Uma aspirante de Infantaria foi sujeita a praxes violentas

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Malina

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Re: Uma aspirante de Infantaria foi sujeita a praxes violentas
« Responder #45 em: Outubro 13, 2010, 06:01:51 pm »
Citação de: "HSMW"
Eu conheço o caso de uma militar que no mato desmaiava sem razão, pensávamos que fosse do cansaço ou do calor sei  lá... Uma vez desmaiou a dar a ordem de operações. Era do período.

Eu pessoalmente já estive três dias no mato com o período e não desmaiei nem morri. Não senti absolutamente nada. Pelo contrário, já vi homens a desmaiar nesses mesmo casos. Por causa do período por si só duvido que tenha sido. Pode ser uma ajuda, mas por si só, não vejo a razão. Podemos sentir efeitos indesejáveis, mas como disse, isso acontece em várias pessoas e não é igual para todas e os próprios homens têm momentos de forma e momentos de fraqueza devido aos ciclos naturais (e hormonais) do corpo, no entanto não se associam facilmente como nós, porque nós sangramos e sabemos exactamente quando é, os homens não sabem ou raramente sabem.
Eu nunca conheci mulher que tivesse desmaiado em esforço físico, mesmo prolongado, por causa do período. Mesmo atletas de alta competição não se queixam, há picos de forma e picos de fraqueza. Os militares não são excepções.
Na realidade muitos homens desmaiam em situações idênticas.

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Tal como o Tyr disse, a razão dada para as mulheres no exercito regular não executarem barras , essa para mim também é nova, mas não sei a razão pela qual não é recomendável elas fazerem barras.

Não sei quem é que incutiu essa ideia, mas okay. Estou para saber onde é que barras vai afectar os ovários ou qualquer coisa que seja. E porque é que afecta a nossa e não a vossa. Normalmente as mulheres não fazem barras porque é mais difícil.

Citar
Onde?

O caso onde conheço mais pessoalmente a situação, é em França. Há mulheres nos Chasseurs Parachutistes e nos Dragons Parachutistes (a primeira unidade está preparada para fazer o mesmo que os nossos Paraquedistas e Commandos e a segunda é mais especializada como os nossos OE's, na realidade todos têm que ter o curso de Paraquedismo), nos Fusiliers Commando de Marine (equivalente aos nossos fuzileiros), nos Chasseurs Alpins (tropa especial de montanha, sei que há mulheres desde pelo menos 1980).

As mulheres têm de fazer o mesmo que os homens durante o curso, incluindo fazer o transporte de camaradas às costas. As caminhadas de 100 ou mais km é para toda a gente, o peso do equipamento é igual para toda a gente e têm que fazer o mesmo tempo que os outros.

Lá é algo tão banal haver mulheres que nem se faz grandes filmes por causa disso. Há poucas, mas há, desde que façam o curso.


Citar
Atrasado e onde mulheres continuam a ser avaliadas de forma diferente dos homens acabando estes por ser prejudicados.

O nosso problema aqui é que damos demasiada importância a coisas que sinceramente... "Ohhh eu levanto 50kg e ela levanta só 45kg com o mesmo treino que eu....", "Ahhh eu corri 2000m em 8 minutos e ela correu em 8min30", e pronto começam a fazer fita... Vale mesmo a pena estar-se a chatear por causa de coisas tão insignificantes? É preciso começar a chorar por causa disso? Vocês com o mesmo treino têm mais força que nós, E ENTÃO? Faz-vos mais inteligentes? Mais capazes? O peso da mochila é igual para todos, e as balas furam de maneira igual toda a gente. Ainda que elas tenham um handicap só para termos de igual oportunidade para duas pessoas com o mesmo treino, achas que é isso que faz ela ser pior camarada que tu? São coisas tão insignificantes que não compreendo o porquê de tanto barulho.

Deixem-se de choramingar por pequenas coisinhas... isto só me faz pensar que afinal os mariquinhas são os homens. O Exército agora estipulou provas físicas iguais para homens e mulheres e ainda não vi nenhuma mulher choramingar por causa disso! Pelo que dizem, em relação às provas passadas, diminuíram a dificuldade das provas físicas para os homens e aumentaram a dificuldade das provas físicas para as mulheres, metendo tudo ao mesmo patamar.

Citar
Foi também por causa de whisky e vinho a mais. E será preciso lembrar o meu camarada que faleceu no CFS de Infantaria?

