Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa

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dc

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Re: Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa
« Responder #5880 em: Março 14, 2024, 01:51:05 pm »

As missões que foram levadas a cabo por NPO's desarmados, não necessitaram  de qualquer armamento e provavelmente decorreramna paz dos deuses.

É absolutamente verdade que, na maior parte das operações de vigilância, armas mais pesadas que uma metralhadora 12.7mm não são necessárias, ainda mais que não se pode utilizar um canhão contra alguém que pode constituir uma ameaça, mas armado de Ak-47.

O problema nem é esse.
Todas as marinhas devem possuir navios para missões de baixo risco, onde não vai ser utilizada força letal, e/ou onde apenas uma metralhadora pesada faz o serviço.

O problema é que, considerando o atual estado da marinha, os quatro NPO são (fora a fragata operacional) praticamente a única coisa que a marinha de guerra portuguesa possui à superficie.
E chegar ao ponto em que os seus principais navios não estão armados, é realmente uma demonstração de absoluta decadência.

É normal, enviar navios fracamente armados para operações onde armas mais potentes não são previsivelmente necessárias. Isto pode ser feito se, e quando, a marinha que os envia, tem alternativas para os substituir em caso de necessidade, o que no caso português não acontece.



Quanto a achar que as armas com miras de ferro não servem de nada, já vimos navios russos a defenderem-se de drones ucranianos à base de metralhadoras pesadas de 14.5mm e com sucesso...

Em contrapartida, vimos ainda recentemente o LST Kurnikov da marinha da Russia, armado um canhão de 76mm, dois canhões de 57mm, rockets, mísseis anti-aéreos e dois sistemas CIWS de 30mm (Ak-630), onde a única coisa que conseguia atingir os drones eram metralhadoras portáteis, com a nefanda mira de ferro.

A tecnologia, os canhões bonitinhos, a esbanjar estilo por todo o lado, desenhados por designers italianos,  nem sempre ultrapassam a capacidade de uma metralhadora pesada, bem fixa  e com munição em quantidade...

Ah ... e uma mira de ferro, operada por quem sabe para que servem as marcações ...

O Tsezar Kunikov? O navio tinha quase 40 anos, o armamento é essencialmente obsoleto, tal como os seus sensores. É completamente diferente de um navio bem equipado, com sensores e armamento moderno, que conseguem detectar e lidar com algumas ameaças a uma distância consideravelmente maior. O armamento antigo, se não for posto em enorme quantidade a bordo de um navio, tem utilidade extremamente limitada. Basta ver que os navios de  II GM tinham uma carrada de canhões anti-aéreos, e mesmo assim não era fácil atingir as aeronaves da altura, que eram muito maiores que os drones actuais. Também vimos uma corveta ou OPV russo, em vídeo, a tentar eliminar drones de superfície com recurso a metralhadoras e armamento individual, sem sucesso.

Depois tens a questão, uma peça moderna se calhar consegue eliminar uma ameaça com meia dúzia de disparos, já uma .50 com mira de ferro precisas de uns 200.
Depois tens a capacidade all weather de uma peça operada remotamente, e com acesso a sensores que permitem a sua operação em ambientes de menor visibilidade.

As Browning .50 e armamento individual, é suposto serem armamento complementar e de último recurso. Quando este armamento é o principal e único de um navio, temos um problema.
E para falar de armamento de auto-defesa de navios, tem que se falar da Minigun.

Certamente que os outros países, que com o crescimento de ameaças assimétricas, começaram a equipar os seus navios de guerra com RWS de pequeno e médio calibre, não serão os burros e nós os espertos. É também importante relembrar a necessidade de eliminar os "ângulos mortos" dos navios, e também lembrar que as ameaças podem vir de vários ângulos.
 
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Re: Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa
« Responder #5881 em: Março 14, 2024, 05:10:26 pm »

As missões que foram levadas a cabo por NPO's desarmados, não necessitaram  de qualquer armamento e provavelmente decorreramna paz dos deuses.

É absolutamente verdade que, na maior parte das operações de vigilância, armas mais pesadas que uma metralhadora 12.7mm não são necessárias, ainda mais que não se pode utilizar um canhão contra alguém que pode constituir uma ameaça, mas armado de Ak-47.

O problema nem é esse.
Todas as marinhas devem possuir navios para missões de baixo risco, onde não vai ser utilizada força letal, e/ou onde apenas uma metralhadora pesada faz o serviço.

