Guerra das Falklands

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Spectral

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Guerra das Falklands
« em: Maio 17, 2004, 11:39:59 pm »
Bem este tópico era para discutir a Guerra das Falklands.

Pessoalmente foi um conflito que sempre me interessou, quero dizer, duas nações vão guerrear entre si por um punhado de ilhas sem grande valor estratégico ou económico ( e nações com laços próximos: basta ver que vários dos navios argentinos tinham sido fabricados pelos ingleses).

Foi uma guerra que deixou importantes traços na evolução militar: a confirmação dos porta-aviões ( os porta-aviões ingleses estavam para ser vendidos antes da guerra começar), a importância da defesa anti-míssil, a superioridade de uma força bem treinada mas com poucos apoios sobre uma força maior e entricheirada, etc...

Isto começou com uma informação sobre a aterragem forçada de um Vulcan no Brasil, a seguir a uma missão "Black Buck" de ataque às ilhas. Surgiu então a dúvida sobre se esse aparelho estaria a transportar os Sidewinder ou Shrike ( mísseis anti-radar).

Continuando esse tema, o komet tinha dito

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O Vulcan talvez disparasse os Sidewinder um pouco como o faz o A-10 actualmente, apenas com um lock térmico a muito curta distância.


Sinceramente não sei, mas pode o Sidewinder operar completamente autónomo, sem quaisquer dados do avião de origem ? Tenho algumas dúvidas.


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komet

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« Responder #1 em: Maio 17, 2004, 11:51:22 pm »
É assim mesmo que funciona, quando se selecciona o míssil este emite um "growl" ou "grito" que varia o tom conforme há alguma fonte de calor na sua "janela" de detecção, quando o tom é suficientemente agudo basta lançar que o missil persegue essa fonte de calor. Como não está a perseguir um sinal de radar é um modo de lançar um tanto ou pouco ineficaz, o missil mais facilmente perde o lock devido a flares lançados pelo alvo, ou pode mesmo perder o lock se por exemplo o alvo passar em frente ao sol.
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papatango

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« Responder #2 em: Maio 18, 2004, 12:21:23 am »
De facto, embora não tenha fotos, já vi em varios locais indicação de que havia Vulcan equipados com Sidewinder para defesa.

Outra noticia que lí, faz algum tempo, foi que  os aviões da marinha britânica, estiveram a minutos de abater um avião comercial da VARIG, um Boeing 707, que fazia a rota do Brasil para a África do Sul. Segundo o site onde vi a noticia, se o gatilho tivesse sido disparado, isso tería alterado o resultado da guerra das Falkland.

Cumprimentos
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Guilherme

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« Responder #3 em: Maio 18, 2004, 02:17:22 am »
Sim, nesse caso, imagino que os governos dos EUA e França não teriam colaborado com o Reino Unido, para não ficarem "mal na foto".
 

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JQT

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Boeing 707
« Responder #4 em: Maio 18, 2004, 10:20:40 pm »
Isso deu-se porque os B707 argentinos (militares e pensa-se que civis também) faziam vôos de reconhecimento pelo Atlântico fora. Os argentinos chegaram a atacar navios mercantes requisitados com Hércules armados de bombas convencionais. Mas não chegaram a atingir nenhum.

Os Vulcan usaram Sidewinder, sim.

As Falkland/Malvinas são ilhas importantes. Na eventualidade de um fecho do Canal do Suez, são uma base avançada próxima do Cabo Horn. Além disso, têm petróleo, que actuamente é explorado maioritariamente por australianos. Uma maneira do Ingleses terem o apoio de outro país na eventualidade de uma segunda guerra com a Argentina.

JQT
 

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Spectral

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« Responder #5 em: Maio 19, 2004, 07:34:13 pm »
Bem, desculpem lá a teimosia  :wink: , mas estive a pesquisar pela Internet, até fiz umas perguntas num fórum, mas não consigo encontrar referências aos Sidewinder nos Vulcans. Encontro isso sim, é muitas referências aos Shrike, incluindo a maneira como foram instalados e até promenores da sua utilização.

A única coisa parecida, é que depois desse incidente, os ingleses decidiram instalar Sidewinders nos Nimrods de patrulha marítima.

Portanto se alguém pudesse indicar uma fonte agradecia...


Quanto ao petróleo nas Falkalands, tenho visto várias notícias de furos para estudo e procura das reservas, mas poucas sobre exploração efectiva. As Falklands tinham uma grande importância estratégica era no início do séc. XX, em que serviam de base reabastecedora de carvão à Royal Navy ( acho que até foi travada nas suas imediações uma batalha naval na 1ª Guerra Mundial).


