Menina desaparecida no Algarve

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Adamastor

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« Responder #195 em: Fevereiro 03, 2008, 02:03:29 pm »
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Maddie: Pais pedem para deixar de ser arguidos no inquérito



O porta-voz dos McCann, pais da menina britânica desaparecida no Algarve em Maio passado, sustenta que as autoridades portuguesas devem retirar o estatuto de arguidos ao casal.

 «Apelamos às autoridades judiciais portuguesas que decidam de forma humanitária e lhes retirem o estatuto de arguidos tão rápido quanto possível», afirma Clarence Mitchell na página dos Mc Cann na Internet.

Esta proposta é feita depois do director da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, ter admitido numa entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença que «houve uma certa precipitação» ao constituir Kate e Gerry Mc Cann como arguidos durante o inquérito ainda a decorrer com o objectivo de encontrar a criança de quatro anos.

«Como sempre disse, Kate e Gerry estão completamente inocentes de qualquer envolvimento no desaparecimento de Madeleine«, acrescenta Mitchell.

Além de afectar a sua reputação, o facto de serem arguidos pode levar a que pessoas que tenham informação crucial para encontrar Maddie não a revelem aos pais por falta de confiança no casal, acrescenta.

Se as autoridades portuguesas retirarem o estatuto de suspeitos, poderão trabalhar em conjunto com os detectives da família para encontrar rapidamente Madeleine e »apresentar os responsáveis pelo seu rapto perante a justiça«.

Madeleine McCann desapareceu na noite de 03 de Maio de 2007 quando passava férias com os pais na Aldeia da Luz, no Algarve.


http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=316815
 

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« Responder #196 em: Fevereiro 05, 2008, 12:19:45 pm »
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Inspectores do caso Maddie desmotivados


JOSÉ MANUEL OLIVEIRA  

O ambiente no seio da Polícia Judiciária (PJ) no Algarve continua de cortar à faca, depois de o director nacional, Alípio Ribeiro, ter admitido "precipitação" na constituição do casal McCann como arguidos, em Setembro de 2007, por suspeita de envolvimento no desaparecimento da filha na Praia da Luz, em Lagos. "Está tudo indignado e a desmotivação é geral. O que ele disse não corresponde à verdade. É apenas política e nada mais o que está por detrás de tudo isto", notam fontes ligadas ao processo, que sentem nas palavras de Alípio Ribeiro um atestado de "incompetência" ao trabalho até agora desenvolvido pela Judiciária em torno do "caso Maddie". Curiosamente, com o conhecimento e acordo do Ministério Público e da polícia inglesa, que sempre acompanhou o caso.

As declarações do director nacional da PJ, ao programa Diga Lá Excelência da Rádio Renascença e ao jornal Público, estão a provocar polémica, nomeadamente no meio judicial com vários agentes judiciários a criticar duramente Alípio Ribeiro e com a Procuradoria a vir a terreiro afirmar que a situação dos pais de Madeleine será avaliada "na altura certa". Isto depois de o casal ter vindo pedir que deixasse de ser arguidos na sequência das palavras de Alípio Ribeiro.

A afirmação do director da PJ de que terá havido precipitação foi mal recebida entre os inspectores que acompanham o caso e assumem maior gravidade para a investigação, sobretudo numa altura em que os agentes se preparam para jogar uma carta decisiva em Inglaterra, na sequência das cartas rogatórias para interrogatório ao casal McCann e aos sete amigos que com eles jantavam no restaurante Tapas, a cerca de 30 metros do apartamento do resort The Ocean Club. O objectivo dessa diligência, recorde-se, é o de tentar "clarificar", de uma vez por todas, situações ocorridas na fatídica noite de 3 de Maio, bem como explorar ao máximo "contradições" nos depoimentos prestados na PJ pelos pais da criança e pelos casais amigos.

