Equipamento a oferecer à Ucrânia

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asalves

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Re: Equipamento a oferecer à Ucrânia
« Responder #570 em: Fevereiro 03, 2023, 04:51:12 pm »
https://sol.sapo.pt/artigo/791623/costa-bloqueia-tanques
Costa bloqueia tanques
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Ao contrário do que foi dito por João Cravinho e Helena Carreiras, Portugal não vai mandar tanques Leopard 2 para a Ucrânia. A decisão é de António Costa e os motivos não são explicados. Trata-se de veículos de elevada complexidade tecnológica, de manutenção muito difícil, e cujas munições custam uma fortuna e escasseiam no mercado.

O chefe do Governo recusou o envio para a Ucrânia de carros de combate Leopard 2, do Exército português, mostrando-se apenas disponível para Portugal dar formação a ucranianos nesse domínio – soube o Nascer do Sol de fonte militar.

António Costa contraria, assim, as primeiras declarações de João Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros, que disse que Portugal iria fornecer os Leopard à Ucrânia. Seria também esta a intenção da ministra da Defesa, Helena Carreiras, que no entanto, perante a negativa do primeiro-ministro, acabou por anunciar que a decisão seria tomada mais tarde.

As Forças Armadas desconhecem os motivos do bloqueio de António Costa, especulando-se em meios castrenses que podem ir desde a vontade de não hostilizar mais Moscovo até razões de ordem meramente orçamental, dados os custos envolvidos na operação.

Refira-se que a maioria dos 37 veículos existentes em Portugal – estacionados no campo militar de Santa Margarida – não estão operacionais por falta de peças sobressalentes. É que, apesar de terem sido adquiridos em segunda mão aos Países Baixos, pertencem à gama mais avançada de Leopard 2 (o modelo A6), sendo tecnologicamente muito complexos. Além disso, o Exército não tem nem nunca teve uma única munição real para os blindados dispararem, mas apenas munições de treino.

             

As dificuldades da manutenção

O envio de tanques Leopard 2 para ajudar a Ucrânia a resistir à invasão russa foi decidido na semana passada numa reunião do chamado grupo de Ramstein – um conjunto de meia centena de países aliados de Kiev (do qual Portugal também faz parte), que têm estado a articular formas de apoiar militarmente os ucranianos.

A deliberação foi tomada depois de Berlim, sob pressão dos aliados, ter abandonado as suas reticências ao envio dos Leopard 2, uma vez que os outros países com o mesmo tipo de blindados  careciam, contratualmente, da luz verde da Alemanha, como fabricante e proprietária da patente, para poderem reencaminhar os tanques para um país terceiro.

O Leopard 2 é considerado o carro de combate que melhor se adequa às necessidades do exército ucraniano, num momento em que se anuncia uma nova ofensiva russa em larga escala, e daí a pressão exercida por Volodymir Zelensky sobre o Ocidente para aprovar e apressar o envio.

O modelo A6, em particular, com a sua alta tecnologia, é considerado o melhor carro de combate do mundo, nomeadamente em termos de capacidade e precisão de tiro (mantém a torre de artilharia estável, mesmo com os balanços da viatura em movimento).

Mas – dizem os militares portugueses que já experimentaram o veículo – a elevada sensibilidade dos seus sistemas (que não podem estar parados, sob risco de degradação e necessidade de recarregamento energético, como acontece com os carros que estão em Santa Margarida), implica uma assistência permanente, pelo que o Leopard 2 só tem sucesso assegurado quando acompanhado de um complexo aparelho de manutenção.

 

Os motivos da resistência alemã

Terá sido essa a razão da relutância germânica em fornecer o equipamento, segundo a mesma fonte militar. «Devido às exigências que têm os Leopard 2, e ao facto de não haver em stock peças sobressalentes para a sua manutenção, estes carros de combate podem começar a parar na frente de combate ucraniana, o que irá deixar mal a Alemanha, e daí talvez a explição para a resistência alemã ao seu fornecimento» – disse a nossa fonte, e acrescentou: «Não é só Portugal. Todos os países que têm os Leopard 2 estão com o mesmo problema, até a própria Alemanha. Não há um sistema de alimentação contínua de componentes, por serem demasiado caras, e a fábrica [a alemã Krauss-Maffei Wegmann – KMW] não consegue manter-se em produção permanente, uma vez que os países com blindados Leopard [um grupo designado LEOBEN, com 18 membros, quase todos europeus] não fazem requisição regular de peças. Por vezes, a fábrica pára, e é quando o grupo LEOBEN se reúne para discutir a falta de peças que a produção é retomada, desde que as encomendas sejam em quantidade significativa».

