Notícias do Exército Português

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Instrutor

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Re: Exército Português
« Responder #675 em: Julho 28, 2010, 01:06:54 am »
Sim, pelo que vi no http://www.areamilitar.net os Obuses M114A1 de 155mmm, ja são bastante velhos, pouco modernos aproveitado somente o seu grande poder de fogo, contudo os Obuses 105mm L-118/L119 chegaram a Portugal em  1998 ainda  relativamente modernas, contudo estes Obuses nao pertencem ao GAC da Brigada de Intervenção? No site da área militar diz que possuimos 18 Obuses L118/L119 e foram activados 12 M114A1, será este o numero a pensar adquirir destes Obuses em estudo?

Caro colega em vez de obus M577, não quer antes dizer M777 L/39?
"Aqui na Lusitanea existe um povo que não se governa nem se deixa governar" voz corrente entre os Romanos do Séc. I a.C
 

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nelson38899

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Re: Exército Português
« Responder #676 em: Julho 28, 2010, 09:33:47 am »
Citação de: "Instrutor"
Sim, pelo que vi no http://www.areamilitar.net os Obuses M114A1 de 155mmm, ja são bastante velhos, pouco modernos aproveitado somente o seu grande poder de fogo, contudo os Obuses 105mm L-118/L119 chegaram a Portugal em  1998 ainda  relativamente modernas, contudo estes Obuses nao pertencem ao GAC da Brigada de Intervenção? No site da área militar diz que possuimos 18 Obuses L118/L119 e foram activados 12 M114A1, será este o numero a pensar adquirir destes Obuses em estudo?

Caro colega em vez de obus M577, não quer antes dizer M777 L/39?

Caro instrutor tem toda a razão
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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nelson38899

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Re: Exército Português
« Responder #677 em: Julho 28, 2010, 09:35:25 am »
Citação de: "PereiraMarques"
Citação de: "nelson38899"

pelo que sei o exercito quer substituir os 105 mm M2A1 (M101A1)

Os 155mm M-114 da EPA e do RA5.

tens toda a razão Marques
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Sertorio

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Re: Exército Português
« Responder #678 em: Julho 29, 2010, 11:20:02 pm »
http://combustoes.blogspot.com/2010/07/demolicao-tecnocratica-das-forcas.html

"Pediram-me que visse um vídeo promocional encomendado pelo Exército. Siderei ao ouvir recitativo. Pois, de ora em diante, fique-se a saber que o Exército Português poderia ser uma "empresa", "produz segurança e defesa", "tem presença nacional e internacional", "aposta na qualidade e não na quantidade", tem "mais doutores, mestres, pós-graduados e diplomados", "marca presença em mais de vinte países", é "um exército socialmente responsável", ali os jovens entram para "ampliar os seus estudos no ensino secundário e no ensino superior", formando-os "académica e fisicamente", promovendo a "ciência e a investigação", realizando "acções cívicas" e até disponibilizando "centros de hipoterapia para crianças com necessidades especiais, levando entretenimento e cultura a diversos pontos do país". O ramerrão oferece a trágica evidência da rendição do exército a uma sociedade que dele se apartou, de um Estado que o reduziu a mero adereço e do triunfo de um certa ética de serviços que é a negação da natureza da instituição. Ali só pronuncia uma vez, a custo, a palavra "pátria", não se exalta a independência, o orgulho nacional e a história. É triste que o espírito da "rentabilização do inútil", tão cara à publicidade das autarquias, entre pela porta larga de uma nobre instituição que devia ser, in extremis, o garante da liberdade nacional. Mais não digo, mas se me permitem o desabafo, só falta abolir a farda, encomendar uns casaquinhos e umas gravatas e colocá-los a todos atrás de balcões e guichés a "prestar serviços"."
 