O problema é que, considerando o atual estado da marinha, os quatro NPO são (fora a fragata operacional) praticamente a única coisa que a marinha de guerra portuguesa possui à superficie.
E chegar ao ponto em que os seus principais navios não estão armados, é realmente uma demonstração de absoluta decadência.

É normal, enviar navios fracamente armados para operações onde armas mais potentes não são previsivelmente necessárias. Isto pode ser feito se, e quando, a marinha que os envia, tem alternativas para os substituir em caso de necessidade, o que no caso português não acontece.



Quanto a achar que as armas com miras de ferro não servem de nada, já vimos navios russos a defenderem-se de drones ucranianos à base de metralhadoras pesadas de 14.5mm e com sucesso...

Em contrapartida, vimos ainda recentemente o LST Kurnikov da marinha da Russia, armado um canhão de 76mm, dois canhões de 57mm, rockets, mísseis anti-aéreos e dois sistemas CIWS de 30mm (Ak-630), onde a única coisa que conseguia atingir os drones eram metralhadoras portáteis, com a nefanda mira de ferro.

A tecnologia, os canhões bonitinhos, a esbanjar estilo por todo o lado, desenhados por designers italianos,  nem sempre ultrapassam a capacidade de uma metralhadora pesada, bem fixa  e com munição em quantidade...

Ah ... e uma mira de ferro, operada por quem sabe para que servem as marcações ...

O Tsezar Kunikov? O navio tinha quase 40 anos, o armamento é essencialmente obsoleto, tal como os seus sensores. É completamente diferente de um navio bem equipado, com sensores e armamento moderno, que conseguem detectar e lidar com algumas ameaças a uma distância consideravelmente maior. O armamento antigo, se não for posto em enorme quantidade a bordo de um navio, tem utilidade extremamente limitada. Basta ver que os navios de  II GM tinham uma carrada de canhões anti-aéreos, e mesmo assim não era fácil atingir as aeronaves da altura, que eram muito maiores que os drones actuais. Também vimos uma corveta ou OPV russo, em vídeo, a tentar eliminar drones de superfície com recurso a metralhadoras e armamento individual, sem sucesso.

Depois tens a questão, uma peça moderna se calhar consegue eliminar uma ameaça com meia dúzia de disparos, já uma .50 com mira de ferro precisas de uns 200.
Depois tens a capacidade all weather de uma peça operada remotamente, e com acesso a sensores que permitem a sua operação em ambientes de menor visibilidade.

As Browning .50 e armamento individual, é suposto serem armamento complementar e de último recurso. Quando este armamento é o principal e único de um navio, temos um problema.
E para falar de armamento de auto-defesa de navios, tem que se falar da Minigun.

Certamente que os outros países, que com o crescimento de ameaças assimétricas, começaram a equipar os seus navios de guerra com RWS de pequeno e médio calibre, não serão os burros e nós os espertos. É também importante relembrar a necessidade de eliminar os "ângulos mortos" dos navios, e também lembrar que as ameaças podem vir de vários ângulos.


Repetidamente tenho falado nisso e sido descartado com teorias. Querem combates aéreos entre drones ou sair drones para combater drones de superfície( Galáctica, o fIlme) e sei lá mais que ficção cientifica. Quando Hoje, faz falta equipar com os meios reconhecidamente eficazes e e já disponíveis para aquisição.

O que vão fazer na posição B das BD?
Ficam lá as fisgas .50 com miras de ferro. Mas era um excelente local para peça de artilharia ligeira de tiro rápido ou Simbad RC.
As .50 que estão a meio do navio de ambos os bordos, podiam estar com montagens RWS.
Um conjunto de melhorias nada de extraordinárias ou de valores proibidos que dariam logo outra vantagem.

Não comento o caso de NPO desarmados, já é repetitivo.  Supostamente a 3 ª série trás tudo e mais um par de botas. Até lá, não se sabe quando, fica tudo na mesma, porque bom é publicidade pessoal com futurologia 
 

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Re: Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa
« Responder #5882 em: Março 14, 2024, 10:09:11 pm »


A corveta russa Sergey Kotov, afundada há menos de duas semanas, estava equipada com canhão de 76mm moderno e com radares modernos.
Tinha mísseis de cruzeiro, mísseis anti-aéreos e mais uma parafernália de coisas e também foi ao fundo.