É por causa de tudo.
É preciso relembrar o que certos Fuzileiros disseram quando foi estipulado que teriam que aceitar mulheres?
Eu até lhe digo, disseram que iam fazer DE TUDO para que elas desistissem, mesmo que isso incluísse uns "tratamentos de força" adicionais. Alguns deles nem vergonha têm e vieram dizer isso em público.
É preciso sequer dizer mais?

Quanto ao resto, a papoila estava lá e testemunhou. Nem preciso adicionar mais.
 

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HSMW

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Re: Uma aspirante de Infantaria foi sujeita a praxes violentas
« Responder #46 em: Outubro 13, 2010, 06:50:31 pm »
Citação de: "Malina"
O nosso problema aqui é que damos demasiada importância a coisas que sinceramente...
Acha mesmo que coisas como, carreira, antiguidade, colocações perto da zona de residência, promoções ou missões no estrangeiro são coisas sem importância??! E isto em cursos, porque no dia a dia outras situações acontecem dependendo da área. Numas mais que outras.

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"Ohhh eu levanto 50kg e ela levanta só 45kg com o mesmo treino que eu....", "Ahhh eu corri 2000m em 8 minutos e ela correu em 8min30",
É mais: " Eu faço 50 flexões e tenho 16 valores e ela faz 30 e tem 20 valores". Ou "Ahhh eu corri 2000m em 8 minutos ( e tive 10 val.) e ela correu em 8min30" (e teve 18val ) Percebe o que eu quero dizer??? E não é só por ser uma avaliação de desempenho físico! É que a componente física tem um coeficiente mais elevado que tudo o resto!
Já dizia um Ajudante  "O mais inteligente do curso é aquele que corre mais"
Ela tem melhor nota, é mais antiga, é colocada perto de casa, faz os cursos e as missões, é promovida mais cedo.
Não por ser melhor ou mais competente mas por facilitismo e discriminação!
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Malina

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Re: Uma aspirante de Infantaria foi sujeita a praxes violentas
« Responder #47 em: Outubro 13, 2010, 07:42:21 pm »
HSMW

Em termos científicos é encarado como justiça porque a mulher para fazer o mesmo que um homem tem que treinar muito mais. Se tu puseres um homem e uma mulher a fazer exactamente o mesmo treino físico, o homem irá ser superior à mulher, irá evoluir muito mais. É isso que vocês não querem ver. A mulher teve 20 valores por fazer 30 flexões e se calhar suou muito mais que tu e sofreu muito mais que tu para chegares às 50. Por isso é que as classificações são diferentes. Não sou contra, nem sou a favor. É-me de certa forma indiferente mas até consigo compreender a lógica deles. Para eles não é só relevante a quantidade que fazes, mas também o empenho que fazes para chegar a uma meta.
Todas as pessoas têm as suas valências e os seus defeitos. Aprendam a complementar-se.
Quanto a ser a parte que mais tem valor (a componente física), acho errado.
 

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HSMW

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Re: Uma aspirante de Infantaria foi sujeita a praxes violentas
« Responder #48 em: Outubro 13, 2010, 09:07:05 pm »
Em termos científicos o homem tem uma maior evolução devido ao factor testosterona!

Aquilo que nos faz ser homens, com agressividade, com pêlo, músculo e voz grossa.

Em termos militares ela tem de ser capaz de fazer tudo o que um homem faz!
Em combate não existem muros mais baixos, percursos mais curtos, mochilas e armas mais leves!

E na mecânica será que a culatra da peça de 120 mm do Leo é mais leve para as mulheres? Ou o aperto da cabeça do motor é mais fraco para elas?

E na Artilharia (onde existem mais militares femininas)? Vamos reduzir os calibres utilizados no Exército para que as mulheres aguentem com o peso das munições?
Afinal elas evoluem de forma diferente...

A nossa sorte é o estado de Paz que se vive actualmente, porque se fosse em guerra pensa que as mulheres eram enviadas, para a Infantaria pura e dura de baioneta ao assalto, para a frente de combate tal como os homens??
Iam o ca*****!! Mais depressa levavam era logo com um tiro nos co... cabeça juntamente com os Oficias incompetentes e ninguém sabia quem tinha sido...
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Re: Uma aspirante de Infantaria foi sujeita a praxes violentas
« Responder #49 em: Outubro 13, 2010, 11:08:19 pm »
Malina, pelo que escrevo posso parecer, machista, mas por incrivel que pareça de machista, pouco tenho.
 Acredito na igualdade de oportunidades. E tudo o que escrevo vem de muitos anos ligados a cursos, e à componente operacional do exercito. Mas infelismente constatei que regra geral (existem exepções) as mulheres não tão talhadas para areas operacionais mais puxadas (quer por limitações fisicas, quer pelo perfil psicologico tipico (obviamente existem exepções, mas são isso mesmo, exepções)), mas qualquer uma que o consiga fazer tem todo o meu apoio.
 E um exemplo simples é um camarada ferido com perto de 100kg a ter que ser transportado em situação de combate. Um militar que não o consiga fazer é um elemento que só serve para algumas tarefas (o que numa patrulha de combate pode ser um risco para um ou mais elementos).