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nelson38899

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Re: Exército Português
« Responder #679 em: Julho 30, 2010, 12:23:09 am »
Citação de: "Sertorio"
http://combustoes.blogspot.com/2010/07/demolicao-tecnocratica-das-forcas.html

"Pediram-me que visse um vídeo promocional encomendado pelo Exército. Siderei ao ouvir recitativo. Pois, de ora em diante, fique-se a saber que o Exército Português poderia ser uma "empresa", "produz segurança e defesa", "tem presença nacional e internacional", "aposta na qualidade e não na quantidade", tem "mais doutores, mestres, pós-graduados e diplomados", "marca presença em mais de vinte países", é "um exército socialmente responsável", ali os jovens entram para "ampliar os seus estudos no ensino secundário e no ensino superior", formando-os "académica e fisicamente", promovendo a "ciência e a investigação", realizando "acções cívicas" e até disponibilizando "centros de hipoterapia para crianças com necessidades especiais, levando entretenimento e cultura a diversos pontos do país". O ramerrão oferece a trágica evidência da rendição do exército a uma sociedade que dele se apartou, de um Estado que o reduziu a mero adereço e do triunfo de um certa ética de serviços que é a negação da natureza da instituição. Ali só pronuncia uma vez, a custo, a palavra "pátria", não se exalta a independência, o orgulho nacional e a história. É triste que o espírito da "rentabilização do inútil", tão cara à publicidade das autarquias, entre pela porta larga de uma nobre instituição que devia ser, in extremis, o garante da liberdade nacional. Mais não digo, mas se me permitem o desabafo, só falta abolir a farda, encomendar uns casaquinhos e umas gravatas e colocá-los a todos atrás de balcões e guichés a "prestar serviços"."

Mas qual é o problema do vídeo?? Eu sinceramente gostei do vídeo e achei que o exercito faz bem integrar-se na sociedade, mostrando as suas valências em prol da sociedade civil.
"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Malina

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Re: Exército Português
« Responder #680 em: Julho 30, 2010, 11:47:53 am »
Mas qual o problema?
Toda a gente sabe que qualquer ramo de qualquer força armada de qualquer país comporta-se como uma empresa. Onde é que há dúvidas nisso? É uma entidade empregadora, precisa de dinheiro e precisa de rentabilização de recursos, precisa de marketing, precisa de gestão de recursos (materiais, financeiros, humanos). Trás qualificação e profissionalização de pessoas (senão porque raio iam as pessoas em RC se não fosse por isso?!?! havia de ser bonito se ser militar em RC não trouxesse nada para quem lá vai), etc, etc etc e tudo mais que foi falado.
Isso da pátria é algo bonito de se dizer, mas em termos factuais (ao que parece que se resume o vídeo) não é importante no sentido que a palavra "pátria" é algo que se sente. É algo, que vos diga, pessoal. Porque, que eu saiba, não se faz nada nem no Exército nem em lado nenhum na admissão de pessoal que comprove o "espírito patriótico" das pessoas que vão servir.
Mais ainda, acredito que hajam pessoas bem mais patrióticas fora das Forças Armadas do que dentro delas. Deixa de pagar e dar garantias e benefícios aos militares ,e logo vês quantos deles ficam a servir apenas pagos com "pátria e orgulho". Cada um serve o país como pode ou quer. A trabalhar nos mais diversos empregos e a pagar impostos.
A diferença da maioria das outras profissões é que supostamente o militar está 24h/24h ao serviço da pátria e dá a sua vida por ela em caso de conflitos armados. Mas isso há muitas outras profissões com risco de vida considerável (e que morrem mais nessas profissões do que militares) e que estão disponíveis 24h/24h, e ainda assim há pessoas lá a trabalhar e não são militares.

É assim tão ofensivo dizer que o Exército é uma instituição empregadora e comparável a muitas empresas? Está bem que é uma instituição muito própria e que merece uma atenção especial, mas vá lá, não é nada de ofensivo!