No caso dos drones navais (e parece que estamos tão focados nos drones que voam, que esquecemos que neste momento o importante são os drones que navegam) tudo leva a crer que os metodos mais antigos são os mais eficientes.
Da mesma forma que se estão a utilizar metralhadoras para destruir drones aéreos.

Eu não estou a dizer que devemos ter NPO's desarmados, apenas que os navios quase desarmados não são assim tão absurdos desde que a missão que lhes for atribuida tenha isso em consideração.
Trata-se de navios de policia e a policia faz o seu trabalho sem precisar de Pandures ou Leopards.

O que é trágico, é não termos mais nada e o pouco que temos não poder ser mandado para lugar nenhum e estar limitado a missões de policia, num mundo em que seriam sempre necessário mais que o que temos.

Mas, mais uma vez, dito isto, a verdade é que em muitas missões, o canhão de 30mm, 35mm, 40mm 76mm ou o que seja, vai estar lá para decoração, se o navio estiver a desempenhar apenas missões de policia.

É evidente que o que precisávamos é que estas missões de policia estivessem atribuidas a uma guarda costeira, para acabar de uma vez por toda com estas desculpas, de que como a marinha tem que efectuar missões de policia, então tem que ter navios de policia e não navios de guerra.

É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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dc

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Re: Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa
« Responder #5883 em: Março 14, 2024, 11:09:50 pm »
O Sergey Kotov possui muito armamento, mas pouco adaptado para ameaças assimétricas. Nem sequer sabemos da real qualidade do canhão de 76mm, nem dos sensores, e conseguimos observar que o canhão de 76mm do navio é inútil para ameaças vindas da retaguarda. Tendo o dito navio sido afundado por USVs, então ter defesas AA ou mísseis de cruzeiro é completamente irrelevante face à ameaça. Ao que parece o dito navio não aparenta ter uma única arma operada remotamente, muito menos que cubra toda a retaguarda. No máximo terá uma metralhadoras "manuais" em alguns pontos do navio, que não se revelaram suficientes.

Não entendo como é que pegando nisto, se conclui que os meios mais eficientes, são os antigos.

A maneira mais eficiente, passa por utilizar meios aéreos embarcados, nomeadamente helicópteros e/ou UAVs, com armamento adequado para fazer face à ameaça. No caso de não ser possível ter isto, o passo seguinte passa por ter meios aéreos desarmados (sobretudo UAVs) para detectar a ameaça com o máximo de antecedência possível, e se possível guiar armamento do navio contra os alvos (seja a iluminar alvos para mísseis do navio, seja localizando a ameaça para permitir o uso de drones kamikaze lançados do navio). Se isto falhar, ou o navio não tiver esta capacidade, vamos para o passo 3, que passa por um bom leque de sensores embarcados (EO/IR e radar), que permita detectar a ameaça a uma distância decente e em qualquer condição meteorológica (resumindo, melhor do que o Olhómetro da guarnição), e atacar a ameaça com o armamento ao dispor do navio.

Este armamento base do navio, terá que incluir pelo menos 3 níveis:
-armamento para eliminar a ameaça a alguns kms de distância (3-10km) com recurso a drones e/ou mísseis
-armas operadas remotamente (idealmente 30mm para cima) e com munição airburst (no caso de um NPO, pelo menos uma de 30mm, complementada por duas RWS .50)
-e por fim posições fixas para metralhadoras pesadas como última linha de defesa (claro que complementado por armamento individual, mas isso não conta como armamento do navio). E isto é o mínimo, para um navio de NPC/OPV ou similar que possa operar em teatros onde tal ameaça possa surgir, e até mesmo para contribuir para a defesa de uma força tarefa.

Nos casos em que for possível, complementar isto com meios aéreos adequados:
-num NPO utilizar no mínimo UAVs VTOL ou de catapulta (tipo AR3), idealmente ter também UAVs que possam ser armados (Camcopter S100 por exemplo)
-em navios mais valiosos, como corvetas, fragatas, LPD/LHD, AOR, etc, complementar os UAVs com um helicóptero naval armado como deve ser (SH-60 com Hellfire ou Lynx Wildcat com Martlet, etc)

Como em qualquer outro caso com equipamento militar, isto não tornará os navios invulneráveis, mas irá oferecer aos navios muito mais capacidades para se defender das ameaças.
 