Na deslocação ao Reino Unido, os investigadores vão também apreender o diário de Kate McCann para poder servir de prova em tribunal, onde a mãe de Maddie refere a dificuldade em lidar com uma filha hiperactiva. Outro objecto de interesse para a investigação é o já célebre urso de peluche cor-de-rosa que a menina tinha sempre em seu poder e que passou a ser exibido pela mãe na Praia da Luz. Os cães pisteiros ingleses especialistas em detectar odores de cadáveres reagiram perante aquele objecto, o que acabou por reforçar as suspeitas da polícia em torno da morte de Madeleine, depois de terem manifestado o mesmo sinal no apartamento de onde a criança foi levada.

A PJ nunca acreditou na versão de rapto transmitida pelos pais e estes foram constituídos arguidos em Setembro após os cães ingleses terem sinalizado vários locais por onde teria passado o cadáver de Mad-die, desde o apartamento até à Igreja de Nossa Senhora da Luz, em direcção à praia. Como desapareceu e porquê são explicações que ainda estão por desvendar. |


http://dn.sapo.pt/2008/02/05/sociedade/ ... vados.html
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
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« Responder #197 em: Fevereiro 06, 2008, 03:30:28 pm »
Alberto Costa mantém confiança no director nacional da PJ

O ministro da Justiça manifestou hoje confiança no director-nacional da PJ, que se envolveu em polémica na semana passada por ter declarado que houve «precipitação» ao atribuir o estatuto de arguido ao casal McCann.
«O facto de o director nacional da PJ continuar em funções significa tudo o que penso sobre esssa matéria», disse hoje Alberto Costa ao ser questionado sobre as declarações do director-nacional da Judiciária, Alípio Ribeiro.

O director nacional da PJ, Alípio Ribeiro, disse sábado, em entrevista ao programa «Diga Lá Excelência», da Rádio Renascença/RTP2/Público, que poderá ter havido precipitação na constituição como arguidos dos pais da menina inglesa desaparecida de um aldeamento turístico no Algarve em Maio de 2007.

A entrevista de Alípio Ribeiro suscitou reacções do presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, que criticou que os responsáveis de organizações falem sobre processos pendentes e do advogado português do casal McCann que apelou ao cumprimento do Dever de Reserva.

Na sequência da entrevista, o porta-voz do casal inglês defendeu que as autoridades portuguesas devem retirar o estatuto de arguidos ao casal.

O ministro da Justiça, Alberto Costa, falava no final do lançamento do programa Citius, uma aplicação informática de entrega em Tribunal de peças processuais e de documentos por via electrónica.

A menina britãnica Madeleine McCann desapareceu a 03 de Maio de 2007 de um aldeamento turístico na Praia da Luz, Lagos, Algarve, tendo o mistério e a aparente falta de pistas sólidas e motivações para explicar o sucedido contribuído para transformar este caso num dos processos mais mediáticos de sempre.

Já depois de os próprios pais terem sido constituídos arguidos no inquérito, o processo foi declarado no passado dia 14 de Janeiro de especial complexidade, o que permitiu prolongar o prazo do segredo de Justiça por mais três meses.

Diário Digital / Lusa

06-02-2008 12:23:00


 :roll: ...
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« Responder #198 em: Março 21, 2008, 05:31:08 pm »
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21 Março 2008 - 12.17h

O carro de Sergey Malinka foi ontem destruído pelas chamas, na Praia da Luz
Malinka alvo de ataque




No passeio, ao lado do carro destruído de Sergey Malinka, por cima do qual ainda foi deitado lixo depois de incendiado, foi deixado escrito, em letras bem visíveis, garrafais e de cor encarnada, uma única palavra: “FALA”.


"Fala": o ‘recado’ a Sergey Malinka foi deixado, em letras cor de sangue, no passeio da rua 25 de Abril, na Praia da Luz, ao lado do seu automóvel em chamas. A destruição do Audi A4 do informático russo, amigo de Robert Murat, que foi um dos primeiros suspeitos do desaparecimento de Maddie, ocorreu às 04h00 de ontem.

