Em entrevista ao jornal i, Mamadou Ba confessou que se sente mais ameaçado no país porque "o ambiente político mudou". O ativista considerou que o Chega "nunca deveria ter existido" e comentou ainda a polémica em que se viu envolvido devido a uma declaração sobre Manuel Luís Goucha. "O trajeto de Manuel Luís Goucha não é inocente. O facto de ele se juntar à candidatura de Suzana Garcia não é inocente. Ele comunga da filiação ideológica e doutrinária da Suzana Garcia, que é uma racista", disse. Mamadou Ba admitiu, em entrevista ao jornal i, que se sente sob ameaça em Portugal e que a sua situação é “perigosa”, uma vez que considera que “há uma evidente infiltração da extrema-direita nas forças de segurança”.Questionado sobre se se sente mais ameaçado no país do que há um ou dois anos, o ativista da SOS Racismo, confessa que sim “porque o ambiente político mudou”.“Nós temos uma direita mais institucionalizada e mais violenta, é natural que me sinta mais ameaçado. Além do mais, continuo a defender uma tese, que é polémica, de que há uma evidente infiltração da extrema-direita nas forças de segurança, e isso não sou só eu que o digo, são os relatórios internacionais que apontam para esse facto”, começou por dizer.“Parece-me que a porosidade política entre o Movimento Zero e determinados grupos de extrema-direita, e o próprio Chega, não deixam margem para dúvida dessa infiltração, o que torna a minha situação perigosa, uma vez que quem tem de garantir a segurança dos cidadãos são as forças de segurança, que se estiverem infiltradas pelas forças da extrema-direita, que me querem ver morto a todo o custo, é evidente que tenho a minha vida em risco”, acrescentou.Mamadou Ba aponta ainda o dedo ao partido de André Ventura como uma “autoestrada institucional” para o racismo e considera que este “nunca devia ter existido, porque professa valores e ideais que não são constitucionais”.“É óbvio que um país com a nossa história tem racismo estrutural, como têm outros países que têm uma história colonial igual à nossa (…) Acho que o racismo sempre existiu em Portugal. O que não havia antes, e essa é a diferença, era uma autoestrada institucional para o racismo, que se chama Chega", disse."Durante anos criámos a ilusão de que Portugal era uma ilha em relação ao resto da Europa, porque não tínhamos nenhum deputado da extrema-direita eleito para a Assembleia da República, porque havia representação política consistente das forças de extrema-direita no poder local, então, alimentámos o mito de que Portugal seria uma ilha, e não é. Basta ver a ascensão de André Ventura para perceber que não é um acaso, há alguma base social para ele poder ter este crescimento, não é só pelo desgaste da credibilidade dos políticos junto dos cidadãos – porque há um descrédito grande, há um divórcio entre os cidadãos e o espetro político –, mas não é só isso que o explica. Há uma base social que sustenta o programa que o Chega corporiza”, defendeu.O também ex-dirigente do Bloco de Esquerda considera ainda que uma das estratégia de André Ventura “é enfraquecer o regime ao ponto de o poder subverter”.Na mesma entrevista, Mamadou Ba falou ainda sobre o polémico tweet que fez acerca do apresentador da TVI Manuel Luís Goucha. “Goucha, o gay que tentou reabilitar Mário Machado, um criminoso nazi, homófobo assumido, sai agora definitivamente do armário racista e apoia a candidatura racista do PSD na Amadora. Isto vai para lá do sinistro homonacionalismo”, escreveu o ativista ao comentar o facto de Manuel Luís Goucha ter sido escolhido para presidir à Comissão de Honra da candidatura de Suzana Garcia à Câmara da Amadora.Mamadou Ba não mostrou arrependimento pela forma como se expressou e justificou que “não há qualquer condescendência com a indignidade”.“A homofobia e o racismo são indignidades (…) quem compactuar com a indignidade é que é o responsável pelo seu alastramento”, disse, sublinhando que nunca lhe “passaria pela cabeça pôr em causa a orientação sexual” de Manuel Luís Goucha.“Quando o Manuel Luís Goucha convidou o Mário Machado, a maior parte das pessoas não percebeu as nossas críticas. E quando nós criticamos a forma como ele abriu alas à Suzana Garcia, também houve quem não tenha percebido. O que eu quis explicar com o meu post é que o trajeto de Manuel Luís Goucha não é inocente. O facto de ele se juntar à candidatura de Suzana Garcia não é inocente. Ele comunga da filiação ideológica e doutrinária da Suzana Garcia, que é uma racista. Digam o que quiserem ou que ela chore as lágrimas que quiser na televisão”, afirmou ainda.
Quase um mês após o acidente mortal que envolveu o carro onde seguia o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, em circunstâncias ainda por esclarecer, a CMTV apanhou nas últimas semanas várias viaturas do Estado em comportamentos de risco, como excesso de velocidade. O carro do primeiro ministro, António Costa, fez a A1, no trajeto entre Gaia e Lisboa (cerca de 300 quilómetros) em menos de duas horas.Depoimentos inéditos de quem conhece bem os bastidores das comitivas dos altos dirigentes da nação. Conheça todos os casos no "Estado a alta velocidade", esta noite, no Investigação CM.
É uma das figuras mais influentes e poderosas do País e foi um dos advogados mais mediáticos de sempre. Está agora a ser investigado por fraude fiscal e branqueamento de capitais. Onze milhões e 300 mil euros é o valor suspeito e que terá estado na origem do alerta dado pelas autoridades do Luxemburgo.Em causa estará uma aplicação financeira, do tipo seguro de investimento, feita no Luxemburgo, que terá envolvido a subscrição de um capital no montante de mais de 11 milhões de euros. Esse valor terá sido pago através de uma transferência de fundos com origem numa conta na Suíça titulada por Daniel Proença de Carvalho.