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papatango

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Re: Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa
« Responder #5884 em: Março 15, 2024, 02:07:48 am »
Citar
Citação de: dc
O Sergey Kotov possui muito armamento, mas pouco adaptado para ameaças assimétricas.
Citação de: dc
Não entendo como é que pegando nisto, se conclui que os meios mais eficientes, são os antigos.

Porque os sistemas atuais não estão preparados para este tipo de ameaça, conclui-se que os mais antigos são mais eficientes, porque funcionam...

Se não fosse o caso, o sistema anti-aéreo mais eficiente contra drones não seria um que foi retirado de serviço há dezenas de anos como o Geppard.
As metralhadoras pesadas de 14.5mm são igualmente dos meios mais eficientes.

O que digo, é simplesmente que, cada tipo de ameaça tem um tipo de contramedida ou solução adequado e que para missões de policiamento, não é necessária a existência de uma arma mais pesada.

Um NPO armado com quatro metralhadoras  nos bordos laterais, estaria melhor defendido de um ataque vindo da retaguarda, que um NPO mais catita armado com um canhão à proa.

Descartar os sistemas de armas mais antigos, mesmo que desenvolvidos há cem anos, só porque sim, não parece ser muito boa politica.
No fim, é a energia cinética que vai atingir o alvo e que eu saiva ainda não inventaram um sensor óptico superior ao olho humano a curta distância.

Dito isto, volto a repetir:
Eu não acho que os NPO devem estar desarmados, mas apenas que, mesmo como estão, eles podem desempenhar funções de policiamento.

Até agora, com ataques no mar vermelho por parte de uma organização terrorista iraniana a melhor defesa contra os piratas naquela região, foram sempre as armas ligeiras. Um navio com uma equipa de três a cinco homens equipada com armas de calibre 7.62 afastam a maioria dos possíveis ataques. Não é a solução ideal, mas funciona e fica relativamente barato.

O nosso problema não é ter NPO's quase desarmados, é termos apenas dois NPO's com um armamento mínimo aceitavel.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Re: Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa
« Responder #5885 em: Março 15, 2024, 10:18:24 am »
Os ucranianos foram claros em dizer que o Sea Baby foi projetado para não ter mais que 1 m acima das águas e 1 m abaixo da linha de água. Porquê? Porque aí os radares e os sonares não funcionam eficazmente (palavras deles não minhas). A ondulação confunde os sensores e este drone pode funcionar com ondas até 2 m.

Quanto às RWS parece-me algo que deve de equipar os navios. Sem dúvida. Mas que tipo de munições vai levar? Munições de .50 normais? Não vão conseguir atingir o drone por detrás de uma onda. São precisos apenas 60 cm a 90 cm de água para tirar a capacidade de penetração de balas hipersónicas (curiosamente balas mais lentas não perdem tão rapidamente a energia cinética). Há balas especialmente desenhadas que mantém penetração mesmo depois de 9m de água. Temos dessas?

A melhor forma para lidar com estes drones serão cargas explosivas de proximidade que façam ativar a carga antes de atingir o navio. Como fazer chegar lá essas cargas? Meios aéreos com mísseis ou até com granadas que se soltem no topo dos drones ou meios de superfície que consigam aproximar-se "a olho" dos alvos. Se não gostam da palavra "drones" vamos chamar-lhes torpedos de superfície filoguiados comandados à distância.

Outra solução são redes à volta dos navios. Mas só protegem de um drone de cada vez.
 

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mafets

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Re: Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa
« Responder #5886 em: Março 15, 2024, 11:41:08 am »
Volto aos sensores: Bojador - GNR



Nrp Setúbal



Tendo em conta o armamento que a GNR adquiriu e que poderá ser usado nas guarnições das suas embarcações ou nas mesmas:

https://www.operacional.pt/gnr-recebe-novas-armas/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Guarda_Nacional_Republicana

Da Marinha /Fuzos ou DAE,  que por norma opera um destacamento nos NPO:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Destacamento_de_A%C3%A7%C3%B5es_Especiais

https://www.geocities.ws/militaryzone_portugal/fuzos.htm

Resumindo, diria que para missões de policiamento a GNR com o Bojador em comparação com a Marinha no NRP Setúbal ou Sines, a primeira tem melhores sensores e armamento.



https://www.operacional.pt/novos-fardamentos-equipamentos-e-armamento-no-gioe-gnr-2019/

Saudações 
« Última modificação: Março 15, 2024, 11:42:46 am por mafets »
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/
 

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dc

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Re: Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa
« Responder #5887 em: Março 15, 2024, 02:58:35 pm »
Porque os sistemas atuais não estão preparados para este tipo de ameaça, conclui-se que os mais antigos são mais eficientes, porque funcionam...

