Vídeo em que o fuzileiro terá matado a tiro iraquiano ferido

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papatango

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« Responder #15 em: Novembro 18, 2004, 02:52:14 pm »
Caro miguel.

Acho que você tem que ler muito livrinho sobre as guerras de Portugal em África.

Tropas de elite?

Você sabe quantos Zés, foram mandados, desde Bragança ou Vila Real, para África?

Gente que nunca tinha visto o mar, analfabetos, submetidos a uma recruta de choque em Mafra, metidos num barco, e despejados nas picadas de África com uma G-3 e uma frase: Agora desenrasca-te!

Tropa, de elite. Por amor de Deus.
Em Africa não lutámos com tropas de elite homem, lutamos com "gente de pé descalço". Que fez o que lhe mandaram. Desenrascou-se. E, por causa do clima, da mistura entre frio e calor, por causa da história, ou por causa da água, nesta terra criaram-se pessoas que quando a coisa fica preta, têm esta capacidade de "desenrascanço".

Se fosse pelas tropas de elite - que existiram - têm o seu mérito e ninguém lhes quer tirar esse mérito, tinhamos durado em África aquilo que toda a gente apostava que durariamos depois de começar o conflito: Seis meses.

A guerra é uma coisa feia. Podre, má. Os mortos cheiram mal. Em Africa, seis horas depois de morto, já é dificil estar ao pé de um corpo, por causa do cheiro. Uma semana depois, se não tiver sido comido pelas hienas ou pelos abutres, (dependendo do lugar) já não resta grande coisa porque os vermes já consumiram grande parte do corpo.

Estamos num fórum a discutir caracteristicas técnicas de armas, damos as nossas preferências, argumentamos, até falamos de estética, sobre qual caça ou tanque é mais bonito, mas esquecemo-nos de que falamos de coisas, que para lá da estética, têm como objectivo, se necessário, rebentar com pessoas vivas, esventra-las, decepar-lhes as cabeças, desfigura-las.

Nas guerras mata-se e morre-se. Se eu souber que algum tipo, que minutos antes me tentou matar, se está a fingir de morto, para quando eu voltar as costas me dar um tiro, que ninguém tenha a mais pequena duvida. Antes ele que eu.

há no mundo islamico uma ideia de que o Ocidente é decadente. Está prestes a cair no meio da "decadência moral de costumes". É a ideia que é divulgada pelos Mulahs nas mesquitas.

Eles estão errados. O ocidente não se impôs no mundo por causa das suas grandes ideias e do altruismo. O ocidente impôs-se porque quando necessário, foi capaz da mais cruel violência. Eles não entendem isso. Tomam a nuvem por Juno. Dentro de cada pessoa que defende os direitos Humanos, os direitos das mulheres, ou os direitos das minorias, porque isso é moralmente defensável, também está alguém, que se se vir ameaçado, reagirá violentamente.

Por isso, não acho nada de estranho nas imagens, embora, como qualquer um também as ache chocantes. O que vimos, foi apenas um "puto" com uma arma, depois de horas de stress, de tiros, de ruido ensurdecedor, de tentar escapar vivo ás armas de uns tipos que berram pelo seu "Deus" e que juram matá-lo.

É facil criticar, do conforto das nossas salas, mas pensar parece que é mais dificil. Quanto ao julgamento do fuzileiro, quem for capaz, que atire a primeira pedra. Eu, confesso que não sou capaz de atira-la.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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JLRC

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« Responder #16 em: Novembro 18, 2004, 03:19:44 pm »
Caros amigos Miguel e Papatango