Para o mesmo militar, a opção pela entrega dos Leopard 2 à Ucrânia representa um pesado fardo para a Alemanha, devido à cobertura que Berlim tem de fazer a toda a operação por forma a evitar o seu fracasso: «A tecnologia deste carro de combate torna-o dificilmente sustentável, a não ser em operações em que os alemães estejam diretamente envolvidos, porque levam o sistema de manutenção atrás. É preciso oficinas muito especializadas, e não sei como os alemães vão fazer tanto com as peças sobressalentes como com os equipamentos específicos. Será que os ucranianos têm técnicos capazes de fazer a manutenção (de formação muito mais demorada do que um operador do Leopard 2) ou a Alemanha terá de mandar para lá gente especializada? Ou, ainda, os carros terem de voltar a sair de território ucraniano para serem revistos? É que, se os alemães forem à Ucrânia para garantir a manutenção, isso pode ser interpretado como um novo patamar na guerra. Seja como for, os alemães ainda não sabem quanto é que tudo isto lhes vai custar. Mas só eles podem resolver a questão. Têm a faca e o queijo na mão».

 

Portugal não tem uma única munição

Provavelmente, para alimentar a intervenção dos Leopard 2 na Ucrânia, a KMW terá de reabrir em plena laboração. O mesmo acontecerá para a produção das munições para os carros de combate, que são de fabrico específico. E essa poderá constituir outra das razões para o Governo português não avançar para o fornecimento dos tanques. «Nós até podíamos oferecer quatro ou cinco carros, mas nem temos munições. São caríssimas. As mais baratas custam 10 mil euros cada. Um carro de combate na Ucrânia dispara para aí 60 tiros por dia. Agora, imagine-se 300 carros [o número pedido por Zelensky] a fazerem tiro. Quem é que produz munições? Se os 300 carros dispararem 40 munições por dia, é fazer as contas [120 milhões de euros]. Imagine-se ao ano [quase 44 mil milhões de euros]! Mesmo que sejam 100 Leopard 2, que deve ser o máximo que se vai conseguir, porque os países estão a tentar fugir de uma vergonha. Se um carro pára por avaria e não há peças, fica abandonado. E há o medo de os carros caírem nas mãos dos russos, que descobririam logo os sistemas de alta segurança de que são equipados. Lá se ia o segredo. Basicamente, pode-se dizer que são bons carros para uma parada militar».

 

Espanha manda ‘sucata’

O jornal madrileno El País, citando fontes governamentais não identificadas, diz que a Espanha enviará para a Ucrânia quatro a seis Leopard 2 A4 (de um conjunto de 200, que possui parados há mais de 20 anos). Trata-se de um modelo tecnologicamente inferior ao português (que o país vizinho também possui, mas de que não quer abrir mão), o qual é classificado pela fonte do Exército como «sucata».

Por seu turno, Lisboa mostra-se disponível para enviar mais um lote de 14 carros blindados de lagartas para transporte de tropas M113, de fabrico norte-americano, à semelhança do que já fez com o mesmo tipo de veículos na primavera passada, e que se encontram prontos a seguir viagem. Em Santa Margarida existem cerca de 135 veículos deste tipo, que não têm grandes problemas de manutenção e dispõem de motores com poucas horas de funcionamento. «Levam uma pintura e estão prontos», resume a fonte militar.

Portugal está ainda em vias de oferecer à Ucrânia oito geradores de grande capacidade para produção de energia elétrica, mais um lote de munições de 120 mm e duas toneladas de equipamento médico e sanitário (de que já seguiu parte na terça-feira por via aérea).

Quanto à formação de pessoal ucraniano por técnicos portugueses, para o uso do Leopard 2, ainda está por decidir se terá lugar em Portugal ou na Ucrânia.

Destaco:
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«Nós até podíamos oferecer quatro ou cinco carros, mas nem temos munições. (...)

