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Indústrias de Defesa e Tecnologia Militar => Indústrias de Defesa => Tópico iniciado por: Fábio G. em Maio 18, 2004, 11:49:19 am

Título: Empresas preteridas radares de costa colocam júri sob fogo
Enviado por: Fábio G. em Maio 18, 2004, 11:49:19 am
do DN Negócios, 17.05.2004

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MÁRCIO ALVES CANDOSO

O concurso para adjudicação do sistema de radares de costa (VTS) ainda está longe de chegar ao fim mas a polémica encontra-se, mais uma vez, instalada. É que o consórcio indicado pelo primeiro júri como vencedor - num concurso entretanto anulado, com parecer de ilegalidades várias dado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) - está, mais uma vez, à frente no relatório que os actuais árbitros entretanto elaboraram. A contestação escrita de pelo menos dois de três dos perdedores já seguiu viagem. Fontes contactadas pelo DN dizem que o Governo não deverá tomar nenhuma decisão ainda este mês. Pelo meio, Durão Barroso está alertado para a polémica. A proposta preferida pelo júri é a do consórcio Siemens/EADS/Teixeira Duarte e está avaliada em 80 milhões de euros.

O DN sabe que a proposta classificada em 3.º lugar (Sainsel/Arsenal do Alfeite, 55 milhões de euros) sustentou na sua contestação que o consórcio classificado em primeiro lugar não tem capacidade técnica para cumprir o caderno de encargos e acusa o júri de ter agido sistematicamente em favor daqueles concorrentes. Mais: diz que o equipamento proposto pela Siemens e seus associados não foi ainda construído nem testado.

A polémica em torno da avaliação das várias propostas levou a que um dos membros do júri, Carlos Marques, que votou vencido na opção pela proposta da Siemens/EADS/TD, se tenha demitido, sendo substituído por Carlos Soares, ligado ao Porto de Lisboa, que entre Outubro e Janeiro aprovou o relatório de mais de 600 páginas que o júri elaborou.

O DN sabe que, da parte da Lockheed Martin (proposta classificada em 2.º lugar, no valor de 78 milhões de euros), já foram deslocadas a Lisboa 12 pessoas para tomar conta do processo, o qual também já mereceu a intervenção das embaixadas dos EUA, Suécia e Inglaterra, donde são originárias várias das empresas que integram os consórcios preteridos pelo júri. Isto é já do conhecimento directo do primeiro-ministro, bem como o mal-estar gerado no Ministério da Defesa pelo facto de este gabinete não ter sido ouvido nem achado na adopção de uma tecnologia que muito interessa à missão que está destinada ao pelouro de Paulo Portas. Nos meandros governamentais discute-se ainda os custos políticos de uma decisão que, em primeira análise, caberá ao secretário de Estado das Obras Públicas, Jorge Costa, que neste momento estará a ser investigado no âmbito do «Apito Dourado».

Fontes ligadas ao processo disseram ao DN que os consórcios preteridos não percebem como é que, em dez meses de análise, um júri maioritariamente constituído por elementos não técnicos não tenha pedido nenhum esclarecimento aos concorrentes.
Título:
Enviado por: Fábio G. em Maio 18, 2004, 11:58:40 am
DN de 17.04.2004, a Edisoft vai desenvolver o software BMS para o rastreio por satélite da ZEE portuguesa, num projecto avaliado em 80 M€.
Título:
Enviado por: Ricardo Nunes em Maio 18, 2004, 03:49:39 pm
Ou seja: mais do mesmo.  :roll:
Título:
Enviado por: Fábio G. em Maio 18, 2004, 05:37:49 pm
Infelizmente já é um hábito por cá ....
Título:
Enviado por: JNSA em Maio 18, 2004, 05:55:44 pm
É pena que mais um concurso seja posto em causa :(