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Economia => Portugal => Tópico iniciado por: tsumetomo em Fevereiro 22, 2008, 01:15:37 pm

Título: 43 mil licenciados trabalham em áreas desqualificadas
Enviado por: tsumetomo em Fevereiro 22, 2008, 01:15:37 pm
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Cerca de 43 mil licenciados trabalham em áreas de baixa ou sem qualificação

Pelo menos 43 mil licenciados desempenhavam em 2007 trabalhos de baixa qualificação ou não qualificados, como limpezas ou construção civil, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Sem emprego nas suas áreas, dizem-se "dispostos a tudo" para sobreviver.

De acordo com números estimados pelo INE com base no inquérito ao emprego, no ano passado 7200 pessoas com formação académica superior estavam empregadas em trabalhos não qualificados. Vendedores por telefone ou em trabalhos ao domicílio, pessoal de limpeza, lavadeiras e engomadores de roupa, empregadas domésticas ou estafetas são alguns dos exemplos constantes da lista de trabalhos não qualificados, segundo a classificação nacional de profissões.

A estes, somam-se mais de 35.800 licenciados em trabalhos de baixa qualificação, que o INE integra em categorias como "operadores de máquinas e trabalhadores de montagem", "operários, artífices e trabalhadores similares" ou "pessoal dos serviços e vendedores". Seguranças, metalúrgicos, mecânicos, motoristas ou empregados de loja são algumas das profissões.

No total são pelo menos 43 mil os diplomados nestas situações, mais cinco mil do que em 2006. No entanto, o verdadeiro número de pessoas com excesso de formação para o trabalho que desempenham pode ser muito superior, uma vez que aquele conjunto não abrange os 46 mil licenciados que integram o "pessoal administrativo e similares", uma categoria que inclui empregados de recepção, telefonistas ou cobradores de portagem, por exemplo, além de funções mais qualificadas como escriturários ou gestores de conta bancária.

"Estão a aumentar os casos de não correspondência entre as habilitações e o tipo de trabalho, por um lado devido ao aumento do desemprego e, por outro, devido à falta de articulação entre as universidades e o mercado de trabalho. A formação nem sempre corresponde às necessidades do mercado", disse à Lusa Marinus Pires de Lima, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e especialista em Sociologia do Trabalho.

Apesar do número de diplomados por ano ter quase duplicado entre 1997/98 e 2005/06, quando atingiu os 71.828, Portugal continua a ser o segundo país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) com a menor percentagem de pessoas com formação académica superior, apenas à frente de Itália.

De acordo com a OCDE, só 13 por cento dos portugueses entre os 25 e os 64 anos têm um diploma do ensino universitário ou politécnico, o que corresponde a metade da média dos países-membros da organização (26 por cento).



http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1320462


Eu gostava era de ver por que licenciaturas é que estão distribuidos esses 43000. Que é que aconteceu a "lista de empregabilidade" que o governo ia divulgar?
Título: Licenciados
Enviado por: PEDRO GALVÃO em Junho 29, 2008, 05:13:00 pm
O mesmo se passa na PSP!!
Título:
Enviado por: komet em Junho 29, 2008, 05:24:34 pm
São poucos e muitos piram-se para o estrangeiro... são as condições que há que decidem se vale a pena um gajo matar-se a estudar ou não...  :roll:
Título:
Enviado por: PereiraMarques em Junho 29, 2008, 09:25:46 pm
http://www.estatisticas.gpeari.mctes.pt ... perior.xls (http://www.estatisticas.gpeari.mctes.pt/archive/doc/A_Procura_de_emprego_dos_Diplomados_com_Habilitacao_Superior.xls)

Quadro II.3.1. e seguintes
Título:
Enviado por: Luso em Junho 29, 2008, 10:02:44 pm
Jovem, queres ir longe na vida?
Inscreve-te numa jota e esquece-te do que os teus paizinhos te ensinaram.
Título:
Enviado por: Duarte em Junho 29, 2008, 10:19:09 pm
Candidatem-se a euro-parasitas, que é o que está a dar..  :lol:
Título:
Enviado por: P44 em Junho 30, 2008, 09:23:48 am
Não hove um ministro que há pouco tempo se tinha "congratulado" pelo facto dos licenciados estarem "todos empregados"????

Esqueceu-se de dizer é que era como caixas de supermercados ou coisa parecida

Na zona de Setubal o máximo a que um licenciado pode aspirar é um emprego a ganhar o ordenado minimo (500€)

a solução é imigrar...
Título:
Enviado por: tsumetomo em Junho 30, 2008, 01:57:01 pm
Citação de: "P44"
Não hove um ministro que há pouco tempo se tinha "congratulado" pelo facto dos licenciados estarem "todos empregados"????