Tenho apreço por quem me defende, quem garante a minha segurança, quem cuida da minha saúde, quem me vem arranjar a canalização de casa, quem me salva de um incêndio, quem me produz todos os bens que tenho em casa e gosto de usufruir, quem me serve quando vou a uma loja ou restaurante, quem me varre a rua... Cada um é patriótico à sua maneira e hoje em dia acredito que isso de "patriótico" não é palavra de ordem para quem vai para as Forças Armadas. A palavra de ordem é "arranjar emprego", isso garanto-te e vê-se cada vez mais sobretudo nas reportagens que têm feito.

Se calhar é mais fixe dizer que quem está lá, está por amor à camisola e porque espera vir a combater pelo seu país e a morrer por ele. Mas isso não impressiona quem paga impostos, AKA quem sustenta as Forças Armadas. É bom para meter num vídeo de recrutamento. Agora para falar da instituição em si com alvo ao público em geral...

Sejamos realistas.
 

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Ranger Rebelde

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Re: Exército Português
« Responder #681 em: Julho 30, 2010, 11:59:03 am »
Citação de: "Malina"
Mais ainda, acredito que hajam pessoas bem mais patrióticas fora das Forças Armadas do que dentro delas. Deixa de pagar e dar garantias e benefícios aos militares ,e logo vês quantos deles ficam a servir apenas pagos com "pátria e orgulho". Cada um serve o país como pode ou quer. A trabalhar nos mais diversos empregos e a pagar impostos.
Ora nem mais!... c34x
 

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sergio21699

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Re: Exército Português
« Responder #682 em: Julho 30, 2010, 02:00:05 pm »
Citação de: "Malina"
Mas qual o problema?
Toda a gente sabe que qualquer ramo de qualquer força armada de qualquer país comporta-se como uma empresa. Onde é que há dúvidas nisso? É uma entidade empregadora, precisa de dinheiro e precisa de rentabilização de recursos, precisa de marketing, precisa de gestão de recursos (materiais, financeiros, humanos). Trás qualificação e profissionalização de pessoas (senão porque raio iam as pessoas em RC se não fosse por isso?!?! havia de ser bonito se ser militar em RC não trouxesse nada para quem lá vai), etc, etc etc e tudo mais que foi falado.
Isso da pátria é algo bonito de se dizer, mas em termos factuais (ao que parece que se resume o vídeo) não é importante no sentido que a palavra "pátria" é algo que se sente. É algo, que vos diga, pessoal. Porque, que eu saiba, não se faz nada nem no Exército nem em lado nenhum na admissão de pessoal que comprove o "espírito patriótico" das pessoas que vão servir.
Mais ainda, acredito que hajam pessoas bem mais patrióticas fora das Forças Armadas do que dentro delas. Deixa de pagar e dar garantias e benefícios aos militares ,e logo vês quantos deles ficam a servir apenas pagos com "pátria e orgulho". Cada um serve o país como pode ou quer. A trabalhar nos mais diversos empregos e a pagar impostos.
A diferença da maioria das outras profissões é que supostamente o militar está 24h/24h ao serviço da pátria e dá a sua vida por ela em caso de conflitos armados. Mas isso há muitas outras profissões com risco de vida considerável (e que morrem mais nessas profissões do que militares) e que estão disponíveis 24h/24h, e ainda assim há pessoas lá a trabalhar e não são militares.

É assim tão ofensivo dizer que o Exército é uma instituição empregadora e comparável a muitas empresas? Está bem que é uma instituição muito própria e que merece uma atenção especial, mas vá lá, não é nada de ofensivo!

Tenho apreço por quem me defende, quem garante a minha segurança, quem cuida da minha saúde, quem me vem arranjar a canalização de casa, quem me salva de um incêndio, quem me produz todos os bens que tenho em casa e gosto de usufruir, quem me serve quando vou a uma loja ou restaurante, quem me varre a rua... Cada um é patriótico à sua maneira e hoje em dia acredito que isso de "patriótico" não é palavra de ordem para quem vai para as Forças Armadas. A palavra de ordem é "arranjar emprego", isso garanto-te e vê-se cada vez mais sobretudo nas reportagens que têm feito.