'Já não sei o que hei-de fazer', desabafou Malinka ao CM, 'vou à igreja todas as semanas, pago as minhas taxas, eu não mereço isto?'. O russo diz que não percebe a mensagem deixada no passeio e está 'farto' do caso Madeleine. 'Quero que me deixem em paz', reclama.
Malinka mora a escassos 30 metros do local, mas só soube do sucedido quando acordou. Outra viatura, um Opel Zaphira, foi também atingida pelas chamas sofrendo danos avultados.
'Estava a dormir e ouvi uma explosão, na rua', disse ao CM Baltazar Cristino, morador na zona, 'apanhei um susto enorme e fui ver o que se passava, o carro estava a arder e os bombeiros e a GNR já lá estavam'. Depois chegou a PJ que, juntamente com os bombeiros, limpou o ‘aviso’ do passeio.
Assustada ficou também Jennifer, que mora no local. 'Não sabia o que se estava a passar, pensei que alguém andasse a vandalizar carros a eito, mas as autoridades disseram-me para estar tranquila porque aquilo era um caso direccionado para uma só pessoa, mas não me indicaram quem', referiu.
Ao CM, já depois de feita a peritagem à viatura, a PJ admitiu que se tratou de crime mas, para já, não há suspeitos.
PJ AFASTA SUSPEITAS DE LIGAÇÃO
'Não houve qualquer inflexão no inquérito', disse ao CM fonte próxima da investigação do caso Madeleine, perante a hipótese de Sergey Malinka voltar a estar sob suspeita. 'Foi ouvido apenas porque é queixoso num novo crime', diz a mesma fonte, afastando suspeitas de ligação do russo ao desaparecimento de Maddie. Inicialmente, Malinka foi ouvido apenas como testemunha e por ter feito a página on-line da Romigen – a empresa de Murat e Michaela Walczuch. Entretanto, ontem, fonte ligada à investigação voltou a confirmar ao CM que ainda não há qualquer data definida para a partida dos inspectores para Inglaterra. E só lá se saberá se os McCann serão interrogados de novo. l
PORMENORES
TELEFONEMAS
Malinka só soube do sucedido de manhã, quando acordou. 'Tinha 32 chamadas não atendidas dos meus pais, quando falei com eles é que me disseram, a chorar', contou ao CM.
SEGURO
O carro de Sergey Malinka não tinha seguro contra este tipo de acidente. 'É perda total', admitiu, acrescentando que 'se calhar ainda tenho de pagar o arranjo do outro carro'.
CRIME
A Judiciária tomou conta do caso por se tratar de um crime que está sob a alçada da PJ. O russo explicou que se limitou a assinar 'uns papéis' e nada de particular lhe foi perguntado.


Ana Palma / João Mira Godinho


http://www.correiomanha.pt/Noticia.aspx ... DD100C3F14
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« Responder #199 em: Abril 12, 2008, 06:03:43 pm »
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Maddie «queixava-se» dos pais
Televisão espanhola divulga relatos confidenciais. Casal faz apelo a governo português

Mais uma notícia a irritar os McCann. Segundo o canal espanhol Telecinco, a pequena Maddie já se tinha queixado de ficar sozinha no quarto e de chorar, sem que os pais lhe ligassem. A informação foi fornecida com base num relatório policial e foi alvo de duras críticas por parte do casal, que se sentiu indignado com a divulgação destes dados confidenciais.

O relato feito pelo jornalista Nacho Abad aponta para as queixas de Maddie, relatadas por Katie à PJ. A mãe falava sobre uma conversa que teve com a filha na manhã do desaparecimento: «Enquanto tomávamos o pequeno almoço, Madeleine disse: "Mãe, porque é que não vieram quando estávamos a chorar ontem à noite". Falei com o Gerry sobre isso durante alguns minutos e decidimos ter mais cuidado».

As informações fornecidas pelo canal espanhol também apontam para uma dúvida surgida dois dias antes do desaparecimento, altura em que as persianas do quarto onde as crianças dormiam foram arranjadas por dois trabalhadores.