Esqueceu-se de dizer é que era como caixas de supermercados ou coisa parecida
Emprego, e' emprego. E ha' "licenciaturas" que nem para caixa de supermercado servem. Uma licenciatura nao da direitos... quando muito da competencias.

Citação de: "P44"
Na zona de Setubal o máximo a que um licenciado pode aspirar é um emprego a ganhar o ordenado minimo (500€)

a solução é imigrar...
Ou pelo menos sair de Setubal... ou tirar uma licenciatura em condicoes, etc... enfim, fazer-se a vida.
Título:
Enviado por: nelson38899 em Junho 30, 2008, 02:10:55 pm
Citação de: "tsumetomo"
Citação de: "P44"
Não hove um ministro que há pouco tempo se tinha "congratulado" pelo facto dos licenciados estarem "todos empregados"????

Esqueceu-se de dizer é que era como caixas de supermercados ou coisa parecida
Emprego, e' emprego. E ha' "licenciaturas" que nem para caixa de supermercado servem. Uma licenciatura nao da direitos... quando muito da competencias.

Citação de: "P44"
Na zona de Setubal o máximo a que um licenciado pode aspirar é um emprego a ganhar o ordenado minimo (500€)

a solução é imigrar...
Ou pelo menos sair de Setubal... ou tirar uma licenciatura em condicoes, etc... enfim, fazer-se a vida.


Concordo plenamente, eu não percebo porque é que alguém se candidata a professor ou advogado ou a algum curso de letras, ou mesmo a engenharias como biológica entre outras, sabendo que em principio não vão ter emprego, com tanta informação que existe na net, nos jornais e televisão, não custa assim procurar, mas mesmo assim esses curso enchem. NÃO PERCEBO.
 :roll:
Título:
Enviado por: P44 em Junho 30, 2008, 02:30:57 pm
é um facto que as licenciaturas hoje em dia não servem para nada, a não ser para tirar um "estágo de férias" numa faculdade, quando a maior parte dos empregos pedem o 12º ou apenas o 9º ano. :roll:
Título:
Enviado por: Dora em Julho 01, 2008, 11:37:10 am
O que estão a dizer é tudo verdade... se soubesse o que sei hoje talvez não tivesse tirado uma licenciatura e teria ingressado logo o mercado de trabalho...

Mas também tem de se ter em conta alguns factores que aqui ainda não foram ditos:

1º) as perspectivas de emprego quando se entra para uma licenciatura, passado os 4 ou 5 anos (agora 3 com o tratado de Bolonha) do curso podem e não são as mesmas quando se entra para a faculdade... aconteceu comigo. Sou licenciada na área da saúde, toda a gente me dizia que era um curso com muitas saídas profissionais e passado 4 anos estas saídas profissionais desapareceram... e já passaram 2 anos desde que terminei!

2º) as ditas "cunhas"... infelizmente (ou felizmente para quem as tem) a nossa sociedade é assim que se movimenta... colegas meus, burros que nem calhaus, porque conheciam ou eram primos / afilhados (o que for) estão a trabalhar e fazer pouco daqueles que realmente se esforçaram... Tive uma das melhores médias do meu curso e a melhor nota de estágio... para quê?! Mérito?! o que é isso????

3º) enquanto existir pessoas (funcionários públicos que é o caso da maioria dos trabalhos relacionados com a área da saúde) a terem mais do 2 e 3 empregos na mesma área isto não anda para a frente... Se um polícia ou um gnr não podem ter mais do que um trabalho porque se diz que pode ser uma razão para a não realização do seu trabalho como deve se ser porque é que os srs doutores, enfermeiros e afins podem ter????!!!!!

4º) enquanto houver mão de obra grátis com os ditos estágios voluntários também não se criam mais postos de trabalho...


A culpa não são só das ditas "férias" pedagógicas na faculdade (há quem trabalhe durante o curso, que foi o meu caso) mas sim da sociedade e das politiquices em que estamos "metidos"...

Cada vez mais uma licenciatura não quer dizer nada... mas, falando por mim, sou licenciada com muito orgulho e prazer... mas com uma enorme frustração porque estou ciente das minhas capacidades e muito provavelmente nunca virei a exercer...
Título:
Enviado por: tsumetomo em Julho 01, 2008, 11:10:31 pm
E por falar em canudos inuteis... http://www.forumdefesa.com/forum/viewtopic.php?p=117881 (http://www.forumdefesa.com/forum/viewtopic.php?p=117881)
Título:
Enviado por: PereiraMarques em Julho 01, 2008, 11:41:52 pm
Este se calhar também não é grande "espingarda", mas como é PêhaxeDê e é nos States... :twisted:

