientistas, mas o mesmo não acontece nas do controle de qualidade alimentar e do ambiente, onde há dificuldades de contratação».
O vice-presidente do instituto garante que 2010 é o ano de arranque da actividade científica e que o financiamento está apalavrado para os próximos quatro anos: «Como a obra está quase terminada, tanto o governo espanhol como o português têm interesse em contribuir para que isto cresça».
Sobre a cooperação com as universidades ibéricas, disse que será dada prioridade aos cientistas dos dois países nas contratações que forem feitas, mas também no acesso ao instituto.
«Estão a ser feitos contactos ao mais alto nível com as reitorias», adiantou, frisando que a cooperação será, naturalmente, mais forte, devido à proximidade geográfica, com as universidades de Vigo, Santiago de Compostela, Porto e Minho.
Com um investimento inicial de 100 milhões de euros, assegurado por Portugal e Espanha, e um investimento anual de 30 milhões de euros, o instituto deverá ter 14 mil metros de área laboratorial, num edifício de cerca de 20 mil metros quadrados, estando prevista a contratação de 200 investigadores de Portugal e Espanha.
Lusa