No dia em que Maddie desapareceu, Gerry diz ter regressado ao quarto pelo percurso habitual, depois da sua mulher ter lançado o alarme: «Olhei para todos os lados, regressei ao quarto dos miúdos e comecei a pensar no que poderia ter acontecido. Para minha surpresa, percebi que podia levantar as persianas sem qualquer esforço e quase sem fazer barulho», referiu Gerry no mesmo testemunho policial.

McCann reagem duramente

Estas notícias chegaram rapidamente a Inglaterra, suscitando uma reacção do casal. «Esperamos que haja um inquérito ao sucedido, não só no interior da polícia portuguesa, mas também do sistema judicial e da própria polícia de Leicestershire, que tem vindo a ajudar as autoridades portuguesas», referiu o porta-voz dos McCann.

Na opinião de Clarence Mitchell, as informações confidenciais avançadas pela Telecinco só podem ter sido fornecidas pela polícia portuguesa. «O governo deve tentar encontrar o elemento responsável por esta fuga de informação. Esta estratégia persiste deste o passado Verão, mas tem de parar», frisou, em declarações à Sky News.

Ainda segundo o porta-voz, a divulgação destas declarações confidenciais «fazem parte de uma campanha estudada», que coincide com a visita dos McCann a Bruxelas para promover um sistema de alerta de crianças desaparecidas.


http://diario.iol.pt/noticia.html?id=939254&div_id=4071
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« Responder #200 em: Abril 15, 2008, 01:50:19 pm »
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Porta-voz dos McCann é um "mentiroso"

Clarence Mitchell deu várias entrevistas em que insultava a Judiciária


Marisa Rodrigues

O porta-voz dos pais de Madeleine McCann "é mentiroso e maquiavélico". Quem o diz é o presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC). Carlos Anjos acusa Clarence Mitchell de ter uma estratégia bem definida. "Quer desacreditar a Polícia Judiciária (PJ) e inventar desculpas para que o casal não venha a Portugal participar na reconstituição da noite do crime. Mentiu com quantos dentes tem na boca", dispara.

Carlos Anjos reagiu assim depois de ontem a PJ ter garantido serem falsas as informações avançadas pelo canal de televisão espanhol "Telecinco" que anunciou ter tido acesso a interrogatórios de Kate e Gerry. "É inteiramente falso que o conteúdo da notícia reproduza matéria constante do inquérito e que se encontra em segredo de justiça", assegurou a PJ em comunicado, emitido após uma reunião em Lisboa entre Alípio Ribeiro e Paulo Rebelo, coordenador da judiciária de Portimão e responsável pela investigação ao desaparecimento de Madeleine.

Depois da notícia, avançada quinta-feira como sendo um "exclusivo" do canal espanhol, Mitchell desdobrou-se em entrevistas a televisões britânicas. Insultou a PJ e culpou os inspectores portugueses daquilo a que chamou de "grotesca violação do segredo". Acusou-os de encetar uma "manobra desonesta para desacreditar a família".

Nesse mesmo dia, Kate e Gerry estavam em Bruxelas a apresentar um projecto europeu de ajuda à localização de crianças desaparecidas. Enquanto isso, em Leicestershire, Inglaterra, a equipa de Paulo Rebelo acompanhava inquirições previstas na carta rogatória.

Perturbar diligências

A PJ diz "lamentar a insustentada intervenção do porta-voz, sobretudo num momento em que se realizavam significativas diligências para a investigação". O presidente da ASFIC vai mais longe. "Finalmente sabe-se de que lado está a verdade. Enquanto a PJ cumpria o dever de investigar o que aconteceu à criança, o porta-voz dos pais manipulava a opinião pública", acusa.

Para Carlos Anjos, "quem montou um esquema foi o senhor Clarence Mitchell. Precisava de arranjar uma desculpa para o casal não participar na reconstituição, dizendo agora que não confia na PJ". A ASFIC está disponível para dar apoio jurídico aos investigadores que se sintam visados pelas declarações de Mitchell e queiram avançar com uma queixa-crime.