No meu curso de entrada para o quadro houveram muitas mulheres que ultrapassaram muitos homens a nivel de escolha de especialidade e de antiguidade pela diferença das tabelas de treino fisico, lembro me da prova de corta mato, em que os homens faziam 6 Km e as mulheres só 4, mas com praticamente os mesmos tempos, ou a pista de 200m em que os tempos para o 20 das mulheres (com obstaculos mais faceis) davam um 8 ou 9 para os homens.
E o que me chateava a mim e a muitos , é a injustiça de ver pessoas, que nos treinos fisicos diarios (MARFOR, MARCOR, etc...), têm que ser ajudadas por mim e por outros, e que quando chegam as avaliações tiram 20 enquanto que eu e os outros que as ajudam têm entre 11 e 16 (e que para agravar ainda mais, o peso da nota de treino fisico é enorme na media final do curso).
A morte só é terrivel para quem a teme!!
 

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papoila

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Re: Uma aspirante de Infantaria foi sujeita a praxes violentas
« Responder #50 em: Outubro 14, 2010, 01:26:49 am »
E mais uma vez se está a tentar justificar o injustificável....houve graves e sérios abusos no tratamento desta aspirante mas...como é mulher não interessa...e volta-se a confundir o barulho com a velocidade...se querem discutir diferenças fisicas ou capacidades diferentes entre homens e mulheres existe um tópico neste fórum que trata isso....
AQui, pelo menos atendendo ao nome do tópico é sobre a aspirante que foi sujeita a praxe violentas...e basicamente e infelizmente...Existiram abusos, abusos esses que foram encobertos pelos vários escalões da cadeia hierarquica...isso não podem mudar....mais na reunião de coordenação desse mesmo tpo, e estando presentes elementos de saúde foi deixado bem claro quais eram as intenções e essas intenções eram....nenhuma mulher oficial no quadro, manutenção da única arma sem mulheres oficiais do QP...
"Hic Non hostes nisi morbi”
 

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tyr

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Re: Uma aspirante de Infantaria foi sujeita a praxes violentas
« Responder #51 em: Outubro 14, 2010, 10:59:34 am »
Papoila, tens razão em a conversa estar a virar para outro assunto e nisso tenho culpa.

Relativamente a defender o sucedido, nem eu nem ninguem que eu conheça o defende (pelo menos que eu saiba) o abuso verificado.
E mais acrescento, que eu ajudei a descambar a converça, por ainda estar chateado de uma militar a quem eu dei formação e que considero amiga, ter sido pressionada a desistir com pressão fisica e psicologica, sobretudo durante aquele periodo do mes (e ela fez as contas à vida e decidiu que aguentar aquilo mais uns anitos não era para ela), e a pressão nela foi só executada por ter escolhido infantaria.

Volto a dizer acredito na igualdade de oportunidades, tratamento e de direitos, mas tambem de deveres e exigencia do nivel de execução. E por mais maquina que uma mulher seja, enquanto houver dualidade de criterios em algumas areas da avaliação e tratamento, nunca terão a credibilidade que merecem (mas isto e um oftopic).
A morte só é terrivel para quem a teme!!
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Uma aspirante de Infantaria foi sujeita a praxes violentas
« Responder #52 em: Outubro 14, 2010, 11:14:21 am »
Este texto é dirigido a todas as Mulheres que postam neste tópico.

Eu quando dei-me como voluntário para os Pára-quedistas era um verdadeiro inocente, pensei que ia encontrar rapaziada como eu, patriota (a roçar o nacionalista), ansioso para ser Boina Verde, cheios de vontade e com muito espírito de sacrifício. Infelizmente como todos/as sabemos não é bem assim, a maior parte ia porque não tinha nada a perder, porque o pai/irmão/primo/etc tinha sido Pára, porque já que tinha que ir para a tropa então que fosse nas Tropas especiais, etc. Muitos não tinham a mínima capacidade para lá estar, até podiam ser muito forte fisicamente, mas tinham personalidades de caca (para não dizer merda) e homens de m...., castigos e m....! Arranhei muito por causa desses desgraçados e posso dizer que apesar de não ser nem de perto nem de longe o mais robusto, com a excepção de uma vez, os meus camaradas nunca arranharam por minha culpa.