Custa-me tanto saber da confirmação disto, ... as vezes concordo com os que dizem que mais vale vender tudo e não ter nada que no final apenas sai mais barato.
 

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dc

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Re: Equipamento a oferecer à Ucrânia
« Responder #571 em: Fevereiro 03, 2023, 05:46:20 pm »
Sabendo agora disto, a questão acaba por ser como é que nunca nenhum oficial ou alguém de responsabilidade, veio reclamar desta situação inadmissível. Só quando foi aquela questão em torno da cadeia de comando é que reclamaram.

E agora dá cada vez mais gozo relembrar aquelas afirmações do Cravinho e companhia, quando se dizia que Portugal estava preparado para responder a qualquer necessidade.
 
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Re: Equipamento a oferecer à Ucrânia
« Responder #572 em: Fevereiro 03, 2023, 06:12:25 pm »
Sabendo agora disto, a questão acaba por ser como é que nunca nenhum oficial ou alguém de responsabilidade, veio reclamar desta situação inadmissível. Só quando foi aquela questão em torno da cadeia de comando é que reclamaram.

E agora dá cada vez mais gozo relembrar aquelas afirmações do Cravinho e companhia, quando se dizia que Portugal estava preparado para responder a qualquer necessidade.

Então mas o ex CEME não sabia que os CC estavam com as limitações de operacionalidade com o elevado número de blindados INOP e como se não bastasse fomos comprar 37 CC há uns quinze anos e até à data nao compramos sequer umas dezenas de munições reais  ?

Então pergunto eu para que servem estes carros de combate ??
Para que os compraram ??
Não haja dúvida que a Defesa Nacional está mesmo bem entregue.
Esta notícia demonstra que não temos qq meio credivel no Exército pronto para Combate.

Quando este " Exército " nem consegue manter e equipar 37 CC está tudo dito.

É um completo Embuste e uma Farsa esta instituição que se diz herdeira dos pergaminhos dos nossos Antepassados guerreiros, envergonhando-os continuamente .
Os Irresponsáveis Politicos e Altas chefias Militares deviam ter vergonha e ser Responsabilizados pelo estado decrépito a que o Exército e Restantes Ramos chegaram !!

Afinal srmpre vou tendo razão: os CC não nos fazem falta rigorosamente nenhuma, são uma inutilidade operacional.
Mantenho a minha opinião que seria muito mais útil em vez destes CC se tivessemos um BiMec(L) equipado nem que fosse com Pizarros !

Abraços
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Re: Equipamento a oferecer à Ucrânia
« Responder #573 em: Fevereiro 03, 2023, 06:21:33 pm »
Ainda por cima os Leopard eram o único meio que se podia dizer com capacidade dissuasora em todo o Exército, e agora com a soma das notícias do estado da frota e da falta de munições reais, vemos que é um "tigre de papel", e que na prática, todo este Exército não serve para nada mais que operações contra-insurgência e similares.

Mas é bom que continuem a vir mais notícias (verdades) destas ao de cima. É preciso isto vir a público para que haja alguma hipótese de um dia ser corrigido. E como já várias pessoas disseram, se não for corrigido agora, com guerra na Europa e escândalos destes uns atrás dos outros, então nunca será!
 
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Re: Equipamento a oferecer à Ucrânia
« Responder #574 em: Fevereiro 03, 2023, 06:38:06 pm »
Ainda por cima os Leopard eram o único meio que se podia dizer com capacidade dissuasora em todo o Exército, e agora com a soma das notícias do estado da frota e da falta de munições reais, vemos que é um "tigre de papel", e que na prática, todo este Exército não serve para nada mais que operações contra-insurgência e similares.

Mas é bom que continuem a vir mais notícias (verdades) destas ao de cima. É preciso isto vir a público para que haja alguma hipótese de um dia ser corrigido. E como já várias pessoas disseram, se não for corrigido agora, com guerra na Europa e escândalos destes uns atrás dos outros, então nunca será!

