Hugo Chávez rompe «todo o tipo» de relações com a Colômbia
O presidente da Venezuela anunciou hoje a ruptura das relações bilaterais com Bogotá, na sequência da decisão colombiana de acusar Caracas de dar guarida a guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e do Exército de Libertação Nacional (ELN).
“A Venezuela rompe deste este momento todo o tipo de relação com a Colômbia”, disse Hugo Chávez, durante a recepção do futebolista argentino Diego Armando Maradona, transmitida pelo canal de televisão estatal venezuelano.
“Vejo-me obrigado a romper as relações com a Colômbia, por dignidade. É o mínimo que nós podemos fazer e estaremos alerta porque [Álvaro] Uribe [presidente da Colômbia] está doente de ódio”, sublinhou.
Por outro lado, ordenou às Forças Armadas Venezuelanas que estejam em “alerta máxima” na fronteira colombo-venezuelana e instou o presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, a tomar medidas para “retomar o caminho da razão na Colômbia, que contribuam para que não ocorram coisas mais graves”.
Hugo Chávez acusou o ainda presidente da Colômbia de ser “capaz de mandar montar um acampamento simulado do lado venezuelano para atacar e causar uma guerra” com o vizinho país.
O embaixador da Colômbia na Organização de Estados Americanos (OEA), Luís Alfonso Hoyos, denunciou hoje que 1500 guerrilheiros colombianos estão refugiados em território venezuelano, reclamando de Caracas que tome “acções urgentes” para combater “o pesadelo do narcotráfico e do terrorismo”.
Luís Alfonso Hoyos falava durante uma sessão extraordinária do Conselho Permanente da OEA, convocada por Bogotá para debater e dar a conhecer as provas de denúncias sobre a alega presença de guerrilheiros e terroristas das FARC e do ELN em território venezuelano.
Segundo Luís Alfonso Hoyos, a paz na Colômbia está afectada “quando guerrilheiros encontram guarida no irmão território da Venezuela, onde encontram a oportunidade de se rearmarem, de sequestrar e de planear acções terroristas”.
As relações diplomáticas e comerciais entre a Colômbia e a Venezuela estavam congeladas desde há quase um ano, por decisão do presidente venezuelano, Hugo Chávez, mas a tensão agudizou-se na última semana, quando o governo colombiano disse ter "provas" da presença de chefes guerrilheiros no país vizinho.
Lusa