Piratas apresam cargueiro ucraniano ao largo da Somália
Piratas apoderaram-se de um cargueiro ao largo das costas da Somália, quando se dirigia para o porto de Mombaça, anunciou hoje um responsável de uma organização marítima queniana de assistência aos marinheiros.
O incidente coincidiu com um aviso feito hoje pelo comissário europeu das Pescas e Política Marítima, Joe Borg, sobre a possibilidade de uma operação europeia «a curto prazo» nas águas da Somália contra a pirataria, se os países da UE disponibilizarem os meios e houver acordo com as autoridades do país africano.
O barco foi atacado às 16:00 (17:00 em Lisboa) ao largo das costas somalis», declarou Andrew Mwangura, que dirige a secção queniana do Programa de Assistência aos Marinheiros.
«Ele vinha do Báltico e era esperado em Mombaça a 27 de Setembro para descarregar 2.320 toneladas de equipamentos. Não sabemos que tipo de equipamento é», acrescentou.
Perante o aumento da pirataria nas águas somalis no último ano, a Comissão Europeia estuda «o que se pode fazer» e, neste ponto o comissário mencionou a possibilidade de uma »presença efectiva policial ou militar« nessa zona, para proteger melhor os barcos comunitários.
Todavia, o comissário lembrou que, para isso, os países comunitários «terão de disponibilizar os meios» porque a Comissão Europeia não dispõe de patrulhas e, além disso, há que chegar a um acordo com o Governo da Somália, «o que não é muito fácil».
O comissário referiu-se assim a possíveis medidas europeias para proteger as frotas de ataques como o sequestro, há cinco meses, do pesqueiro espanhol «Playa de Bakio» ou a tentativa de captura, este mês, do atuneiro «Playa de Anzoras».
Sobre a prontidão de uma operação coordenada a nível europeu, nas águas somalis, Borg assegurou que é exequível «a curto prazo», se houver acordo e a «vontade política ou a determinação necessária entre os países»
Borg salientou, a propósito, que quando aumentou o programa da imigração, a UE activou «rapidamente» medidas de vigilância.
»Quando o problema (da imigração) começou a aumentar consideravelmente, foram enviadas com rapidez patrulhas - barcos ou aviões - para o Mediterrâneo e para a costa ocidental de África. Puseram-se medidas em marcha: se foram suficientes ou não é outra questão«.
«Se houver determinação (no caso da pirataria na Somália), as medidas não devem esperar», salientou o comissário, indicando que este assunto será discutido no Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros.
A presença de efectivos europeus, coordenados por Bruxelas, »garantiria protecção e segurança« aos barcos que operam nas águas orientais de África, vincou.
Por ora, a UE acordou a criação de uma célula em Bruxelas para coordenar as operações contra a pirataria que alguns países realizam junto às costas somalis.
Lusa