JN
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« Responder #201 em: Julho 24, 2008, 12:24:45 pm »
Maddie: quase disse onde estava o corpo
Gonçalo Amaral acredita que a dada altura da investigação Kate McCann quase revelou, de forma indirecta, onde estava o corpo da filha


O ex-inspector da Polícia Judiciária, Gonçalo Amaral, responsável durante seis meses pela investigação ao desaparecimento de Madeleine McCann, e mais tarde afastado do caso, assume poder ser «ingénuo» mas acredita, como outros investigadores que trabalharam consigo, que Kate «estaria na disposição de, sem se comprometer, indicar o local onde o corpo da filha estava, e que o mesmo se situaria na zona da Vila da Luz».

A partir de uma certa altura, a mãe de Maddie, começou a transmitir à judiciária informação que recebia de psíquicos e pessoas com poderes paranormais, sobre onde poderia estar o corpo da criança. Um mês depois «ela já colocava a hipótese» da filha não estar viva, apesar de afirmar o contrário publicamente.

A revelação é feita no livro, «Maddie a verdade da mentira», que o ex-inspector da PJ, apresenta esta quinta-feira, em Lisboa, e onde relata, em 200 páginas e 23 capítulos, diversos passos da investigação e a sua versão dos acontecimentos. Entre os muitos dados revelados, encontramos os principais motivos que sempre levaram Gonçalo Amaral a desconfiar de Gerry e Kate e do grupo de amigos que com eles passavam férias. Admite mesmo que o casal foi tratado «com pinças» e «com privilégios».

Depoimentos não coincidem

Os depoimentos prestados pelo grupo relativos à noite dos factos, e na qual estavam a jantar juntos, não são coincidentes. Há discrepâncias nas horas, nas sequências e nos pormenores relatados. Foram mesmo entregues à judiciária duas listas manuscritas pelo grupo, sobre as horas a que os diferentes membros do grupo foram controlar as crianças. Os dois documentos que não são iguais e «nota-se» uma tentativa de preencher vazios temporais.

Kate deu o alarme por volta das 22h e garante que a janela do quarto da filha estava «toda aberta» e as persianas levantadas. Gonçalo Amaral questiona, por exemplo, que a amiga do casal ¿ Jane - possa ter visto um homem carregar uma criança nos braços por volta das 21h20/21h25. Quando pouco tempo depois, e antes de ser dada falta da menor (21h30), outro membro do grupo, Matthew, vai aos apartamentos e não nota que a janela do quarto esteja aberta. Pela sequência dos eventos, o alegado raptor já teria entrado na casa e levado a menina nessa altura.

No dia seguinte ao fatídico acontecimento, há uma reacção de Kate que deixa Gonçalo Amaral espantado. Alguém afirma ter visto uma menina parecida com Maddie numa estação de serviço e há imagens de vídeo. Kate que já tinha sido ouvida na PJ é obrigada a regressar: «Mostra-se um pouco enfadada por ter sido obrigada a regressar e incomodada com a velocidade atingida pelo carro da policia onde se deslocava. Estranhámos que não se mostrasse esperançada com a possibilidade de a menina ser recuperada».

Registos de chamadas apagadas

Na manhã seguinte ao desaparecimento, a PJ pede aos pais para consultar os seus telemóveis. E descobrem que entre 27 de Abril e 4 de Maio, Kate não fez nenhuma chamada. Nem recebeu nenhum telefonema entre as 11h22 de dia 2 de Maio e as 23h17 da noite dos factos.

Já Gerry não tinha nenhum registo anterior ao dia 4 de Maio. Todavia, os agentes reparam que no telemóvel de Kate está indicada a recepção de uma chamada feita pelo seu marido às 23h17 do dia 3 de Maio. Mas no dele não consta nada. A PJ concluiu que os registos das chamadas foi «apagado dos telefones». Porquê?

Quarto arrumado

E porque estava o quarto das crianças tão arrumado? Nem parecia que Madeleine tivesse dormido na sua cama. Para levar a crianças, um raptor teria de se ter apoiado em alguma coisa, devido à altura do parapeito da janela, mas nada na divisão indicava isso. Até as roupas de cama dos berços foram «levadas».