Dito isto, tenho que dizer que apesar de tudo o que escrevi uma das coisas que percebi em pouco tempo é que há diferenças de tratamento de homens para mulheres, há situações que nunca seriam permitidas a um homem e é a uma mulher. Posso dizer-te que só houve uma marcha em que não foi preciso que a galinha da companhia fosse ajudada. Em todas as outras marchas/crosses ela tinha sempre 2 camaradas a puxá-la. Para além disso na semana de campo sempre que ela ia fazer as suas necessidades havia sempre 2 camaradas responsáveis pela sua segurança. Em relação às PAF não vou pronunciar porque vi e soube de casos bastante graves. Na minha opinião essas PAF eram feitos para inglês ver, porque na prática vi um camarada a ser chumbado numas, quando fez mais repetições que qualquer mulher (e elas passaram).

São estas injustiças que me deixam com o pé atrás em relação às mulheres nos Pára-quedistas e até na Arma de Infantaria. É verdade, estou também a ser injusto e relação a uma minoria que realmente tem capacidade para lá estar (se calhar até mais do que eu), reconheço-o, mas neste caso será que vale a pena por meia dúzia de militares estarmos a aguentar toda uma série de militares que são de todo incapazes para estarem onde estão? Eu acho que não!

Mas será que por causa disso as mulheres deveriam ser recusadas nos Pára-quedistas e na Arma de infantaria no seu geral? Aí eu teria que dizer...NÃO!

Ao acabarem de ler este texto qualquer um fica confuso, afinal com tanta contradição, em que ficamos?

Fico com uma ideia muito minha, que é, militar não tem sexo, é militar e pronto, como tal tem que TODOS serem puxados por igual, deve-se exigir o mesmo de TODOS, com os mesmos parâmetros e da mesma forma.

Será que é impossível? Neste país e neste Exército...acho que o é.

É pena, porque tenho uma irmã mais nova que eu acho que tem mais capacidades que grande parte da rapaziada que anda por aí de Boina Verde, eu teria muito orgulho em que também ela pertence-se a essa grande família que são os Pára-quedistas, os Boinas Verdes de Portugal!

Mas sabem, ela apesar de já ter tido muita vontade em ser Pára-quedista neste momento tem cada menos essa ambição, é que o que eu sei, ela também sabe e ouve de pessoas ligadas à tropa. Como é uma jovem mulher muito ciente dos seus direitos e deveres, não quer ter nada de mão beijada e acima de tudo não quer ter "reputação" de coisas que não tem nada a ver com ela.

Tudo isto é triste, mau e envergonha-me como Português e militar na disponibilidade saber que é esta a nossa realidade. Acho que os Pára-quedistas merecem mais, as/os militares Portugueses merecem mais, o país merece mais.

Tenho horror pelo que fizeram à pobre cadete à uns anos atrás e espero que não aconteça o mesmo com esta nova cadete. Mas todos sabemos que se ela acabar o Tirocínio, vai acabar à frente de muito camarada com mais capacidades do que ela.

Não acho que se faça justiça em nenhum dos casos.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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tyr

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Re: Uma aspirante de Infantaria foi sujeita a praxes violentas
« Responder #53 em: Outubro 14, 2010, 11:25:21 am »
:)
(mas que tem mais jeito para se esplicar :P )
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Cabeça de Martelo

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Re: Uma aspirante de Infantaria foi sujeita a praxes violentas
« Responder #54 em: Outubro 14, 2010, 12:10:17 pm »
Eu não tenho jeito nenhum para escrever, simplesmente escrevo o que sinto e penso. :G-beer2:
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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nelson38899

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Re: Uma aspirante de Infantaria foi sujeita a praxes violentas
« Responder #55 em: Outubro 14, 2010, 02:14:52 pm »
Citação de: "tyr"
:Palmas:
Mais um que pensa como eu :P )

[offtopic]

Sô sargento, não se arranjam fotos do Líbano aqui para o pessoal do fórum??