Se não fosse o caso, o sistema anti-aéreo mais eficiente contra drones não seria um que foi retirado de serviço há dezenas de anos como o Geppard.
As metralhadoras pesadas de 14.5mm são igualmente dos meios mais eficientes.

Mas quais sistemas actuais? É que até aqui não foram capazes de especificar um sistema em concreto, o qual pudesse ser testado e comparado com outros, para se saber qual o mais eficaz.
Achar que uma .50 manual e com miras de ferro, é mais eficiente que uma RWS .50 operada remotamente, com sensores que ajudam a distinguir o USV da água (algo que o olhómetro não consegue em condições de baixa visibilidade), é não saber o significado da palavra "eficiente". Quando acrescentamos outras variáveis, como munição programável/airburst dos calibres superiores, nem sequer há comparação.

O Gepard foi retirado de serviço, não por uma questão de obsolescência, mas por uma questão de custos numa altura em que o foco era guerra contra o terrorismo e não se acreditava que uma guerra convencional seria possível na Europa. Sistemas como o Gepard já eram úteis contra mísseis de cruzeiro, e essa mesma utilidade replica-se contra os drones, por ser uma forma muito mais barata de os abater que com mísseis.

E o Gepard não tem qualquer comparação com uma Browning .50 operada manualmente, já que o Gepard tem um calibre muito maior, munição especializada contra ameaças aéreas, um radar de busca e um director de tiro. O Gepard não é o mais eficiente (contra UAVs), quando comparado com sistemas equivalentes modernos, que possuem sensores ainda mais avançados, mas é um que apresenta uma boa relação custo/qualidade, principalmente para quem precisa de os adquirir com urgência.

Mas em Portugal ainda vão dizer que o Bitubo é mais eficiente.  :mrgreen:

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O que digo, é simplesmente que, cada tipo de ameaça tem um tipo de contramedida ou solução adequado e que para missões de policiamento, não é necessária a existência de uma arma mais pesada.

Sim, mas aqui está-se a falar na capacidade dos navios responderem a ameaças possíveis em TOs como o Golfo da Guiné, como drones de superfície e aéreos. Se as Browning .50 já eram pouco para uma ameaça de "piratas" numa barcaça com RPGs, muito menos será para drones de superfície e/ou aéreos muito mais difíceis de atingir.

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Um NPO armado com quatro metralhadoras  nos bordos laterais, estaria melhor defendido de um ataque vindo da retaguarda, que um NPO mais catita armado com um canhão à proa.

E em parte alguma foi dito que um NPO com uma Marlin de 30mm à frente, deixava de precisar de quatro metralhadoras .50 para cobrir outros ângulos do navio? Aliás, o que foi dito, até bem explicitamente, é que um NPO devia no mínimo ter 1 Marlin, 2 RWS .50 e pelo menos 2 metralhadoras "manuais", sejam elas .50 ou 7.62 (ao qual acresce outro armamento opcional para missões de alto risco, como mísseis Mistral acoplados à Marlin e mísseis superfície-superfície de curto alcance em lançador próprio).

Não entendo de onde vem a ideia de que para ter uma Marlin o navio abdica das .50.

Citar
Descartar os sistemas de armas mais antigos, mesmo que desenvolvidos há cem anos, só porque sim, não parece ser muito boa politica.
No fim, é a energia cinética que vai atingir o alvo e que eu saiva ainda não inventaram um sensor óptico superior ao olho humano a curta distância.

A resposta acima aplica-se aqui também, em que ninguém descartou por completo armamento "manual", e o que foi dito foi que esse tipo de sistemas, devem existir em navios, mas como última linha de defesa, não como principal ou única.

Sim, mas existem formas bem diferentes de atingir um alvo com energia cinética. Um canhão com munição airburst conseguirá explodir por cima do alvo, e ignorando parcialmente a questão da cobertura dada pela ondulação (um pouco à semelhança do míssil NLAW). Não é solução milagrosa, mas é muito mais eficiente do que disparar e rezar que a Browning acerte em alguma coisa.

