Análise sobre a modernização do Exército Português

  • 118 Respostas
  • 31405 Visualizações
*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11094
  • Recebeu: 2354 vez(es)
  • Enviou: 3267 vez(es)
  • +741/-1033
(sem assunto)
« Responder #75 em: Setembro 07, 2009, 07:21:06 pm »
Citação de: "Trafaria"
Eu tenho algumas duvidas em relação à primeira parte desta afirmação...

Quando as nossas forças armadas estavam espalhadas do Minho a Timor a classe de sargentos não dispunha dos postos de 2º Furriel, Sargento-chefe, nem Mor. E a força era da ordem das 10 vezes ou mais o efectivo actual...

Às vezes criam-se certas "necessidades"  .... não é nem foi por acaso que esses postos só foram criados após as FA terem ficado "ociosas"...

Nao tenho neste momento presente (no entanto foi-me há dias dito) mas, por exemplo, o numero de sargentos-chefes é uma enormidade se comparada com o numero de efectivos...

Isso é resultado da profissionalização das Forças Armadas, se os militares servem anos em vez de meses, é natural que queiram ser promovidos.

Citar
Enfim, vai-se motivando o pessoal, vai-se motivando, ou seja, vai-se facilitando a progressão - até níveis próximos do irracional/impraticável - e depois surgem situações em que não hà soldados para o reforço e não há ajudantes para o guião, como aconteceu recentemente numa unidade onde um meu irmão presta serviço.
Um dos casos resolveu-se bem, entregou-se o guião a um 1º sargento... que deve até ter ficado todo feliz.
Mas no caso do reforço foi "desautorizado" um capitão que teve de ir pedir o favor a um cabo (ou dois, ou mais) que se "despromovesse", que pegasse na espingarda e fosse para a guarita recordar os tempos de soldado. Está mal... muito mal...


Então você quer dizer que não deveriam existir Cabos ou Sargentos-Ajudantes :lol: , penso que está a dizer o mesmo que eu disse, estamos ambos a referir-nos à proporção de militares em certos postos superiores em relação a outros inferiores, o que eu disse mas acho que me expliquei mal, pegando no seu exemplo dos Sargentos-Chefes, na minha opinião esse posto deve existir pois tem uma certa função o que discordo é o numero de pessoas nesse posto que muito possivelmente é exagerado, quem diz Sargentos-Chefes pode dizer Coroneis, Cabos (nesse exemplo da guarita) etc.
 

*

Trafaria

  • Investigador
  • *****
  • 2117
  • Recebeu: 139 vez(es)
  • Enviou: 112 vez(es)
  • +54/-1
(sem assunto)
« Responder #76 em: Setembro 07, 2009, 11:33:29 pm »
Citar
Isso é resultado da profissionalização das Forças Armadas, se os militares servem anos em vez de meses, é natural que queiram ser promovidos.

Qual profissionalização!
A classe de sargentos a partir de 1º sargento sempre esteve reservada a profissionais, mesmo no tempo da guerra ultramarina (os 2ºs Sargentos milicianos passavam sempre ao QP aquando da segunda comissão e promovidos a 1º se isso não tivesse acontecido antes, como creio que até acontecia com a maioria). A criação do Sargento-chefe e Mor são muito anteriores à “profissionalização”, em mais de 30 anos…

Eu compreendo a existência dos postos de Sarj-chefe e Mor se vista no âmbito da nato e dos exércitos com os quais interagimos….. eles têm esses postos, não nos ficava bem não ter. Tem que haver correspondência nas categorias e graduação. E nesse prisma está muito bem visto.
 
Mas por outro lado e muito francamente não vejo uma diferenciação nas funções dos titulares desses três postos (ajudante, chefe e mor) que justifique cabalmente a existência de todos eles. A realidade da guerra chamava-nos à razoabilidade.
Repare: todas essas funções e atribuições já existiam antes. Eram desempenhadas pelos sargentos-ajudantes, com diferentes níveis de antiguidade…
No tempo do meu pai o adjunto do comando era normalmente o ajudante mais antigo, no meu tempo já era um Mor… o adjunto do batalhão era um ajudante antigo, no meu era um Sarj-chefe… e as coisas funcionavam.