[/offtopic]
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Malina

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Re: Uma aspirante de Infantaria foi sujeita a praxes violentas
« Responder #56 em: Outubro 15, 2010, 08:23:07 pm »
Desculpe lá, Sr. Cabeça de Martelo, mas se as mulheres que viu não têm capacidade para lá estar, porque é que lá estão?!?!
Afinal dá-nos razão, a culpa, o problema, não são as mulheres, mas sim esses homens que permitem que isso aconteça. A culpa é desses senhores que tanto permitem que uma mulher seja espancada e torturada para desistir, como permitem que mulheres sem capacidade lá continuem, e mulheres digo homens também, pois também ouvi pessoas a queixarem-se do mesmo dos homens, e você próprio também diz que o que não faltava lá eram homens sem capacidade nenhuma!

E sim, vale a pena aceitar mulheres só para essa "meia dúzia" que tem capacidade.



HSMW

Desculpe lá, mas é preciso ser-se machona para percorrer muitos quilómetros de mochila ao lombo? A dualidade de critérios, como eu disse, não tem nada a ver com a mochila que leva às costas, nem com a arma que carrega nem que se dispara, nem com o que quer que seja em combate. Porque que eu saiba em combate você também não vai estar a pesar a sua mochila, nem vai estar a dizer que faz mais flexões que ela, nem a competir com a sua camarada para ver quem é melhor ou pior, e quem faz mais ou menos.
As classificações são para colocações, etc, logo em termos científicos faz sentido para se tornar uma igualdade de oportunidades, porque acho que uma mulher levantar 50kg não é o mesmo que um homem levantar 50kg, ou uma mulher fazer 50 flexões não é o mesmo que um homem fazer 50 flexões, o homem com o mesmo treino tem é que fazer mais. Isto é a teoria. A prática não sei. Sei é que pelo menos no Exército as provas de admissão agora são iguais para homens e mulheres e não vi ninguém queixar-se e isso implicou baixarem os critérios dos homens e aumentarem os das mulheres.

E não me venha com essa tanga das mulheres não serem enviadas em frente de batalha na guerra. Os russos fizeram, e tiveram franco-atiradores mulheres reconhecidas, e vai-me dizer que nós não podemos porquê? Se não sabe, pesquise por Nina Lobkovskaya e Lyudmila Pavlichenko. E aposto que elas não faziam tantas flexões como você  :lol: Na Polónia também puseram mulheres na frente da batalha, sobretudo como batedoras e também como sabotadoras



tyr

Não se preocupe que eu também não conheço muitos homens que consigam carregar 100kg. Mas se o seu problema é mulheres carregarem camaradas feridos, de peso normal (70kg mais ou menos), conheço e já vi. Até porque em caso de ferimento a primeira coisa que se faz é deixar equipamento para trás, é prejudicial ao transporte e ao próprio camarada ferido.

Quanto a essas diferenças de classificações, acredito que na altura fosse assim, mas hoje em dia as diferenças vão sendo cada vez menos... Existem, mas pelo que me têm dito, têm sido relativamente poucas.

Quanto a uma camarada sua ter 20 e não aguentar uma MARCOR ou uma MARFOR e você só 16, custa a crer que uma mulher que não aguente uma MARCOR vá ter 20 em provas físicas... Aliás, eu pergunto-me como uma pessoa que não aguenta a MARCOR ou a MARFOR permitem que sequer continue no curso. Se não aguenta, rua com essa pessoa, está lá a fazer o quê? A mesma coisa para aqueles que estão na Enfermaria, que pior é ainda, passam semanas a fio sem fazer nada mas juram bandeira como os outros e depois ainda vão para a semana de campo e não fazem nada, só para acabarem o curso, mas que palhaçada é aquela? Se não estão capazes, não vão! Mandem-nos para casa e que voltem noutra incorporação quando estiverem tratados para acabar o curso.


Ainda assim o que estamos a retratar neste tópico é uma outra dualidade de critérios que vocês parecem querer ignorar e aí já não se queixam, que foi o de esta mulher em fase final de curso ser PIOR tratada que os camaradas, e pagou caríssimo por isso. É muito mais vergonhoso o que fizeram com ela do que aceitar que mulheres façam menos flexões que um homem.
 

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HSMW

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Re: Uma aspirante de Infantaria foi sujeita a praxes violentas
« Responder #57 em: Outubro 15, 2010, 08:54:11 pm »
Citação de: "Malina"
Ainda assim o que estamos a retratar neste tópico é uma outra dualidade de critérios que vocês parecem querer ignorar e aí já não se queixam, que foi o de esta mulher em fase final de curso ser PIOR tratada que os camaradas, e pagou caríssimo por isso.

