Revolta no Mundo Árabe

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #210 em: Junho 10, 2011, 06:00:34 pm »
Primeiro-ministro turco diz que regime da Síria é uma "atrocidade"


O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou o regime sírio de «atrocidade» e de não se comportar «humanamente» em relação aos contestatários, informou hoje a agência noticiosa Anatólia. “Falei com Assad (o presidente sírio Bashar al-Assad) há quatro ou cinco dias. Mas eles (os sírios) subestimam a situação. E infelizmente, não se comportam humanamente”, declarou Erdogan numa entrevista divulgada pela televisão na quinta-feira à noite, segundo a Anatólia.

Erdogan descreveu o modo como mulheres foram mortas pelas forças de segurança sírias como uma “atrocidade”, considerando que a repressão das manifestações na Síria é “inaceitável”. Neste contexto, a Turquia não pode defender a Síria, declarou.

Erdogan, que muitas vezes declarou ser um “amigo” do presidente Assad, pediu por diversas vezes reformas urgentes na Síria, face à contestação sem precedentes no país desde 15 de Março.

No total, 2.500 sírios fugiram para o sul da Turquia, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Ahmet Davutoglu.

Mais de 1.100 civis foram mortos e pelo menos 10.000 detidos na repressão contra a contestação ao regime de Assad, de acordo com associações de defesa dos direitos humanos.

O presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Jakob Kellenberger, pediu hoje a Damasco um "acesso imediato" às zonas afectadas pela violência, declarando-se pronto a deslocar-se pessoalmente à Síria para se encontrar com as autoridades.

O objectivo da CICV é “avaliar as condições das pessoas detidas”, indica Kellenberger num comunicado.

Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #211 em: Junho 15, 2011, 05:32:54 pm »
Síria cometeu execuções e tortura em grande escala



O governo da Síria cometeu crimes sérios em grande escala, como execuções, tortura e detenções em massa, durante a repressão dos protestos pró-democracia dos últimos três meses, segundo um relatório da ONU sobre a crise no país hoje divulgado.
O documento afirma que pelo menos 1.100 pessoas terão sido mortas, muitas delas civis desarmados, e 10 mil detidas, segundo números apresentadas por grupos de defesa dos direitos humanos sírios e pessoas que fugiram do país para fugir à violência.

As denúncias contra o governo incluem «o uso excessivo da força para conter manifestantes, detenções arbitrárias, execuções sumárias e tortura», refere o documento.

«As denúncias mais sérias dizem respeito ao uso de munição real contra civis desarmados, inclusivamente por franco-atiradores posicionados no cimo de edifícios e o envio de tanques para áreas densamente povoadas por civis», acrescentou.

Cidades inteiras foram cercadas, como Deraa (no sul da Síria), impedindo a fuga de civis e a entrada de ajuda humanitária e mantimentos.

O governo sírio não permitiu a entrada dos investigadores da ONU no país.

O documento da ONU refere também que helicópteros militares dispararam contra civis durante a recente operação na cidade de Jisr Al-Shughour (no norte do país).

A Síria diz que a operação foi em resposta ao assassínio de 120 membros das forças de segurança que terão sido mortos por «gangues armados». Já testemunhas dizem que os soldados foram executados por se recusarem a disparar contra civis.

Nesta quarta-feira, a Síria fez um apelo para que os mais de 8 mil habitantes de Jisr Al-Shughour que fugiram nos últimos dias para a Turquia voltem ao país.

Um comunicado militar sírio diz que o Exército continua a perseguindo «remanescentes de organizações terroristas armadas» nas montanhas em redor da cidade.

O comunicado acrescenta que as Forças Armadas sírias preparam uma «operação limitada» na cidade de Maarat Al-Numan, próxima de Jisr Al-Shughour.

Testemunhas dizem que uma grande quantidade de tanques estão nos arredores da localidade. Milhares de pessoas fugiram da cidade antes do início da violência.

Refugiados sírios na Turquia dizem que tropas leais ao presidente da Síria, Bashar al-Assad queimaram terras e colheitas como forma de punição colectiva às partes do país que aderiram aos protestos.

Ainda hoje, milhares de pessoas realizaram uma manifestação na capital síria, Damasco, a favor do governo.

Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #212 em: Junho 16, 2011, 01:24:49 pm »
Rússia e China contra interferência estrangeira no mundo árabe


Rússia e China são contrários a interferências estrangeiras nos distúrbios no mundo árabe, afirmaram hoje os presidentes dos dois países, que são pressionados pelas potências ocidentais para exercer maior pressão sobre o regime sírio. «As duas partes acreditam que a busca de soluções para a situação nos países do Médio Oriente e norte da África deve decorrer no campo legal e por meios políticos», afirma-se um comunicado assinado pelos presidentes Dmitri Medvedev e Hu Jintao.

«Forças externas não devem interferir nos processos internos dos países da região», acrescenta o texto.

Moscovo já manifestou oposição a que o Conselho de Segurança da ONU adopte qualquer resolução sobre a Síria, numa posição que se distancia da posição ocidental perante a repressão neste país.

Lusa
 

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PILAO251

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #213 em: Julho 13, 2011, 05:52:38 pm »
A “Primavera” árabe!!!

Com o título - L´Islamisme sort ses griffes - saiu um artigo no El-Watan de 12 de Julho passado, o mais liberal dos jornais argelinos que julgo ser revelador.

Na Tunísia, começa a ser norma nas mesquitas pregar que a guerra necessária é entre os que estão dentro” os crentes” e os que estão fora “ os ímpios”, estes novos Imans, em nome da “verdade” e actuando nos bairros mais pobres espalham a propaganda islamista.
Isto não acontecia no antigo regime pois a entrada nas mesquitas era proibida fora das horas das orações.
As cadeias televisivas do Irão, da Arábia Saudita  ou mesmo do Quatar, que passam 24 horas com récitas do Corão, (igual ás cadeias evangélicas dos EUA), preparam o futuro eleitorado.
 O partido islamista Tahrir, e os salafistas começam a reivindicar, uma postura social segundo a Sharia.
Nos bairros pobres já impera o véu islâmico, graças a estes tele-imans.
No passado 3 de Julho, sobre o pretexto de impedir os “não crentes” de organizar um encontro do Partido Comunista da Tunísia, POCT, estes foram fisicamente agredidos.
No dia 7 de Julho a autora ( ainda por cima, uma mulher) do filme – Ni Allah, ni maitre ,Nádia Fani, foi atacada violentamente, tendo estes apelando ao governo para impedir a passagem do filme nas salas de Tunis, sobre o pretexto de que era um atentado à sacralidade de Deus e à dignidade árabe-musulmana do povo tunisino.
Aos gritos de  “Allah akbar”, uma cinquentena de islamistas atacaram, 26 de Junho, o cinema Afric`Art, para impedir a projecção do filme.
Os bares começam a ser atacados e vandalizados, como no caso do popular e conhecido bar, o Le Paun, que foi destruídos pelos barbudos.
As (Maisons Close) casas de put… , por sua vez estão na mira dos islamistas, pretendendo purificar os bairros.
Outro incidente, este mais grave, foi a interdição de entrada de turistas europeus na mesquita Okba Ibn Nafaa em Kairouan, no passado 20 de Junho.
Em Ariana, os salafistas desceram às praias para interditarem as mulheres de tomar banho em fato de banho
Em Ibn Sina nos arredores de Tunis, estes armados de machados e outras armas brancas, percorreram os salões de festas, onde decorriam as celebrações de estudantes por terem alcançado o bacharelato, afim de verificarem que não se consumia álcool.  

Last but not Least, advogados, foram bastonados pelos islamistas reunidos defronte do Tribunal de Tunis, que reclamavam a libertação dos seus irmãos acusados no processo do ataque ao cinema Afric`Art.  

A propaganda é simples: - Toda a laicidade é apóstata e contrária ao Islão
Culpando todo o mal ao anterior presidente e suas ligações ao Ocidente, propagandeiam que só no Corão se podem redimir.

No Egipto as coisas são mais suaves porque a tropa, ainda não perdeu o controlo da onda, mas que andam a arranhar, andam.