Além disso, parecia impossível a janela ter sido aberta por fora, até porque as persianas ¿ que estavam descidas, segundo os pais ¿ também só abriam por dentro do quarto. E não havia sinais de arrombamento da porta da frente.

Havia ainda a sensação de que algumas coisas tinham sido mudadas de sítio na sala como, por exemplo, um sofá. Local onde mais tarde, um dos cães ingleses detectou odor a cadáver.

Há ainda o caso de uma família irlandesa de férias na praia da luz que contactou as autoridades e garante ter visto um homem a carregar uma menina, por volta das 21h55, numa zona e num sentido diferente ao da amiga do casal, Jane. A família é trazida ao Algarve e os depoimentos, de três pessoas da mesma família, são considerados credíveis. Na altura, defendem que era Madeleine, e fazem uma descrição da roupa que trazia, mas não conseguem identificar o homem que a levava.

Mais tarde voltam a contactar as autoridades porque, após verem imagens de Gerry com um dos gémeos ao colo, admitem como quase certo que o homem que viram poderia ser Gerry. Pela forma de pegar, igual à que tinham visto na praia da Luz, e pela forma de andar.

Os diplomatas

Logo no dia seguinte ao desaparecimento da menor, o cônsul britânico dirigiu-se ao Departamento de Investigação Criminal (DCI) da Polícia Judiciária, em Portimão. Mais tarde, entrou em campo o embaixador inglês e Gonçalo Amaral questiona se é normal esta preocupação da diplomacia inglesa? Serão assim com todos os casais britânicos?

Gonçalo Amaral diz que, a dada altura, após Gerry e Kate terem contactado com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, ficou «com a certeza de que o caso passaria a ser tratado como um problema político, pelo menos, em Inglaterra».

Os relatórios realizados pelo laboratório inglês são outro mistério. Numa primeira análise seguem um rumo, e noutros documentos posteriores ignoram dados que certificaram no primeiro documento enviado. Como por exemplo, os 15 marcadores (em 19 possíveis) que coincidiam com o perfil do ADN de Madeleine.

Gerry descontraído

Outro episódio deixou Gonçalo Amaral perplexo, mas desta vez o actor foi o pai. Enquanto esperavam o contacto de alguém que dizia ter informações sobre o paradeiro da menina e que as daria em troca de dinheiro, Gerry, na mesma sala que os inspectores e negociadores da PJ, agentes da Scotland Yard e a policia Leicestershire mostrava-se relaxado.

«A tensão na sala era grande». Pelo contrário, a postura descontraída de Gerry contrastava com a ansiedade dos polícias e deixava intrigados todos os investigadores. Até os ingleses. (...) chupava descontraidamente um chupa-chupa enquanto lia banalidades na internet e discutia rugby com um dos polícias ingleses».

«Havia mesmo uma frase que um dos polícias ingleses costuma referir em relação ao temperamento de Gerald McCann, sobre a frieza que este sempre demonstrou em relação ao caso: "não se esqueçam que ele é cirurgião-cardiologista e começa a abrir pessoas ao meio logo depois do pequeno-almoço"».

http://diario.iol.pt/sociedade/maddie-m ... -4071.html
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Lancero

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« Responder #202 em: Março 24, 2009, 04:32:40 pm »
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McCanns make fresh Madeleine appeal
52 minutes ago

Madeleine McCann's parents have launched a new appeal for information about their daughter focused on the area where she went missing nearly two years ago.

About 10,000 leaflets in Portuguese will be handed out and posted through letterboxes in Praia da Luz, Lagos and Burgau in southern Portugal over the next fortnight.

The Algarve campaign will be backed up with billboards and advertising on three buses and a van.

Family spokesman Clarence Mitchell said the appeal was "very localised" with the aim of collecting the vital clue that could lead to Madeleine being found.