Citar
Então você quer dizer que não deveriam existir Cabos ou Sargentos-Ajudantes


Pelo contrário! Onde é que eu disse isso?
Eu continuo a ver o exército como uma organização hierarquizada e piramidal e a pensar que para cada cabo deve corresponder um (mais ou menos) pré-definido numero de soldados … e o mesmo diria em relação a toda a estrutura.

O que queria dizer é que entendo como errado favorecer até ao exagero as promoções quando isso compromete a normalidade dos serviços e o que está regulamentado para cada categoria ou posto.
Mas se você acha que as tarefas devem ser indiferentes da graduação … então pergunto-lhe que carga-de-água justificará a existência dos postos?
::..Trafaria..::
 

*

tsahal

  • Perito
  • **
  • 580
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-0
tropa.
« Responder #77 em: Setembro 08, 2009, 12:05:16 am »
A analise do Instructor relativamente aos postos foi na sua generalidade um visão da realidade, infelizmente. Falta cultura de defesa nas nossas forças armadas. Penso que com a procura de meios sofisticados, isso mudará sob pena de estarem sempre parados nas garagens. o praça está de passagem e não formado de forma séria, procurando sim tentar fazer uma missão FND, o sargento QP recebe formação mas n quer sujar as mãos e o oficial está mais preocupado na avaliação do comandante!
 

*

Trafaria

  • Investigador
  • *****
  • 2117
  • Recebeu: 139 vez(es)
  • Enviou: 112 vez(es)
  • +54/-1
(sem assunto)
« Responder #78 em: Setembro 08, 2009, 12:13:09 am »
Nem tudo ao mar nem tanto à terra.
Em todas as categorias haverá certamente muita gente competente e dedicada ao serviço.

Até no meu tempo havia - mesmo que nas classes de sargentos e praças para ai 95% de nós estivéssemos lá obrigados e quase de borla.
::..Trafaria..::
 

*

Instrutor

  • Investigador
  • *****
  • 1309
  • Recebeu: 3 vez(es)
  • Enviou: 1 vez(es)
  • +0/-1
Re: tropa.
« Responder #79 em: Setembro 08, 2009, 09:33:56 am »
Citação de: "tsahal"
A analise do Instructor relativamente aos postos foi na sua generalidade um visão da realidade, infelizmente. Falta cultura de defesa nas nossas forças armadas. Penso que com a procura de meios sofisticados, isso mudará sob pena de estarem sempre parados nas garagens. o praça está de passagem e não formado de forma séria, procurando sim tentar fazer uma missão FND, o sargento QP recebe formação mas n quer sujar as mãos e o oficial está mais preocupado na avaliação do comandante!


Bem camarada estou pasmado, hoje não me isultaste nem denegriste os meus comentários, :lol:  :wink:  Já mereces uma  :G-beer2:
"Aqui na Lusitanea existe um povo que não se governa nem se deixa governar" voz corrente entre os Romanos do Séc. I a.C
 

*

tsahal

  • Perito
  • **
  • 580
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-0
tropa.
« Responder #80 em: Setembro 08, 2009, 03:17:06 pm »
Contra factos não ha argumentos Instructor. Perante aquilo que conheço, a tua avaliação foi na generalidade illustradora da realidade. Falhas-te na designação do Cabo Adjunto mas foi prontamente corrigida e muito bem. Assim toda a gente ficou esclarecida de forma correcta.

Eu até acho que se havia um post que faltava aqui no FD era esse!
 

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11094
  • Recebeu: 2354 vez(es)
  • Enviou: 3267 vez(es)
  • +741/-1033
(sem assunto)
« Responder #81 em: Setembro 08, 2009, 06:23:33 pm »
Citação de: "Trafaria"
Qual profissionalização!
A classe de sargentos a partir de 1º sargento sempre esteve reservada a profissionais, mesmo no tempo da guerra ultramarina (os 2ºs Sargentos milicianos passavam sempre ao QP aquando da segunda comissão e promovidos a 1º se isso não tivesse acontecido antes, como creio que até acontecia com a maioria). A criação do Sargento-chefe e Mor são muito anteriores à “profissionalização”, em mais de 30 anos…

Pois, não sabia disso, mas como deve ter noção há muitas outras coisas que mudaram e que são diferentes do tempo da guerra colonial, que também estas podem ter contribuido para o aparecimentos desses postos, qual as condições necessárias para um sargento QP passar à reserva? É que sei de alguns casos de sargentos a irem para a reserva com pouco mais de 40 anos (o tempo de Ultramar ajuda) e agora tem que ficar até aos 60. Outra coisa é que certos sargentos passavam para oficial automaticamente se tivessem certas condições, isso agora não acontece, há que ter formação, concorrer a concursos, etc.

