Sentiu isso desde que decidiu vir viver para cá ou é algo que foi acontecendo nos últimos anos?Diria que sinto isso desde o dia que me mudei para Portugal, que foi em 2001. Digo sempre que é o único país em que nunca senti racismo e isso é mesmo importante, especialmente nos dias de hoje em que assistimos a um aumento no populismo e nos sentimentos anti-imigração em vários países.É muito significativo que eu que tenho a pele de tom castanho nunca tenha sentido racismo em Portugal e é extraordinário que os portugueses reconheçam que algum racismo que possa existir deve ser resolvido, isto não acontece em muitos outros países que não estão a enfrentar o problema.Sente isso no Reino Unido?Infelizmente. Eu fui para lá em 1989 e posso dizer com segurança que tive problemas de racismo, mesmo em Londres. Não quero apontar o dedo a Londres, porque é na verdade uma cidade muito aberta. Tem atualmente um mayor, Sadiq Khan, imigrante e muçulmano, e isso é extraordinário. Londres é uma sociedade muito aberta e tolerante, mas infelizmente sinto que todo este debate sobre o Brexit tem tido muitos tópicos anti-imigração que foram também uma validação de racismo. Falei com muitos imigrantes portugueses lá, também indianos britânicos que sentem que a sociedade se sentiu validada para ser abertamente racista e que isso está a crescer. Em Portugal, só tive braços abertos e somos uma sociedade aberta a outras religiões, outras nacionalidades o que me faz sentir muito orgulhosa de pertencer aqui.Acha que os portugueses tem essa mesma ideia?Não tenho a certeza - na verdade, foi o ponto principal da minha Ted Talk [no TedEx Funchal] em que disse, no final, qual era o "meu momento eureka" para a audiência, maioritariamente portuguesa. O vosso segredo para atrair investimento estrangeiro, expatriados que venham viver para Portugal, é que vocês são a sociedade mais tolerante e liberal que conheço, e também muito respeitadora da idade - os vossos pais, os vossos avós - as pessoas são muito orientadas à família, é tudo à volta de tias, tios, primos, primas, a família alargada define uma boa parte da vida aqui. Refiro frequentemente um livro de Raghuram Rajan, um economista que foi presidente do banco central na Índia. Chama-se “The Third Pillar” e fala de como os economistas devem forcar-se não apenas na governação de mercado, mas também na comunidade. Acho que é um dos pontos fortes de Portugal, tem uma comunidade forte e aberta aos estrangeiros.
“Admito que se tenham verificado situações em que faz mais sentido usar a vacina no senhor da pastelaria do que desperdiçá-la”Francisca Van Dunem, em entrevista ao Público a ministra da Justiça admitiu que não será fácil apurar, do ponto de vista criminal, os vários episódios de vacinação indevida que vieram a público no início do processo de distribuição das vacinas. Observador, 22/03/2021.https://expresso.pt/opiniaoeblogues/estadito/2021-03-22-Admito-que-se-tenham-verificado-situacoes-em-que-faz-mais-sentido-usar-a-vacina-no-senhor-da-pastelaria-do-que-desperdica-la-e0e33d96Na minha interpretação é um recado um pouco tosco ao Ministério Público para que não seja muito diligente na investigação destes casos. Há que proteger os "boys".
Ao longo dos anos têm sido recorrentes as tentativas para fechar o Sol ou tomá-lo de assalto, o que mostra como nos tornámos incómodos para certos interesses ou grupos políticos.Nos últimos dias foram publicadas noticias segundo as quais estaria em preparação um novo semanário, com o alegado título de «Sol». Esclarecemos os nossos leitores que esse projeto – a existir – nada tem que ver com o semanário fundado em 2006 por José António Saraiva, José António Lima, Mário Ramires, Vítor Rainho e Ana Paula Azevedo, e que continua hoje a publicar-se, como é público e notório, com o título Nascer do SOL.Este semanário é desde 2015 propriedade da empresa Newsplex, de Mário Ramires, depois de – em fins desse ano – o empresário luso-angolano Álvaro Sobrinho ter decidido encerrá-lo. Ao longo dos anos têm sido recorrentes as tentativas para fechar o Sol ou tomá-lo de assalto, o que mostra como nos tornámos incómodos para certos interesses ou grupos políticos. Esta será mais uma tentativa nesse sentido. Até hoje sempre ultrapassámos os obstáculos mantendo o rumo, fiéis ao projeto original de um jornalismo sério, independente e não submetido aos cânones de um pensamento único.
Deputada bloquista, Sandra Cunha, renuncia ao mandato. Incorre em pena de prisão e multa.Mais de 10 deputados são suspeitos de terem declarado moradas falsas ao Parlamento para receberem ajudas de custo mais avultadas para deslocações, sabe o CM. Quanto mais longe de Lisboa for a residência, maior é o subsídio a pagar pelo Parlamento. O Ministério Público já pediu o levantamento da imunidade destes parlamentares para serem constituídos arguidos, um dos quais é a bloquista Sandra Cunha, ...