Se calhar é mais fixe dizer que quem está lá, está por amor à camisola e porque espera vir a combater pelo seu país e a morrer por ele. Mas isso não impressiona quem paga impostos, AKA quem sustenta as Forças Armadas. É bom para meter num vídeo de recrutamento. Agora para falar da instituição em si com alvo ao público em geral...

Sejamos realistas.

E tá tudo dito  :G-beer2:  :)
-Meu General, estamos cercados...
-Óptimo! Isso quer dizer que podemos atacar em qualquer direcção!
 

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lazaro

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Re: Exército Português
« Responder #683 em: Julho 30, 2010, 11:40:29 pm »
Citação de: "Sertorio"
http://combustoes.blogspot.com/2010/07/demolicao-tecnocratica-das-forcas.html

"Pediram-me que visse um vídeo promocional encomendado pelo Exército. Siderei ao ouvir recitativo. Pois, de ora em diante, fique-se a saber que o Exército Português poderia ser uma "empresa", "produz segurança e defesa", "tem presença nacional e internacional", "aposta na qualidade e não na quantidade", tem "mais doutores, mestres, pós-graduados e diplomados", "marca presença em mais de vinte países", é "um exército socialmente responsável", ali os jovens entram para "ampliar os seus estudos no ensino secundário e no ensino superior", formando-os "académica e fisicamente", promovendo a "ciência e a investigação", realizando "acções cívicas" e até disponibilizando "centros de hipoterapia para crianças com necessidades especiais, levando entretenimento e cultura a diversos pontos do país". O ramerrão oferece a trágica evidência da rendição do exército a uma sociedade que dele se apartou, de um Estado que o reduziu a mero adereço e do triunfo de um certa ética de serviços que é a negação da natureza da instituição. Ali só pronuncia uma vez, a custo, a palavra "pátria", não se exalta a independência, o orgulho nacional e a história. É triste que o espírito da "rentabilização do inútil", tão cara à publicidade das autarquias, entre pela porta larga de uma nobre instituição que devia ser, in extremis, o garante da liberdade nacional. Mais não digo, mas se me permitem o desabafo, só falta abolir a farda, encomendar uns casaquinhos e umas gravatas e colocá-los a todos atrás de balcões e guichés a "prestar serviços"."
É o sinal dos tempos meu caro Sertório. Agora tens que ser pós-moderno: tudo é relativizável.
A Defesa Nacional é agora mais um serviço. Possivelmente, à semelhança de outros serviços com os quais alguns foristas gostam de comparar com a Defesa Nacional, também será ética e moralmente aceitável desertar (perdão, rompimento unilateral do contrato) se as condições de emprego durante o combate forem do desagrado do prestador do serviço/empregado... Bem pensando melhor parece que agora nem há guerras ... há conflitos ... estou velho  :cry:
 

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Malina

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Re: Exército Português
« Responder #684 em: Julho 31, 2010, 01:00:57 pm »
Claro que há certos limites. Ninguém sequer estava a falar em termos de contrato. É óbvio que em termos de contrato e responsabilidades é e sempre será diferente. Tem leis próprias e sempre terá.
Agora o Exército ser encarado como uma empresa que necessita de gestão? Claro que sim! Mas o dinheiro cai do céu por acaso? O recrutamento nasce da terra? As pessoas são motivadas através do quê? Vale a pena por acaso dizer que hoje é pior que antes? Têm mesmo a certeza?? Vão-me dizer que iam por amor à Pátria e não por causa do SMO. Ou seja, obrigados a ir. Era tudo amor à Pátria, querem ver.
Agora há os que vão por amor à pátria e os que vão para arranjar emprego. "Same sh*t, different day", diziam os outros.
A menos que queiram incutir agora um barómetro para "Amor à Pátria" e que quem não cumprir o mínimo não entra. E possivelmente seria tão fácil de ludibriar como são os psicotécnicos para alguém minimamente esperto. Basta meterem a resposta que eles querem ouvir.