Mesmo se existissem munições reais para os CC o seu ridiculo numero seria uma limitação operacional inultrapassável e proibitiva para o seu uso.
Quando refiro vezes sem conta que o empenho de um meio extremamente valioso, em termos de poder de choque, como um CC obriga o Exército a possuir um numero nunca inferior a um GCC;
Com unidades de reserva;
Possuir unidades de recuperação; Possuir lança pontes;
Possuir um sistema ACar moderno; Possuir um shorad adequado;
Possuir uma infantaria em numero suficiente, treino e equipada com uma VBCI moderna.
Quando afirmo isto alerto para as valencias que este exército nao domina e que são determinantes como apoios aos CC e que existem em todos os Exercítos que os possuem.

Mas, por cá continuam os Expertos a manter no inventário do Exército uns CC que nada acrescentam às quases nulas capacidades de combate actuais da BriMec, e isto porque ficam bem na fotografia quando se exercitam a nivel de pelotão no CMSM, e para alegria e gáudio do nosso generalato de pacotilha.

Abraços
« Última modificação: Fevereiro 03, 2023, 06:45:11 pm por tenente »
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Re: Equipamento a oferecer à Ucrânia
« Responder #575 em: Fevereiro 03, 2023, 06:53:06 pm »
Os Leopard não só deviam ser mais, como deviam ter as respectivas munições, como a restante BrigMec devia estar equipada de forma adequada ao seu acompanhamento e protecção/apoio. Infelizmente, a situação além de péssima, não mostra quaisquer sinais de melhorar, por isso acabo por ter que concordar que mais vale acabar de vez com aquilo, e reforçar outras valências.
 

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Re: Equipamento a oferecer à Ucrânia
« Responder #576 em: Fevereiro 03, 2023, 07:12:27 pm »
Não me acredito que não tinhamos munição real
Desculpem mas não pode ser verdade
 

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Re: Equipamento a oferecer à Ucrânia
« Responder #577 em: Fevereiro 03, 2023, 08:01:55 pm »
Não me acredito que não tinhamos munição real
Desculpem mas não pode ser verdade

Acredita que é verdade !
Nem viaturas lança pontes para eles há, nem viaturas de recuperação para frota existem e os CC já foram comprados há quinze anos !!!

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Re: Equipamento a oferecer à Ucrânia
« Responder #578 em: Fevereiro 03, 2023, 08:11:03 pm »
Os Leopard não só deviam ser mais, como deviam ter as respectivas munições, como a restante BrigMec devia estar equipada de forma adequada ao seu acompanhamento e protecção/apoio. Infelizmente, a situação além de péssima, não mostra quaisquer sinais de melhorar, por isso acabo por ter que concordar que mais vale acabar de vez com aquilo, e reforçar outras valências.

Estão a tapar o sol com uma peneira.
É por situações deste calibre que as três brigadas estão na situação que estão sem efectivos, PRAÇAS, e com equipamentos e armamentos colectivos insuficientes, inadequados e obsoletos !

A miséria dos meios de combate e a Falta de PRAÇAS contrasta com o elevadíssimo número de sargentos e oficiais, especialmente os Generais !

Neste Exército existem 6.000, oficiais e sargentos para um total de apenas 7.500 PRAÇAS, será preciso mais algum comentário?

Abraços
« Última modificação: Fevereiro 03, 2023, 08:13:04 pm por tenente »
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Icterio

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Re: Equipamento a oferecer à Ucrânia
« Responder #579 em: Fevereiro 03, 2023, 08:32:11 pm »
Por lapso, coloquei este post no tópico errado - "Finalmente: Leopard II para Portugal", mas o objectivo era escrever aqui.

Não sei ao certo o preço de uma munição APFSDS de 120mm mas se for 10000$ não me admirava nada.

No entanto, as munições mais usadas serão sempre as de alto-explosivo (HE), na Ucrânia, por exemplo, é raro existir combates entre tanques.  Normalmente, só 5-7% do complemento das munições são específicas anti-tanque (APDS ou APFSDS, etc).  Outra boa solução são munições de duplo emprego; como as HEAT-MP.  Nesse sentido, as munições mais usadas, as HE, são uma fracção do custo das APFSDS (mas vou tentar descobrir o preço).

Outro "pormenor"; se bem me lembro, a vida útil de um canhão de 120mm são 1000 disparos, mas a partir dos 400 já se nota decréscimo da precisão.
E esses 1000 disparos incluem uma determinada percentagem de munições APFSDS (que desgastam muito mais o cano).