De qualquer modo na Europa só aprenderão quando levarem nas orelhas.
 Por enquanto, escudo--me nos políticos correctos, nos que tem amigos árabes moderados, nos que acham que a chuva no vizinho não me molha, e cantando e rindo lá vamos, ……    
   

Com a devida vénia ao El-Watan
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #214 em: Agosto 15, 2011, 09:47:17 pm »
A questão síria
Alexandre Reis Rodrigues


Não é provável que o regime imposto à população síria pelo Presidente Bashad al-Assad consiga resistir por muito tempo ao clima de insurreição que alastra por todo o País; mas a mudança, seja ela qual for, não vai ser fácil nem irá concretizar-se rapidamente. Entre outras razões, porque os Países com capacidade de influência sobre o decurso dos acontecimentos internos, embora desaprovando a forma como o regime lida com a oposição, também não querem o seu colapso sem uma alternativa credível à mão.

Para alguns observadores, a maior pressão que Washington começou a fazer recentemente, para que Assad abandone o poder, pode precisamente significar que existe uma solução que pode ser apoiada. A recente deslocação de Davutoglu, ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia a Damasco, também a “reclamar” o fim da forma radical como Assad lida com a situação, que se estima ter causado cerca de 1700 mortos (2400 segundo o Local Coordination Committee), pode ter uma leitura idêntica.

Como se esperava, Assad não mostra abertura para lidar com a oposição nem para evitar excessos de violência às suas manifestações, nomeadamente quando diz que continuará a actuar contra os grupos que tentam desestabilizar o País. Mas ao acrescentar que se encontra receptivo à ajuda de países amigos na procura de uma solução para a crise, está, pelo menos, a dizer que não ignora a importância de um apoio externo que ajude o regime a sobreviver, neste momento o seu objectivo principal.

A Turquia, com ambições de potência regional e partilhando uma fronteira comum de 850 quilómetros com a Síria e tendo dado abrigo a mais de 10.000 refugiados que tentam escapar ao caos em que o regime os colocou, é com certeza um desses países. A grande incógnita, porém, é saber até que ponto estará disposta a envolver-se e de que forma; uma das possíveis “cartas em cima a mesa” será a exigência, como contrapartida, de um maior distanciamento em relação a Teerão, um tópico de agenda que os EUA, certamente, não deixarão de fazer notar como sendo do seu maior interesse.

Estas circunstâncias transformam o problema interno da Síria numa questão internacional que pode ter grandes repercussões no conturbado Médio Oriente. A generalidade dos Países árabes da região (Arábia Saudita, Kuwait, Qatar, Bahrain, Egipto) já fizeram regressar às respectivas capitais os seus embaixadores em Damasco e não têm hesitado em exigir maior contenção na forma de lidar com a oposição, muito embora internamente, não sigam o que apregoam. À semelhança da Turquia e EUA, estão todos unidos pelo interesse comum em ver Damasco distanciar-se de Teerão, possibilidade que uma mudança de regime deixaria em aberto.

Existe alguma boa perspectiva de este desfecho vir a concretizar-se no futuro próximo? Vai depender da forma como o Presidente Assad avaliar a importância relativa da ajuda que Teerão ou Ancara lhe poderão dar para garantir a sobrevivência do regime, inclinando-se para um lado ou outro, consoante a percepção das respectivas vantagens. De momento, esse jogo tenderá a favorecer Teerão, que é peça-chave da estratégia de segurança da Síria em relação a Israel mas tudo vai depender, em última instância, na forma como a oposição interna síria se conseguir organizar para dar maior consistência aos dois principais riscos que Assad enfrenta: o possível desmembramento da minoria alawita que detém o poder e uma eventual ruptura no seio das Forças Armadas. Nestes dois aspectos específicos talvez Ankara possa influenciar a precipitação de uma crise interna a que seria difícil Assad resistir.

A recente substituição do general Ali Habib de 72 anos como ministro da Defesa, em circunstâncias algo confusas, pode incluir alguns elementos de ligação com as duas possibilidades atrás citadas mas não se sabe ao certo. É de admitir que a oposição se tenha aproveitado de uma simples demissão por motivos de doença, seguida do falecimento no dia seguinte, para montar uma história de dissidências internas entre os quatro clãs dos alawitas e de discordância do general quanto ao emprego das Forças Armadas na repressão da oposição, o que terá levado ao seu subsequente assassinato.

Segundo algumas fontes, o substituto de Habib, o general Rajiha, também tem o mesmo tipo de reservas e estará, como o seu antecessor, em conversações com os EUA. Terá sido escolhido por ser cristão (a 1ª vez que um cristão assume o posto de MDN), precisamente como forma de Assad alargar a esse sector (10% da população) a estreita base de apoio que tem entre os alawitas (12%). Obviamente, estes temas precisam de ser acompanhados de perto mas as hipóteses de manobras de contra-informação obrigam a alguma cautela na sua ponderação.