Até mesmo antigamente muitos eram soldados ou por obrigação (recrutavam-se sempre pelo menos um filho em cada família, etc), ou porque tinham certas regalias e poderes, ou porque lhes prometiam terras e riquezas. Amor à Pátria, claro!

Todas as Forças Armadas no mundo mais modernas têm sempre uma componente de demonstrar o lado prático, útil e benéfico à população, por acaso Portugal é diferente e não necessita disso? Afinal as Forças Armadas servem para quê? Só para ir "dar tiros"? E quando não há tiros? Não há Forças Armadas? Ah pois...

Se as Forças Armadas fossem apenas servidas por gente com amor à Pátria, estávamos lixados. Andariam os Quartéis aí às moscas e pessoal a trabalhar todos os dias 16 horas por dia. Mas se calhar para alguns de vós isso seria aceitável, afinal de contas militar não pode nem deve ter vida pessoal e tem que se sujeitar e mais nada, tudo por amor ao seu país.

O Exército necessita de gestão, senão também estávamos lixados se eles pudessem gastar e fazer tudo a seu belo prazer.

Quanto a recrutarem pessoas para lhes dar formação e possibilidade de um futuro enquanto servem, acho muito bem também. Também porque enquanto lá estão, muitos ganham um certo amor à Pátria (ou perdem-no...) e é-lhes incutido alguma disciplina e respeito pela Pátria. Havia de ser bonito Forças Armadas sem RC, ou RC sem regalias e pelo menos a possibilidade de lhes dar formação profissional que não seja disparar armas e lançar granadas. Ainda bem que não é só isso. E ainda bem que, quando sairem do Exército, poderão aplicar os conhecimentos adquiridos em prol do país noutras profissões no civil.

Por isso é que acho que o Exército português está a lés de muitas forças armadas estrangeiras, que aprenderam que militares satisfeitos têm muito melhor rendimento e têm muito mais amor ao seu país e muito mais garra se forem bem tratados com um minímo de condições e respeito pela sua vida pessoal. É que nem falo de armamento, nem falo de treino, falo da base de qualquer Exército: os seus soldados. Claro que há limites, há sempre, mas dentro desses limites, proporcionar bem estar tem sido cada vez mais importante nessas forças armadas. E curiosamente, tem resultado.
Não fosse a moral uma das grandes armas das guerras.
 

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lazaro

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Re: Exército Português
« Responder #685 em: Julho 31, 2010, 05:01:45 pm »
Citação de: "Malina"
Agora o Exército ser encarado como uma empresa que necessita de gestão?

Mas quem disse que as Forças Armadas não precisam de gestão? Onde leste isso aqui no forum?
Citação de: "Malina"
Agora há os que vão por amor à pátria e os que vão para arranjar emprego. "Same sh*t, different day", diziam os outros.
A menos que queiram incutir agora um barómetro para "Amor à Pátria" e que quem não cumprir o mínimo não entra. E possivelmente seria tão fácil de ludibriar como são os psicotécnicos para alguém minimamente esperto. Basta meterem a resposta que eles querem ouvir.



Até mesmo antigamente muitos eram soldados ou por obrigação (recrutavam-se sempre pelo menos um filho em cada família, etc), ou porque tinham certas regalias e poderes, ou porque lhes prometiam terras e riquezas. Amor à Pátria, claro!
Sim e qual é a novidade para esta discussão? ... :roll:!  O Exército tem um orçamento para cumprir, sem um minimo de gestão havia de ser bonito com o tribunal de contas à perna.