Esta deve ser uma das fotos mais publicadas do Leopard 2.  È um dos primeiros veículos de pré-serie quando foi entregue á escola em Munster.
 

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PTWolf

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Re: Equipamento a oferecer à Ucrânia
« Responder #580 em: Fevereiro 03, 2023, 09:12:42 pm »
Os Leopard não só deviam ser mais, como deviam ter as respectivas munições, como a restante BrigMec devia estar equipada de forma adequada ao seu acompanhamento e protecção/apoio. Infelizmente, a situação além de péssima, não mostra quaisquer sinais de melhorar, por isso acabo por ter que concordar que mais vale acabar de vez com aquilo, e reforçar outras valências.

Estão a tapar o sol com uma peneira.
É por situações deste calibre que as três brigadas estão na situação que estão sem efectivos, PRAÇAS, e com equipamentos e armamentos colectivos insuficientes, inadequados e obsoletos !

A miséria dos meios de combate e a Falta de PRAÇAS contrasta com o elevadíssimo número de sargentos e oficiais, especialmente os Generais !

Neste Exército existem 6.000, oficiais e sargentos para um total de apenas 7.500 PRAÇAS, será preciso mais algum comentário?

Abraços

Estou chocado. Onde se podem verificar esses numeros?
Obrigado
 

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papatango

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Re: Equipamento a oferecer à Ucrânia
« Responder #581 em: Fevereiro 03, 2023, 09:56:09 pm »
Algumas destas coisas deixam-me um bocado com ...

... azia

Mas não posso dizer que me surpreendem.

Noto que, quanto mais complexo e mais mecanizado e técnico é o exército, menor será o número de praças
Um numero de sargentos elevado não deveria espantar ninguém...

Há muitos anos atrás, disse ao meu comandante direto, que viria o dia em que o exército contrataria empresas de segurança para guardar o quartel, porque os soldados íam ser cada vez mais caros e ele riu-se.
Como também disse que eu estava a delirar com a possibilidade de refeições fornecidas por empresas privadas de catering.

Relativamente às munições de 120mm eu não sei que munição é que custa 10.000 (dolares ou euros) o custo que tenho normalmente por referência é que a munição de 120mm perfurante custa 5 a 6 vezes mais que uma munição standard de 155mm. Isto dá aproximadamente  4500 Euros por cada.

Pelo que sei e conheço e está publicado na internet sobre fornecimentos de munições, as munições de treino são as mais baratas e normalmente representam dois terços das encomendas feitas pelos exércitos.

Esta intervenção do Costa é estranha, mas ele lá terá as suas razões...
Inicialmente considerava-se que os países poderiam ceder aos ucranianos 10% dos seus efetivos.
Isto implicaria para Portugal, um total de quatro Leopard...

Os espanhóis cederem apenas quatro a seis Leopard-2A4 poderá ter alguma coisa a ver com isto, já que os espanhóis possuem mais de duas centenas de Leopard-2E.


Alguém só agora deve ter explicado ao Costa, que além dos quatro tanques que Portugal forneceria, só a Alemanha até ao momento se dispôs a fornecer um tanque tão sofisticado e com o alcance de tiro tão grande quanto o Leopard-2A6


É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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papatango

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Re: Equipamento a oferecer à Ucrânia
« Responder #582 em: Fevereiro 03, 2023, 10:04:50 pm »

Mas porque é que acham que há pessoas que defendem que os tanques em Portugal não fazem sentido ?
enfim ...

Faz-me lembrar quando eu estava na tropa, o pessoal que vinha da recruta em Santa Margarida, era capaz de explicar como funcionava o TOW mas nunca dispararam um. A única coisa que tinham visto eram videos, e nos treinos o único barulho era um click do disparo ...

E na altura, já havia gente a dizer que duvidava que o M113 flutuasse, porque entrava água quando chovia ...  :mrgreen:




Mas já agora... um pequeno aparte ...

Entre as razões de os espanhóis não enviarem mais carros de combate estará o facto de haver poucas munições, porque são muito caras ...
« Última modificação: Fevereiro 03, 2023, 10:15:50 pm por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Re: Equipamento a oferecer à Ucrânia
« Responder #583 em: Fevereiro 04, 2023, 07:17:13 am »
Então em que ficamos sr PM ¿?