Não percam a razão ao cairem em extremismos opostos. É claro que Wyriamu aconteceu mesmo e tentar escondê-lo é fazer o mesmo que os apoiantes do gringos fazem ao tentarem desculpabilizar o marine. Só seremos grandes se soubermos reconhecer os nossos erros e pedirmos humildemente perdão por eles. Julgo que não viram a reportagem da SIC com o comandante do pelotão que fez o massacre de Wyriamu, feita em Moçambique, primeiro na Beira e depois em Tete e Wyriamu, em que ele descreveu "tim-tim por tim-tim", com todos os pormenores horripilantes, como o massacre se realizou, acabando a reportagem com ele a pedir perdão aos habitantes do aldeamento pelo mal que lhes tinha feito. A reportagem incluíu também depoimentos de sobreviventes do massacre e de descendentes de vítimas. Foi impressionante, até porque o massacre deu-se quando eu cheguei a Moçambique e entre o pessoal combatente, falava-se já no massacre, embora não se soubessem os pormenores.
Quanto à questão de quererem desculpabilizar o marine com o stress, só pode ser gozo. O stress quando muito pode é fazer vir à superfície os recalcamentos e os instintos mais primários e selvagens que uns têm e não controlam (e poderão deixá-los vir à superfície noutras circunstâncias, violência conjugal por exemplo) e outros controlam porque são bem formados. O soldado em questão é um assassino e como tal deve ser encarado. Matou ali, mas poderia ter matado antes ou poderá fazê-lo depois e vir a ser mais um número da estatística criminal norte-americana. Mas que é intrinsecamente um assassino, disso não tenho dúvidas, só que se revelou ali. Só depois de aceitarmos isto é que poderemos partir para um tratamento psiquiátrico e tentar recuperá-lo.
Cumpts
 

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papatango

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« Responder #17 em: Novembro 18, 2004, 04:06:09 pm »
RE:Wiriamu.
Eu não pretendo negar a existência de absolutamente nada.
Aliás o que digo é que Wiriamu, não foi muito diferente de outros acontecimentos. O que refiro é que tenho ideia de um religioso inglês ter admitido que era tudo mentira, ou que as provas apresentadas para provar que tinha ocorrido, eram falsas.
Isto não implica que não tenha havido nada, apenas implica que a versão contada à comunicação social, era mentira. O Wiriamu da TV teria sido encenado. Atenção que isto é especulação minha, pois não me lembro bem. Portanto há que ver as coisas no contexto.

Eu também acho que não devemos negar o óbvio, mas estou a pensar na comunicação social, e no poder desta, e na complexidade de emoções num campo de batalha. Em todo o lado à pessoas com o dedo mais leve para o gatilho. Aquilo que lhe digo, por experiências que me foram relatadas por pessoas que estiveram em África, é que quanto mais tempo se está sob pressão, mais leve vai ficando o dedo.

Eu não estou a justificar nada, estou apenas a explicar quais as razões que podem estar por detrás do sucedido. Estas coisas ocorrem numa guerra e fazem parte dela. O outro lado, como se sabe, rapta civis para os degolar.

A verdade é que também não sabemos se o rebelde “morto”, estava de facto mesmo vivo. Não conhecemos os pormenores. Embora haja que reconhecer que contado da forma que todos conhecemos, é reprovável.

É reprovável, mesmo sabendo, que algum daqueles rebeldes, poderia ser um dos que cortou à facada, a cabeça de civis inocentes.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Miguel

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« Responder #18 em: Novembro 18, 2004, 05:00:59 pm »
compatriotas,

se portugal fosse, invadido eu utilizaria todos os meios possiveis, para fazer recuar o inimigo, eu faria sabotems, guerrilha, raptos para obter informações claro! alias o CIOE treina forças para esse eventualidade, agora apregunto-lhes seria resistente verdade?
para o inimigo o que seria  :wink:
alias todos nos, temos o dever de  defender o nosso pais activamento e passivamento.

cumprimentos
 

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fgomes

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« Responder #19 em: Novembro 18, 2004, 05:25:48 pm »
Cuidado com as confusões sobre as "Resistências". Compara-se muitas vezes a "resistência" iraquiana com as RESISTÊNCIAS que houve nos países europeus ocupados pelos nazis, mas acho essa comparação além de errada, perfeitamente obscena. Que eu saiba o principal alvo eram as forças de ocupação e os colaboracionistas e não a população civil. Pode ter havido abusos e desvios, mas que se saiba nenhuma destas organizações matava sistemáticamente civis inocentes, pelo contrário na medida do possível tentava defender a população civil.
Portanto se Portugal fosse invadido, acho que deveríamos resistir, mas nunca chegar ao vale tudo e começar a atacar os ocupantes não olhando às baixas que isso provocaria na nossa população civil.
 

