Que fixação... o CEMA vai embora, fez o trabalho dele, está outro a vir, e a mudança esta a acontecer na Marinha. Esqueça o CEMA. É só a minha esperança.
Mas qual mudança pá. Falar em mudança implica uma mudança de mentalidade dentro das chefias militares e políticas, para que haja uma verdadeira capacidade militar nas FA, inclusive na Marinha. Avançar com programas que já estavam previstos na LPM, não é mudança, é o espectável e o mínimo dos mínimos que se exige.
Não creio ser difícil perceber este conceito.
Atrás de quem pede ninguém corre.
Sei que sou um sonhador (não tenho qualquer relação com o Tony à Carreira), mas ambiciono umas FA pequenas em efetivos e material, mas com material topo de gama.
Tenho plenamente presente que o NSM Coastal Defense System seria uma pequena (mas muitíssimo saudável) loucura. Que existem outros sistemas que permitem ter capacidades relativamente similares a um custo inferior. Que o diferencial de preço permitiria colmatar outras lacunas prementes, de forma transversal, nas FA.
Adquirir JLTV para substituir as Panhard M11 (ao serviço desde o início dos 90) e equipar os Fuzos com sistemas Madis (entre outros potenciais usos) é assim tão descabido?
Falando de forma geral, não aplicando especificamente ao paupérrimo estado das nossas FA e da reiterada falta de investimento sério e sustentado no tempo. Obviamente.
Epá aqui também só estamos a debater de forma breve o que pode ser feito para defender os arquipélagos/conferir-lhes alguma capacidade de dissuasão. Com isso, podemos avaliar N opções.
O MADIS tem duas versões. A versão com torre para lançar Hellfire/Stinger não faz tanto sentido, agora que nós optámos por adquirir um VSHORAD com mísseis diferentes. Logisticamente faz sentido tentar uniformizar.
Já a versão "leve" do MADIS (Mk2), é diferente pois remete-se ao conjunto de sensores, o C2 e uma RWS (com possibilidade de integrar MANPADS). Nos Fuzos, o que fazia sentido, era ter alguns ST5 com RapidRanger, e uns quantos ATVs (Polaris ou outro) com MADIS Mk2, com este último a fazer muito sentido para os Paras também.
Qualquer potência com capacidade de invadir/atacar com um objetivo os Açores ou a Madeira tem a capacidade de terraplanar aquilo em poucos dias, defesas AA ficariam saturadas em pouco tempo.
Com submarinos na zona, já implica um ataque ser lançado a longa distância, o que poderia dar algum tempo para as forças AA de minimizar alguma coisa, mas com muita insistência (mísseis) os aeródromos e bases aéreas acabariam por ser destruídas.
Vocês também saltam logo para enfrentar uma potência sozinhos.

Contra uma potência na sua máxima força, era logo bandeira branca, porque independentemente da táctica e estratégia, levávamos na pá.
Os submarinos, sendo apenas 2, não podem ficar especados a defender um arquipélago. O forte deles é o adversário não saber onde eles estão, e devem agir com esta imprevisibilidade em mente, ao invés de ficarem alocados a "defesa costeira".
O adversário, pode muito bem usar tácticas que dificultem a tarefa aos ditos. Dou-te o exemplo: se tiveres um submarino a proteger os Açores, e o adversário dispersa os seus meios navais, vamos dizer 10 navios, ao longo de distâncias enormes, tipo 100km entre cada navio, atacando o arquipélago de vários vectores. 1 ou mesmo os 2 Tridente, não conseguem cobrir tamanha área suficientemente rápido. Se não conseguem fazê-lo, precisas de algo que o faça - aeronaves - e para que estas aeronaves possam levantar voo, precisas de garantir que pelo menos 1 aeroporto/base aérea no arquipélago está minimamente defendido.
É preciso entender que os meios complementam-se, e que uma defesa eficaz dos arquipélagos, não estará dependente de apenas um tipo de meio, mas da conjugação de vários.