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Ricardo Nunes

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« Responder #6 em: Maio 19, 2004, 09:37:27 pm »
Citação de: "Spectral"
Bem, desculpem lá a teimosia  ;)
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Spectral

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« Responder #7 em: Maio 19, 2004, 10:03:40 pm »
Eheh  :wink:
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Ricardo Nunes

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« Responder #8 em: Maio 19, 2004, 10:05:47 pm »
Devo confessar que fui o primeiro membro português do fórum AFM, na altura lá para 2000 ou 2001 ( já não me lembro bem ) e tinha o nick de "Richa" ( diminutivo de Richard ). Penso que já nem sequer estou inscrito. Mas de vez em quando ainda por lá dou uma olhadela.
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J.Ricardo

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« Responder #9 em: Setembro 22, 2004, 08:39:38 pm »
Na verdade a Guerra das Malvinas (como é cohecida deste lado do Atlântico) foi uma tremenda "burrada" que os Argentinos cometeram. Acontece que naquela época (idos de 1980), a Argentina atravessava uma grande crise econômica, era evidente o descontentamento da população com o governo militar, então os generais decidiram que invadindo as ilhas o povo se inflamaria de nacionalismo, esqueceria da crise e a Inglaterra iria no máximo apresentar uma queixa na ONU. Ledo engano... A Inglaterra em praticamente 02 meses derrotou a Argentina retomando para sí o domínio das ilhas. Agora deixo a seguinte pergunta, será que se a Argentina não tivesse invadido as Malvinas, a Inglaterra não a teria "devolvido" para a Argentina como fez com Hong Kong?

Obs: Quase o Brasil entrou em uma "fria" dessas, no governo de Janio Quadros o Brasil pretendia invadir a Guiana Francesa, eu estou errado ou o Brasil tomaria uma "surra" da França igual a que os Argentinos tomaram da Inglaterra?
 

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papatango

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« Responder #10 em: Setembro 22, 2004, 09:04:54 pm »
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Obs: Quase o Brasil entrou em uma "fria" dessas, no governo de Janio Quadros o Brasil pretendia invadir a Guiana Francesa, eu estou errado ou o Brasil tomaria uma "surra" da França igual a que os Argentinos tomaram da Inglaterra?


Eh eh eh.

Isso não foi a famosa guerra da lagosta?

O Brasil até mandou para as costas da Guiana os cruzadores Barroso e Tamandaré (Iguais ao General Belgrano).

Mas nos anos 60 15 canhões de 6 polegadas eram um pouco mais convincentes.

Não sei o que ocorrería. Mas o facto é que a Guiana Francesa é outra demonstração de arrogância imperial francesa.

quando se pensa que os franceses querem ser a "cabeça" da Europa, até dá arrepios.

Cumprimentos
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J.Ricardo

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« Responder #11 em: Setembro 22, 2004, 09:48:44 pm »
A guerra da lagosta foi outro incidente, andei pesquisando e encontrei o seguinte site: www.aclessa.com.br/guarany/artigos/1_07.pdf que trata de forma muito precisa sobre este tema.

E concordo com você, a presença de "colônias" na AS em pleno século XXI é uma vergonha para todo o mundo. Alé pq, existem 02 colônias: A Guiana Francesa (AS) e a Costa Rica (Caribe)!!! :x

Abraço
 

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Luso

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« Responder #12 em: Setembro 27, 2004, 06:11:14 pm »
João,

Preferiria viver num país independente como o Haiti ou qualquer um da América Central ou numa dessas colónias?

A "liberdade" não se resume apenas a uma independência política. Aliás, essa independência política tem cada vez menos valor dada a qualidade da generalidade dos... políticos. Essa "liberdade" não é uma panaceia para nada e na maior parte dos casos entendo que muito dos "libertadores" não passam de intelectualóides histéricos ou loucamente românticos. Ou fantoches de outras potências colonizadoras mais discretas. Antes uma boa colónia feliz, onde os habitantes não passam fome, têm segurança e justiça, trabalham, tem cuidados de saúde e podem eleger os seus representantes do que anedotas de países falhados mas "independentes".

Amor e uma cabana não chega, ao contrário do que os poetas nos querem fazer crer.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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komet

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« Responder #13 em: Setembro 27, 2004, 07:02:08 pm »
Citar
Amor e uma cabana não chega, ao contrário do que os poetas nos querem fazer crer.



Engraçado, nova alcunha para o PCP, "clube dos poetas mortos"  :lol:
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Ricardo Nunes

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« Responder #14 em: Setembro 27, 2004, 07:44:58 pm »
É estranhamente verdade aquilo que o Luso diz.
O ser humano é engraçado. Quando se vive bem a ausência de liberdade política é fortemente esquecida.
Todos somos amantes da democracia mas temos de admitir que, por vezes, ela não é uma condicionante. Quem é que de nós não gostaria de viver no sultanato do Brunei onde a educação, saúde, entertenimento ( concertos, festas, etc ) são de graça?
Mesmo assim, e apenas referindo-me ao estado português, continuo a querer dar o humilde contributo e voz com aquela tão significativa cruzinha. :wink:

Cumprimentos,
Ricardo Nunes
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