Em qualquer caso, há duas figuras-chave da cena síria que por serem especialmente importantes no actual contexto, precisam de ser observadas. São os que estão a gerir a actual campanha militar: o irmão (Maher) mais novo do Presidente que chefia a Guarda Republicana e o cunhado (Asef Shawkat) que desempenha as funções de Vice-Chefe do estado Maior do Exército. Conseguirá o clã Assad manter-se unido para sobreviver? É da resposta a essa pergunta que de momento mais depende o desfecho da crise síria.

Jornal Defesa
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #215 em: Agosto 20, 2011, 06:57:51 pm »
UE endurecerá sanções contra a Síria


Os países da União Europeia (UE) decidiram hoje endurecer as atuais sanções impostas ao regime sírio e continuar a estudar novas medidas, entre as quais um embargo às importações de petróleo. Os embaixadores dos 27 membros da UE decidiram aumentar a pressão sobre o Governo de Bashar al Assad e, por isso, acrescentarão 15 novos nomes e várias entidades à sua lista de sancionados na próxima semana, segundo uma fonte do bloco.

Além disso, encarregaram o corpo diplomático europeu de preparar um possível embargo sobre o petróleo sírio e novas sanções contra companhias vinculadas ao regime.

Os representantes dos Estados-membros mantiveram hoje um encontro especial para analisar os próximos passos a serem dados, depois que a UE e os Estados Unidos exigiram na quinta-feira, pela primeira vez de forma explícita, a saída de Assad do poder.

Washington já determinou novas sanções, como o congelamento de todos os bens do Governo sírio sujeitos à jurisdição norte-americana e a proibição aos americanos de se envolverem em qualquer transação da qual o regime de Assad participe.

A ordem também proíbe as importações de petróleo e seus derivados de origem síria.

A UE deve seguir uma linha similar, mas ainda não determinou todas as novas medidas que serão adotadas.

As opções consideradas pelos membros da UE são ampliar o círculo de sancionados para incluir companhias que apoiam o regime e um embargo a todas as importações de petróleo.

Segundo uma fonte do bloco, os embaixadores encarregaram a Alta Representante da UE, Catherine Ashton, de avançar na preparação desses dois planos e uma atenção especial para que as medidas atinjam exclusivamente as autoridades e não prejudiquem a população.

Nos próximos dias, o Serviço de Ação Exterior trabalhará nos pormenores para apresentar propostas concretas aos Estados-membros, que são os encarregados de sua aprovação.

Enquanto isso, o Parlamento Europeu pediu hoje o aumento da pressão sobre o regime sírio e pediu aos países que «detenham todos os negócios com o regime de Assad».

«As nossas sanções devem ser claras e efetivas», afirmou o presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, em comunicado.

O político polaco salientou que os responsáveis pela repressão terão que pagar pelas suas ações e considerou que o regime sírio «perdeu toda a sua legitimidade».

Lusa
 

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papatango

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #216 em: Agosto 22, 2011, 10:24:17 am »
Citar
Violentos combates estão a ser travados esta manhã em redor da residência do líder líbio em Tripoli, depois de os rebeldes terem assumido no domingo o controlo de vários bairros da capital, observou um jornalista da AFP no local.

Vários combates estão também a ser travados no sul da capital e cerca das 06:30 locais (05:30 em Lisboa) eram ouvidos tiros junto ao hotel Rixos, onde está alojada a imprensa internacional, de acordo com o repórter da AFP em Tripoli.

Diplomata diz que Kadhafi ainda está na sua residência. O líder líbio apelou à população para sair de casa e desempenhar o seu dever: "Mortos ou vivos venham, vão a Tripoli, venham de todo o lado", disse. "As mulheres que sabem usar armas devem sair e usá-las", continuou.
Lusa
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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HaDeS

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #217 em: Agosto 22, 2011, 04:21:54 pm »
Mais um país que cairá nas mãos da irmandade mulçumana que é anti sionista e ocidente.
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #218 em: Agosto 22, 2011, 09:07:54 pm »
Repressão da revolta popular na Síria já fez 2.200 mortos, revela ONU


A repressão da contestação na Síria já provocou 2.200 mortos, declarou hoje a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos do Homem, Navi Pillay, na abertura de uma sessão extraordinária do Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

Esta reunião destina-se a intensificar a pressão sobre o regime de Damasco  e a provar que as atrocidades cometidas pelas forças de segurança sírias  podem "constituir crimes contra a humanidade".  