Citação de: "Malina"
Havia de ser bonito Forças Armadas sem RC, ou RC sem regalias e pelo menos a possibilidade de lhes dar formação profissional que não seja disparar armas e lançar granadas. Ainda bem que não é só isso. E ainda bem que, quando sairem do Exército, poderão aplicar os conhecimentos adquiridos em prol do país noutras profissões no civil.
Sou contra o fim do SMO. Nem percebo porque com SMO o cidadão não pode igualmente sair mais valorizado para a sociedade civil. Houvesse vontade, dinheiro e imaginação.

Citação de: "Malina"
Por isso é que acho que o Exército português está a lés de muitas forças armadas estrangeiras, que aprenderam que militares satisfeitos têm muito melhor rendimento e têm muito mais amor ao seu país e muito mais garra se forem bem tratados com um minímo de condições e respeito pela sua vida pessoal.
Mas com base em quê afirmas que o "Exército Português" ainda não apreendeu a importância da satisfação dos seus militares?

Mais:

Alguém neste sacana deste fórum sabe o que é uma INSTITUIÇÃO? Alguém consegue perceber o que isso significa?

Alguém consegue falar do que quer que seja (exército incluido) sem que seja a olhar para o seu umbigo? Alguém consegue entender o quer quer que seja sem ser na perspectiva do INDIVIDUO? .. de SI? ... de MIM?
 

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HSMW

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Re: Exército Português
« Responder #686 em: Julho 31, 2010, 05:21:01 pm »
Citação de: "lazaro"
Alguém neste sacana deste fórum sabe o que é uma INSTITUIÇÃO? Alguém consegue perceber o que isso significa?

Citar
Instituições são organizações ou mecanismos sociais que controlam o funcionamento da sociedade e, por conseguinte, dos indivíduos, mostram-se de interesse social, uma vez que reflectem experiências quantitativas e qualitativas dos processos socioeconómicos. Organizadas sob o escopo de regras e normas, visam à ordenação das interacções entre os indivíduos e entre estes e suas respectivas formas organizacionais.
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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Re: Exército Português
« Responder #687 em: Julho 31, 2010, 05:23:27 pm »
Lázaro se o Exército e restantes ramos estivessem minimamente preocupados com os seus militares contratados havia contractos de longa duração e um quadro permamente para praças. Puderá não ser assim tão fácil na prática, mas deveria ser assim.


Citar
Alguém neste sacana deste fórum sabe o que é uma INSTITUIÇÃO? Alguém consegue perceber o que isso significa?

Alguém consegue falar do que quer que seja (exército incluido) sem que seja a olhar para o seu umbigo? Alguém consegue entender o quer quer que seja sem ser na perspectiva do INDIVIDUO? .. de SI? ... de MIM?

A resposta é não, cada um vê as coisas na sua perspectiva, isso é inerente ao ser humano.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Exército Português
« Responder #688 em: Agosto 01, 2010, 12:28:57 am »
A meu ver as forças armadas, sao as reservas estrategicas do estado para qualquer calamidade.
Acho que devem estar prontas para qualquer uma delas (terramoto, cheias, incendios para alem da capacidade dos bombeiros, ataques BQR, etc... mas tem que estar principalmente preparados para cumprirem a sua funçao primaria, que e combater).

A nivel de treino e/ou reforço da protecçao civil, podem efectuar trabalhos gerais de engenharia, patrulhas contra incendios etc... Desde que nao ponham em causa a sua capacidade de reserva estrategica do estado (sobretudo para a guerra).


Relativamente a motivaçao dos militares, pelo que vejo (exepto em alguns nichos) ela esta em baixo e muito por culpa de muitas vezes serem tratados como ignorantes e a fazer principalmente trabalhos que nada tem a ver com a sua funçao ou por falta de exemplos vindos dos que os comandam (infelizmente uma coisa que o pessoal sente e que para quem comanda, sabujar o superior e mais importante que tutelar os seus subordinados e a APARENCIA de se ser eficiente  sobrepoe-se ao cumprimento da missao da melhor forma).
A morte só é terrivel para quem a teme!!
 