Mas isso não é ignorado, só não há discussão porque as opiniões são consensuais! Eu sou anti-praxe! Só participei nisso uma vez e ao curso logo depois do meu.

Sobre as "machas", verdade que há mulheres que são excepções mas são tão poucas e as que conheço são autênticos homens!
 Malham 3 "mines" enquanto ainda vou na 1ª. E ainda arrotam no fim.  E que curiosamente também gostam de mulheres... :?


E se eu lhe disser que tinha EXACTAMENTE a mesma opinião que você sobre as mulheres na tropa?
Até ter ido para lá...
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andrefx

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Re: Uma aspirante de Infantaria foi sujeita a praxes violentas
« Responder #58 em: Outubro 16, 2010, 12:12:34 am »
Eu sinseramente faz-me confusao como é possivel alguem querer ir para a tropa nos dias de hoje!!!
A tropa tá boa é para as mulheres... Sempre dão alguma beleza ao estado das Forças Armadas. Tem de existir uma revoluçao na tropa aquilo tá um antro de  :G-beer2:
 

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corapa

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Re: Uma aspirante de Infantaria foi sujeita a praxes violentas
« Responder #59 em: Outubro 16, 2010, 10:08:07 am »
Voltando a este tópico,  mais uma vez começo por dizer que opiniões todos nós temos direito e independentemente de concordarmos ou não com as dos outros, devemos primeiro respeita-las.

Começando pelo assunto do tópico, a praxe da aspirante TPO:
eu sou a favor da praxe, já praxei e se já não o faço hoje em dia é porque no posto que tenho isso não tem cabimento lógico.
Agora há que distinguir a praxe saudavel, que é feita como "ritual" de integração, utilizado em vários meios e culturas e como tal tambem no meio militar, sem recurso a violência fisica ou psicologica, com a brutalidade e o total desrespeito pela condição humana e neste campo, sou completamente contra o que se passou.
Há muitas maneiras para fazer chumbar um aluno, porque afinal era disso que se tratava.

Em relação ao "velho tema" das mulheres nas FFAA,(e neste caso particular do Exército porque é o que eu conheço, pois nele sirvo desde 1987) quem esta dentro da instituição tem lógicamente uma visão realista do assunto, porque lida diariamente com ele, muitos desde a sua própria formação, até ao normal serviço orgânico.
Quem nunca esteve dentro da instituição terá tambem a sua própria visão, mais idealista, de como deverá ser a realidade, o que não quer dizer que esteja errada, mas que provavelmente não corresponde há realidade.
E neste caso pelo que tenho lido, tenho a ideia ( e corriga-me s eestiver errado) que a Malina não é nem nunca foi militar, daí ter a sua visão das coisas, que como referi, não quer dizer que esteja errada, mas sim desenquadrada do que se passa dentro do Exército.
E não é por ouvir contar por um amigo/a que lá esta ou esteve que fica a perceber, pois há coisas que só vendo e vivendo no dia-a-dia se percebem e, mas uma vez digo, quem esta na instituição, percebe o que eu estou a dizer, quem não está ficará sempre com uma ideia diferente, mesmo que ligeira.
Dou desde 1996 formação a homens e mulheres, em diferentes áreas e tenho lógicamente a minha própria visão do assunto, fruto da minha experiência como formador, mas tambem como parte que trabalha diarimente com elas, tanto cá como em outros TOs em FND que participei.
E sabendo que há e haverá sempre excepções à regra, elas são poucas e não tem expressão numérica num contexto de cerca de 20000 militares que tem o Exército.
Posso acrescentar, sem qualquer machismo, mas como referi fruto da minha experiência, que se dependesse de mim, não haveria mulheres em Infantaria, sejam oficiais, sargentos ou praças.
Por várias razões fisicas, psicologicas, fisiologicas ou outras quaisqueres que se queiram enunciar.
E isto não quer dizer que não haja mulheres que não consigam, não sejam competentes, ou não sejam melhores do que muitos homens, porque felizmente as há.
Apenas que junto com estas muito poucas excepções, vão outras, que o sistema permite e por vezes obriaga, que não conseguem atingir esses mesmos patamares e que levam a que se tenha depois que trabalhar com elementos que não tem a minima capacidade para cumprir a missão principal para o qual foram preparadas - comandar e/ou integrar unidades de infantaria desde a esquadra ao pelotão.

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