Citar
Eu compreendo a existência dos postos de Sarj-chefe e Mor se vista no âmbito da nato e dos exércitos com os quais interagimos….. eles têm esses postos, não nos ficava bem não ter. Tem que haver correspondência nas categorias e graduação. E nesse prisma está muito bem visto.

Então agora já concorda :lol: , mas como o seu problema é a falta de 1ºSargentos e a falta de soldados, a minha ideia (irónica) é acaba-se com esses postos e o pessoal fica todo em soldado e em 1ºSargento :wink: que assim já não há falta.

Citar
Eu continuo a ver o exército como uma organização hierarquizada e piramidal e a pensar que para cada cabo deve corresponder um (mais ou menos) pré-definido numero de soldados … e o mesmo diria em relação a toda a estrutura.

Tou a ver, mas você está errado, isso já não existe, as Forças Armadas actualmente são uma pirâmide invertida, na melhor das hipoteses talvez um quadrado.

Citar
O que queria dizer é que entendo como errado favorecer até ao exagero as promoções quando isso compromete a normalidade dos serviços e o que está regulamentado para cada categoria ou posto.

Concordo consigo. Mas você também tem que perceber que é perfeitamente normal que uma pessoa tenha aspirações a ser promovida a uma posição superior, então se existem regras (e nas FAs existem regras para tudo) que dizem que o militar com o posto X, quando tiver os requisitos Y pode ser promovido porque é que isso não pode acontecer? O problema disto é que às vezes, para cinco que sao promovidos, são colocados três nesses lugares.

Citar
Mas se você acha que as tarefas devem ser indiferentes da graduação … então pergunto-lhe que carga-de-água justificará a existência dos postos?


Eu nunca disse que as tarefas são indiferentes, você é que está a dizer isso quando diz que o Ajudante pode fazer tudo o que o Mor, o Chefe e o Ajudante fazem.

Por exemplo na Força Aérea (que é o que eu conheço) há uma grande diferença entre sargento até ajudante e após ajudante, porque um sargento até Ajudante é mão-de-obra directa (trabalha directamente na aeronave e supostamente é o mais experiente naquela matéria especifica) o Ajudante normalmente é o chefe da secção e tem sob o seu comando vários outros sargentos e alguns praças, um sargento-chefe ou mor já não tem nada a ver com isso, já passa a ser mão-de-obra indirecta e passa a ocupar posições nos Comandos, nas secretarias, etc
 

*

Instrutor

  • Investigador
  • *****
  • 1309
  • Recebeu: 3 vez(es)
  • Enviou: 1 vez(es)
  • +0/-1
Re: tropa.
« Responder #82 em: Setembro 08, 2009, 07:44:54 pm »
Citação de: "tsahal"
Contra factos não ha argumentos Instructor. Perante aquilo que conheço, a tua avaliação foi na generalidade illustradora da realidade. Falhas-te na designação do Cabo Adjunto mas foi prontamente corrigida e muito bem. Assim toda a gente ficou esclarecida de forma correcta.

Eu até acho que se havia um post que faltava aqui no FD era esse!


 c34x
"Aqui na Lusitanea existe um povo que não se governa nem se deixa governar" voz corrente entre os Romanos do Séc. I a.C
 

*

tsahal

  • Perito
  • **
  • 580
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-0
tropa.
« Responder #83 em: Setembro 08, 2009, 08:00:38 pm »
vc é mt mesquinho Instrutor! Erros nos nicks acontecem por causa do teclado, pior é errar na informação transmitida. Vejo que vc continua a ficar magoado com os esclarecimentos!
 