Por acaso inventaram, não só o olho humano é extremamente limitado para condições de baixa visibilidade, como um USV minimamente bem camuflado pode escapar a olho nu. Em parte alguma se diz que se elimina por completo o "olho humano" da equação, apenas que este precisa de ser reforçado com sensores adequados, que permitam detectar a ameaça a uma distância muito maior.

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Até agora, com ataques no mar vermelho por parte de uma organização terrorista iraniana a melhor defesa contra os piratas naquela região, foram sempre as armas ligeiras. Um navio com uma equipa de três a cinco homens equipada com armas de calibre 7.62 afastam a maioria dos possíveis ataques. Não é a solução ideal, mas funciona e fica relativamente barato.

Excepto quando os ataques são feitos com drones, ou mísseis anti-navio e de cruzeiro. E lá porque até agora se têm safado, porque os piratas só se aventuram se virem que não há qualquer capacidade de defesa no navio que querem abordar, não quer dizer que outros piratas, eventualmente em maior número e/ou melhor equipados, não se aventurem. Se a intenção não for abordar, e apenas causar estragos, tudo isto muda de figura drasticamente.
 

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Re: Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa
« Responder #5888 em: Março 27, 2024, 10:34:44 am »
Despacho n.º 3263/2024
Defesa Nacional - Marinha - Gabinete do Chefe do Estado-Maior da Armada
Procede à subdelegação de competências no diretor de Navios, António Fernando dos Santos Rodrigues Mateus, no âmbito do processo aquisitivo de Material de Fornecimento do Estado e Serviços de Fornecimento do Estado para os Navios Patrulha Oceânicos.

https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/despacho/3263-2024-857564247
 

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Re: Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa
« Responder #5889 em: Março 27, 2024, 11:01:13 am »
Despacho n.º 3263/2024
Defesa Nacional - Marinha - Gabinete do Chefe do Estado-Maior da Armada
Procede à subdelegação de competências no diretor de Navios, António Fernando dos Santos Rodrigues Mateus, no âmbito do processo aquisitivo de Material de Fornecimento do Estado e Serviços de Fornecimento do Estado para os Navios Patrulha Oceânicos.

https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/despacho/3263-2024-857564247

A separação da autorização dos gastos nos NPO e a não menção às VdG parece ser mais uma achega a que o MLU não irá para a frente.
 

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Re: Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa
« Responder #5890 em: Março 27, 2024, 11:17:08 am »
Despacho n.º 3263/2024
Defesa Nacional - Marinha - Gabinete do Chefe do Estado-Maior da Armada
Procede à subdelegação de competências no diretor de Navios, António Fernando dos Santos Rodrigues Mateus, no âmbito do processo aquisitivo de Material de Fornecimento do Estado e Serviços de Fornecimento do Estado para os Navios Patrulha Oceânicos.

https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/despacho/3263-2024-857564247

106M€ para equipamento militar...
 

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Re: Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa
« Responder #5891 em: Março 27, 2024, 12:46:35 pm »
Estar a colocar em causa coisa a fazer comparações, sem estas estarem no mesmo contexto, ou sequer terem contexto é que acho não fazer sentido.
Dizer que a corveta russa tem muitas armas mas não parou o drones, quer dizer em absoluto o quê? Quais a circunstancias? Alguém estava atendo lá?

Então, se tiverem os sensores a funcionar, se estes tiverem capacidade de detectar não conseguem parar uma lancha drone, com as armas disponíveis se estiverem a aperar em conjunto com os sensores?
Mas já se viu que sim, noutras ocasiões , ainda agora creio que foi a Marinha Francesa os destruiu

Então, mas é meter metralhadoras com miras de ferro a volta do navio com os gajos de guarda que se protege de drones, porque armas melhores e sistemas que as comandam não resultam?
Se fazem drones para serem difíceis de detectar por radares mais usuais então existem outros meios, nomeadamente EO.

E continua a conversa do costume. Não faz falta porque nunca fez

O que é melhor num NPO ou no quer que seja para detectar alguma coisa? Um bom sistema EO operado dentro do navio, com bons monitores e capacidades todo o tempo, ou o desgraçado cá fora de binóculos?
Se for uma metralhadora numa montagem RWS estabilizada não é mais eficaz e a maior distancia, que a mesma metralhadora operada manualmente e com miras de ferro?