 :arrow: http://www.physics.emory.edu/graduate/ (http://www.physics.emory.edu/graduate/)
Título:
Enviado por: Bravo Two Zero em Julho 02, 2008, 10:38:17 pm
Citação de: "PereiraMarques"
Este se calhar também não é grande "espingarda", mas como é PêhaxeDê e é nos States... :twisted:

 :arrow: http://www.physics.emory.edu/graduate/ (http://www.physics.emory.edu/graduate/)


Biofísica Molecular ? Nãaaaaaaaooooo !!!!!!
Título:
Enviado por: tsumetomo em Julho 03, 2008, 11:41:59 am
Citação de: "PereiraMarques"
Este se calhar também não é grande "espingarda", mas como é PêhaxeDê e é nos States...
So isso ja serao 2 pontos positivos em relacao ao outro...
Título:
Enviado por: Chicken_Bone em Abril 04, 2009, 09:57:16 pm
há muitos cursos que têm saída. não vejo porque esse de biofísica molecular não terá. parece-me que o pessoal só está a pensar que não o terá porque o estão a analisar de uma perspectiva Portuguesa e, logo extremamente reducionista.

Falando em perspectivas (ou falta delas):
Da «rádio-alcatifa» à «falta de mundo» dos licenciados


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Executivos da Bial e da Sonae.com manifestaram-se contra os trabalhadores «acomodados» e defenderam proximidade com os funcionáriosO mote era «Recursos humanos: Gestão de crise ou crise de gestão» e Miguel Portela, director do departamento da Bial, e Luís Reis, CEO da Sonae.com, tomaram-lhe o gosto e aproveitaram para falar do que tem faltado a Portugal a nível empresarial e do que se revela fundamental para ultrapassar a crise. Com grandes críticas à acomodação e à falta de «open mind» dos trabalhadores portugueses, os dois executivos insistiram na necessidade de formação constante.

A ligação universidades/necessidades do mercado de trabalho também mereceu críticas por parte de Miguel Portela e Luís Reis nas «conversas ao pequeno-almoço», organizadas pelo IPAM. O CEO da Sonae.com sublinhou que as escolas «deviam pôr as pessoas a pensar, a saber reagir ao desconforto, à diferença». Os cursos superiores, acrescentou, «são demasiado fáceis. As pessoas só sabem até onde podem ir se forem levadas ao seu limite».

«A muitos licenciados "falta mundo". Para muitos, o mundo acaba no fim da rua da aldeia dele». Esta imagem fornecida por Luís Reis serviu para demonstrar como os portugueses se «agarram desesperadamente ao seu cantinho».

O CEO da Sonae.com deu um exemplo: «Num processo de recrutamento, perante a "ameaça" de que podem ser colocados em qualquer ponto do país, metade desiste. À metade que fica, dizemos que podem ser colocados em qualquer ponto do mundo e metade vai embora. Dos candidatos iniciais restam-nos normalmente 25 por cento». Daí o desabafo: «Devia ser proibido aos recém-licenciados namorar ou casar nos próximos dez anos».

Miguel Portela corroborou esta linha de pensamento e acrescentou outro dado: «Faltam ideias inovadoras que se transformem em ideias de negócio a nível mundial».

Todas as empresas vão ter apoios à formação
Emprego: como manter ou encontrar um novo

Sobre a formação contínua, Luís Reis sublinhou que o «melhor sinal que as empresas podem dar para mostrar que estão para ficar é tornar as pessoas mais competentes. Ou seja, apostar na formação, valorizar as pessoas, até para estarem mais habilitadas no caso de, um dia, terem de ir embora».

A importância da «rádio-alcatifa»

Em relação aos departamentos de recursos humanos, a chamada «rádio-alcatifa» - uma expressão usada dentro da Sonae e que significa a forma como as informações correm dentro da empresa de forma não-oficial, desde o «quem-anda-com-quem» até às conversas de café sobre quem vai ser promovido e como está a empresa - foi a «rainha» desta conversa ao pequeno-almoço.

O director de Recursos Humanos da Bial gostou da expressão e sublinhou que também ele gosta de contactar e «sentir» todos os trabalhadores, de os acompanhar e conhecer as suas ideias. «As grandes ideias não vêm das administrações, mas de quem trabalham. E às vezes até podem ser ideias estúpidas, mas são um grande sucesso».

O departamento de recursos humanos, acrescentou Luís Reis, «deve assumir-se como um calibrador de fluídos, uma máquina de válvulas que permite alinhar as pessoas com os objectivos da organização. Deve ser um instrumento fundamental de criação de transparência».


http://www.agenciafinanceira.iol.pt/not ... iv_id=1728 (http://www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=1054458&div_id=1728)