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Malina

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Re: Exército Português
« Responder #689 em: Agosto 01, 2010, 06:10:24 am »
Bom já responderam algumas das questões que me foram colocadas.

No que me baseio para dizer que o "Exército Português não aprendeu a importância da satisfação dos seus militares"?
Tenho estado em contacto directo com militares em França tanto da L'armée de Terre (Exército) como da L'armée de L'air (Força Aérea). Até fico espantada com certas coisas que eles fazem de forma a tornar os seus militares mais contentes pessoalmente e profissionalmente.
Com o que vejo cá.......... tão aquém!
Depois vejo o prestígio com que o povo e o Governo Norte Americano trata os seus soldados ou pelo menos em muitos casos.....
É que algumas coisas seriam simples de se aplicar e melhorariam em muito a perspectiva do militar e a sua satisfação. Nem estou a falar deles gastarem ás vezes milhões de euros em pequenas coisas que aumentam o conforto do militar em guerra, nem nada disso. Ainda me lembro aqui há pouco tempo estarem a falar num dos tópicos sobre a Ração de Combate Portuguesa (ou será espanhola?).

Antes da crise vi muitas desistências do Exército antes de sequer terem acabado os tais 6 anos que à partida têm direito se tudo correr bem, e a principal motivação dos militares era a insatisfação para com as "supostas regalias e direitos" (há quem ache que militares não deviam ter nenhuma/nenhuns!) e porque acham que não lhes dará futuro nenhum e ninguém quer sair aos 30 anos de lá sem "futuro". E sim, como foi mencionado, tem também muito a ver com a gestão das especialidades. As pessoas escolhem uma especialidade, vão motivadas para ela, depois metem-nos noutras especialidades ou a desempenhar funções que não os da sua especialidade. Possa, está bem que um militar tem que ser versátil, mas há limites. Um militar que eu saiba também é humano e está sujeito a sentir-se desmoralizado! Imaginem que o meu sonho era ser, sei lá, da Cavalaria e de repente metiam-me em Campanha a mexer em morteiros sem mais nem quê, quando de início eu estipulei que queria Cavalaria? E se foi para isso que eu queria, e se eu possivelmente nunca gostei de Morteiros, estou lá a fazer o quê? Como é que uma pessoa pode estar motivada assim? E já com contrato assinado... o que fazer?
Possa foi preciso que se ORDENASSE ao Exército que cumprisse uma lei básica, que era a do trabalhador-estudante! Vejam só, o engraçado que é, obrigar um ramo a cumprir uma lei... torna-se ridículo à primeira vista.

Depois vejo um vídeo sobre o Recrutamento no Exército em que uma menina não consegue fazer nem sequer um abdominal e que se queixou de dor de burro logo na primeira volta da corrida de resistência e foi dada como apta....  :shock:  E que o tal vídeo parecia que estávamos a falar de um acampamento de Verão com amigos... enfim.

E sim, as Forças Armadas estão à partida preparadas para a guerra e devem estar sempre prontas a tal. E a treinar para elas. Correctissimo. E onde está o dinheiro para os treinos? Não há. Então o que fazem?
E se nos outros países os militares TREINAM e AJUDAM, porque é que em Portugal não podem fazer os dois? Já que não podem fazer o primeiro por falta de verbas, ao menos que façam o segundo.
Metem na cabeça dos recrutas que são os melhores e que têm as melhores armas do mundo, e desenrasquem-se com isso. "Não vale a pena olhar para o Céu com muita fé e pouca luta".
E por amor de deus, já não chega de vermos os nossos militares como chulos do Governo que não fazem nada? A maioria dos nossos militares (acho que) nunca chega a entrar em conflito, e se Portugal actualmente não está em guerra (apenas algumas missões no exterior mas neste caso estamos a falar de militares que estão em Portugal), é assim tão mau meter como foi dito militares a fazer trabalhos de Engenharia, Mecânica, Patrulhas nas Florestas, etc, coisas que mesmo se em 24h rebentasse um conflito, em menos de nada esses militares destacados poderiam ser recambiados de volta para os seus quartéis? Hoje treinas tu (se houvesse dinheiro, mas já que falam que devem treinar...), e eu patrulho a floresta, amanhã treino eu e patrulhas tu a floresta...

