Essencialmente, o apoio à Ucrânia vem directamente deste (reduzido) orçamento/do pouco material existente.
O orçamento para 2024... não acrescenta nada. Continua o pagamento dos KC-390, e voltamos a ter o financiamento para 2 NPOs. Mais nada que valesse a pena destacar pelos vistos.
De frisar que, pegando no PIB de 2022 de 242 mil milhões, e nos 2.85 mil milhões de Orçamento de Defesa, estamos a falar de um valor abaixo de 1,2% do PIB. E estes 1.18%, são a contar com 180 milhões de "liquidação do princípio da onerosidade dos imóveis afetos às atividades operacionais das Forças Armadas" e ainda com os 110 milhões do aluguer de meios aéreos para combate a incêndios (que obviamente tinha de sair do Orçamento de Defesa, e não do MAI ou outra coisa qualquer).
Ou seja, não só vamos longe dos 2% (a percentagem deve aumentar ligeiramente com a inclusão da despesa com pessoal da GNR, mas nem assim chega lá), como as artimanhas para fingir que se gasta mais, continuam em força, com 10% desse curtíssimo orçamento, dedicado às "rendas" e aos meios aéreos alugados.
Mais uma vez, um exercício que teimo em fazer sempre que saem estes orçamentos (nojentos), é fazer as contas a 10 anos, para ver o que dá, ou melhor o que não se dá às FA. Só na treta das rendas, são 1800 milhões a 10 anos, e no aluguer de meios aéreos, 1107 milhões no mesmo prazo.
Também gosto de fazer as contas, para ver quanto dinheiro seria, se realmente atingíssemos os míseros 1.5% do PIB na Defesa, sem estes truques reles para inflacionar a despesa:
-com 1,5% do PIB, seriam 3630 milhões/ano
-com 1.8% do PIB, seriam 4356 milhões
-com 2%, do compromisso NATO, seriam 4840 milhões
É alarmante a forma como o mundo se enche de conflitos, e nós continuamos a brincar à Defesa, com menos de 1,2% do PIB.