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« Responder #20 em: Novembro 18, 2004, 06:28:29 pm »
Citação de: "miguel"
Citação de: "papatango"
Wiriamu.
Não é aquele caso em que uma organização religiosa organizou tudo?

mas que saiba nunca vimos um soldado nosso fazer o que fez o Marine!



Meu caro amigo miguel, li neste forum há algum tempo que um "turra" foi mandado de uma avioneta em pleno voo. Claro que ninguém filmou isso, a imprensa portuguesa naquela altura era outra coisa.

PS- O "turra" não tinha páraquedas.
 

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[PT]HKFlash

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« Responder #21 em: Novembro 18, 2004, 06:30:38 pm »
Citação de: "miguel"
compatriotas,

se portugal fosse, invadido eu utilizaria todos os meios possiveis, para fazer recuar o inimigo, eu faria sabotems, guerrilha, raptos para obter informações claro! alias o CIOE treina forças para esse eventualidade, agora apregunto-lhes seria resistente verdade?
para o inimigo o que seria  :)  O meu avô foi caçador especial durante o ultramar. Penso que não será má ideia seguir as pegadas dele. :)
 

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Miguel

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« Responder #22 em: Novembro 18, 2004, 06:46:35 pm »
Citação de: "[PT
HKFlash"]

Por acaso estou interessado e juntar-me ao CIOE. :)


 :wink: e uma boa iniciativa PT

cumprimentos
 

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papatango

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« Responder #23 em: Novembro 18, 2004, 07:45:13 pm »
Esqueci-me de dizer relativamente aos terroristas árabes (nem sempre iraquianos, porque não estão a lutar contra o invasor) que se trata de gente que depois de vencida, em muitas ocasiões, se finge de morta, para depois, na presença dos americanos, fazer explodir uma ou mais granadas de mão.

= = = =

Se o nosso país fosse invadido, naturalmente sería nossa obrigação defende-lo.
Mas se terroristas estrangeiros, começassem a matar portugueses e a fingir-se de "patriotas" apenas para justificar os seus fins, esses terroristas nunca poderiam ser promovidos a portugueses.

Lembro que, muitos dos terroristas que vemos actuar, nem sequer são iraquianos. São estrangeiros vindos da arábia, do Yemen e de outros lugares, para morrer e matar ocidentais, sejam ou não inocentes.

Um terrorista islâmico é sempre um terrorista. Assassina porque quer, vive e morre para isso.

Não tem nada de digno, não luta pela pátria, não luta pela familia, não luta por nada a não ser por uma ideia fanática de Islão que quer impôr á força aos outros.

Cumprimentos
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« Responder #24 em: Novembro 18, 2004, 07:50:08 pm »
Isto de ser chamado PT é estranho. É que PT é Portugal. :wink:
 

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[PT]HKFlash

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« Responder #25 em: Novembro 18, 2004, 07:59:14 pm »
Citação de: "papatango"
Caro miguel.

Acho que você tem que ler muito livrinho sobre as guerras de Portugal em África.

Tropas de elite?

Você sabe quantos Zés, foram mandados, desde Bragança ou Vila Real, para África?

Gente que nunca tinha visto o mar, analfabetos, submetidos a uma recruta de choque em Mafra, metidos num barco, e despejados nas picadas de África com uma G-3 e uma frase: Agora desenrasca-te!

Tropa, de elite. Por amor de Deus.
Em Africa não lutámos com tropas de elite homem, lutamos com "gente de pé descalço". Que fez o que lhe mandaram. Desenrascou-se. E, por causa do clima, da mistura entre frio e calor, por causa da história, ou por causa da água, nesta terra criaram-se pessoas que quando a coisa fica preta, têm esta capacidade de "desenrascanço".

Se fosse pelas tropas de elite - que existiram - têm o seu mérito e ninguém lhes quer tirar esse mérito, tinhamos durado em África aquilo que toda a gente apostava que durariamos depois de começar o conflito: Seis meses.

A guerra é uma coisa feia. Podre, má. Os mortos cheiram mal. Em Africa, seis horas depois de morto, já é dificil estar ao pé de um corpo, por causa do cheiro. Uma semana depois, se não tiver sido comido pelas hienas ou pelos abutres, (dependendo do lugar) já não resta grande coisa porque os vermes já consumiram grande parte do corpo.