Mas isto sequer tem discussão?

Quando a capacidade de perfurar meio liquido.
Se o drone tem parte dele acima da superfície qual é aqui a questão? É ai que o destrói
E mesmo a parte que está imersa,  se atingir ligeiramente abaixo da superfície não percorre assim tanta água. Mas de qualquer forma, mais salienta a necessidade de maior precisão, que se obtém com recurso a sistemas de pontaria mais eficazes a operar com qualquer luminosidade e estabilizados.

Claro que uma arma de 20mm ou 30mm com projéteis que dispersem fragmentos é melhor que as .50 . Mas pelo peso e espaço que ocupam, não se podem colocar em todo o lado e, umas complementam as outras.
Já colocaram alguma 30mm RWS na posição B das BD? Lá podem 
(eu gosto sempre de lembrar isto)

Quanto a engenhocas para interceptar os drones.
Para isso voltamos ao inicio, é preciso primeiro serem detectados.

E isso de enviar engenhocas pode ser mais viável para um navio parado, não tanto a navegar.
É uma luta de joy sticks?? Eles mandam o drone e do navio sai outro para impactarem? Se falhar volta apara atrás a perseguir o drone.
E se mandarem 3 ou 4?
Muito eficaz já se percebe

Um drone aéreo com vários misseis pode interceptar vários drones que ataquem o navio, mas num navio acostado tem de estar sempre alerta e equipado para levantar, e tem de actuar rápido, senão tem de ser na mesma as armas de bordo.
No caso do navio estar a navegar, sendo mais provável detectar a ameaça é sem duvida um bom meio de interceptação estando equipado com misseis. Mas nada obsta a ter que existir as armas de bordo para defesa
 


 
« Última modificação: Março 27, 2024, 08:09:48 pm por Pescador »
 

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saabGripen

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Re: Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa
« Responder #5892 em: Março 27, 2024, 09:56:32 pm »
Despacho n.º 3263/2024
Defesa Nacional - Marinha - Gabinete do Chefe do Estado-Maior da Armada
Procede à subdelegação de competências no diretor de Navios, António Fernando dos Santos Rodrigues Mateus, no âmbito do processo aquisitivo de Material de Fornecimento do Estado e Serviços de Fornecimento do Estado para os Navios Patrulha Oceânicos.

https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/despacho/3263-2024-857564247


Os do costume que se preparem para me chamar troll...

- Eu quero ver os NPO bem equipados.
- Este despacho parece criar um processo "agilizado" de o fazer, já que (como o despacho para os reabastecedores...) não parece encaminhar o projecto para um concurso internacional gerido pelos órgãos competentes portugueses ou pela NSPA.
-Quem assina este despacho é alguém que já elogiei aqui por ser alguém que FAZ. Fui criticado por o dizer.

Mas não esqueçam:
O Tribunal de Contas --------------------- está a ver.

Gostava de saber porque é que o EP anda há anos a fazer concursos internacionais na NSPA para comprar 35M de AAA quando afinal podia comprar 4 viatura blindadas e a seguir ir comprar 30M  de "Material de Fornecimento do Estado e Serviços de Fornecimento do Estado" para os equipar.

Também gontava de saber qual a repartição do "Estado" que vai prestar o "seviço" de instalar e calibrar Radares e coisa-e-tal.

Algo cheira a esturro.
« Última modificação: Março 27, 2024, 10:01:17 pm por saabGripen »
 

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dc

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Re: Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa
« Responder #5893 em: Março 27, 2024, 10:46:54 pm »
Mas em que é que isto difere de outros programas, ou de que forma "agiliza" o que quer que seja?

É que comprar os navios/veículos "nus" é a parte fácil, difícil é comprar a "tralha" que lhes vai ser instalada. A última coisa que precisamos é que no Exército se fizesse o mesmo que na Marinha, o "fitted for, but not with", até porque, quando falamos de veículos terrestres, significa que se adquirem veículos que são inúteis até que lhes sejam instalados os devidos sistemas. Era o mesmo que comprar um Carro de Combate sem a torre.

E nós ainda estamos à espera de 2 Marlin para 2 NPOs que estão ao serviço já há meia década (e a contar), e o processo foi virtualmente o mesmo, excepto que o Estado não comprou o material que o próprio Estado era suposto fornecer para os NPOs.