As violações dos direitos humanos "continuam" na Síria, afirmou a responsável,  considerando que "a dimensão e a natureza destes atos podem constituir crimes  contra a humanidade".  

A sessão foi convocada a pedido de 24 países membros, incluindo os quatro  países árabes do Conselho - Arábia Saudita, Jordânia, Qatar e Kuwait - e  deverá pronunciar-se sobre um projeto de resolução que apela "às autoridades  sírias para cessarem imediatamente todos os atos de violência contra a população".

O texto pede ainda "o envio urgente de uma comissão de inquérito independente"  para "dirigir as investigações sobre as violações dos direitos humanos na  Síria ocorridas desde março" e identificar os seus autores, garantindo que  estes terão de responder pelos atos praticados.  

Num relatório divulgado na quinta-feira, uma missão de peritos mandatada  pela Alto Comissariado para os Direitos Humanos fez um inventário das atrocidades  cometidas pelas forças de segurança sírias que podem constituir "crimes  contra a humanidade" e podem levar a intervenção do Tribunal Penal Internacional  (TPI).  

Impedida de entrar na Síria, esta missão visitou os países vizinhos,  exceto o Líbano, e recolheu depoimentos de muitos sírios que fugiram do  país.  

O documento assinala que civis são submetidos a "torturas e outros procedimentos  degradantes e desumanos por parte das forças de segurança e do exército"  na Síria, onde o regime de Bachar al-Assad reprime uma revolta popular iniciada  a 15 de março.  

O relatório aponta ainda "uma aparente vontade de atirar a matar" dado  que muitas das vítimas foram atingidas a tiro na cabeça e no peito.  

O embaixador da Síria na sede da ONU em Genebra, Faisal al-Hamwi, considerou  que este relatório reproduz uma "série de mentiras".  

Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #219 em: Setembro 01, 2011, 10:27:39 pm »
UE deve declarar embargo petrolífero à Síria na sexta-feira


A União Europeia (UE) deverá adoptar oficialmente na sexta-feira um embargo às importações de petróleo sírio que só entrará em vigor para os actuais contratos a 15 de Novembro, a pedido da Itália, anunciaram hoje fontes diplomáticas. A UE vai também alargar o congelamento de bens e interdição de vistos a quatro empresários acusados de financiar o regime de Bashar al-Assad e a três empresas, incluindo um banco, disseram as fontes citadas.

«Estas medidas devem ser validadas durante o dia de sexta-feira pelos governos europeus, que estão actualmente a ser consultados», indicou uma das fontes.

O acordo de princípio sobre o embargo petrolífero tinha sido alcançado ao nível de peritos na segunda-feira.

Contudo, a Itália conseguiu durante as conversações desta semana que para os contratos já assinados entre companhias petrolíferas europeias e a Síria (abrangendo duas companhias controladas pelo Estado - a Syria Petroleum e a Sytrol) os compromissos assumidos possam ser cumpridos até 15 de Novembro, segundo vários diplomatas.

«Os italianos insistiram para obter um adiamento a fim de não perturbar demasiado as empresas importadoras europeias», referiu um dos diplomatas citado pela AFP.

As novas sanções europeias ao regime de Bashar al-Assad surgem depois de outras medidas já adoptadas contra 50 figuras e entidades ligadas ao regime e à repressão em curso no país, mas são as primeiras que incidem no sector petrolífero.

A UE compra 95 por cento do petróleo exportado pela Síria, o que representa entre um quarto e um terço das receitas do país.

Os Estados Unidos já decretaram um embargo à importação de petróleo sírio, mas é uma sanção sobretudo simbólica uma vez que os norte-americanos não importam petróleo da Síria.

A repressão do movimento de contestação popular que começou na Síria em meados de Março já fez mais de 2.200 mortos, segundo a ONU.