Estamos num fórum a discutir caracteristicas técnicas de armas, damos as nossas preferências, argumentamos, até falamos de estética, sobre qual caça ou tanque é mais bonito, mas esquecemo-nos de que falamos de coisas, que para lá da estética, têm como objectivo, se necessário, rebentar com pessoas vivas, esventra-las, decepar-lhes as cabeças, desfigura-las.

Nas guerras mata-se e morre-se. Se eu souber que algum tipo, que minutos antes me tentou matar, se está a fingir de morto, para quando eu voltar as costas me dar um tiro, que ninguém tenha a mais pequena duvida. Antes ele que eu.

há no mundo islamico uma ideia de que o Ocidente é decadente. Está prestes a cair no meio da "decadência moral de costumes". É a ideia que é divulgada pelos Mulahs nas mesquitas.

Eles estão errados. O ocidente não se impôs no mundo por causa das suas grandes ideias e do altruismo. O ocidente impôs-se porque quando necessário, foi capaz da mais cruel violência. Eles não entendem isso. Tomam a nuvem por Juno. Dentro de cada pessoa que defende os direitos Humanos, os direitos das mulheres, ou os direitos das minorias, porque isso é moralmente defensável, também está alguém, que se se vir ameaçado, reagirá violentamente.

Por isso, não acho nada de estranho nas imagens, embora, como qualquer um também as ache chocantes. O que vimos, foi apenas um "puto" com uma arma, depois de horas de stress, de tiros, de ruido ensurdecedor, de tentar escapar vivo ás armas de uns tipos que berram pelo seu "Deus" e que juram matá-lo.

É facil criticar, do conforto das nossas salas, mas pensar parece que é mais dificil. Quanto ao julgamento do fuzileiro, quem for capaz, que atire a primeira pedra. Eu, confesso que não sou capaz de atira-la.

Cumprimentos


Eu simplesmente não poderia estar mais de acordo! Concordo a 100%.

Criticar e falar é fácil, e o treino nunca recria totalmente a realidade, ás vezes até ao contrário, porque no treino não se morre, o que faz com que os soldados se sintam mais (mas não muito mais) á vontade. (a menos que seja por acidente claro)
 

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Luso

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« Responder #26 em: Novembro 18, 2004, 10:00:28 pm »
Citar
Isto de ser chamado PT é estranho. É que PT é Portugal.


PT!

Quereis ver que...  :shock:  :mrgreen:



Só para desanuviar...
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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dremanu

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« Responder #27 em: Novembro 18, 2004, 10:23:50 pm »
O unico erro do "marine" foi ter dado o tiro na frente da câmera. Devia ter esperado que o reporter saí-se do prédio, e então "dispachava" o outro desta para a melhor.

Se o acto é condenável ou não, depende da forma como se olha para a situação. Por um lado é, porque se o outro estava ferido e incapaz de continuar a lutar, é humano prestar socorro e ter mesiricórdia para com outro ser humano. No entanto, e sabendo que a maioria daqueles gajos, se tiverrem a oportunidade, não têm misericórdia nenhuma para com nenhum dos soldados americanos, então mais vale a pena acabar com mais um possível inimigo.

E essa estória dos Lusos serem mais "humanos" nas guerras em que lutamos é fantasia. Já ouvi com cada episódio do que se passou em África. Já ouvi estórias dos soldados Portuguêses entrarem em vilas/aldeias no meio da selva ou sanzala e matar tudo o que encontravam pela frente, homens, mulheres, crianças, e animais, não sobrava nada.

E é claro que se Portugal fosse ocupado, a resistência portuguesa nunca iria incluir a matança de civís Portugueses, por parte de Portugueses. Aliás, em toda a nossa história, nunca ouvi falar de Portugueses a matar Portugueses a favor de tropas estrangeiras. Acho que sempre foi o contrário, pudemos guerrear uns contra os outros aqui dentro do país, mas na altura em que existe uma ameaça externa o país une-se de norte a sul e às ilhas para lutar em conjunto na defesa da nossa terra. E não é só os homens, inclui as mulheres também, há que não esquecer da nossa padeira. :-)

"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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fgomes

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« Responder #28 em: Novembro 20, 2004, 07:04:28 pm »
Aqui vai um link com um artigo interessante sobre este assunto:

http://www.slate.com/id/2109904/