Chávez quer reconciliar-se com Bogotá «custe o que custar»
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, manifestou-se hoje disposto a reconciliar-se com a Colômbia, “custe o que custar”, pouco mais de duas semanas depois de romper relações com Bogotá em protesto pelas acusações de que guerrilheiros colombianos se refugiam na Venezuela.
“Apesar de todas estas tormentas, Colômbia venho ratificar-te o meu amor, que será eterno, o amor de um bolivariano, de um soldado da paz. Queremos construir a paz entre nós custe o que custar” disse Chávez no Aeroporto Simón Bolívar de Santa Marta, a cidade mais antiga da América Latina, ao chegar à Colômbia para um encontro com o novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos.
“Venho com a vontade, o coração, de começar pacientemente a reconstruir o que foi desmoronado, mas contamos com bastante recursos para reconstruir umas novas e boas relações entre Colômbia e Venezuela, o (recurso) maior é a história e a geografia do nosso povo”, afirmou Chávez.
O Presidente da Venezuela, que foi recebido com honras militares pela ministra de Relações Exteriores da Colômbia, Maria Ângela Holguín, sublinhou ainda ter chegado “a terra sagrada para para nós” e que o encontro em Santa Marta foi “a primeira e extraordinária boa decisão que tomámos ambos presidentes.
Santa Marta é a cidade onde o herói das independências sul-americanas, Simon Bolívar, foi visto com vida pela última vez.
Chávez rompeu a 22 de julho as relações bilaterais com Bogotá, na sequência da decisão colombiana de acusar Caracas, na Organização de Estados Americanos (OEA), de proteger guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e do Exército de Libertação Nacional (ELN).
As relações diplomáticas e comerciais entre Caracas e Bogotá estavam congeladas desde 28 de julho de 2009, por decisão da Venezuela, em protesto contra o anúncio das autoridades colombianas de que tinham encontrado um lote de armas, procedente da Venezuela, nas mãos da guerrilha.
No centro da polémica entre os dois Estados está ainda a decisão da Colômbia de permitir aos Estados Unidos usarem sete bases militares no país, no âmbito de um programa de luta contra o narcotráfico e o terrorismo.
Lusa