Eu, a olhar para o meu umbigo? Coisa que nunca fui é egoísta. Mas se te sentes ofendido pelo que disse, essa não era a minha intenção.
É assim tão mal dizer que o Exército é uma instituição que precisa de uma reforma? Eu não estou a querer ofender todos os militares, mas que acho que o Exército está a precisar de uma reforma e acho que a qualidade do recrutamento está muito baixo, acho... é ofensivo dizer isto?

Eu sempre tive um alto respeito pelos militares. Sempre. No entanto, lamento dizer-te, primeiro acho que o Exército (como instituição) está a ter falhas gravíssimas e está-se a tornar numa fantochada. Tenho pena de dizer isto, e não tiro mérito a bons soldados que lá estejam, mas por amor de Deus, a cada dia que passa só ouço histórias tristes sobre os militares (indivíduos) que lá entram. E lá penso "Estão assim TÃO desesperados por arranjar malta?".
Não vou falar da Marinha ou da Força Aérea porque desses menos sei e conheço menos gente que tenha lá passado. Mas do Exército, ultimamente só ouço histórias que fico realmente desiludida! Sobretudo no que toca a recrutamento de pessoas para entrar nas suas fileiras e na maneira como tratam os seus militares, que são o corpo de qualquer ramo!
Isto chama-se egoísmo? Não sou eu que ando a descurar os militares do Exército, o Exército é que está.

O Exército é uma INSTITUIÇÃO (grupo) da qual fazem parte MILITARES (indivíduos). O primeiro gere o segundo e o segundo dá corpo ao primeiro e trabalha para este.
O vídeo de que estávamos a falar era um vídeo que mostrava a parte útil como instituição que o Exército é para a sociedade. Possa, o que há de errado nisso?
É realmente necessário andar a fazer sermão sobre Pátria para explicar à população geral números, factos e estatísticas?  

Eu a cada dia que passa vejo cada vez mais militares desmoralizados. Tirando os da recruta, oh esses dizem maravilha... e eu pergunto "Há quanto tempo estás no Exército?" e lá me dizem "Dois meses", "Comecei agora a recruta", etc, e aí eu percebo logo.

Devem achar que eu gosto de saber que o meu país está a ser defendido maioritariamente (pelo menos no que toca ao Exército) por militares - ao que parece!? - desmoralizados e nem sequer estamos em guerra. Já pensaram nisso?
Já pensaram no que é olhar para certas situações e saber que muitos militares que entram no Exército, entram com a pré-ideia que nunca vão ter que disparar uma arma a não ser contra bonecos? Que nunca vão por a sua vida em risco? "Guerra? Isso Portugal não se mete nisso, ninguém nos ataca, quero lá saber disso, vou só ganhar o meu ao fim do mês que isto anda mal". Então e se por acaso acontecesse...? Tenho que pressupor que muitos largariam armas e fugiriam? Espero bem que não...
Quem me dera a mim que cada um deles, como indivíduos, estivessem moralizados e com condições para levar uma vida profissional e pessoal satisfatória (sim, eu acho que todos os militares têm direito a uma vida pessoal desde que não interfira com as suas responsabilidades).
Pensem lá também como na cabeça de um mero civil que vê estas coisas.


PS: E sim, já sei que estou errada, que sei pouco.... podem dizer isso à vontade. Eu falo do que vejo e ouço falar directamente de quem sabe, portanto não posso ser assim tão ignorante... tenho direito a formar a minha opinião. Caso queiram contra-argumentar, estão mais do que à vontade para explicar-me!