Em menos de 24 horas a sua opinião passou de um redondo não para um sim ao fornecimento de alguns CC à UCRÂNIA ?

Os motivos quanto a mim estão relacionados com o facto dos Alemães, depois de terem conhecimento do estado  operacional miserável da frota leopard, terem autorizado o fornecimento de spares, que a Defesa não adquiriu por falta de verba e incompetência, para que se coloquem operacionais pelo menos, o mesmo numero de CC  que irão ser cedidos, mantendo-se assim a ridícula capacidade de continuarmos a ter operacionais apenas os 12/14 CC que actualmente possuimos.


O primeiro-ministro assegurou hoje que Portugal vai ceder às Forças Armadas ucranianas tanques Leopard 2 e adiantou que está neste momento em curso uma operação logística com a Alemanha para recuperação de alguns carros de combate


"Estamos neste momento a trabalhar para podermos ter condições de dispensar alguns dos nossos tanques. Sei quantos tanques serão [enviados para a Ucrânia], mas isso será anunciado no momento próprio", afirmou o líder do executivo.

De acordo com o primeiro-ministro, neste momento, Portugal está a trabalhar com a Alemanha para "permitir uma operação logística de fornecimento de peças, tendo em vista concluir a recuperação de alguns dos carros [de combate] que não estavam operacionais".

"Uma operação que se destina a ceder à Ucrânia alguns tanques, sem que, naturalmente, Portugal deixe de ter a sua capacidade militar intacta. Obviamente, Portugal tem também obrigações no quadro da NATO, que não podemos deixar de cumprir em termos de disponibilidade de equipamento para intervenções em caso de necessidade", advertiu.

Interrogado sobre a altura mais provável em que se poderá concretizar o envio desses tanques Leopard 2 para território ucraniano, António Costa observou que "o movimento que está em curso na Europa é no sentido de poder ter o conjunto desses meios disponibilizados até ao final de março".

Já sobre a controvérsia relacionada com o facto de vários destes tanques Leopard 2, adquiridos pelas Forças Armadas nacionais em 2007, estarem sem manutenção há muitos anos, o primeiro-ministro contrapôs que a expressão "muitos anos é um exagero".

"Alguns não estão operacionais e, por isso mesmo, temos de trabalhar simultaneamente com quem produz para assegurar a cadeia de abastecimento necessária, tendo em vista recuperar tanques que temos neste momento inoperacionais e podermos dispensar tanques operacionais, ficando nós com a nossa própria capacidade devidamente salvaguardada. É essa operação logística que está em curso", justificou.

Ainda sobre a questão da inoperacionalidade de alguns dos tanques Leopard 2, António Costa fez a seguinte observação: "Não é só nas peças de automóveis que há falta de componentes".

"Também para o equipamento militar tem havido falta de componentes. Essa operação logística está em curso e temos trabalhado de forma muito próxima com a Alemanha. Atempadamente, vamos conseguir dar a nossa contribuição para esse esforço coletivo de dotar a Ucrânia de melhores meios para a sua defesa", acrescentou

https://www.noticiasaominuto.com/pais/2185453/portugal-enviara-tanques-leopard-2-a-ucrania-assegura-costa

Este especialista em embustes é mesmo finório.

Abraços
« Última modificação: Fevereiro 04, 2023, 10:06:10 am por tenente »
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Re: Equipamento a oferecer à Ucrânia
« Responder #584 em: Fevereiro 04, 2023, 02:00:54 pm »
Que confusão e incompetência total

Antes da Alemanha aprovar publicamente ( já estava aprovado entre os países na minha opinião) falava-se em ajudar em treino e que talvez alguns nossos também fossem, com 2-4 praticamente certos

Depois a aprovação passa a ser pública e o Cravinho diz que vamos mandar

Depois diz que não

De seguida vem a questão de quantos estão operacionais, se estavam 4? ou 14? ou sei lá 50?

Depois a ministra lá apareceu e disse qualquer (nem me lembro o quê)

Finalmente o Costa bloqueia, ou pelo menos se disse isso ontem

Agora desbloqueia..........

A ministra nem vê-la

Incompetência total e mais nada....