The official Find Madeleine Fund said in a statement: "At the time of Madeleine's disappearance the emphasis was placed more on international appeals, and it has been recognised that the local Portuguese residents of Praia da Luz and the surrounding areas have never been properly asked about information they may have to give.  :?
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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Camuflage

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« Responder #203 em: Março 24, 2009, 05:04:48 pm »
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Espiões no caso Maddie

(Publicado hoje no jornal 24 Horas)
Os ingleses não mostraram aos polícias portugueses as imagens, no dia de desaparecimento de Maddie, dos satélites que apontam ao Algarve. Disseram que, por coincidência, nessa altura os satélites estavam todos virados para Marrocos. E a polícia inglesa declarou agora que na investigação McCann estarão envolvidos os serviços secretos.

Em Maio de 2007, alguns dias depois de Maddie ter desaparecido, um alto responsável do Departamento de Investigação Criminal (DIC) da Policia Judiciária (PJ) pediu aos colegas ingleses enviados à Praia da Luz para ter acesso às imagens dos satélites que vigiam a zona algarvia.
Se o pedido em si podia ser considerado como normal pois, no passado, as imagens satélite já serviram para ajudar as autoridades a solucionar um ou outro caso, a resposta surpreendeu. Segundo os “especialistas” enviados pelo governo britânico a Portugal, à hora a que Madeleine McCann foi levada do apartamento 5A do Océan Club, todos os satélites estavam virados para as costas marroquinas.
Uma “coincidência” infeliz que acabaria por surpreender os homens da PJ quando, meses mais tarde, viram os mesmos “especialistas” defender a tese do rapto de Madeleine para Marrocos, apoiada nomeadamente pelas declarações fantasistas de uma agência de detectives espanhola, a Método 3, que, em declarações públicas, até dizia saber quem tinha levado a menina, porquê e como, prometendo mesmo o seu regresso a casa antes do Natal.

Um caso de Estado

Mas o caso dos satélites virados para o “lado errado” não é único. Em Inglaterra, a polícia do Leicestershire, em resposta a um pedido de um jornalista britânico, ao abrigo de um decreto que regula o livre acesso à informação, recusou-se a explicar se o recurso a escutas telefónicas e intercepção de correio electrónico no âmbito das investigações ao caso Madeleine McCann estaria coberto, ou não, por um mandado.
Segundo o jornalista Jon Clements, a polícia, depois de ter protelado a sua resposta durante vários meses alegando necessitar de consultar outras “Agências”, respondeu que não tinha obrigação de explicar em que termos foram utilizados quaisquer meios de vigilância no caso Maddie, por razões de “segurança nacional”.
A polícia do Leicestershire explicou ainda ao jornalista que estava igualmente dispensada de lhe responder, porque a explicação poderia estar relacionada com outros “organismos de segurança”, o que, de acordo com o decreto que regula o livre acesso à informação, significa os diversos organismos dos serviços secretos, tipo MI5, MI6, GCHG, SOCA ou as Forças Especiais.

Nem Sócrates os assustou

O desaparecimento de Madeleine McCann mereceu, desde o primeiro momento, uma atenção muito especial por parte das autoridades britânicas: um gabinete de crise especialmente dedicado ao apoio ao casal McCann foi criado no seio do Foreign Office ainda antes da chegada ao local dos primeiros inspectores da Policia Judiciária.
A importância dada pelo governo britânico ao casal McCann ultrapassou todas as expectativas e mesmo os elementos dos serviços secretos de Sua Majestade que se deslocaram a Portugal, acabaram por se mostrar surpreendidos com a facilidade com que Kate e Gerry McCann entravam em contacto com Tony Blair ou Gordon Brown.
O empenho do governo britânico foi tal que nem a intervenção pública do primeiro-ministro português, José Sócrates, pedindo aos políticos para não interferirem nas investigações ao desaparecimento de Maddie, conseguiu convencer os ingleses de deixarem a PJ trabalhar em paz.

(Ler versão completa em português )

Duarte Levy


in: http://sosmaddieespanol.blogspot.com/20 ... addie.html