*

psychocandy

  • Membro
  • *
  • 103
  • +1/-0
(sem assunto)
« Responder #84 em: Setembro 08, 2009, 11:03:40 pm »
Basta pegar nos exemplos das forças armadas NATO e na nossa, a experiência acumulada na força de trabalho, por exdemplo. Vão ver se vale de alguma coisa ter material de topo :)
Alguém quer fazer mais do que o mínimo?
Interesse, o que eh isso ?
Passar a experiência aos mais modernos? Qual ?
Etc etc etc etc...

Comece-se por ai, depois o resto vira'.
"The nation which forgets its defenders will be itself forgotten."
 

*

lazaro

  • 473
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #85 em: Setembro 09, 2009, 09:52:13 am »
Citação de: "psychocandy"
Basta pegar nos exemplos das forças armadas NATO e na nossa, a experiência acumulada na força de trabalho, por exdemplo. Vão ver se vale de alguma coisa ter material de topo :)
Alguém quer fazer mais do que o mínimo?
Interesse, o que eh isso ?
Passar a experiência aos mais modernos? Qual ?
Etc etc etc etc...

Comece-se por ai, depois o resto vira'.

Perspectiva interessante que subscrevo.

És militar?
 

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11094
  • Recebeu: 2354 vez(es)
  • Enviou: 3267 vez(es)
  • +741/-1033
(sem assunto)
« Responder #86 em: Setembro 09, 2009, 05:45:00 pm »
Citação de: "lazaro"
Comece-se por ai, depois o resto vira'.
Perspectiva interessante que subscrevo.


Também eu, então na FAP sei de um exemplo muito bom.
Basta simplesmente dizer que na BA5 não existem praças MELIAV (electro-aviónicos) na manutenção dos F-16.
 

*

Trafaria

  • Investigador
  • *****
  • 2117
  • Recebeu: 139 vez(es)
  • Enviou: 112 vez(es)
  • +54/-1
(sem assunto)
« Responder #87 em: Setembro 09, 2009, 05:54:04 pm »
Só em Portugal é que se vê um avião rodeado de sargentos ... e sargentos a ferrar cavalos. Isso é sobretudo resultado de má gestão…. dai que não é por acaso que o exercito tem nos seus quadros 400 oficiais a mais. (Já os tinha, antes da ultima redução - fixação do numero de quadros)

Há dias estive numa unidade militar estrangeira, com cerca de 3 mil elementos, altamente técnica, e tenho a certeza de que a maioria dos soldados e cabos que lá vi - pelas funções que desempenhavam - seriam em Portugal na sua maioria sargentos e até oficiais.

E Portugal é que é Pobre?
::..Trafaria..::
 

*

voador

  • 218
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #88 em: Setembro 09, 2009, 08:14:29 pm »
Desculpem lá mas não acham que face à tecnologia que cada vez é maior os postos dos militares devem acompanhar a sofisticação.

Por exemplo nos EUA a tripulação de um M1 não tem praças (e bem!!)

Fiquem sabendo que existe uma corrente nos paraquedistas que defende que as esquadras devem ser comandadas por furrieis e 2 sargentos face a muita vez esta subunidade (4 militares) operar isolada e à necessidade de utilização de equipamentos cada vez amis exigentes.

Na Italia os sargentos ajudantes comandam pelotões ao lado de alferes e não vem mal ao mundo.

Ou seja isso dos postos inerentes à função é muito descutivel e actualmente a classe de sargentos quer mais postos porque é mal paga e porque as promoções são muito lentas. penso que não é a solução do problema, mas o certo que realmente esta classe é mesmo muito mal tratada genéricamente.

E porque as companhias não podem ser comandadas por majores e o adjunto ser um capitão (como no UK).

Infelizmente o que eu vejo (genéricamente claro) é sargentos desmotivados, capitães muito imaturos e oficiais e sargentos contratados muito deficientemente formados e oficiais superiores preocupados apenas com o tacho e a proxima promoção e generais que querem missões a todo o custo!!!!!

Eu estou incluido num destes grupos mas não digo qual  :twisted:
 

*

rossi46

  • 19
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #89 em: Setembro 09, 2009, 09:59:20 pm »
Citar
Eu estou incluido num destes grupos mas não digo qual

 :lol:  :lol:  :lol:
"Alea jacta est"