Lusa
 

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Snowmeow

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #220 em: Setembro 03, 2011, 05:07:22 pm »
Citação de: "HaDeS"
Mais um país que cairá nas mãos da irmandade mulçumana que é anti sionista e ocidente.
Ser "anti-sionista" não é problema, quando se sabe o que é verdadeiramente o sionismo... :twisted:
"Não corte uma árvore no Inverno; pois sentirás falta dela no Verão." Jairo Navarro Dias
 

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linergy

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #221 em: Setembro 04, 2011, 01:27:25 pm »
Abdel hakim Belhaj is now the military boss in Tripoli.
He has long been linked to both the CIA and al Qaeda.
http://aangirfan.blogspot.com/2011/09/l ... nd-al.html
 

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HaDeS

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #222 em: Setembro 05, 2011, 03:10:33 pm »
Enquanto, metade da população da Somália morre de fome e NINGUÉM faz nada! Pobre Somália, se tivesse petróleo poderia ter um futuro mais afortunado.
 

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Lusitano89

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #223 em: Setembro 05, 2011, 10:32:59 pm »
Depois do embargo ao petróleo UE admite mais sanções à Síria


A União Europeia (UE) admitiu aplicar mais sanções além do embargo ao petróleo da Síria para pressionar o regime de Bashar al-Assad, cujas forças de segurança mataram pelo menos 27 pessoas nos dois últimos dias. «Se Bashar al-Assad não saír, se não houver mudança de regime, será necessário aumentar a pressão sobre a Síria», declarou o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Alain Juppé, à margem de uma reunião da UE.

O seu homólogo alemão, Guido Westerwelle, afimou que «não se pode excluir que, se a repressão continuar, a Europa discuta medidas suplementares».

A União decretou na sexta-feira um embargo às importações de petróleo sírio, esperando convencer o regime a recuar na repressão violenta da revolta contra o regime que decorre desde março.

Os Estados Unidos previram hoje que a decisão europeia terá «um impacto directo» na capacidade do regime para financiar a repressão, uma vez que os países europeus importam 95 por cento do petróleo da Síria.

Por seu turno, a Rússia condenou o embargo, argumentando que as sanções decretadas unilateralmente «destroem a possibilidade de uma abordagem comum face a uma crise». Tanto a Rússia como a China se opuseram às sanções e boicotaram uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas que as discutiu.

O presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha, Jakob Kellenberger, chegou hoje à capital da Síria, Damasco, para discutir um melhor acesso da organização aos detidos e às zonas onde se verifica a violência.

Segundo os revoltosos, cinco pessoas morreram hoje em operações das forças de segurança e do exército e um outro homem não resistiu aos ferimentos que sofreu na sexta-feira, o que eleva para 27 o número de mortos nas últimas 24 horas.

Dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se sexta-feira por todo o país, com as forças de segurança a abrirem fogo para dispersar as multidões, matando 21 civis.

«Estamos prontos a morrer como mártires aos milhões», declaram os promotores da página «revolução síria» na rede social da internet Facebook.

Segundo as Nações Unidas, a violência no país já matou pelo menos 2200 pessoas desde meados de março, na sua maioria civis. Os revoltosos alegam que mais de dez mil pessoas foram presas desde essa altura.

Lusa
 

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Re: Revolta no Mundo Árabe
« Responder #224 em: Setembro 06, 2011, 01:23:49 pm »
ONU pede à comunidade internacional para intervir na Síria


O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lançou um alerta à comunidade internacional para intervir com urgência na Síria.
Enquanto Ban Ki-moon fazia apelos a uma intervenção militar, proferiu fortes declarações de condenação à violência que o presidente da Síria está a levar a cabo sobre a sua população.

O secretário-geral da ONU disse que já é altura de os membros das Nações Unidas se unirem e tomarem «medidas coerentes».

Ban Ki-moon, que estava na Nova Zelândia para uma reunião de líderes do Pacífico, afirmou aos jornalistas que as aspirações do povo sírio devem ser ouvidas e respeitadas.

O representante máximo da ONU disse ainda que Bashar Assad precisa de tomar medidas «imediatas, corajosas e decisivas antes que seja tarde demais». Mas logo corrigiu: «Já é demasiado tarde, na verdade. Se demorar mais e mais dias, muitas pessoas serão mortas entretanto».

A ONU estima que 2200 pessoas já morreram na Síria desde que a revolução teve início há cinco meses.

SOL